sexta-feira, 28 de julho de 2017

Financiamento facilita a aquisição de equipamento para geração de energia solar

Muitas pessoas estão investindo em equipamentos para geração de energia solar no Brasil, com o intuito de reduzir a conta de luz e ainda cooperar com um mundo mais sustentável. A sócia proprietária da Mecânica 180, de Santa Cruz do Sul, Marisa Gehrke, desde agosto do ano passado, vem pensando sobre a ideia de instalar as placas fotovoltaicas no telhado do seu empreendimento. Com o prédio em uma boa localização solar e a possibilidade de gerar a própria energia limpa e economizar na conta de luz, Marisa não hesitou em investir através do Financiamento Sustentável Sicredi, oferecido nas agências da Sicredi Vale do Rio Pardo.

Na Mecânica 180 foram instaladas, há três semanas, 50 placas de geração de energia solar. Conforme Marisa, para a micro usina entrar em operação falta apenas a liberação por parte da concessionária de energia elétrica. Associada à Sicredi Vale do Rio Pardo há 10 anos, ela escolheu a linha de financiamento da cooperativa pela facilidade de aquisição e benefício. “Um ótimo financiamento e que eu pude decidir o melhor momento de fazer, sem nenhum tipo de pressão”, destacou. Para comprovar os benefícios do sistema, Marisa buscou informações com pessoas próximas que adquiriram os painéis fotovoltaicos e estão satisfeitas com a economia gerada por eles.

FINANCIAMENTO

Com o objetivo de colocar em prática diversas ações sustentáveis, a Sicredi Vale do Rio Pardo oferece condições de financiamento para aquisição de equipamentos ecoeficientes. A cooperativa identificou uma oportunidade de fomentar a utilização de energia solar através de uma linha de financiamento acessível, onde o associado tem uma parcela mensal muito próxima da atual conta de luz. “Além do nosso consórcio, que possui uma das melhores condições financeiras do mercado, agora temos um financiamento extremamente competitivo e ágil, com uma taxa e um prazo diferenciados”, explicou o gerente regional de desenvolvimento da Sicredi VRP, Gabriel Henrique Puntel.

Conforme o gerente, nos últimos dois meses foram liberadas oito operações neste tipo de linha de crédito, o que corresponde a um volume de quase R$ 1 milhão financiados. Para solicitar o financiamento, os interessados devem procurar uma agência Sicredi mais próxima e apresentar o projeto com o orçamento para instalação do equipamento. Caso aprovado, o valor será depositado na conta do fornecedor. “O pagamento das parcelas será realizado por débito em conta corrente do associado”, detalhou. Sobre o prazo, Puntel esclareceu que é de até 96 meses e a taxa de juros é CDI + 0,39% ao mês. “Essas condições são especiais de lançamento e podem variar para os próximos períodos”, concluiu.

Fonte! Chasque (matéria) de Guilherme Siebeneichler, publicado no sítio oficial do Olá Jornal, em 26 de julho de 2017. Abra as porteiras clicando em http://olajornal.com.br/financiamento-facilita-aquisicao-de-equipamento-para-geracao-de-energia-solar/

sábado, 8 de julho de 2017

Quanto você deveria ter economizado na sua idade atual?

Nosso arquivo pessoal
 Já ressaltamos a importância de se criar uma poupança o mais cedo possível na vida: desta maneira, o “milagre” dos juros compostos irá fazer com que o seu dinheiro se multiplique mais rapidamente. Mas, será que você já acumulou uma riqueza suficiente para a sua idade? Ou será que você está ficando mais para o final da fila?

É claro que não há um valor que seja o correto: na verdade, a única regra seria “quanto mais, melhor”. Mas, é importante você ter alguns números em mente para fins de comparação e até para definir as suas próprias metas.

Nosso arquivo pessoal
Assim, vamos dar algumas fórmulas para que você calcule este valor. Você vai notar também que teremos métricas diferentes para aqueles que “tem filhos” e para os “sem filhos”. Afinal, estes dois cenários representam situações econômicas bem distintas e não seria justo colocar todos no “mesmo barco”.

1. Aos 20 anos.

Nesta idade, a maioria das pessoas ainda não tem filhos, assim não vamos considerar esta distinção.
quanto_economizar_interior
É a idade em que as pessoas estão começando a trabalhar ou então ainda estão estudando, ou seja, ainda não houve tempo nem possibilidade de se juntar muito dinheiro.

Assim, não faz sentido falar em riqueza já acumulada, mas sim em quanto se consegue economizar por mês: tente reservar 25% do que você ganha (salário ou ‘mesada’ dos pais) para a sua poupança.

