domingo, 25 de agosto de 2019

Em setembro no Emovere! Ana Paula Engroff e Thais Giru no "Entre Elas"

No mês de setembro, a Emovere traz uma dose dupla de inspiração para o Entre Elas.

As jovens empreendedoras que desde cedo fazem acontecer e recentemente tiveram suas histórias contadas no programa Posso Entrar, da RBS, estarão conosco para falar de empreendedorismo, garra, superação e muita determinação.

Te esperamos para este super encontro!

Inscrições abertas!

Fonte! Chasque publicado no sítio Facebook  Emovere Soluções em Desenvolvimento Humano. Abra as porteiras clicando em  https://www.facebook.com/emoveresolucoes/

domingo, 18 de agosto de 2019

Seminário Caminhos para o Futuro tem mais de 500 inscrições

Mais de 500 pessoas já se inscreveram no Seminário Caminhos para o Futuro que será realizado no próximo dia 27 de agosto, no Centro de Eventos do BarraShoppingSul, em Porto Alegre. Em sua sexta edição, o debate será sobre a necessidade de mudar modelos mentais e tendências para algumas áreas.  Por isto, o tema reforma da previdência também estará na pauta, pois vai estabelecer novos parâmetros para as relações previdenciárias entre o estado, trabalhadores e iniciativa privada. “Após a reforma, as pessoas terão mais dificuldade para viver somente com a aposentadoria do INSS. Nesse sentido, terão que buscar alternativas para manter seu padrão de vida. A Previdência Privada é um caminho para suprir as necessidades financeiras futuras de uma parcela maior da população”, afirma Rodrigo Sisnandes Pereira, Diretor-Presidente da Fundação.
Para esta edição, a Fundação convidou o comunicador Dado Schneider e o estrategista de marcas Cassio Grinberg. Eles vão mostrar que, para continuar relevante em tempos de indústria 4.0 e de transformação digital, é necessário desaprender para mudar e mudar para reaprender.
Dado Schneider
Consultor de grandes empresas e executivo de marketing da Claro. Autor do livro “O mundo mudou… Bem na minha vez!”. Seu espírito inovador o consagrou como um dos mais requisitados palestrantes do Brasil. Foi considerado pelo site BuzzFeed como “um dos palestrantes imperdíveis da Campus Party” – de onde passou a ser Embaixador. É graduado em Comunicação e Pós-Graduado em Marketing pela UFRGS, além de Mestre e Doutor em Comunicação pela PUC/RS. Trabalhou em grandes agências de publicidade nacionais.
Cassio Grinberg
Sócio-fundador da Grinberg Consulting, business que tem o propósito de fazer as empresas e marcas liderarem com longevidade. Articulista do Estadão e de Zero Hora e professor do MBA em Marketing Estratégico da PUC/RS, é autor do livro Desaprenda. Tem experiência de mais de 15 anos em criação de estratégias para marcas. É formado no ecossistema de inovação de Israel pelo Ministry of Foreign Affairs. É Mestre em Marketing pelo PPGA/UFRGS e Especialista em International Business na London City College. Atua em projetos com grandes marcas do Rio Grande do Sul.
Anote
6º Seminário Caminhos para o Futuro
27 de agosto, às 13h30min
Centro de Eventos – Barra Shopping Sul
Av Diário de Notícias, 300 – Bairro Cristal
Porto Alegre – RS
Fonte! Chasque publicado no sítio oficial da Fundação CEEE. Abra as porteiras clicando em   https://www.fundacaoceee.com.br/index.php/2019/08/16/seminario-caminhos-para-o-futuro-tem-mais-de-500-inscricoes/ 

