terça-feira, 27 de setembro de 2011

Expo Money Internacional São Paulo reúne mais de 20 mil pessoas

O Shopping do Seu Dinheiro amplia o leque de conhecimento sobre finanças e carreira, supera a expectativa de público em 9% e confirma o conceito para outras quatro cidades ao longo de 2011.

São Paulo - A 9ª Expo Money Internacional São Paulo, maior evento de educação financeira e de investimentos da América Latina, superou as expectativas dos organizadores e reuniu 20.171 visitantes durante os três dias, crescimento de 9% em relação ao ano passado. A edição trouxe neste ano o conceito "Shopping do Seu Dinheiro", onde os participantes encontraram no mesmo local as melhores opções para aprender a ganhar dinheiro, informações sobre como aplicar nos mais diversos tipos de investimento, como bolsa, renda fixa, franquias, e, principalmente, como se orientar financeiramente e planejar o futuro.

Nos três dias de evento, os iniciantes puderam adquirir mais conhecimentos sobre as finanças pessoais, aprender sobre planejamento e dar os primeiros passos rumo à independência financeira. Já os investidores iniciados ou mesmo avançados tiveram a oportunidade de conversar diretamente com profissionais de relações com investidores das empresas de capital aberto, e aprender com especialistas sobre diversos temas, como análise técnica e fundamentalista, macroeconomia, opções, de renda fixa e variável e home broker.

Neste ano, o evento trouxe os principais consultores e escritores do Brasil e também atrações internacionais, como o autor português do best seller "O seu primeiro milhão" e "O primeiro milhão para casais", Pedro Queiroga Carrilho, que falou sobre sua experiência como o primeiro escritor português a produzir um livro com dicas de investimento especificamente para portugueses; e o famoso grafista norte-americano Greg Morris, conhecido por traduzir os gráficos para o investidor individual, que ministrou duas palestras: "Como administrar seu patrimônio com Análise Gráfica", voltada para iniciantes no mercado financeiro; e outra designada para o trade de investidores, "Traduzindo o candlestick".

Grandes nomes nacionais, como Gustavo Cerbasi, Luis Carlos Ewald – o Senhor Dinheiro, que em suas duas palestras, reuniu mais de 600 pessoas -, Rafael Paschoarelli, Ricardo Humberto Rocha, Augusto Sabóia, Raphael Cordeiro, Mauro Calil, Jurandir Sell Macedo, também fizeram parte da grade de palestras desta edição.

Nos corredores do evento, os participantes contaram com a presença de empresas como Bradesco, Banco Sofisa, BanifInvest, BM&FBOVESPA, Itaú Unibanco, Rico.com.vc, Ourominas, Banco do Brasil, Geração Futuro, Agência Estado, Tesouro Direto, Magliano Corretora, Black Rock, entre outras.

Já a participação das empresas de capital aberto apresentou um crescimento de 25% em relação a edição anterior. Mais de 20 empresas marcaram presença esclarecendo dúvidas para os potenciais investidores e apresentando a empresa como uma opção de investimento. Entre as presentes estavam: Bradesco, Cemig, CPFL, Itaú Unibanco, Mills, Petrobras, Souza Cruz, Usiminas, Vale, Light, Banco do Brasil, Totvs, BRFoods e AES Tietê/Eletropaulo. Este ano também contamos com a estreia da OdontoPrev, Ecorodovias, Estácio, Vivo, Camargo Correa, SLC Agrícola, e do Grupo Pão de Açúcar.

"Esta é a primeira Expo Money efetivamente internacional. Nos outros anos trouxemos palestrantes de outros países, mas que falavam somente sobre o mercado financeiro brasileiro. Desta vez, as apresentações dos especialistas dos Estados Unidos e Europa abordaram também a realidade de seus países em um cenário econômico mundial de extrema importância", relata Robert Dannenberg, diretor-executivo de negócios da GEO Eventos, organizadora da Expo Money.

"Neste meu primeiro desafio à frente da Expo Money, tive a oportunidade de conversar e conhecer todos os expositores, e a percepção deles sobre o evento foi muito positiva. Todos me confirmaram uma melhora na estrutura e afirmaram que esta evolução vem acontecendo ano após ano. Nossa idéia é que isso continue", afirma Luis Abdal, novo diretor da Expo Money.

Esta foi a primeira experiência de Luis Abdal como diretor da Expo Money. Apesar disso, o executivo esteve presente em outras edições como expositor pela BM&FBOVESPA, onde foi diretor de Marketing e Comunicação nos últimos sete anos. "Seguindo a linha de evolução do evento, os expositores também estão correndo atrás de diferenciais e têm sofisticado suas apresentações nos estandes, trazendo ao local especialistas em técnica e estatística para falar ao público que circula pelo centro de exposições", percebeu Abdal.

O Shopping do Seu Dinheiro chamou a atenção dos visitantes, não só na comunicação visual, mas também no conceito mais amplo que podia ser observado da programação de palestras ao atendimento nos estandes, preocupados em orientar todos os participantes. O conceito criado internamente pela equipe da GEO Eventos, que trouxe o teaser Expo Money: O Shopping do Seu Dinheiro, será levado para o restante das edições da Expo Money no país. As próximas cidades a receberem o evento são Belo Horizonte - MG (18 e 19 de outubro), Vitória – ES (26 e 27 de outubro), Rio de Janeiro – RJ (09 e 10) de outubro e Porto Alegre – RS (29 e 30 de outubro).

Os horários na Clínica Financeira, foram bastante concorridos, confirmando o sucesso pelo terceiro ano consecutivo – mais de 180 atendimentos ao longo dos três dias. O plantão dos 20 consultores foi coordenado por Fabiano Calil e teve patrocínio do Bradesco Vida e Previdência. O serviço de atendimento personalizado e gratuito já recebeu mais de mil atendimentos em todas as edições desde o lançamento em 2009. "É um movimento transformador. As pessoas chegam com dúvidas e incertezas e conseguimos transformá-las em solução", relata Fabiano Calil.

Mais mulheres e cada vez mais jovens - Outra vitrine que movimentou a Expo Money 2011 foi o "Espaço Mulher". Dedicado exclusivamente ao público feminino, realizou 30 palestras sobre finanças, investimentos e carreira e reuniu cerca de 2 mil mulheres. Especialistas como Glória Maria Pereira, autora dos livros "A energia do Dinheiro" e "As Personalidades do Dinheiro", e a autora da Coleção Expo Money Márcia Tolotti - "As armadilhas do consumo" - orientaram o público em como lidar com as finanças em família, evitar consumos desnecessários, entre outros temas. "Percebi que as mulheres interessadas por educação financeira estão mais jovens. Isso é ótimo, pois podemos atingi-las na idade ideal para se prepararem para uma vida com mais instrução e conhecimento sobre seus gastos", disse Márcia Tolotti.