2. Aos 30 anos.

Neste momento você já deveria estar trabalhando há algum tempo e poderá até já ter constituído a sua própria família. Seria o momento de você ter acumulado o equivalente a 1 ano de seu salário.

Por exemplo, se você ganha R$ 6.000 por mês, deveria ter cerca de R$ 72.000 em patrimônio.

Agora se você não tiver filhos ainda, aumente um pouco a régua em pelo menos 30%!

3. Dos 40 aos 60 anos.

Neste intervalo de idade, você deveria aumentar cada vez mais o ritmo de crescimento do seu patrimônio. Um exemplo seria o seguinte cálculo (considerando um salário de R$ 6.000 mensais):
– 40 anos: ter acumulado 3 vezes o seu salário anual (R$ 216.000)
– 45 anos: ter acumulado 4 vezes o seu salário anual (R$ 288.000)
– 50 anos: ter acumulado 5 vezes o seu salário anual (R$ 360.000)
– 55 anos: ter acumulado 6 vezes o seu salário anual (R$ 432.000)
– 60 anos: ter acumulado 7 vezes o seu salário anual (R$ 504.000)


É claro que os valores acima são somente um exemplo, afinal todos esperam que o salário aumente à medida que se envelhece.

Se você não tem filhos, lembre-se que você não terá ninguém para ajudá-lo (financeiramente ou para cuidar de você). Assim, será preciso acumular mais dinheiro como um seguro para as despesas extras: cuidadores, casas de repouso, etc. Considere um aumento de 50% nas suas economias!

Fonte! Este chasque (post) foi publicado no dia 28 de junho de 2017 no sítio Minhas Economias. Abra as porteiras clicando em

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Por que as pessoas não gostam de fazer um orçamento doméstico, controlar as receitas e despesas?

Créditos! Nosso arquivo pessoal
Isso é fato: tirando, talvez, os economistas, contabilistas e todos os demais profissionais que, de uma forma ou de outra, lidam no dia-a-dia com a matemática financeira, boa parte das pessoas não gosta de ficar registrando, seja num papel, seja num computador, os seus gastos do dia-a-dia.

Porém, como já escrevi num post para o Dinheirama, essa atitude de registrar seus gastos é fundamental para a sua saúde financeira, uma vez que tudo o que é medido é mais bem controlado. A matemática é uma ferramenta que nos auxilia em diversos aspectos de nossa vida. Quem faz dieta está constantemente de olho na balança, a fim de verificar se o seu peso está dentro dos objetivos pretendidos. Quem faz check-ups médicos precisa fazer uma série de exames laboratoriais, a fim de verificar se a saúde anda bem. Ora, se é assim para controlar a saúde física, por quê não recorrer aos números também quando se trata de controlar a saúde financeira?

O problema com os atos de consumo, que é um dos alvos do orçamento doméstico, envolve questões psicológicas e emocionais. Muitas vezes, gastamos além da conta, e poupamos quase nada. Ou seja, gastamos mais do que ganhamos. É uma situação similar à da pessoa que está fora do peso recomendado para seu padrão corporal. Elas se negam intimamente a se defrontar com a realidade, pelo simples fato de que a realidade que vivem não coincide com a realidade que gostariam de viver.

O que fazer, então?

Superar esses bloqueios mentais. Ter uma atitude positiva e responsável em relação às finanças domésticas. Encarar os problemas de frente, assumir que há uma realidade que precisa ser mudada e, sobretudo, começar a trabalhar para que essa realidade seja transformada.

E um dos primeiros passos para ganhar pontos na saúde financeira passa exatamente pela necessidade de um registro dos gastos domésticos. Precisamos olhar, com os nossos olhos, para onde o dinheiro está indo, a fim de que o cérebro veja, então, quais áreas precisam de um reparo. Quase Sempre há excessos e faltas. Excessos de gastos que podem ser cortados em algumas áreas, e também outras áreas onde é preciso gastar mais. A alimentação fora de casa é um exemplo típico do primeiro grupo. Os cuidados preventivos com a saúde formam o exemplo clássico do segundo grupo.

Não tenha vergonha da situação em que se encontra. Vergonhoso, isso sim, é aceitar passivamente uma realidade que, se prolongada no tempo, pode causar sérios danos à sua auto-imagem.