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

A difícil decisão de realizar ganhos

Decidir quando e onde investir não é fácil; a decisão de vender, mais difícil ainda
Há meses, quando comprou uma NTN com vencimento em 2035, remuneração de IPCA + 6% ao ano, José estava convencido de ter aplicado muito bem os recursos destinados a prover renda e rendimentos complementares na sua aposentadoria.
Com essa expectativa de retorno, e disposto a esperar o vencimento da operação, nem ao menos acompanhava a flutuação do preço desse ativo. A coluna “Renda Fixa supera ganho da Bolsa” (05/08) o fez sair da zona de conforto, pensar sobre o assunto e encarar a decisão de vender ou não os títulos, antecipadamente, e colocar o lucro no bolso.
A decisão não é simples, mas já que a oportunidade se apresenta, é recomendável refletir e decidir o que fazer.
Curioso lembrar que, quando ocorre a situação inversa, a de queda no preço, muitos investidores se assustam e tomam a decisão precipitada e, muitas vezes, equivocada, de vender na hora errada realizando um prejuízo que poderia ser evitado.
Quem optar por manter a posição, continua ganhando a rentabilidade contratada, IPCA + a taxa de juros (% ao ano) contratada no dia da compra. Quem decidir vender, precisa de ajuda para refletir acerca das alternativas para reinvestir os recursos.
Primeira sugestão, alongar a carteira, comprar uma NTN-B mais longa do que a foi vendida, 2.035 ou 2.045, por exemplo. José acha longo demais, acredita que nem estará vivo até lá, mas a opção de venda antecipada existe sempre. Se a taxa de juros de longo prazo cair um pouco mais, o título se valorizará e o ganho, na hipótese de nova venda antecipada, será tanto maior quanto mais longo for o prazo até o vencimento.
Ah, mas se o juro subir, posso perder dinheiro, considera José. Verdade, mas só perderá quem se assustar com a flutuação natural do preço e vender o título. Se o pior cenário acontecer, o investidor pode aguardar momento mais favorável para sair da posição ou esperar o vencimento.
Vender uma parte da posição, tirar só o lucro, e manter o principal investido, é outra possibilidade. Essa parcela do lucro pode, por exemplo, ser aplicada em investimentos mais arriscados (ou não). Com a taxa básica de juros na mínima histórica de 6% ao ano, é válido colocar parte do dinheiro em ativos de mais risco e diversificar a carteira, se o perfil de risco tolerar. Mais fácil arriscar só o lucro e preservar o capital, pondera José.
Avalie a hipótese de aderir a um fundo de investimento com uma estratégia de investimento semelhante à que gostaria de implementar, mas não tem expertise nem coragem de fazer isso sozinho.
Avalie investir em um fundo Renda Fixa ativo, que explora as oportunidades de ganho com a flutuação de preços dos ativos de renda fixa; um fundo IMA-B, por exemplo, com a carteira recheada de NTNs, e o gestor pilotando, tomando as complexas decisões que precisam ser tomadas.
Um fundo multimercado que além de ativos de renda fixa (juros e inflação) também investe parte do patrimônio do fundo no mercado de renda variável, outra alternativa.
Por fim, e talvez, mais importante, lembre-se de que existe outra forma de ganhar mais sem correr mais risco: reduzindo o custo de investir. Pilotando sua própria carteira e investindo em Tesouro Direto, o custo é 0,25% ao ano. Pagar pelo expertise dos gestores, vai custar um pouco mais, é natural que assim seja, mas procure pagar a menor taxa de administração possível.
Fonte! Buscamos este chasque nas páginas do Jornal do Comércio de Porto Alegre/RS, edição do dia 12 de agosto de 2019, de  autoria da planejadora financeira Márcia Dessen.