A participação das mulheres no evento em geral também evoluiu desde a primeira edição. Em 2003, elas representavam 15% do público, já este ano a participação saltou para 38%.

No Talk Show do Seu Dinheiro, espaço onde os especialistas são convidados a conceder entrevistas sobre o conteúdo apresentado nas palestras e tirar dúvidas dos visitantes, aconteceram 37 entrevistas. [ Os vídeos: http://www.youtube.com/user/EventoExpoMoney ].

Histórico do evento - A história da Expo Money pode ser contada também através da história dos investidores no país. O primeiro evento aconteceu em São Paulo, em outubro de 2003, quando no Brasil somava-se 85.478 de investidores pessoa física. No ano seguinte, este número saltou para 116.914, enquanto que o número de participantes do evento saltou de 9.182 para 13.366. Nesses nove anos, mais de 280 mil pessoas já participaram dos eventos e o número de cidades a receber a Expo Money também cresceu. Hoje são 13 edições que percorrem Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Salvador (BA), Florianópolis (SC), Brasília (DF), Goiânia (GO), São Paulo (SP), Belo Horizonte (BH), Vitória (ES), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS) e Ribeirão Preto (SP) ao longo do ano.

Fonte! Chasque publicado no sítio Portal Fator Brasil, no dia 27 de setembro de 2011. Abra as cancelas clicando em http://www.revistafator.com.br/

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Mas Bah! Neste 20 de setembro, a BOVESPA FUNCIONA, então....

Bueno! O chasque acima foi remetido pelo meu assessor Fabiano Dorneles, da Dérivés. Contatos com Fabiano Dornelles - Dérivés Investimentos - Mesa Bovespa / BM&F pelo fone (51) 3027-9415. Abra as cancelas do galpão virtual http://www.derives.com.br/.

Fundos imobiliários são melhores que renda fixa?

Gestores explicam por que os fundos imobiliários continuam interessantes para quem não quer correr o risco alto da bolsa e busca algo mais que os juros da renda fixa

Galpão da TRX Realty : em três anos, gestora montou fundos com patrimônio de R$ 400 mi
São Paulo – Com o alto grau de imprevisibilidade da bolsa, muitos brasileiros têm corrido para os investimentos em renda fixa. Ainda que o Banco Central tenha reduzido os juros de 12,5% para 12% ao ano, os títulos públicos brasileiros ainda pagam uma das taxas mais atrativas do mundo com um risco baixíssimo. Outro investimento que tem chamado a atenção dos brasileiros são os fundos imobiliários, que, desde 2005, garantiram a melhor rentabilidade aos investidores.

Na hora de avaliar se é melhor a renda fixa ou os fundos imobiliários, muitos brasileiros ficam com a primeira opção porque temem investir em imóveis após a rápida valorização dos últimos anos. Para Luiz Augusto Faria do Amaral e José Alves Neto, sócios da TRX Realty, entretanto, o momento ainda é muito bom para comprar quotas de fundos. Ainda que todo o discurso deva ser lido com algum senso crítico porque os dois trabalham em uma gestora de fundos imobiliários que planeja fazer três ofertas públicas até o início de 2012, a argumentação em si parece bem consistente e interessante, conforme os leitores de EXAME.com podem conferir a seguir:

“O momento ainda é muito positivo para nosso setor. Muita gente que analisa o investimento em fundos imobiliários erra ao simplesmente comparar o rendimento dos fundos DI com a receita gerada pelos aluguéis de imóveis. Em geral, os fundos imobiliários buscam um retorno de cerca de 9% ou 10% em dividendos anuais oriundos de aluguéis. Se a pessoa comparar com o que promete render um fundo DI hoje em dia [pouco menos de 12%], vai parecer que o investimento não é interessante.

Mas é importante lembrar que a maioria dos contratos de locação de imóveis no Brasil é reajustada pelo IGP-M. Como os aluguéis pagos hoje serão maiores daqui a 12 meses, a quota dos fundos imobiliários também tende a se valorizar nesse período ainda que o preço dos imóveis se estabilize ou suba com muito menos vigor nos próximos anos. O correto, portanto, é comparar o rendimento do fundo imobiliário com o ganho real, já descontada a inflação, de um fundo DI ou de um título público.

Considerando uma inflação de 6% para os próximos 12 meses, esses fundos dariam um rendimento real inferior a 6% ao ano. Se os juros continuarem a cair como o mercado espera, a vantagem dos fundos imobiliários sobre a renda fixa vai crescer ainda mais. Além disso, o fundo imobiliário com quotas negociadas na BM&FBovespa é isento de Imposto de Renda para pessoas físicas enquanto que, com títulos públicos ou fundos DI, a Receita Federal vai ficar com 22,5% a 15% dos ganhos.

É lógico que o risco de vacância ou inadimplência de um imóvel é bem maior que o de um calote do governo federal. Inquilinos problemáticos fatalmente vão reduzir o rendimento de um fundo imobiliário. Mas não acho que o risco seja tão maior que justifique o prêmio pago pelos fundos imobiliários em relação aos títulos públicos. Se o fundo comprar imóveis bons, que tenham sido construídos de acordo com os padrões desejados pelas empresas brasileiras, mesmo que algum inquilino decida se mudar, rapidamente será possível encontrar outra companhia para ocupar o espaço. A queda no valor dos dividendos pagos, portanto, será apenas momentânea.

Por outro lado, os títulos públicos podem ter riscos que não existem com fundos imobiliários. A inflação é um deles. O Tesouro Nacional até oferece títulos públicos que protegem o investidor da alta dos preços [as NTN-B com vencimento em 2035 pagam uma remuneração equivalente ao IPCA mais 5,7% ao ano]. Nesse caso, entretanto, a vantagem do investidor que opta por um fundo imobiliário e consegue 9% ao ano mais IGP-M é ainda maior. É verdade que o título público garante o IPCA e o fundo imobiliário só terá como referência o IGP-M para a valorização da quota. Mas, de novo, a correlação entre inflação e valor da quota é altíssima e o retorno adicional parece ser bem superior ao risco.

E ainda há o risco contrário, de que os imóveis continuem em alta no Brasil. Após a forte valorização desde 2007, os preços já não estão nenhuma pechincha. É necessário procurar muito para achar terrenos ou imóveis com preços interessantes. O investidor que vai atrás de um imóvel pronto hoje deve conseguir uma remuneração líquida de cerca de 0,8% ao mês. Mesmo com os preços elevados dos imóveis, se o gestor do fundo conseguir comprar bem uma propriedade, esse ganho pode ser acrescido com a valorização futura da propriedade.

