Planos de previdência privada, usados para complementar a renda da aposentadoria pública, são um benefício comum no conjunto dos pacotes oferecidos pelas grandes empresas.
Sejam planos abertos (distribuídos por bancos que podem ser acessados por pessoas físicas) ou fechados (exclusivos para os funcionários da empresa), as grandes companhias têm poder de barganha para pleitear taxas de administração mais baixas e isenção de taxa de carregamento (percentual que incide sobre as contribuições).
Mas já saturado para as seguradoras e corretoras de seguros, o mercado de grandes empresas é de rouba-montes e disputa de taxas - o que diminui a rentabilidade do produto. Com o reaquecimento do mercado de trabalho e a necessidade das médias empresas em reterem seus funcionários, passaram a ser alvo da indústria de previdência.
A corretora de seguros Aon, por exemplo, criou uma carteira de clientes de médias empresas, na qual está apostando. O foco são empresas de 50 a 500 vidas.
A expectativa de crescimento da carteira para este ano é de 40%.
"Existe uma carência de oferta de serviços para esse público, que é ávido por produtos e serviços competitivos. Mas a oferta ainda é pequena", diz Marcos Yoshida, diretor de Vida e Previdência da Aon. A ideia é juntar várias empresas em uma carteira, para ter volume, e ir ao mercado de seguros. Os que oferecerem as melhores condições levam e dividema carteira.
Por melhores condições, entendam- se vantagens mais próximas das oferecidas às grandes empresas e taxas mais distantes das oferecidas à pessoa física. "Individualmente, as médias empresas não têm poder de barganha. Mas uma carteira com 500 empresas com 50 funcionários cada uma tornase atrativa para as seguradoras", afirma o diretor da Aon.
Para as seguradoras, trabalhar com o mercado de médias empresas é mais caro, por conta das dificuldades em distribuir o produto.
Para as seguradoras de bancos, esse é um problema a menos, já que podem acessar esses clientes da carteira de middle market das instituições. A Bradesco Vida e Previdência tem 45 mil pequenas e médias empresas em carteira - sendo o segundo grupo mais de 90% desse número - na sua clientela de previdência.
O produto da empresa exige um volume mínimo de contribuições de R$ 3 mil, o que em uma empresa de 50 funcionários equivale a uma contribuição de R$ 60 por pessoa, contabiliza Eugênio Velasques, diretor- executivo do Grupo Bradesco de Seguros e Previdência.
Sob medida Não é de hoje que a indústria está de olho no segmento. Contudo, agora começou a atentar para o fato de que não basta fazer umproduto padrão e ofertálo.
"Algumas seguradoras até lançaram produtos para o segmento, mas eram de prateleira, que são bons para o setor, mas não para as médias empresas, pois as taxas são muito próximas das cobradas para a pessoa física", diz Yoshida.
Para Velasques, além de taxas mais baixas, é importante que as médias empresas tenham acesso a planos com boa rentabilidade, em uma instituição sólida e com e boa capacidade de gestão dos recursos. A taxa de carregamento, porém, é cobrada nos planos de médias empresas. "A escala é pequena e o trabalho de administração, o mesmo", justifica Velasques.
"O cliente sabe que a taxa de administração cobrada dele é um pouco maior do que a de grandes empresas, mas muito menor do que a de clientes pessoa física", destaca.
Thais Folego
Brasil Econômico
13/05/2010
Fonte! Chasque publicado no sítio da Apólice - a Revista do Mercado de Seguros - http://www.revistaapolice.com.br/.
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