Eis aqui algumas dicas práticas para melhorar a situação:

– Mantenha um registro diário de seus gastos;

– Estabeleça metas de consumo no mês, tanto total (não gastar mais do que “x” reais no mês, com tudo), e parciais, por exemplo, não gastar mais do que “x” reais com alimentação fora de casa;

– Fixe metas de poupança: economizar “y”% do salário;

– Premie-se com o cumprimento de metas: ei, só sacrifício também não vale, né? Se a meta era gastar não mais que R$ 150 em restaurantes, e você conseguiu gastar só R$ 90, não fique se privando das coisas boas da sua vida: gaste os R$ 60 como quiser, por exemplo, numa ida ao cinema com direito a combo completo;

– Aperfeiçoe seu registro de gastos: à medida que avançar no conhecimento das finanças, vá melhorando também a formatação de sua planilha e seu método de registro de gastos.

Boa sorte! 

É isso aí!

Um grande abraço, e que Deus os abençoe!

Fonte! Chasque do meu amigo Guilherme, publicado no seu sítio Valores Reais em 27 de outubro de 2010. Abra as porteiras clicando em

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Observação! Nosso orçamento doméstico fez aniversário em abril deste ano, onde completamos nove anos de controle diário e mensal, com os apontamentos em planilhas de todos os gastos. No começo foi um baque quando vimos o total que foi gasto e anotado no nosso rancho (casa/família). E aos poucos fomos nos adequando e cortando gastos que eram absolutamente desnecessários, para não dizer que "estávamos rasgando dinheiro". 

E neste tempo, nestes nove anos, cumprimos metas: nos pagar primeiro, sempre nos primeiros dias do mês. As filhas, desde os seus 12 e 17 anos respectivamente (temos duas), tem investimentos pequenos para fins de aposentadoria. Eu e a esposa estamos nos capitalizando também para uma aposentadoria mais tranquila.  

Baita abraço para o grande parceiro em finanças pessoais, o Guilherme do sítio Valores Reais e a todos que já entraram e estão entrando no rol dos controladores dos seus gastos em seus orçamentos domésticos, transformando as suas famílias em famílias mais felizes (sem transtornos financeiros, sem dívidas, sem estress, por exemplo)....

Saudações a todos

Valdemar Engroff - o gaúcho taura

Fundo de capital protegido: como funciona?

Olá!  Cada vez mais ofertados pelo mercado financeiro, os fundos de capital protegido permitem aos investidores se posicionar em posições de risco com proteção.

Imagine que você queira investir em ações mas morre de pavor de pensar na possibilidade de perder dinheiro! Agora imagine se você tem uma opção de investir em ações mas, caso exista prejuízo, você tem a proteção para o capital inicialmente investido? É assim que funcionam os fundos de capita protegido…

Entendendo os fundos de capital protegido

Vou falar da estrutura em linhas gerais. Algumas palavras podem não ser habituais a você, mas não se assuste! Depois eu vou detalhar tudo sob a ótica do investidor, que é o que interessa.
Os fundos de capital protegido, como expliquei anteriormente, visam proporcionar a possibilidade de ganhos acelerados aos investidores por meio de posições em ativos com maior risco. Aqui estamos falando de ações, ouro, dólar e até mesmo investimentos no exterior.

Porém, a grande diferença entre usar esses produtos e as aplicações convencionais nesses ativos, é contar com a proteção caso os ativos vinculados ao fundo gerem prejuízo!

Essa proteção funciona utilizando operações estruturadas com derivativos. O fundo então faz uma posição que vai acompanhar um dos ativos de risco (como os que citei acima, por exemplo) mas também faz operações com opções para proteger-se de eventuais quedas.
Assim, você pode ter um produto de capital protegido que, hipoteticamente, seja o seguinte: invista para acompanhar a alta do mercado de ações. PORÉM, se o mercado de ações cair, o seu capital estará protegido e você resgata aquilo que investiu no início.

Esse foi um exemplo simplificado de estrutura de um fundo de capital protegido.

Os cenários

Para montar as proteções no mercado, há custos que estarão inseridos na própria estrutura do fundo. Por isso, normalmente, os fundos de capital protegido diminuem esses custos também fazendo operações com derivativos nas chamadas barreiras de alta.
Outro exemplo hipotético: se o dólar subir, o fundo te dá a rentabilidade do dólar até 30% de valorização. Mas se ele se valorizar acima de 30%, a rentabilidade do fundo de capital protegido será de 30%. Se ele cair, você tem o capital de volta.
Repare que no caso acima, se o dólar subir acima de 30%, o investidor ganha 30% e não toda a alta. Então o investidor nesse caso troca a proteção, de não ter prejuízo caso tudo dê errado, pela limitação de seu ganho máximo.

