sexta-feira, 26 de junho de 2015

Mulher leva vantagem com a nova fórmula da aposentadoria do INSS


Trabalhadoras chegam mais cedo à condição de pedir aposentadoria com nova fórmula. (Foto: Divulgação)
Trabalhadoras chegam mais cedo à condição de pedir
 aposentadoria com a nova fórmula. (Foto: Divulgação

A possibilidade de fugir do fator previdenciário ao atingir a conta 85/95 é vantajosa principalmente para as mulheres. O valor do benefício das trabalhadoras que atingem 85, somando o tempo mínimo de contribuição (30 anos) mais a idade, é 43% maior que o fator previdenciário. No caso dos homens, o aumento será de 17,5% para quem atinge os 35 anos de trabalho. Isso porque o fator foi criado para desestimular aposentadorias precoces e, quanto mais novo é o beneficiário do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), maior é descontado no salário.
 
Mulheres vivem mais
 
O atuário Newton Conde explica que a fórmula é melhor para as mulheres já que o tempo de contribuição exigido delas é de 30 enquanto o dos homens é de 35 anos. “As mulheres chegam mais cedo a condição de pleitear aposentadoria”, afirmou. O especialista chama atenção ao fato da conta progressiva, proposta pelo governo na MP (medida provisória) enviada ao Congresso Nacional na semana passada, levar em conta uma “previsibilidade” da expectativa de vida geral do brasileiro. No entanto, as mulheres vivem mais.
 
De acordo com o texto, a soma aumentará periodicamente até atingir os 90/100 em 2022. “Isso não está na conta. O aumento da soma conforme passa os anos não leva em conta que as mulheres têm mais anos de vida”, explicou Conde. Em média, os homens brasileiros vivem até os 71,3 anos. Já as mulheres têm expectativa de vida de 78,6 anos, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
 
Esclarecimentos
 
O ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, esclareceu como funcionará a nova tabela progressiva, que começa a valer imediatamente com a fórmula 85/95 e vai até dezembro de 2016. A partir de 2017, o cálculo será acrescido em um ponto a cada dois anos, até 2019. De 2020 em diante, haverá a soma de um ponto a cada ano até completar 90 (mulheres) e 100 (homens) em 2022. Hoje, as aposentadorias são calculadas pelo fator que reduz o valor quanto mais cedo o pedido é feito.
 
Na semana passada, a presidenta Dilma Rousseff vetou a parte da MP 664 que trocava o fator pela fórmula 85/95. Com a edição da MP 676, o empregado precisa atingir a pontuação prevista na norma para garantir aposentadoria integral até o teto da Previdência. A nova regra não afeta o trabalhador rural. Segundo o ministro, neste caso o benefício é por idade e na condição de segurado especial. Professores dos ensinos Infantil, Fundamental e Médio também tiveram a condição especial mantida, com cinco anos a menos de tempo de contribuição.
 
Mais alterações
 
As novas regras propostas pelo governo podem sofrer alterações assim que a MP 676 chegar no Congresso. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que cabe ao Parlamento mudar a medida provisória para evitar que a progressividade no cálculo das aposentadorias não “acabe comendo” a fórmula 85/95.
 
Trabalhador prejudicado
 
As duas principais centrais sindicais do País (CUT e Força Sindical) defenderam a manutenção da fórmula 85/95 como base nos cálculos das aposentadorias. No entanto, criticaram a adoção do modelo de progressividade para a concessão de benefícios nos próximos anos. Em nota, a CUT informou que o sistema incluído na MP 676 “não resolve as contas da Previdência e, entre 2017 e 2022, atrasará o acesso” dos trabalhadores à aposentadoria. A central continuará com campanha “para que o Brasil tenha uma Previdência viável, sustentável e justa”.
 
Já a Força destacou que a progressividade diminui “fortemente as vantagens da fórmula 85/95” e que “as novas regras vão mudar a vida do beneficiário da Previdência, dificultando o acesso à aposentadoria dos brasileiros”. O senador Paulo Paim (PT-RS) foi duro nas críticas à progressividade proposta. Ele disse que analisou o mecanismo com calma e classificou de “indecente”.  “Não há nenhuma análise técnica que diga e prove, a mim e ao mundo, que a expectativa de vida aumenta um ano a cada ano. É inaceitável”, reclamou.
 
Para o senador, o Congresso tem três alternativas: derrubar o veto, mantê-lo e acabar com regra da progressividade. Paim defende que a regra 85/95 seja aplicada para quem está no mercado e o governo use a 90/100 para os que começarão a trabalhar. (DSP e AD).
 
Fonte! Chasque (matéria) publicado no jornal eletrônico O Sul de Porto Alegre - RS, no dia 24 de junho de 2015. Abra as porteiras:   http://www.osul.com.br/mulher-leva-vantagem-com-a-nova-formula-da-aposentadoria/

A Falência da Previdência no Brasil

No Brasil sempre que se debate a falência da previdência se refere apenas ao Regime Geral de Previdência (INSS), jamais se toca no Regime Próprio de Previdência dos servidores público, nesse campo há um silêncio abissal de todos, sejam políticos, imprensa, grupos de debates, estudiosos, intelectuais. Em 2014, o déficit previdenciário pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) foi de R$ 79,5 bilhões (1,44% do PIB) e do déficit previdenciário do setor público federal pelo Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) foi de R$ 66,9 bilhões (1,21% do PIB), totalizando no ano 2014 déficit previdenciário de R$ 146,4 bilhões (2,65% do PIB).