terça-feira, 13 de agosto de 2019

Ações e fundos com renda variável lideram migração de investimentos

Em época de atividade fraca da economia, ganhou quem apostou em renda variável
FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
Os investidores de alta renda, que puxaram o recorde de R$ 3 trilhões investidos no País no primeiro semestre, apostaram em ativos de mais risco para aumentar seus rendimentos. Fugindo dos juros baixos - a taxa Selic está em seu menor nível, em 6% ao ano -, eles migraram, principalmente, para fundos multimercados e ações de 2016 para cá, aumentando o percentual do patrimônio em renda variável, de acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O resultado foi um rendimento maior, influenciado também pela valorização da Bolsa no período.
Na camada mais sofisticada de investidores, conhecida como private banking, que engloba investidores que têm mais de R$ 3 milhões investidos, os fundos de ações, multimercados e mesmo a previdência privada se destacam na movimentação dos investidores que mais aumentaram seu patrimônio no primeiro semestre do ano.
De acordo com Gilberto Abreu, diretor de investimentos do Santander Brasil, o movimento das classes mais altas de investidores, que juntas aumentaram o patrimônio investido em 19%, mostra que quem apostou em renda variável se saiu melhor nesse período de atividade fraca da economia. "Tem a combinação de duas coisas: a queda de juros e a Bolsa brasileira progredindo. Os investidores buscaram esse crescimento da Bolsa", diz.
Para ele, o avanço das plataformas digitais de investimentos também contribuiu para essa mudança na alocação de recursos. "As plataformas tendem a vender mais. De forma geral, é correto, no cenário de juros baixos, tomar mais risco e adquirir menos liquidez, mas o investidor pode cair no erro de comprar riscos desconhecidos, fora do seu apetite", alerta Abreu.
Para os usuários do aplicativo Gorila Invest, organizador de investimentos com 30 mil pessoas na base de clientes, com tíquete médio de R$ 200 mil investidos, as aplicações em ações cresceram 12% de dezembro de 2018 a junho de 2019. Por outro lado, investimentos em Tesouro Direto e fundos de renda fixa caíram respectivamente 6% e 2%. Para Guilherme Assis, presidente do Gorila, essa mudança deve ter continuidade. "Esses movimentos serão tendência enquanto o juro real seguir no atual patamar." Apesar da redução de 0,5 ponto porcentual feita pelo Copom na taxa básica de juros no fim de julho, o juro real brasileiro (descontada a inflação) é o oitavo maior do mundo, 1,63% ao ano.
O crescimento das ações no portfólio foi observado em todas as faixas de investidores no relatório divulgado pela Anbima, até no chamado varejo tradicional, onde estão os investidores com renda mensal de até R$ 10 mil. O avanço geral dessa classe de ativos na comparação entre os primeiros semestres de 2018 e 2019 foi de 17,4%.
Para Claudio Sanches, diretor de Produtos de Investimento e Previdência do Itaú Unibanco, o mantra da diversificação deve ser lembrado quando se fala das aplicações em renda variável. "Faça diferentes aplicações para tentar compensar a rentabilidade mais baixa que os investimentos atrelados à taxa de juros estão entregando. Alternativas mais arriscadas buscam rentabilidade maior e os investimentos em ações são exemplos disso", comenta.
Em relação ao primeiro semestre de 2018, os fundos imobiliários tiveram avanço expressivo de janeiro a junho deste ano: passaram de uma queda de 2,2% para crescimento de 12,5%. E mais uma vez os juros baixos foram motivo para a euforia. "Especificamente em São Paulo, os números de vacância de imóveis corporativos caíram; na Bolsa, as construtoras estão se valorizando. O cenário de juros baixos possibilita o financiamento desse setor", explica a gerente da Ativa Investimentos, Laurita Utrabo.
Fonte! Chasque (reportagem) publicado nas páginas do Jornal do Comércio de Porto Alegre (RS), na edição de 12 de agosto de 2019.

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Novas regras de conexão impactam expansão do setor fotovoltaico