O que procuramos fazer é comprar imóveis de propriedade de empresas que depois alugamos para elas mesmas por meio de contratos de longo prazo, uma operação conhecida como “sale and lease-back”. Outra operação que gostamos é chamada de “build to suit” – ou a construção de um imóvel com as características ideais para uma determinada empresa em troca também de um contrato de locação de longuíssimo prazo. O risco de o imóvel ficar vago nesses casos é muito baixo.

Já o risco de queda do valor dos imóveis é visto no mercado como remoto. Em matéria de preços, o setor imobiliário é tradicionalmente bem mais estável que outros, como a bolsa. Só costuma haver queda no valor dos imóveis em casos como o dos EUA em 2008, quando muita gente que comprou imóvel financiado resolve devolvê-lo ao banco quando percebe que o preço de compra era irreal após as mudanças nas condições de mercado.

Aqui no Brasil, o volume de crédito ainda é bastante baixo. Não vai haver uma enxurrada de imóveis retomados pelos bancos se houver alguma crise. Pelo que sentimos do mercado imobiliários, dificilmente haveria uma sobra de imóveis que justificasse a queda dos preços. Até pode ocorrer alguma queda no mercado residencial ou de salinhas comerciais. Mas em se tratando de lajes corporativas ou galpões logísticos, ainda há um grande déficit no Brasil. A oferta não consegue atender a demanda das empresas. Se a economia desandar, o risco que enxergamos é mesmo o de vacância ou inadimplência caso o gestor não tenha comprado bons imóveis.

Outro aspecto que qualquer investidor deve olhar em relação aos fundos imobiliários é a liquidez. No passado, investidores que comprassem um volume muito grande de quotas de um fundo poderiam ser obrigados a esperar algum tempo para vender tudo sem algum deságio. Mas a liquidez tem deixado de ser um problema para quem investe em fundos imobiliários. Os volumes de quotas negociadas na BM&FBovespa têm crescido rapidamente. Já não vejo grande vantagem nesse aspecto para quem investe, por exemplo, em títulos públicos [em que o Tesouro Nacional faz a recompra dos papéis todas as quartas-feiras].

Como tem muita gente querendo comprar e pouca gente querendo vender quotas, a liquidez é mais um problema para quem vai investir do que para quem vai desinvestir. É na hora da compra que pode haver algum ágio quando o volume desejado é grande.

Por último, há a aplicação inicial mínima. Os valores exigidos para entrar em alguma oferta pública de fundo imobiliário variam muito. Já montamos fundos com aplicação inicial mínima de 10.000 reais. Algo bastante acessível, portanto. Mas não são apenas as pessoas que têm esse dinheiro que podem investir em fundos imobiliários. Lançamos há algum tempo um fundo em parceria com o Morgan Stanley que teve quotas inicialmente precificadas em 100 reais cada. Com um pouco mais de dinheiro do que isso, uma pessoa pode comprar uma quota desse fundo na BM&FBovespa pela cotação atual. Então, no mercado secundário, pode ser até mais fácil investir em fundos imobiliários do que comprar um título público.”

Fonte! Chasque e retrato publicados no sítio do Portal Exame, na seção Seu Dinheiro, no dia 16 de setembro de 2011. Abra as cancelas clicando em http://www.exame.abril.com.br/.

O que aprender com os craques em esbanjar dinheiro

Gastos milionários e falta de planejamento financeiro estão entre os erros dos atletas que chegaram a perder todo o patrimônio acumulado ao longo da carreira


Romário já leiloou apartamento milionário para pagar dívidas
 São Paulo – Com poucos anos de trabalho, muito dinheiro no bolso. Na trajetória de craques do futebol descobertos na adolescência, salários polpudos costumam se somar a generosos contratos de publicidade com cada vez mais frequência. Mas se a ascensão dentro e fora dos gramados é meteórica, a queda – pelo menos financeira – também pode ser.

“Via de regra esses profissionais ganham muito dinheiro em um prazo curto de tempo. A fartura pode dar a impressão que os recursos nunca vão acabar”, afirma o educador financeiro Mauro Calil. Para ele, a rápida mudança no padrão de vida facilmente pode se converter em descontrole. “Muitos esticam o salário e gastam em excesso com coisas que não tinham, como carros importados, viagens caras e roupas de marca.”

Segundo Calil, qualquer aumento é motivador - mas por apenas três meses. “A partir daí você já se acostuma a fazer gastos mais altos, achando que o ideal seria que você ganhasse um pouco mais", alerta. A lição que fica é a mesma para qualquer pessoa, independente de demonstrar ou não habilidade com a bola: saber dizer não às tentadoras possibilidades de consumo, poupando no mínimo 10% salário é imprescindível para viver com conforto no futuro.

Dívida e prisão

Marcada por tumultuados episódios financeiros, a vida pessoal do ex-jogador Romário ganhou as páginas dos jornais em 2009. Na época, o baixinho perdeu sua cobertura na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e chegou a passar um dia atrás das grades. O motivo? Dívidas e não pagamento de pensão alimentícia.

Em pelo menos duas ocasiões a informalidade do craque em lidar com suas pendências lhe custou caro. Seu vizinho de baixo o processou por uma infiltração em 2003. O dano teria sido causado por obras feitas no apartamento de Romário. Inicialmente, o ex-jogador teria tentado resolver o impasse com um mal sucedido acordo verbal. Desde o início da pendenga, o processo exigiu o ressarcimento pelo reparo, além do valor que o vizinho deixou de embolsar com o aluguel do imóvel.

Com o impasse, os anos passaram e o prejuízo só cresceu. "Não tem jeito, quanto mais rápido você resolver problemas que envolvem dinheiro, menor será a dor de cabeça, já que juros e correção monetária devem aumentar significativamente o tamanho do rombo", alerta o educador financeiro Mauro Calil. No caso de Romário, a indenização estipulada em 2009 passou de 5,5 milhões de reais.

Para arcar com o pagamento, a justiça determinou que o craque leiloasse seu apartamento de 776m², vendido por 8 milhões de reais. O dinheiro foi usado para quitar outras dívidas deixadas pelo caminho, como parcelas de condomínio atrasadas e débitos com a Receita Federal.

Romário também emprestou recursos ao Vasco e até abriu mão dos seus direitos de imagem. A camaradagem, contudo, não foi reconhecida pela nova diretoria do clube, que não assumiu a dívida de 22 milhões reais feita com o craque. Como não há recibos formais de depósitos, mas apenas lançamentos no balanço do Vasco e uma confissão assinada pela antiga diretoria em 2004, o baixinho ficou a ver navios em uma querela que pode se estender por anos a fio.

Müller: todo patrimônio perdido
Para Mauro Calil, não importa quais forem os laços de amizade ou família. Antes de emprestar dinheiro, qualquer pessoa deve se cercar de garantias. "Registre uma nota promissória ou um termo de confissão de dívida no cartório de títulos", aconselha.