Em 2014, a receita previdenciária pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) foi de ? R$ 319, bilhões (5,79% do PIB) em contribuições de 67,1 milhões de pessoas físicas, sendo 53,8 milhões de empregados. A despesa previdenciária dos benefícios pagos aos 27,5 milhões de aposentados e pensionistas, com salário médio de R$ 1.044,05, foi de R$ 399,2 bilhões (7,23% do PIB), fazendo com que o resultado previdenciário tenha sido negativo em R$ 79,5 bilhões (1,44% do PIB). No ano passado, a receita previdenciária pelo Regime Próprio de Previdência Social da União (RPPS) das contribuições dos 1.294.040 servidores ativos do governo federal (934.822 civis e 359.218 militares), com salário médio mensal de R$ 9.228,20, além da parte patronal e da contribuição dos inativos foi de R$ 29,2 bilhões (0,53% do PIB). A despesa previdenciária dos benefícios pagos aos 1.028.563 servidores aposentados e pensionistas do governo federal (731.977 civis e 296.586 militares), com salário médio de mensal de R$ 7.785,94, foi de R$ 96,1 bilhões (1,74% do PIB).

Em 2014, o rendimento médio/mês per capita com pessoal ativo da União ? 1.294.040 servidores (934.822 civis e 359.218 militares) foi de R$ 9.228,20, enquanto a média/mês per capita nacional para os trabalhadores formais nas atividades privadas foi de R$ 2.122,10 (77% menor).

Fonte! Chasque (matéria) de Ricardo Bergamini, publicada no Jornal do Comércio de Porto Alegre - RS, edição do dia 22 de junho de 2015. Fonte da arte: http://www.inssconsulta.com.br/

sábado, 20 de junho de 2015

Senadores do PT insistem na derrubada de veto sobre fator previdenciário

Renan Calheiros indicou que Congresso poderá trabalhar para melhorar o texto do governo
Paim argumentou sobre inconstitucionalidade de nova MP | Foto: Waldemir Barreto / Agência Senado / CP
Paim argumentou sobre inconstitucionalidade de nova MP | Foto: Waldemir Barreto / Agência Senado / CP
O senador Walter Pinheiro (PT-BA) pediu nesta quinta-feira ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que devolva a Medida Provisória 676/2015, enviada pelo governo ao Congresso depois do veto da presidente Dilma Rousseff à regra 85/95 do fator previdenciário. A MP retoma a regra aprovada pelos parlamentares – e vetada –, mas estabelece uma progressão para a fórmula, de modo que em 2022 a regra de aposentaria se transforme em 90/100 – soma dos anos de contribuição para a Previdência Social e idade para mulheres e homens, respectivamente.

Para o senador, a proposta é inconstitucional, e deve ser devolvida ao Executivo. “Essa MP 676 é um arraso, e vem cheia de vícios constitucionais. Não é possível que o governo não percebeu que é inconstitucional regrar cálculo de benefícios do INSS por meio de Medida Provisória, e ainda, propor escalonamento! Uma MP para vigorar daqui há dois, três anos, ou seja, sem qualquer urgência para tanto! Além disso, criando regras que são mais prejudiciais aos segurados do INSS que a prevista para os servidores? Isso só seria possível por meio de emenda constitucional”, afirmou.

A fórmula 85/95 foi aprovada para modificar o cálculo do fator previdenciário. Dessa forma, o segurado social poderia se aposentar com os vencimentos integrais – respeitado o teto do INSS – quando a soma da idade e do tempo de contribuição atingisse 85 para as mulheres e 95 anos para os homens. Assim, as mulheres poderiam se aposentar aos 55 anos, se atingisse 30 de contribuição, e os homens com pelo menos 60 anos de idade e 35 anos de contribuição.

No entanto, o governo considerou que o modelo seria insustentável para a Previdência Social no futuro, uma vez que a expectativa de vida dos brasileiros tem crescido e o tempo de usufruto do benefício se tornará cada vez maior. Por isso, a presidenta decidiu vetar o artigo que tratava desse tema e enviou nova MP para estabelecer a regra 85/95 associada a um escalonamento que acompanhará essas mudanças.

O senador petista já vinha defendendo que a presidente não vetasse a proposta aprovada pelo Congresso. Ele disse que a partir de agora vai começar uma campanha pela derrubada do veto. “Assim como trabalhamos para a sanção da fórmula original, com a regra 85/95, agora, com esse terror proposto na MP 676, friso que é inconstitucional, vamos mobilizar os colegas para derrubar o veto e também matar a nova medida do governo”, ressaltou.