Empresas distribuidoras de energia estão cobrando atendimento de normais mais rígidas
Exigências encarecem processo e inibem evolução da geração distribuída
/VOLTAICO/DUPONT/DIVULGAÇÃO/JC
Um segmento que está em franca expansão no Brasil começa a enfrentar obstáculos para o seu desenvolvimento. Além da discussão sobre mudanças do aproveitamento de seus créditos para abater da conta de luz, que já estava em andamento, a geração distribuída (produção de eletricidade para satisfazer o consumo próprio, normalmente feita através de painéis fotovoltaicos) tem agora outra dificuldade pela frente.
Várias distribuidoras do País, entre as quais a gaúcha RGE, estão exigindo mais medidas e equipamentos de segurança para a conexão dos sistemas de geração distribuída na rede elétrica, o que tem encarecido o processo (às vezes chegando mais que triplicar o custo). O presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), Carlos Evangelista, confirma que muitas concessionárias estão fazendo pedidos de novos equipamentos de proteção, muitas vezes redundantes, solicitando fotos de micro inversores e seus respectivos números (nesse caso, cada placa tem um micro inversor e a tarefa de fotografar cada um torna-se gigantesca), comprovação na Receita Federal de que o local é um estabelecimento comercial, exigência de versões impressas do projeto, inventário do poste de conexão, entre outras. "A maioria das exigências são descabidas, sem utilidade e apenas encarecem e dificultam o procedimento de conexão" julga Evangelista.
O dirigente defende que é preciso procurar o equilíbrio. Conforme o presidente da ABGD, essa situação inibe o crescimento do mercado de geração distribuída como um todo. Evangelista diz que não é raro um investidor desistir de fazer a conexão porque "já ouviu dizer" que o processo é complicado e poderá ser barrado pela distribuidora, causando prejuízos. O dirigente admite que o setor tem evoluído a taxas altas, porém argumenta que isso acontece, em parte, porque a base ainda é pequena.
Ele informa que na Austrália a cada cinco consumidores, um pratica a geração distribuída. No Brasil, de um universo de 83 milhões de consumidores em baixa tensão, apenas 93 mil (0, 11%) seguem essa ação. O presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia, informa que a entidade já teve reuniões específicas com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre o tema e protocolou um ofício solicitando providências quanto ao assunto. O documento conta com pareceres jurídicos e técnicos que, conforme o dirigente, explicam porque a Absolar considerou como unilaterais e demasiadas as alterações adotadas por parte de algumas distribuidoras.
"Houve uma decisão, de mudança da norma técnica, que não foi comunicada com antecedência para o setor", lamenta. De acordo com Sauaia, esse ambiente está criando uma barreira técnica e econômica prejudicial ao desenvolvimento da geração distribuída no Brasil. Um pedido feito pela Absolar à Aneel é que seja estabelecido um prazo de transição antes da entrada em vigor de qualquer alteração técnica das distribuidoras para a geração distribuída. Além disso, que essas mudanças afetem apenas novos pedidos de conexão. 
Abradee defende manutenção da qualidade dos serviços
Se por um lado os instaladores de sistemas fotovoltaicos estão reclamando da mudança das regras, por outro as concessionárias afirmam que é uma condição necessária para não prejudicar a qualidade no abastecimento de energia para os consumidores. O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Marcos Aurélio Madureira da Silva, argumenta que a conexão da geração distribuída na rede elétrica não representa uma carga normal. O dirigente ressalta que é uma fonte com características específicas, com determinados horários para a produção de eletricidade.
"O que as distribuidoras buscam é que a conexão da geração distribuída não traga nenhuma condição de piorar os serviços para os consumidores que já estão sendo atendidos", sustenta o presidente da Abradee. Para cumprir esse objetivo, o dirigente afirma que são necessárias algumas medidas, entre as quais a adequação da proteção da rede elétrica. Silva ressalta que houve um crescimento muito grande da geração distribuída e, em alguns locais, ocorreram impactos maiores para a infraestrutura de algumas concessionárias. Ele acrescenta que todas essas questões regulatórias passam por análises da Aneel.

"O que as distribuidoras buscam é que a conexão da geração distribuída não traga nenhuma condição de piorar os serviços para os consumidores que já estão sendo atendidos", sustenta o presidente da Abradee. Para cumprir esse objetivo, o dirigente afirma que são necessárias algumas medidas, entre as quais a adequação da proteção da rede elétrica. Silva ressalta que houve um crescimento muito grande da geração distribuída e, em alguns locais, ocorreram impactos maiores para a infraestrutura de algumas concessionárias. Ele acrescenta que todas essas questões regulatórias passam por análises da Aneel.
RGE aumenta exigências a partir de projetos de 75 kW de capacidade

As distribuidoras da CPFL estão entre as empresas que alteraram suas regras internas para a conexão de projetos de geração distribuída em suas redes. Essa medida também incluiu a sua controlada gaúcha RGE, que abrange cerca de dois terços da distribuição de energia no Estado.
Recentemente, a companhia determinou que os empreendimentos acima de 75 kW de potência terão que fazer o procedimento de conexão igual ao que é requisitado para sistemas de 300 kW.