Eu não estou falando aqui de nenhum produto em específico, estou apenas falando da dinâmica envolvida nos fundos de capital protegido! Há fundos de capital protegido com regras muito diferentes e cada um deles tem suas proteções e faixas de remuneração. Há fundos de capital protegido que chegam a criar 6 cenários diferentes para a remuneração do investidor! Mas em todos os casos, o conceito é esse: oferecer a possibilidade de uma rentabilidade adicional e, caso isso não ocorra, o investidor resgata o dinheiro de volta ou até mesmo o dinheiro acrescido de alguma correção.

Como a ideia é garantir uma proteção e para isso o fundo gasta dinheiro, ele tende a minimizar esse custo com outra forma estruturada que normalmente limita os ganhos do investidor caso a valorização dos ativos seja muito elevada.

Assim sendo, as rentabilidades de um fundo de capital protegido podem ser visualizadas pelo investidor de acordo com cenários. E de acordo com cada cenário da estrutura montada, a rentabilidade pode ser diferente.

Vou colocar abaixo um quadro que mostra os cenários possíveis para um fundo de capital protegido do banco Santander:
Capturar
Veja que no caso acima, a estrutura é mais complexa, com 6 diferentes cenários que rentabilizarão de diferentes formas ao investidor.

Abaixo, vou mostrar uma estrutura mais simples de capital protegido acompanhando as ações da empresa Berkshire Hathaway Inc na bolsa americana, sem barreira de alta, que é a empresa do guru mundial dos investimentos, Warren Buffet. Esse fundo foi criado pela XP Gestão de Recursos.
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Um outro exemplo é dos fundos CitiFirst Capital Protegido e Citi First Capital Protegido II, III e VI. Nesse caso, o Citi criou uma carteira para acompanhar 3 empresas na bolsa americana: Best Buy (BBY), General Motors (GM) e Conoco Phillips (COP). Veja os cenários:

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Características dos fundos de capital protegido

Período de investimento: os fundos de capital protegido possuem uma data de início e uma data de fim. Assim, cada fundo só permite que os investidores entrem no prazo inicial.
Carência: como há operações estruturadas de proteção, os fundos de capital protegido não permitem ao investidor resgates a qualquer tempo. Eles são feitos em prazo pré-determinado quando o fundo acaba.
Cenários: como normalmente investem em ativos de renda variável, os cenários possíveis são traçados e de acordo com o que acontecer é feita a remuneração ao investidor ou a proteção caso as coisas deem errado.

Concluindo

Fundos de capital protegido, conforme a definição da própria ANBIMA, são:
Fundos que buscam retornos em mercados de risco procurando proteger, parcial ou totalmente, o principal investido.
Vale considerar os fundos de capital protegido para parte da carteira de investimentos em busca de rentabilidades um pouco mais expressivas. Mas atente-se sempre ao seu planejamento e perfil de risco!

Um grande abraço.

Fonte! Este é um chasque (postagem) do André Bona, publicado no seu sítio Blog de Valor. Abra as porteiras clicando em 




domingo, 2 de julho de 2017

Nova Diretoria da Fapers toma posse!

Em solenidade  realizada na sala do CTA na Emater/RS ASCAR, em reunião ordinária do Conselho Deliberativo da Fundação, presidida pelo conselheiro Dirlei Mattos de Souza, tomaram posse os colegas Cezar Henrique Ferreira, Álvaro Roque Kern Junqueira e José Pedro Osório Mendina, respectivamente, Diretor Superintendente, Diretor de Seguridade e Diretor Financeiro, que assumem a gestão da FAPERS 2017/2020, em substituição a Diretoria que encerra seu mandato em 30 de junho de 2017 composta por Paulo Francisco Conrad, Aluisio Santos Ribeiro e Clever Renato Neuenfeldt. 
 
Em ato contínuo o Conselho Deliberativo deu posse aos Conselheiros Fiscais Luiz Celeste de Roque Fornari Fassina, Mário Luiz Landerdal, Diego Barden dos Santos e Glademir Ramos de Santos. O ato contou com a presença da Diretoria da Patrocinadora e demais Conselheiros Deliberativos que em suas manifestações agradeceram o trabalho realizado pela Diretoria que encerra seu mandato e desejaram sucesso aos novos diretores que a partir de primeiro de julho assumem a Gestão da FAPERS.
 