A maré da sorte pode ter mudado para o baixinho depois de ele ter assumido o mandato de deputado federal. Para Müller, seu companheiro na conquista do tetracampeonato mundial de futebol, 2011 foi o ano de assumir os erros do passado. Recentemente o ex-jogador veio a público dizer que embora tenha acumulado rios de dinheiro enquanto jovem, a fortuna foi torrada em gastos "desnecessários" e "vaidades pessoais".

Morando na casa de um amigo e sem nenhum dos vários carros e imóveis que chegou a ter, o ex-jogador chegou inclusive a vender a igreja da qual foi pastor. “O erro foi a falta de planejamento financeiro”, diz Calil. “O ideal para qualquer pessoa é aplicar a regra dos 70/30. Viva com 70% da sua renda e guarde 30% dos recursos todos os meses, sendo que o comprometimento com prestações pode tomar no máximo 20% do salário.”

Embora com consequências menos drásticas, a história do ex-jogador Zé Elias também costuma se repetir com muitos outros craques. Preso por um mês por não pagar pensão alimentícia aos dois filhos, o ex-corinthiano ganhou a liberdade no fim de agosto.

Zé Elias: dívida de quase 1 milhão
A dívida foi estimada em quase 1 milhão de reais. "Pesquisando os hábitos do pai, um advogado hábil sempre poderá provar que o relógio caro, os ternos bem cortados, as grifes e os carrões são uma prova de que o jogador pode sim arcar com pensões altas", afirma Mauro Calil. "Mas a carreira pode acabar rápido e o jogador descer de 300.000 reais por mês para muito menos que isso. Se ele mantiver o mesmo nível de gastos, entretanto, este será o parâmetro para o pagamento da pensão."
Depois da experiência, Zé Elias alegou não conseguir mais dormir e chegou a sugerir que os casos como o seu poderiam receber pena alternativa. O jogador também fez um alerta aos mais jovens, afirmando que a falta de instrução e o reconhecimento da noite para o dia poderiam abrir caminho para que muitos aproveitadores, homens e mulheres, pegassem carona na fama dos atletas

Fonte! Chasque e retratos, publicados no sítio do Portal Exame, no dia 19 de setembro de 2011, na seção Seu Dinheiro / Jogadores de Futebol. Abra as cancelas clicando em http://www.exame.abril.com.br/.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Chasque Bizarro 10! A testemunha que tinha visto “por primeiro”...

Em ação trabalhista, a reclamante postula a nulidade da sua despedida por justa causa. Trabalhara como atendente de creche e fora despedida a pretexto de ter agredido fisicamente uma criança que estava sob os seus cuidados.

Na audiência de instrução são ouvidas três testemunhas: duas da reclamante e uma da reclamada. Os presentes constatam que há sensível divergência entre os depoimentos.

As antigas colegas de trabalho da reclamante tinham atestado a qualidade profissional dela. E a testemunha da creche era pessoa humilde e disse ter presenciado as agressões. Tal pessoa já havia assinado o termo de depoimento, quando o juiz - analisando fisionomias - teve um “estalo” e pediu:
- Sente-se, por favor. Quero interrogá-la sobre mais algumas coisas.

Seguiu-se um diálogo tipo pingue-pongue.
- A senhora tem certeza do que disse?
- Tenho.
- A reclamante agrediu, mesmo, uma criança?
- Agrediu!
- Mas as outras moças que trabalhavam na creche disseram que a senhora trabalhava na cozinha, longe do local onde teriam ocorrido as agressões...
- Sim, é isso.
- Mas, então, como a senhora presenciou a agressão?
- Eu trabalhava lá, doutor.

Nesse momento, o advogado da reclamante, interrompendo o juiz, pede a palavra.
- Eu gostaria de fazer um questionamento. A depoente efetivamente assistiu a tudo, com os seus próprios olhos, ou alguém lhe contou?
- Eu fiquei sabendo.
- Por quem?
- “Por primeiro”... - e deu forte ênfase vocal na expressão.
- Como assim? A senhora pode nos explicar? – o juiz interveio.
- Por primeiro, antes de todos. Chamaram eu e mais duas colegas e nos levaram lá no escritório do doutor, esse doutor aí – a testemunha indicou o advogado da reclamada.
- E daí? – perguntou o magistrado, antes mesmo que o advogado da empresa ousasse se manifestar.
- E daí eu fui chamada “por primeiro”. Ele me falou o que eu tinha de dizer no dia da audiência. Eu não sei se a audiência é hoje, né, mas eu soube “por primeiro”, sim, isso é verdade, doutor! – denunciou, olhar aflito para o advogado que a havia instruído.

Este exibia uma face em tom que variava do carmim ao roxo, ora passando pelo branco-todo-vontade-de-sumir.

Claro que a sentença - proferida na própria audiência - desconstituiu a justa causa. A creche não recorreu ao TRT.

Fonte! Chasque publicado na edição de hoje do Jornal do Comércio de Porto Alegre - RS, por Marcos A. Birnfeld, na sua coluna "Espaço Vital".

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Previdência tem que mudar para melhor

Falar em mudanças na Previdência Social dá calafrios na maioria dos trabalhadores do País. Com efeito, depois que houve a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e, com a criação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), para substituir a estabilidade no mesmo emprego com 10 anos ao tempo do regime militar, causa de atritos seguidos entre empregados e empregadores, ninguém quer mexer em nada. No entanto, uma distorção tem sido muito forte com os aposentados e pensionistas que ganham acima de um salário-mínimo, ocorrendo o achatamento. Gente que "foi para casa" percebendo o equivalente a oito e 10 salários-mínimos hoje recebe não mais que quatro ou cinco, se tanto. Mas isso é no Regime Geral da Previdência, pois os servidores públicos estão bem melhor. Não que não mereçam, pois não se quer nivelar por baixo. No entanto, para não ficarmos como a Grécia, Itália, Espanha ou Portugal, mudanças terão que ser feitas. E quanto mais cedo, melhor.

Se não se pode mexer em direitos adquiridos, que as novas normas passem a valer para quem entrar no serviço público, o que seria justo e acabando com a tal de "expectativa de direito", uma excrescência jurídica medieval.

O déficit da Previdência do Regime Próprio da União deverá chegar a R$ 57 bilhões em 2011, dado oficial. E esse déficit está crescendo 10% ao ano. No ano passado, o rombo foi de R$ 51 bilhões, dos quais R$ 19 bilhões são específicos dos militares. Com essa perspectiva de crescimento do resultado negativo, o valor do déficit se aproxima cada vez mais à ordem de grandeza do orçamento do Ministério da Educação - de cerca de R$ 60 bilhões - e da Saúde, de R$ 70 bilhões. O saldo vermelho dessa conta é bancado pelo Tesouro Nacional.