O advogado da Souza Berger Advogados e especialista na área de energia, Frederico Boschin, destaca que, até a entrada maciça da geração distribuída, a partir de 2016 e 2017, nenhuma distribuidora havia feito mudanças em suas regras de segurança. Porém, de um tempo para cá, algumas concessionárias começaram a se atentar para alguns detalhes de segurança. Boschin comenta que estudos técnicos apontam que sistemas de 75 kW podem ter funções de proteção com equipamentos mais baratos, pois não se trata de muita energia sendo injetada na rede. O advogado informa que, com as mudanças nas normas, um empreendimento de 75 kW, orçado em cerca de R$ 200 mil, pode ter metade do custo do projeto em equipamentos de proteção. "Nessa faixa (de potência), eles transformaram o negócio em praticamente inviável", enfatiza. O CEO da Energias da Natureza (empresa que comercializa projetos de energia solar), André Heck, atesta que as novas regras frearam o setor, em particular na área da RGE, dentro do Rio Grande do Sul. O executivo considera que não havia necessidade da alteração e salienta que alguns projetos de R$ 30 mil saltaram para R$ 130 mil. Há boatos no mercado que apontam que as distribuidoras, com a medida, estão tentando vetar a entrada da energia oriunda da geração distribuída e fortalecendo suas redes com base em investimentos feitos por terceiros. Em nota, a RGE informa que "cabe à distribuidora definir os parâmetros de proteção para os seus sistemas elétricos. Com a evolução e aprendizado dos últimos anos, as distribuidoras do grupo CPFL identificaram a necessidade de adequar os seus parâmetros de proteção para garantir a confiabilidade do fornecimento de energia, a segurança da população e dos seus profissionais que atuam na rede de distribuição.

Fonte! Chasque (reportagem) publicado nas páginas do Jornal do Comércio de Porto Alegre (RS), na edição do dia 12 de agosto de 2019, por Jefferson Klein.

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Renda fixa supera ganho na bolsa

Só põe o lucro no bolso o investidor que vender o título agora, antes do vencimento
Há alguns meses, quando comprou uma NTN-B com remuneração de IPCA + juros de 6% ao ano, José estava satisfeito e disposto a levar o título até o vencimento, 2035.

Foi surpreendido pela valorização inesperada e surpreendente e está em busca de respostas para algumas perguntas.

A Nota do Tesouro Nacional série B Principal (ou Tesouro IPCA+) com vencimento em 2035 acumulava em 30/07, rentabilidade bruta de 28,77% no ano e 48,15% em 12 meses. A NTN-B mais longa, 2045, acumula incríveis 46,23% e 79,75% no mesmo período.

Quem ganha essa rentabilidade generosa, capaz de causar inveja aos que investem em ações? Ganha quem vender agora, antes do vencimento, os títulos comprados meses atrás.

Por que o valor dos títulos subiu tanto? Essa valorização espetacular é fruto da queda na taxa de juros de longo prazo. A taxa Selic que ficou estável por 18 meses em 6,50% ao ano, não tem nada a ver com isso. Ela remunera o título Tesouro Selic que proporcionou rentabilidade de 3,62% e 6,36%, respectivamente, nos mesmos períodos citados acima.

A taxa que caiu foi a de longo prazo, atribuída às operações de empréstimos ao Tesouro Nacional de prazos bem mais longos, como as NTN séries B e F.

