domingo, 30 de maio de 2010

Mulher deve ter estratégia própria de aposentadoria

As mulheres participam cada vez mais do mercado de trabalho, chefiam famílias e cuidam do seu dinheiro. Para muitas, na sequência vem naturalmente a preocupação com o futuro: como planejar a aposentadoria? Especialistas em previdência privada e trazem dicas de como mulheres com diferentes perfis podem planejar seu futuro.

Segundo Renato Russo, vice-presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), é melhor que homem e mulher tenham planos de previdência privada separados e individuais. Na hora de fazer o planejamento para a velhice, é melhor deixar fatores como a estabilidade do casamento e a situação financeira atual de lado.

“A mulher deve pensar não só na aposentadoria, mas em outras situações. A situação financeira do casal pode muder ou pode haver um divórcio. Amanhã essa mulher pode estar sozinha, sem experiência profissional e ter que se manter”, explica ele.

VEJA AS PRINCIPAIS DICAS DOS ESPECIALISTAS

Mulheres solteiras, sem filhos e que moram com os pais Aproveite a situação mais confortável para começar a poupar cedo, já que assim será necessário contribuir menos por mês.

Mulheres casadas que trabalham Não delegue o planejamento financeiro ao marido. Faça o planejamento levando em conta como proteger os planos no caso de morte ou acidente de um dos cônjuges.

Donas-de-casa O ideal é a mulher também ter sua própria previdência privada ou investimento, para ficar protegida também em caso de divórcio ou mudança da situação financeira do casal.

Mulheres com filhos A mulher deve definir se quer só planejar sua aposentadoria ou também proteger os filhos, com seguros de vida ou de acidentes pessoais.

Mulheres solteiras ou divorciadas sem filhos É necessário se organizar para continuar guardando dinheiro todo mês. Um plano de previdência privada no débito automático pode ajudar.

Para as mulheres jovens e solteiras que moram com os pais e trabalham, a dica de Cinara Figueiredo, superintendente de investimentos do Santander, é aproveitar para já começar a guardar dinheiro. “É uma situação confortável, fica mais fácil de poupar”, diz ela, que recomenda que as pessoas tentem poupar de 10% a 20% da renda mensal. O dinheiro pode ser guardado em previdência privada, fundos de investimento ou poupança.

A dica ganha importância quando se pensa que, quanto mais cedo se começa a poupar, menos é necessário contribuir por mês para se aposentar com folga lá na frente. Dados da Brasilprev mostram que as mulheres, em média, começam a investir em previdência privada mais cedo que os homens: 44% das clientes da empresa têm menos de 30 anos, contra 37,4% dos homens.

Casadas

Às mulheres casadas, Cinara Figueiredo aconselha que não deixem as grandes decisões financeiras só para o marido. “Tudo tem que ser muito bem conversado. O interessante é que cada um faça seu planejamento financeiro. O objetivo é ter segurança financeira lá na frente para ambos”, diz ela.

A especialista lembra que os casais que fazem um planejamento financeiro conjunto devem se proteger contra a eventual morte de um dos dois. “Por exemplo, o casal faz um planejamento para se aposentar com R$ 1 milhão, mas acumula R$ 300 mil e um dos dois vem a falecer. Faz sentido proteger essa renda com um seguro de vida”, diz ela.

Segundo Sandro Bonfim, gerente de inteligência de mercado da Brasilprev, o plano de previdência privada pode ter uma outra utilidade para casais em que a mulher não trabalha: “Muitos maridos fazem um plano em seu nome, mas com a mulher como beneficiária. Em caso de morte dele, esses recursos não entram em inventário, então podem ser acessados rapidamente”, diz ele.

Outra dica dos especialistas para as mulheres casadas é que, como os planos de previdência privada oferecem vantagens fiscais dependendo do tipo de declaração de Imposto de Renda usada pela pessoa. “Em muitos casais é comum, por exemplo, que o marido faça a declaração completa e a mulher, a simplificada”, diz Bonfim.

Os dois principais tipos de plano de previdência privada são o PGBL, melhor para quem faz a declaração completa do IR, já que permite a dedução das contribuições ao plano, até o limite de 12% da renda. O contribuinte é tributado só na hora de sacar ou receber os benefícios, mas todo o valor está sujeito ao IR. Já o VGBL não tem a vantagem da dedução, mas só os rendimentos do investimento são tributados.

Filhos

As mulheres casadas, solteiras ou divorciadas com filhos devem planejar não só sua aposentadoria, mas pensar em proteção para as crianças, diz Russo, da Fenaprevi. “Não só mais mulheres trabalham hoje como um número muito maior são chefes de família. Elas têm que se preocupar com o que acontecerá com toda a família”, diz ele.

Para o especialista, a mulher deve definir se quer proteger somente a si mesma ou também o restante da família. Se quiser planejar só seu próprio futuro, deve pensar na acumulação de reservas; se quiser proteger sua família em caso de sua morte ou de um acidente, deve procurar seguros de vida e acidentes pessoais.

Para as mulheres solteiras ou divorciadas sem filhos, Cinara diz que uma das maiores dificuldades é se organizar para conseguir guardar parte da renda. “O plano de previdência privada ajuda nisso, porque já é automaticamente feito o débito em conta. O que sobrou é o que pode ser gasto”, diz ela.

Cinara afirma que o investimento para a aposentadoria pode ser feito com qualquer instrumento financeiro, já que o mais importante é guardar dinheiro. Mas, segundo ela, os planos de previdência privada trazem a vantagem fiscais, já que o Imposto de Renda sobre os valores só é pago quando os pagamentos começarem a ser feitos, depois da aposentadoria.

“Com um fundo de investimentos que renda 8% ao ano, se você investir R$ 100 mil, em 30 anos terá R$ 715 mil líquidos. Já em um VGBL [tipo de previdência privada], o valor sobe para R$ 915 mil líquidos”, exemplifica a especialista.

Outra dica da especialista, para todas as mulheres, é adaptar o tipo do investimento à sua idade. Quem começa a investir cedo para a aposentadoria pode escolher um investimento mais agressivo, com uma parcela maior aplicada em renda variável (como ações). “Quando chegar aos 50 anos, a mulher pode migrar para um plano mais moderado, já que existe a portabilidade na previdência privada’, diz Cinara.

Fonte! Chasque do G1 publicado no sítio eHlpCarolina - brasileiros em conexao, no dia 26 de maio de 2010 - http://www.ehelpcarolina.com/

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