Dois pontos tornam esse cenário ainda mais nebuloso. O primeiro é o número de assistidos, que, no regime próprio, é de apenas 950 mil pessoas. Para se ter uma ideia, o regime geral abrange um total 24 milhões de contribuintes da iniciativa privada. Em 2010, o déficit da Previdência desse grupo de pessoas custou ao Tesouro Nacional R$ 43 bilhões e a expectativa é a de que, com o aumento da arrecadação gerado pelo crescimento da formalização do mercado de trabalho, o rombo ceda para um intervalo entre R$ 38 bilhões e R$ 39 bilhões este ano.

O outro ponto é o de que 40% do 1,111 milhão de servidores que estão na ativa hoje e que estão no âmbito do regime próprio deverão se aposentar nos próximos cinco anos, deixando a conta ainda maior para o Tesouro. O sistema de partição simples, que existe hoje, está estrangulado, eis que a relação do total de pessoas que contribuem para o regime próprio e o de aposentados é de 1,17. O ideal seria uma proporção de quatro para um. Existe inviabilidade do sistema de partição existente. Recolhe quem está na ativa para dar a quem está aposentado. Não se guardam recursos. Por isso esse déficit é tão grande. O pior é que a aprovação do projeto de lei que cria um fundo de previdência complementar para os servidores públicos da União começará a surtir efeito sobre as contas públicas apenas 15 anos após sua entrada em vigor. Na União, como no Estado mudanças serão feitas para evitar o caos.

Fonte! Este chasque (texto) é o editorial do Jornal do Comércio de Porto Alegre, edição do dia 05 de setembro de 2011.

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Opinião do sítio O Bolso da Bombacha
 

Meus pais! Não são do tempo da aposentadoria complementar. São aposentados com um salário mínimo cada, pelo INSS, como trabalhadores rurais
 
Bueno! Nota-se no editorial do Jornal do Comércio, que a situação dos aposentados e dos futuros aposentados (os que recebem e os que vão receber mais de um salário mínimo) é de defasagem dos seus proventos ao longo do tempo.

Mas tudo isso pode ser mudado. Meus pais, hoje idosos, nunca ouviram falar da tal aposentadoria complementar. A minha geração é do tempo onde o investimento carro-chefe era a poupança (no tempo da inflação galopante) e outros produtos, como o Open e o Over. Hoje, em termos de produtos financeiros que visam o complemento da aposentadoria oficial (do INSS), pode ser um VGBL, PGBL, um Fundo de Pensão ou outro tipo de aplicação financeiro, feito ao longo da vida para fins de aposentadoria, que vai complementar a "escassa" aposentadoria oficial.

Se o vivente não quiser passar por apertos financeiros na velhice, trate de fazer o seu pé-de-meia para complementar a sua aposentadoria (oficial, do INSS), para, quando pindurar as chuteiras, ou seja,  quando parar de trabalhar, não vá depender financeiramente dos seus filhos.

E o mais importante, para a gauchada da minha geração. Encaminhe os seus filhos e netos, investindo em algum produto financeiro com fins de aposentadoria (daqui a 30, 40 ou 50 anos isso vai acontecer, pois eles vão se aposentar....), pois quanto antes se começa, menos é preciso para investir e principalmente: saia da mesmisse e invista na educação financeira, pois já vi gente na boca do caixa do bolicho, comprar três latas de cerveja, pagando com o cartão de crédito.... Não faça parte do percentual (em torno de 95%) de pessoas que fazem parte da mesmisse, dos que tem dívidas, dos que "aplicam" em títulos de capitalização (bom apenas pro banco), dos que compram carros baguais, financiados por vários anos, com juros estratosféricos e dos que nunca tem dinheiro, principalmente quando mais precisam, numa emergência, por exemplo.....

Saudações tradicionalistas

Valdemar Engroff - o gaúcho taura

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

6 tipos de fundos imobiliários com riscos distintos

Entenda quando um fundo pode ser considerado uma aplicação de renda fixa, um investimento de renda variável ou uma mistura dos dois

Eldorado Business Tower, em São Paulo: imóvel de alto padrão transformado em fundo


São Paulo – Os fundos imobiliários renderam 375,7% entre janeiro de 2005 e o mês passado, o suficiente para que se tornassem a aplicação financeira de maior rentabilidade no Brasil (clique aqui e veja o balanço - http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/imoveis/noticias/fundos-imobiliarios-sao-melhor-aplicacao-desde-2005). Um resultado tão vistoso tem atraído cada vez mais investidores interessados em surfar no boom imobiliário. Desde 2008, o número de quotistas desses fundos cresceu quatro vezes. O mercado brasileiro, no entanto, ainda pode ser considerado acanhado quando comparado ao americano. A principal barreira de entrada a novos investidores é a falta de entendimento do produto, que é pouco padronizado. “Um fundo imobiliário pode ser um investimento de renda fixa, uma aplicação de renda variável ou uma mistura dos dois”, diz Valdery Albuquerque, diretor de renda fixa e fundos imobiliários do Banco Fator.

A complexidade de alguns fundos é tão grande e o nível de divulgação de informações chega a ser tão baixo que muitas vezes até mesmo os analistas profissionais de mercado têm dificuldade para avaliar o preço justo das quotas de muitos dos 54 fundos negociados em bolsa. Para facilitar o entendimento dos investidores, EXAME.com dividiu os fundos imobiliários em seis grandes grupos. Leia a seguir quais são as características de cada um e para que tipo de investidor são indicados:

1 - Fundos de desenvolvimento imobiliário

Esses são os fundos imobiliários mais arriscados e também os que oferecem o maior potencial de retorno. O gestor investe na construção de imóveis que serão depois revendidos com a expectativa de obtenção de lucro. São recomendados apenas para quem tem sangue frio porque todo o risco do incorporador é transferido para o investidor. Se houver algum problema em uma obra, se o empreendimento não conseguir a licença ambiental, se a prefeitura não liberar o habite-se ou se a obra ficar mais cara que o esperado, é o quotista que sai perdendo. Com tantas incertezas, é complicado tomar a decisão de investimento. “Quando só o terreno já foi definido, é muito difícil avaliar qual é o potencial de lucro e de receitas de um fundo”, diz Maximiliano Marques Rodrigues, da Votorantim Asset Management.

Não é à toa que os fundos de desenvolvimento imobiliário são direcionados apenas a investidores com mais dinheiro. O RB Capital Desenvolvimento Residencial I, por exemplo, exigiu investimento inicial mínimo de 150.000 reais em sua oferta pública e captou 127 milhões de reais. O fundo vai construir principalmente imóveis residenciais de até 500.000 reais que estão dentro do SFH (Sistema Financeiro da Habitação) e vendê-los quando ficarem prontos. A promessa é entregar uma forte valorização de INCC (índice de inflação da construção calculado pela FGV) mais 20% ao ano ao investidor. Se tudo der certo, terá sido um excelente negócio, e vice-versa.