Fonte! Chasque (postagem) publicado no sítio oficial da FAPERS - Fundação Assistencial e Previdenciária da Extensão Rural do Rio Grande do Sul, no dia 23 de junho de 2017. Abra as porteiras clicando em 

Com envelhecimento, países desenvolvidos vivem 'bomba-relógio da aposentadoria', diz Fórum Econômico Mundial


Direito de imagem TORU YAMANAKA
Image caption Japonês idoso trabalha em confecção. Expectativa de vida da população que nasce hoje será de 107 anos
Equilibrar as contas da Previdência, desafio que está no centro do debate da reforma brasileira, é uma tarefa bem maior para as nações desenvolvidas. O deficit previdenciário de seis grandes economias mundiais poderá chegar a US$ 225 trilhões (R$ 733 trilhões) na metade do século, três vezes o valor do PIB global hoje, segundo o Fórum Econômico Mundial (FEM). 

Os seis países com os maiores sistemas de pensão do mundo - em termos de investimento total em fundos de pensão -, Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Holanda, Canadá e Austrália estão sentados numa "bomba-relógio" que poderá provocar a "maior crise previdenciária da história", diz um relatório divulgado recentemente. 

O estudo compara o quadro da situação previdenciária com o das mudanças climáticas. "Temos que tratar disto agora ou aceitar que as consequências adversas assombrarão as gerações futuras", escreveu o diretor de sistemas financeiros e de infraestrutura do FEM, Michael Drexler.

Se incluídos os países mais populosos - China e Índia -, o deficit dos países, que atualmente é de US$ 70 trilhões (R$ 230 trilhões), passará para US$ 400 trilhões (R$ 1,3 quatrilhão) em 2050, valor cinco vezes maior que o da economia global. 

O cálculo do deficit previdenciário feito pelo FEM inclui gastos dos governos, investimentos de trabalhadores e empregadores em fundos de pensões e aplicações.

Expectativa de vida

Pessoas nascidas hoje nos seis países analisados terão uma expectativa de vida acima de 100 anos, o que reduzirá pela metade a proporção de trabalhadores por aposentados - hoje ela é de oito para um; em 2050, será de quatro para um. 

O aumento da longevidade aumenta, também, o tempo em que as pessoas recebem o benefício da aposentadoria. No Japão, por exemplo, que terá a mais alta expectativa de vida - de 107 anos -, as pessoas se aposentam aos 60 anos, o que significa que poderiam receber aposentadoria por mais de 45 anos, um período maior que o tempo de contribuição. 

Uma consequência óbvia de se viver mais, diz o documento, é que as pessoas terão que trabalhar por mais tempo. A organização sugere que a idade para aposentadoria seja de pelo menos 70 anos em 2050 nos países com expectativa de vida acima dos 100 anos.
Alguns desses países já preveem revisão da idade da aposentadoria, mas em nenhum dos casos, por enquanto, para acima de 70 anos. 

No Brasil, a expectativa de vida projetada para 2050 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é de 80,7 anos. O estudo do FEM não inclui o país, mas Michael Drexler, um dos editores do estudo, disse à BBC Brasil que a situação no país é menos preocupante. 

"Os países que analisamos, como Japão e China, têm a demografia como o principal gerador (do deficit); na China, por causa da política do filho único, e no Japão, por conta da tendência de envelhecimento. Já o Brasil, do ponto de vista demográfico, parece ter uma situação mais esperançosa", afirmou Drexler.
Direito de imagem Allison Shelley
Image caption Idosos americanos protestam contra cortes em pensões. EUA tem um dos sistemas mais deficitários do mundo
A atual proposta do governo brasileiro para a reforma da Previdência estabelece a idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres, e 5 anos de contribuição para aposentadoria com 70% do valor da aposentadoria. Para se aposentar com valor integral, o tempo de contribuição seria de 40 anos. Há regras diferentes ainda para o regime de transição; a reforma prevê poucas alterações no caso de militares e servidores públicos. Em 2016, o deficit previdenciário do governo brasileiro foi de R$ 227 bilhões, 3,5% do PIB do país. 

O porta-voz do FEM evitou comentar especificamente sobre a reforma proposta pelo governo de Michel Temer. Ele ponderou que, em linhas gerais, o aumento da idade de aposentadoria é uma das medidas possíveis quando existe um deficit previdenciário. "Mas seria simplista demais dizer que o Fórum Econômico Mundial defende apenas a extensão do tempo de trabalho (para nações com esse déficit)", acrescentou. 

Ele também diz que o estudo não levou em conta as características específicas de cada país, e sim, equacionou alguns pontos centrais para eventualmente serem debatidos pelos legisladores.

Acesso à aposentadoria

O FEM alerta, também, que metade dos trabalhadores no mundo são informais ou de setores desorganizados que não contribuem com programas de previdência e que acabam fragilizando ainda mais o sistema; e que 48% da população na idade de se aposentar não recebe aposentadoria. 