O valor dos títulos de taxa prefixada, como as NTN-F, ou com um componente de taxa prefixada, como a NTN-B, flutua em razão da oscilação na taxa de juros de longo prazo. A relação entre a taxa de juros de mercado para determinado vencimento e o preço do título é inversamente proporcional. Quando a taxa de juros cai, o valor do título sobe.

Se a taxa de juros cai, como aconteceu nesse período, o título se valoriza. No caso da venda antecipada, o título será descontado por uma taxa de juros inferior ao de compra, proporcionando um ganho potencial ao investidor. Digo potencial porque o ganho só será realizado se o investidor vender o título agora.

Vou continuar ganhando, pergunta José? Pouco provável, não no ritmo desse passado recente. A taxa já caiu cerca de 3 pontos percentuais nesse período e se encontra agora no patamar de 3,5% ao ano acima do IPCA. Pode cair um pouco mais, mas não há espaço para repetir o desempenho espetacular.

É pra comprar agora? Quem chegou tarde nessa festa vai ter que correr um pouco mais de risco para tentar abocanhar um bom ganho. Os que acreditam que os juros de longo prazo podem cair um pouco mais, podem comprar os títulos mais longos, vencimento 2045 ou 2050. Como o prazo potencializa a variação dos juros, mesmo uma queda pequena, de 0,5 ponto percentual, por exemplo, será capaz de gerar bom resultado.

Posso perder? Sim! Estamos aqui celebrando os ganhos porque os juros caíram. Se tivessem subido, estaríamos lamentando a desvalorização dos títulos e os investidores estariam quebrando a cabeça para entender porque perderam dinheiro em renda fixa. Falta muito tempo até o vencimento e muita coisa pode acontecer. E a oscilação dos preços, positiva e negativa, será um reflexo direto da alterações no cenário macroeconômico. 

E os fundos do tipo IMA-B? José investe em um fundo que, segundo ele, está rendendo 20% ao ano e pergunta se vai continuar rendendo. Importante dizer que o fundo não está rendendo; o fundo rendeu 20% no ano, verbo no tempo passado. Para ganhar essa rentabilidade, José precisa resgatar as cotas do fundo, mesmo raciocínio da venda antecipada das NTN-B. 

E aí a pergunta que fica é: vender e fazer o que com o dinheiro? Essa conversa fica para a próxima semana.

Fonte! Buscamos este chasque nas páginas do Jornal do Comércio de Porto Alegre/RS, edição do dia 05 de agosto de 2019, de  autoria da planejadora financeira Márcia Dessen.

Já é possível aplicar em gigantes com um clique


Finanças pessoais> Escolha depende de quanto o investidor está disposto a arriscar
Créditos! AWPIXEL.COM. - FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
Se investir em uma empresa estrangeira já parece atrativo em tempos de juros baixos no Brasil, aportar recursos em uma gigante da tecnologia - como Google, Microsoft ou Facebook - pode ser ainda mais interessante. As principais formas de fazer isso incluem recibos emitidos por aqui, que espelham o desempenho das ações lá fora, e o investimento feito com uma conta aberta no exterior. A escolha depende, sobretudo, dos recursos que o investidor tem à mão e de quanto está disposto a arriscar.

Para quem não tem muito dinheiro disponível, uma alternativa são os Certificados de Operações Estruturadas (COE). Com esse produto, o investidor não compra a ação da empresa no exterior, mas adquire um papel que reflete o desempenho de um grupo de empresas por um período determinado. O investimento mínimo costuma ser de R$ 5 mil e o prazo, de pelo menos cinco anos.

Esse produto surgiu em 2014 e foi se diversificando desde então. Hoje, há opções para quem se interessa por empresas de tecnologia. Um produto que uma corretora oferece atualmente, por exemplo, tem seus rendimentos calculados a partir do desempenho de ações da Netflix, Amazon e da Disney.