2 - Fundos de renda - Shoppings

Os fundos de renda são os mais fáceis de ser compreendidos. O gestor compra um ou mais imóveis, aluga essas propriedades para lojistas e distribui a renda líquida gerada pelos aluguéis mensalmente aos quotistas. O fundo tem um componente de renda fixa uma vez que distribui aluguéis mensais. Por outro lado, quando o imóvel fica vago, há uma interrupção no fluxo de renda, o que é uma característica de uma aplicação de renda variável. Para o investidor, uma das grandes vantagens dos fundos de shoppings é a diversificação. Um único shopping pode ter mais de 300 lojas e inquilinos diferentes. O sucesso desse tipo de fundo, entretanto, depende tanto do momento do mercado imobiliário quanto do desempenho do varejo, explica Marcelo Michaluá, sócio da RB Capital, uma das líderes brasileiras em fundos imobiliários. Quando a economia vai bem e as vendas do varejo estão em alta, um shopping tende a ter menor vacância. Além disso, os próprios contratos de locação assinados com os lojistas costumam prever o pagamento de aluguéis que variam de acordo com o faturamento dos comerciantes. Logo, a inflação, que voltou a ser um risco no Brasil, pode não afetar quem investe em um shopping porque o aumento de preços eleva o faturamento das lojas.

No Brasil, uma das gestoras especializadas em fundos imobiliários de shoppings é o Credit Suisse Hedging-Griffo. O maior fundo é o CSHG Brasil Shopping, que tem patrimônio de 420 milhões de reais e participações em seis empreendimentos localizados em cinco capitais. Lançado em 2006, o fundo concedeu aos investidores uma taxa de retorno de 124% desde então – equivalente a mais de duas vezes o CDI líquido acumulado no período.

3 - Fundos de renda – Lajes corporativas e galpões industriais

Funcionam de forma parecida com os fundos de shoppings, mas não costumam ser tão diversificados, já que dificilmente um prédio de escritórios de alto padrão tem centenas de inquilinos. O que o gestor pode fazer para dirimir os riscos é comprar mais de um imóvel. O FII Rio Bravo Renda Corporativa, por exemplo, foi lançado em 1999 para investir em seis andares do JK Financial Center, um prédio comercial no coração financeiro de São Paulo. Em 2009, o fundo pediu autorização dos quotistas para alterar seu regulamento de forma que outros imóveis pudessem ser incluídos. Após obter a aprovação e captar mais recursos, a Rio Bravo comprou um andar do Jatobá Green Building (uma torre de escritórios de alto padrão na região sul de São Paulo) que hoje está locado para a Kraft e um andar do Parque Paulista (na região da avenida Paulista) que foi alugado para a Swiss Re. “A mudança do perfil do fundo contribuiu para a valorização da quota, o aumento da liquidez e a redução do risco para o investidor”, diz Augusto Martins, analista da Rio Bravo, gestora que administra 27 fundos. O Renda Corporativa tem quotas negociadas em 97% dos pregões da BM&FBovespa, o maior índice de liquidez da indústria. Todos os contratos de locação fechados pelo fundo são reajustados anualmente pelo IGP-M.

4 - Fundos de fundos

Seguem a mesma lógica de um fundo de ações. São fundos que investem em quotas de outros fundos imobiliários que, na visão do gestor, estão mal precificados pelo mercado. Trata-se de um gênero ainda novo no Brasil. Com um patrimônio de 145 milhões de reais, o BC Fundo de Fundos de Investimento Imobiliário foi o primeiro da categoria. Criada pela Brazilian Capital, a aplicação tenta lucrar com operações de compra e venda de quotas de outros fundos e distribui os ganhos obtidos aos quotistas. É ideal para quem deseja montar uma carteira de fundos bastante diversificada. Hoje o BC Fundo tem 35% do patrimônio investido em CRI, 12% em LCI e o resto em quotas de fundos imobiliários negociados em bolsa. No portfólio, há fundos de flats, lojas, shoppings, hospitais, universidades e escritórios. “E nenhum fundo da carteira representa mais de 10% do patrimônio líquido”, diz Rodrigo Mennocchi, da Brazilian Mortgages. Com 2.500 quotistas, o fundo é também um dos mais pulverizados do mercado brasileiro. Uma das explicações é que o investimento mínimo na oferta pública foi de apenas 1.000 reais.

Para Alexandre Machado, do Credit Suisse Hedging-Griffo, um dos benefícios do surgimento dos fundos de fundos imobiliários será a precificação mais profissional desses papéis. Segundo ele, hoje em dia o valor das quotas negociadas em bolsa segue o valor dos aluguéis distribuídos pelo fundo, mas praticamente não há correlação com a inflação nem com o valor patrimonial dos imóveis incluídos. “Acredito que o mercado precifica de forma errada os fundos imobiliários”, diz Machado. Em parte, isso pode ser explicado pelo fato de que 70% das quotas de fundos imobiliários estarem nas mãos de pessoas físicas. “Isso vai mudar à medida que mais profissionais tomem as decisões de investimento.”

5 - Fundos de compra e venda de imóveis

São fundos bem mais comuns nos EUA que no Brasil e tentam lucrar com a compra e venda de imóveis. Quando o ciclo econômico parece ruim, o fundo compra imóveis a um preço interessante, e vice-versa. No Brasil, o maior é o Brazilian Capital Real Estate Fund I, que foi lançado há quatro anos e tem 1,6 bilhão de reais em patrimônio líquido. O fundo é dono de grandes empreendimentos imobiliários, como 60% do Eldorado Business Tower em São Paulo, 60% da Torre Almirante no Rio, 60% do Brazilian Financial Center na avenida Paulista (antiga sede do Banco Real) e vários outros. Boa parte dos imóveis foi comprada entre 2008 e 2009, quando a economia mundial passava por um mau momento. Agora que o Brasil já provou estar mais preparado para enfrentar turbulências e o mercado vive um boom, o fundo começou a vender ativos de seu portfólio.

Apesar de ter fechado excelentes negócios nos últimos anos, o mercado vê o Brazilian Capital Real Estate com certo ceticismo devido à baixa distribuição de dividendos. A receita anual com locação é equivalente a 11,5% do patrimônio do fundo, mas só 6% vão para o bolso dos quotistas. O resto vira caixa que o fundo usa para fazer novas aquisições. Mas como no Brasil a precificação das quotas é feita com base nos aluguéis distribuídos, quase não houve valorização desde a estreia do fundo – o que comprova a aversão dos investidores. Rodrigo Mennocchi, da Brazilian Mortgages, diz que há estudos em curso para elevar a distribuição de dividendos para 7% ao ano. Os mais de 1.500 quotistas ficariam imensamente gratos.