Essa é uma característica da Índia, onde a cada dez trabalhadores, nove são informais, segundo o FEM. No Brasil, dados do Ministério do Trabalho divulgados em 2015 indicavam que 56% dos empregos no país eram formais. 

"O desafio da Índia, portanto, não é demográfico; ele decorre da grande economia informal, cujos indivíduos não têm acesso ao sistema previdenciário. E no caso do Brasil, esta também seria uma preocupação, não tão grande quanto na Índia, mas um dos desafios do governo", afirmou Drexler. 

A falta de acesso ao sistema previdenciário também preocupa em algumas economias desenvolvidas, segundo Han Yik, chefe de Investidores Institucionais do FEM. 

"Até mesmo em Nova York, 57% dos trabalhadores não têm acesso a planos de pensão, ou porque são autônomos ou porque ganham abaixo do limite permitido para sua empresa incluí-lo no esquema", diz. 

Por isso, outra recomendação do FEM é criar políticas para melhorar o acesso aos planos de aposentadoria, especialmente do trabalhador informal, autônomo e daqueles com contratos flexíveis.
Direito de imagem Victor Moriyama
Image caption Cartazes de grevistas contra as refomas da Previdência e trabalhista no Brasil

Responsabilidade do trabalhador

Para calcular o deficit previdenciário do relatório, o FEM usou médias baseadas em aposentadorias pagando 70% do último salário, o que está de acordo com recomendações internacionais para manter o padrão de vida do aposentado.

Isso pressupõe contribuições de diferentes fontes: do governo, dos fundos de pensão do empregador (público ou privado) e dos investimentos de cada indivíduo. Na maioria dos países pesquisados - com exceção, por exemplo, da Holanda -, o idoso teria a aposentadoria do governo e a complementaria com outros ganhos para atingir os 70%. 

O FEM entende que o trabalhador terá progressivamente mais responsabilidade sobre a sustentabilidade de sua aposentadoria, através, por exemplo, de aplicações financeiras.
Por isso, o FEM cobra mais iniciativas para a educação financeira dos trabalhadores, especialmente dos mais vulneráveis, em lidar com esses investimentos. 

No exemplo do Brasil, Drexler ressalta que, embora o sistema bancário seja desenvolvido, as opções de produtos financeiros disponíveis à população são menores do que em países mais desenvolvidos. E que o país deveria investir mais a educação financeira.

Fonte! Chasque (postagem) de Flávia Milhorance para a BBC  Brasil em Londres, publicado no sítio oficial da BBC Brasil em 01 de junho de 2017. Abra as porteiras clicando em http://www.bbc.com/portuguese/internacional-40057003?ocid=socialflow_twitter

Como é se aposentar no Chile, o 1º país a privatizar sua Previdência

Direito de imagem Getty Images
Image caption Sistema previdenciário do Chile foi inovador - mas hoje é alvo de críticas
Enquanto o Brasil busca mudar a sua Previdência para, segundo o governo Michel Temer, combater um rombo fiscal que está se tornando insustentável para as contas públicas, o Chile, o primeiro país do mundo a privatizar o sistema de previdência, também enfrenta problemas com seu regime.
Reformado no início da década de 1980, o sistema o país abandonou o modelo parecido com o que o Brasil tem hoje (e continuará tendo caso a proposta em tramitação no Congresso seja aprovada) - sob o qual os trabalhadores de carteira assinada colaboram com um fundo público que garante a aposentadoria, pensão e auxílio a seus cidadãos.
No lugar, o Chile colocou em prática algo que só existia em livros teóricos de economia: cada trabalhador faz a própria poupança, que é depositada em uma conta individual, em vez de ir para um fundo coletivo. Enquanto fica guardado, o dinheiro é administrado por empresas privadas, que podem investir no mercado financeiro.
Trinta e cinco anos depois, porém, o país vive uma situação insustentável, segundo sua própria presidente, Michelle Bachelet. O problema: o baixo valor recebido pelos aposentados.
A experiência chilena evidencia os desafios previdenciários ao redor do mundo e alimenta um debate de difícil resposta: qual é o modelo mais justo de Previdência?