"Há opções emitidas por grandes bancos brasileiros e do exterior. O Brasil sempre teve uma cultura de juros altos e se acostumou com produtos simples. Ainda estamos descobrindo opções de investimentos", diz Maite Kattar, especialista em COEs da XP Investimentos. As regras de remuneração variam, mas costuma funcionar assim: em um COE que acompanha ações de empresas de tecnologia, se todos os papéis tiverem subido ao fim do período, o investidor recebe o capital investido mais o porcentual de alta do ativo e uma taxa fixa, de 9% a 10% ano, geralmente. Em caso de queda no preço do ativo, o investidor recebe só o capital que ele havia investido.

"Com os juros em um patamar historicamente baixo e com perspectiva de queda, esse tipo de produto fica mais atrativo", diz Fabio Zenaro, diretor de Produtos de Balcão, Commodities e Novos Negócios da B3. Uma desvantagem é o tempo em que o capital fica parado sem remuneração, caso as ações não tenham um bom resultado. Uma opção são os COEs autocallables, que podem ser encerrados antes. Em um investimento de cinco anos, por exemplo, a cada seis meses é verificado se as ações subiram ou caíram. Se tiverem subido, o contrato é encerrado e o prêmio, pago.

Uma saída para quem mira em empresas de tecnologia no exterior é fazer um investimento direto, abrindo uma conta em uma corretora estrangeira. O investidor vira sócio direto da empresa que ele comprar a ação e não é necessário ser um investidor qualificado (que tem pelo menos R$ 1 milhão investidos). Além disso, ele pode ter acesso a mais opções de ativos no exterior.

O gerente de sistemas José de Paula, 35 anos, acha que vale a pena ampliar o portfólio de investimentos quando conseguir abrir uma conta para receber o dinheiro nos Estados Unidos. "Quero ficar de olho em ações de tecnologia, como Apple e Google, e no setor entretenimento, sobretudo a Disney, que tem mostrado bons resultados de bilheteria de cinema."

"Quando o investidor olha as empresas da B3, a maioria já está madura e sem crescimento exponencial para o futuro", diz Enrico Trotta, analista do setor de tecnologia do Itaú BBA. Ele avalia que, por conta do atual cenário econômico, muitos investidores, inclusive os conservadores, têm migrado da renda fixa para a variável. "E há uma geração de millennials que busca empresas de tecnologia."

Algumas desvantagens, porém, devem ser consideradas. "É preciso arcar com encargos para enviar capital a uma corretora lá fora, que chega a 1,3% de spread e de 1,1% de IOF. Quanto maior o investimento, mais baratos ficam os encargos", diz Alberto Amparo, da Suno Research. E o investidor precisa considerar a variação cambial, que pode fazer com que o investimento acabe não valendo a pena.

Outra opção é investir nos chamados Brazilian Depositary Receipts (BDR), certificados que representam ações de empresas estrangeiras negociadas no Brasil. Os papéis são comprados aqui e espelham os resultados das ações no exterior.

"Mesmo sendo caros, os papéis de empresas de tecnologia têm grande potencial de crescimento. Elas estão criando serviços que serão essenciais", diz Roberto Teperman, diretor de vendas da Legg Mason no Brasil.

As opções de BDRs no País são limitadas, mas entre os títulos não patrocinados (os mais comuns) disponíveis na B3 estão os de grandes empresas de tecnologia, como Alphabet (do Google), Apple, Facebook e Amazon.

Em 2018, o volume negociado de BDRs foi de R$ 22,9 milhões, quase três vezes mais que no ano anterior. Entre os recibos mais negociados, o da Amazon foi o papel mais líquido, respondendo por 8,26% dos negócios da Bolsa, seguido por Apple (6,22%) e Google (5,54%).

Segundo a B3, porém, é preciso ser um investidor qualificado para ter acesso a esse produto, ou seja, ter mais de R$ 1 milhão investidos, o que restringe esses investimentos. Para investidores comuns, uma alternativa é buscar fundos que tenham esses papéis. No mercado, há opções em torno de R$ 25 mil.
Fonte! Chasque (reportagem) publicado nas páginas do Jornal do Comércio de Porto Alegre/RS, no caderno Empresas & Negócios, do dia 05 de agosto de 2019.