6 - Fundos de recebíveis imobiliários

Esses são os únicos fundos imobiliários que podem ser considerados investimentos puros de renda fixa. Quem investe em fundos de CRI (certificados de recebíveis imobiliários) compra o direito de receber créditos concedidos para a aquisição ou construção de imóveis. Em geral, um banco concedeu esses empréstimos e, para ter fôlego para gerar novos créditos, decide fazer a securitização de parte da carteira. O investidor compra o direito de receber esses empréstimos bancários acrescidos de juros por meio dos CRIs. Esse instrumento tem uma vantagem tributária por ser isento de IR para pessoas físicas. No entanto, apenas investidores qualificados, com mais de 300.000 reais em aplicações financeiras, costumam ter permissão para investir diretamente no papel. “O fundo de CRI é interessante porque deu ao pequeno investidor acesso a esse mercado”, diz Marcelo Michaluá, da RB Capital.

É importante esclarecer que o investidor não corre diretamente o risco do mercado imobiliário, mas o risco de crédito de quem tomou o empréstimo. Apesar de ser um investimento em renda fixa, o CRI é um título de crédito privado de longo prazo e não deve ter seu risco comparado ao de um título do governo federal, por exemplo. “É difícil avaliar qualquer crédito de longo prazo, ainda mais no caso dos CRIs, que não têm padronização nenhuma”, diz Maximiliano Marques Rodrigues, da Votorantim Asset Management, líder brasileira em fundos imobiliários de CRI, com 800 milhões de reais em patrimônio administrado.

Por outro lado, o gestor desses fundos pode comprar créditos gerados por diversas instituições financeiras, aumentando a diversificação. O Fator Verità FII, por exemplo, comprou 10 CRIs diferentes, além de colocar uma pequena parte do patrimônio em outros papéis imobiliários como LCI e quotas de outros fundos. Com 31 milhão de reais sob administração e uma aplicação mínima de 20.000 reais na oferta pública, o fundo promete obter um retorno de IGP-M mais 8% ao ano.

Fonte! Chasque de João Sandrini, publicado no Sítio do Portal Exame, no dia 21 de julho de 2011. Abra as cancelas clicando em http://exame.abril.com.br/.

Chasque Bizarro 9: A moeda de um real e o dano moral

O cliente tradicional de pequena padaria de bairro residencial confessa à proprietária as dificuldade financeiras que ele e a esposa passam momentaneamente. Pede, então, um crédito de R$ 15 para pagamento em 30 dias. Ela se solidariza e concede.

O tempo passa, o homem continua inadimplente, mas comprando à vista na padaria. Sempre que questionado sobre o débito, promete:
- Na próxima sexta-feira eu trago o dinheiro.

Passados 90 dias, pendência mantida, vãs promessas repetidas, a proprietária é incisiva:
- Dou-lhe definitivamente mais uma semana de prazo. Se até sexta-feira próxima o senhor não pagar, não precisa mais comprar aqui, não o quero como cliente.
- Pode deixar. Na próxima sexta efetuarei o pagamento.

Na semana seguinte o cliente volta, pede alguns cacetinhos e um litro de leite. Ao se dirigir à caixa, é objetivo:
- Hoje começo a acertar a continha!

A proprietária da padaria fica feliz.
- Ótimo! Sua compra de hoje são quatro reais.

Ele entrega uma cédula de R$ 5,00 e recebe R$ 1,00 de troco. Em seguida a proprietária questiona:
- E a continha de R$ 15,00?

O homem devolve a moeda de R$ 1,00.
- Aqui está para abater dos R$ 15,00. A diferença pagarei na próxima sexta-feira!

Sentindo-se enganada, a proprietária manda o homem sair da padaria, chama-o de “caloteiro” e atira a moeda de R$ 1,00 na cabeça dele.

O homem vai ao JEC reparação por dano moral, “face aos inúmeros constrangimentos experimentados”. Audiência designada, citação etc. Na solenidade, o conciliador pergunta ao requerido - que é o esposo da dona da padaria:
- O senhor tem conhecimento dos fatos narrados na inicial. Existe uma proposta de acordo?

O dono da padaria se desmancha em lamentações:
- Eu e minha mulher ajudamos a família do senhor João. Fornecemos crédito. Ele não nos paga. E quando é cobrado pela minha esposa, quer indenização...

O autor argumenta:
- Excelência, eu paguei um real e informei que faria o pagamento parcelado. Mas a proprietária, além de me chamar de caloteiro, jogou a moeda na minha cabeça, me causando muita dor na região.

O conciliador questiona o autor:
- Senhor João, qual é sua pretensão?
– Apenas R$ 50,00!

O requerido reage, quase em fúria, alegando que era impossível, um absurdo etc.

O conciliador esclarece as partes sobre as vantagens de findar o processo no ato, pois uma nova audiência traria maiores ônus etc. E sugere um acordo: o pagamento de R$ 20,00 mais a quitação da dívida (R$ 14,00). O autor aceita.

O dono da padaria condiciona:

- A importância de R$ 20,00 será entregue em mercadorias da padaria e em horários em que a minha esposa não estiver no local.

Negócio fechado, termo assinado, acordo homologado, processo extinto.Aos amigos mais próximos, o advogado e conciliador Isaias Blos relata, no dia seguinte, os fatos e comenta sua constatação de ter visto “o mau pagador ser beneficiado pela boa-fé do próximo que o ajudou em momento difícil”.

O caso vai ficar nos anais do Posto Feevale do Juizado Especial de Novo Hamburgo.

Fonte! Chasque publicado no Jornal do Comércio de Porto Alegre - RS, na edição do dia 02 de setembro de 2011, na coluna Espaço Vital, de Marco A. Birnfeld.

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Obsrvação! Tchê! Mas que barbaridade....

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Fundos imobiliários são melhor aplicação desde 2005

Forte valorização dos imóveis proporcionou um ganho médio de 375,7% a quem investiu nesses fundos nos últimos seis anos e meio


Shopping West Plaza: fundo teve alta de 29,8% nos últimos dois anos e meio, o pior retorno entre os pesquisados

São Paulo – Não são apenas os proprietários de casas e apartamentos que ficaram mais ricos nos últimos anos. Um estudo feito pela gestora de recursos Rio Bravo com exclusividade para EXAME.com mostra que os fundos imobiliários foram a aplicação financeira mais rentável dos últimos seis anos e meio. Esses fundos proporcionaram ao investidor um retorno médio de 375,7% de janeiro de 2005 até o mês passado. De acordo com dados do Instituto Assaf, a segunda melhor aplicação financeira no mesmo período foram os títulos públicos do governo federal. Uma cesta de NTN (papéis que pagam uma rentabilidade equivalente à inflação mais uma taxa de juros) teve valorização média de 176% no mesmo período (veja abaixo quanto rendeu cada aplicação).