Impopular

Como as reformas previdenciárias são polêmicas, impopulares e politicamente difíceis de fazer, não surpreende que essa mudança profunda - inédita no mundo - tenha sido feita pelo Chile em 1981, durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
De acordo com o economista Kristian Niemietz, pesquisador do Institute of Economic Affairs ( IEA, Instituto de Assuntos Econômicos, em português), o ministro responsável pela mudança, José Piñera, teve a ideia de privatizar a previdência após ler o economista americano Milton Friedman (1912-2006), um dos maiores defensores do liberalismo econômico no século passado.
Hoje, todos os trabalhadores chilenos são obrigados a depositar ao menos 10% do salário por no mínimo 20 anos para se aposentar. A idade mínima para mulheres é 60 e para homens, 65. Não há contribuições dos empregadores ou do Estado.
Direito de imagem MARCO UGARTE/AFP/Gettty
Image caption Chile adotou sistema privado durante ditadura de Augusto Pinochet
Agora, quando o novo modelo começa a produzir os seus primeiros aposentados, o baixo valor das aposentadorias chocou: 90,9% recebem menos de 149.435 pesos (cerca de R$ 694,08). Os dados foram divulgados em 2015 pela Fundação Sol, organização independente chilena que analisa economia e trabalho, e fez os cálculos com base em informações da Superintendência de Pensões do governo.
O salário mínimo do Chile é de 264 mil pesos (cerca de R$ 1,226.20).
No ano passado, centenas de milhares de manifestantes foram às ruas da capital, Santiago, para protestar contra o sistema de previdência privado.
Como resposta, Bachelet, que já tinha alterado o sistema em 2008, propôs mudanças mais radicais, que podem fazer com que a Previdência chilena volte a ser mais parecida com a da era pré-Pinochet.

'Exemplo de livro'

De acordo com Niemietz, o modelo tradicional, adotado pela maioria dos países, incluindo o Brasil, é chamado por muitos economistas de "Pay as you go" (Pague ao longo da vida).
Ele foi criado pelo chanceler alemão Otto von Bismarck nos anos 1880, uma época em que os países tinham altas taxas de natalidade e mortalidade.
"Você tinha milhares de pessoas jovens o suficiente para trabalhar e apenas alguns aposentados, então o sistema era fácil de financiar. Mas conforme a expectativa de vida começou a crescer, as pessoas não morriam mais (em média) aos 67 anos, dois anos depois de se aposentar. Chegavam aos 70, 80 ou 90 anos de idade", disse o economista à BBC Brasil.
"Depois, dos anos 1960 em diante, as taxas de natalidade começaram a cair em países ocidentais. Quando isso acontece, você passa a ter uma população com muitos idosos e poucos jovens, e o sistema 'pay as you go' se torna insustentável", acrescentou.
Segundo Niemietz, a mudança implementada pelo Chile em 1981 era apenas um exemplo teórico nos livros de introdução à Economia.
"Em teoria, você teria um sistema em que cada geração economiza para sua própria aposentadoria, então o tamanho da geração seguinte não importa", afirmou ele, que é defensor do modelo.
Para ele, grande parte dos problemas enfrentados pelo Chile estão relacionados ao fato de que muitas pessoas não podem contribuir o suficiente para recolher o benefício depois - e que essa questão, muito atrelada ao trabalho informal, existiria qualquer que fosse o modelo adotado.
No Brasil, a reforma proposta pelo governo Temer mantém o modelo "Pay as you go", em que, segundo economistas como Niemietz, cada geração passa a conta para a geração seguinte.
Direito de imagem Francisco Osorio/Flickr
Image caption Manifestantes chilenos protestaram no ano passado contra as AFPs (administradoras de fundos de pensão)
Para reduzir o rombo fiscal, Temer busca convencer o Congresso a aumentar a idade mínima e o tempo mínimo de contribuição para se aposentar.
No parecer do deputado Arthur Maia (PPS-BA), relator da proposta, mulheres precisariam ter ao menos 62 anos e homens, 65 anos. São necessários 25 anos de contribuição para receber aposentadoria. Para pagamento integral, o tempo sobe para 40 anos.

Na prática

De acordo com o especialista Kaizô Beltrão, professor da Escola de Administração Pública e de Empresas da FGV Rio, várias vantagens teóricas do sistema chileno não se concretizaram.
Segundo ele, esperava-se que o dinheiro de aposentadorias chilenas poderia ser usado para fazer investimentos produtivos e que a concorrência entre fundos administradores de aposentadoria faria com que cada pessoa procurasse a melhor opção para si.
Ele explica que, como as administradoras são obrigadas a cobrir taxas de retornos de investimentos que são muito baixas, há uma uniformização do investimentos. "A maior parte dos investimentos é feita em letras do Tesouro", diz.
Direito de imagem Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil
Image caption As administradoras de fundos de pensão do Chile abocanham grande parte do valor da aposentadoria
Além disso, segundo Beltrão, "as pessoas não têm educação econômica suficiente" para fiscalizar o que está sendo feito pelas administradoras, chamadas AFPs (administradoras de fundos de pensão).
Essas cinco empresas juntas cuidam de um capital acumulado que corresponde a 69,6% do PIB do país, de acordo com dados de 2015 da OCDE (Organização para Desenvolvimento e Cooperação Econômica), grupo de 35 países mais desenvolvidos do qual o Chile faz parte.
As maiores críticas contra o sistema chileno se devem às AFPs, que abocanham grande parte do valor das aposentadorias das pessoas. De acordo com Beltrão, o valor pago às administradoras não é muito transparente, pois é cobrado junto ao valor de seguro em caso de acidentes.