No Brasil, não existe um índice que meça a rentabilidade média dos fundos imobiliários. O indicador desenvolvido pela Rio Bravo considerou a taxa média de retorno paga aos investidores por 13 fundos. A rentabilidade reflete tanto as receitas com aluguéis que foram distribuídas aos quotistas quanto o aumento do valor das quotas em bolsa. O critério é o mesmo para o Ibovespa, por exemplo, que considera tanto a valorização das empresas incluídas no índice quanto os dividendos distribuídos aos acionistas.
Além da rentabilidade bastante superior, outra vantagem dos fundos imobiliários sobre a bolsa foi a menor volatilidade. O retorno foi positivo em todos os anos considerados no estudo ao contrário do que se observa com as ações - o Ibovespa chegou a cair mais de 40% em um único ano. Por outro lado, os fundos imobiliários estão longe de apresentar um ganho tão constante quanto o da renda fixa. Em 2008, a rentabilidade dos fundos foi a pior da séria: apenas 5,62% - ou algo inferior à da caderneta de poupança. Já no ano de 2009 veio o melhor resultado: valorização de 43,43%, suficiente para deixar qualquer investidor feliz.

A alta volatilidade é um efeito colateral da forte valorização dos imóveis nos últimos anos. Os preços das propriedades subiram muito e deixaram os investidores bem contentes. Por outro lado, o ganho obtido no período foi muito mais influenciado pela valorização das quotas em bolsa do que resultante dos aluguéis distribuídos pelos fundos aos quotistas – esses, sim, bastante regulares.

Inclusive o investidor que avalia que os preços dos imóveis já chegaram próximos ao limite não deve investir em fundos imobiliários. Os aluguéis distribuídos pelos fundos no ano passado representaram em média 8,56% do valor das quotas. Com um investimento muito mais seguro como títulos públicos ou fundos de renda fixa, é possível obter uma taxa anual de retorno mais alto do que essa – ao menos enquanto os juros básicos da economia estiverem acima de 12% ao ano.

Como funciona


Os fundos imobiliários são aplicações financeiras em que o dinheiro dos investidores é usado para a compra de um ou mais imóveis. Essas propriedades serão posteriormente alugadas para que o rendimento mensal possa ser distribuído aos quotistas. Quem decide investir em imóveis por meio de fundos tem uma série de vantagens. A principal delas é que não é preciso pagar Imposto de Renda sobre o rendimento obtido com aluguéis quando os fundos são listados em bolsa e obedecem a determinadas regras.

Outro benefício é que é possível investir em fundos imobiliários com quantias que não são suficientes para a compra de um imóvel, como 10.000 reais, por exemplo. Isso quer dizer que com 100.000 reais dá para montar uma carteira imobiliária bem diversificada comprando quotas de imóveis em bolsa. A possibilidade de diversificação não é apenas geográfica: dá para ser dono de partes de shoppings, torres de escritórios, hotéis e hospitais, entre outros imóveis corporativos (clique aqui e veja opções - http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/video/seu-dinheiro-na-tv/a-melhor-maneira-de-investir-em-imoveis-corporativos).

Uma terceira vantagem é a maior liquidez. Há vários fundos imobiliários que têm quotas negociadas praticamente todos os dias na BM&FBovespa – enquanto a venda de um imóvel físico pode levar anos. A transação também é mais barata. Os custos com a transferência da escritura e os impostos municipais somam cerca de 3% do valor de um imóvel. Já a comissão da imobiliária pode somar até 6% do preço de venda do bem.

O último grande benefício é que o proprietário da quota delega a um gestor profissional trabalhos enfadonhos, como a realização de reformas ou a cobrança de inquilinos inadimplentes (clique aqui e veja 10 vantagens dos fundos sobre os imóveis).

Cuidados

Mas os fundos imobiliários também apresentam riscos que precisam ser avaliados antes que o investimento seja feito. Para Denise Hills, superintendente da área de sustentabilidade do Itaú Unibanco, e Martin Iglesias, gerente de educação para investidores do banco, a principal dificuldade para o investidor é avaliar se uma quota está cara ou barata. Quando alguém vai comprar um apartamento, por exemplo, pode simplesmente comparar o preço dele com outros imóveis da região para tirar uma conclusão sobre a adequação do valor pedido.

Já para avaliar se um shopping é negociado a um preço justo, é necessário gastar mais tempo levantando informações e fazendo contas. Em geral, o mercado não considera interessante qualquer fundo em que os aluguéis distribuídos mensalmente ao quotista sejam inferiores a 0,7% do valor da quota. Se essa regra for seguida à risca, entretanto, o investidor pode muitas vezes perder um bom negócio caso, por exemplo, várias torres de escritórios sejam erguidas perto de um shopping negociado em bolsa (clique aqui e veja mais detalhes - http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/imoveis/noticias/os-fundos-imobiliarios-que-valem-a-pena).


Outro problema é que não existe um índice oficial sobre o retorno médio dos fundos imobiliários. O indicador desenvolvido pela Rio Bravo reflete a rentabilidade média de 13 fundos com boa liquidez: Rio Bravo Renda Corporativa, Europar, Square Faria Lima, Shopping Pátio Higienópolis, Torre Norte, Grand Plaza Shopping, Edifício Almirante Barroso, BB Progressivo, Torre Almirante, Projeto Água Branca, CSHG Brasil Shopping, Hotel Maxinvest e West Plaza. Apenas sete desses fundos compunham o índice em janeiro de 2005. Os demais foram incorporados à medida que eram lançados e começavam a ser negociados na bolsa.

Diversificação relativa

É verdade que o investidor consegue montar uma carteira bastante diversificada de fundos imobiliários com o mesmo dinheiro que seria destinado à compra de um único imóvel. Mas Jayme Carvalho, estrategista do private banking do Santander, lembra que a maioria das pessoas que acumularam um bom patrimônio já possui um imóvel próprio para morar. Comprar fundos imobiliários ao invés de outras aplicações financeiras pode levar, portanto, a uma exposição excessiva do patrimônio de uma pessoa ao mercado imobiliário.

Pouca gente acredita que já haja uma bolha no mercado imobiliário brasileiro (veja os argumentos de quem acha que ela existe - http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/imoveis/noticias/6-sinais-de-que-pode-haver-uma-bolha-imobiliaria-no-brasil), mas duvidar que isso possa acontecer algum dia não é razoável. Carvalho, do Santander, lembra que a crise das hipotecas desatada em 2008 nos EUA mostrou que diversos investimentos imobiliários eram muito mais arriscados do que se imaginava. Ignorar que os preços dos imóveis já estão elevados e que uma hora ou outra todas as bolhas explodem é não querer aprender com os erros do passado.

Fonte! Chasque de João Sandrini, publicado no Sítio do Portal Exame, no dia 12 de julho de 2011. Abra as cancelas clicando em http://exame.abril.com.br/