Justo ou injusto?

A BBC Brasil perguntou ao especialista em desigualdade Marcelo Medeiros, professor da UnB (Universidade de Brasília) e pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e da Universidade Yale, qual modelo de previdência é o mais justo - o brasileiro ou o chileno.
"Justo ou injusto é uma questão mais complicada", disse. "O justo é você receber o que você poupou ou é reduzir a desigualdade? Dependendo da maneira de abordar esse problema, você pode ter respostas distintas."
De acordo com Medeiros, o que existe é uma resposta concreta para qual modelo gera mais desigualdade e qual gera menos desigualdade.
"A previdência privada só reproduz a desigualdade ao longo do tempo", explicou.
Direito de imagem Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Image caption Segundo especialista, a Previdência no Brasil tende a replicar os salários anteriores
O sistema "Pay as you go" brasileiro é comumente chamado de "solidário", pois todos os contribuintes do país colocam o dinheiro no mesmo fundo - que depois é redistribuído.
Mas Medeiros alerta para o fato de que a palavra "solidária" pode ser enganosa, pois um fundo comum não é garantia de que haverá redução da desigualdade.
"Esse fundo comum pode ser formado com todo mundo contribuindo a mesma coisa ou ele pode ser formado com os mais ricos contribuindo mais", explicou. "Além disso, tem a maneira como você usa o fundo. Você pode dar mais dinheiro para os mais ricos, você pode dar mais dinheiro para os mais pobres ou pode dar o mesmo valor para todo mundo", acrescentou.
Atualmente, o Brasil possui um fundo comum, mas tende, segundo o professor, a replicar a distribuição de renda anterior. "Ele dá mais mais dinheiro para quem é mais rico e menos para quem é mais pobre", disse.
"Se é justo ou injusto, isso é outra discussão, mas o sistema brasileiro replica a desigualdade passada no presente".

Reformas no Chile e no Brasil

As diferentes maneiras de se formar e gastar um fundo comum deveriam ser, segundo Medeiros, o foco da discussão da reforma no Brasil, cujo projeto de reforma enviado ao Congresso mantém o modelo "solidário", ou "pay as you go".
O pesquisador aponta que há quase um consenso de que o país precisa reformar sua Previdência. "A discussão é qual reforma deve ser feita."
Direito de imagem Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Image caption Michelle Bachelet já tinha feito uma alteração da previdência do Chile em 2008
No Chile, Bachelet já tinha em 2008 dado um passo rumo a um modelo que mistura o privado e o público - criou uma categoria de aposentadoria mínima para trabalhadores de baixa renda financiada com dinheiro de impostos.
Agora, ela propõe aumentar a contribuição de 10% para 15% do salário. Desse adicional de 5%, 3 pontos percentuais iriam diretamente para as contas individuais e os outros 2 pontos percentuais iriam para um seguro de poupança coletiva. De acordo com o plano divulgado pelo governo, a proposta aumentaria as pensões em 20% em média.
Bachelet também propõe maiores regulamentações para as administradoras dos fundos, em sintonia com as demandas dos movimentos que protestaram no ano passado. Um dos grupos, por exemplo, chama-se "No+AFP" (Chega de AFP, em português).
  • Esta reportagem é resultado de uma consulta da BBC Brasil a seus leitores. Questionados sobre quais dúvidas tinham sobre Reforma da Previdência, eles enviaram mais de 80 questões. As melhores dúvidas foram colocadas em votação e a pergunta vencedora - que recebeu 207 de 651 votos - indagava quais as diferenças entre o modelo de Previdência brasileiro e o do Chile e qual dos dois sistemas tinha se mostrado o mais justo. Esta reportagem é o resultado da investigação feita a partir da pergunta enviada pelo leitor.
  • Fonte! Buscamos este chasque (postagem) no sítio oficial da BBC Brasil, de autoria de Paula Reverbel, publicado no dia 17 de maio de 2017. Abra as porteiras clicando em