O senador Paulo Paim (PT-RS), que foi um dos principais articuladores para a aprovação da fórmula 85/95 no Senado, também defendeu a devolução da medida. Em plenário, ele argumentou também sobre a inconstitucionalidade da nova medida.

Renan Calheiros considera nova MP “um avanço”

O senador Renan Calheiros reiterou, no entanto, que considera a nova MP “um avanço”, e disse que o Congresso poderá trabalhar para melhorar o texto do governo. “Eu acho que a regra de progressividade precisa, sim, ser modificada. Mas acho que ao partir [do parâmetro] 85/95, nós consagramos avanços do ponto de vista da decisão do Legislativo”, disse ele.

A MP 676 vai começar a tramitação pela comissão mista especial, que será formada por deputados e senadores. Na comissão, ela poderá receber as primeiras modificações. Em seguida, se for aprovada, a matéria seguirá para o plenário da Câmara e depois para o do Senado. Ela tem que ser aprovada em 60 dias, prorrogáveis por mais 60. Se isso não acontecer, perderá validade por decurso de prazo.

Fonte! Chasque (matéria) veiculado nas páginas do Correio do Povo de Porto Alegre - RS, na internet, no dia 19 de junho de 2015. Abra as porteiras: http://correiodopovo.com.br/Noticias/559418/Senadores-do-PT-insistem-na-derrubada-de-veto-sobre-fator-previdenciario

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Fórmula 85/95 deve ser vetada como alternativa ao Fator Previdenciário

Presidente Dilma sinalizou, em reunião, que vetará a Fórmula 85/95 como substituição ao Fator Previdenciário

Em um jantar no Palácio do Alvorada, líderes da base do governo fizeram um último apelo para que a presidente Dilma Rousseff não vete a proposta que flexibiliza o fator previdenciário. A petista, porém, sinalizou que vai barrar a proposta e que enviará ao Congresso uma nova fórmula prevendo a instituição do mecanismo 85/95 progressivo, que mudará a cada período de acordo com a expectativa de vida da população.
Presidente Dilma Rousseff
Presidente Dilma Rousseff

Segundo o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), a presidente não deixou claro qual era a sua decisão, mas disse que estava aberta à negociação. O peemedebista afirmou ainda que se colocou à disposição de Dilma para ajudar a aprovar uma nova proposta no Congresso.

Se houver a necessidade do veto, será um veto negociado para que, simultaneamente, seja aprovado uma medida provisória ou um projeto com regime de urgência. Nós preferimos que não aconteça o veto e que a gente faça o compromisso de fazer essa chamada escadinha em relação à expectativa de vida — afirmou.

Eunício disse também que alertou a presidente sobre desgaste que ela vai sofrer se decidir vetar a flexibilização do fator tanto diante da opinião pública quanto da sua base aliada.

Eu defendi que o veto é antipático para o Congresso e para as ruas.

Apesar dos apelos, o governo alega que, se não fizer isso agora, depois não conseguirá mais endurecer as regras, pois enfrentará resistência no Congresso. Além disso, caso não vetasse uma proposta que inviabilizaria a Previdência no futuro, a leitura do mercado financeiro seria a de que o governo abriu a guarda.

Dilma tem até esta quarta-feira para decidir se barra ou mantém a chamada fórmula 85/95, que permite a aposentadoria integral quando a soma da idade e do tempo de contribuição atingir 85 anos (mulheres) ou 95 anos (homens).

Fonte! Sítio O Previdenciarista, por Renan Oliveira, de Zero Hora. Abra as porteiras clicando em  https://previdenciarista.com/noticias/formula-8595-deve-ser-vetada-como-alternativa-ao-fator-previdenciario/

terça-feira, 16 de junho de 2015

Receita Federal caça contribuintes "pobres" nas redes sociais

Ao constatar inconsistências em declarações de imposto de renda, auditores recorrem a perfis de suspeitos em busca de pistas como fotos de carros de luxo e viagens ao Exterior

Receita Federal caça contribuintes "pobres" nas redes sociais Roberto Scola/Agencia RBS
Foto: Roberto Scola / Agencia RBS

O sujeito que mastiga pobreza na declaração do Imposto de Renda e arrota abastança em suas postagens nas redes sociais pode ser chamado a dar explicações à Receita Federal. No presente momento, em que as declarações de boa parte dos brasileiros estão sendo esquadrinhadas nos computadores do fisco, há auditores visitando também os perfis de contribuintes no Facebook e no Instagram em busca de sinais internéticos de luxo e esbanjamento.

Receita libera primeiro lote da restituição do IR nesta segunda-feira
A revelação foi feita dias atrás pelo próprio secretário nacional da Receita Federal, Jorge Rachid, em entrevista no Ministério da Fazenda.

– As redes sociais são fontes bastante ricas para fiscalização – admitiu.

A ideia é verificar o que estão postando nas redes sociais cidadãos cuja declaração revela alguma incongruência e passa a ser escrutinada pelos fiscais da Receita. A foto de um carro de luxo ou as imagens em um spa no Exterior, por exemplo, podem dar pistas de que um contribuinte está escondendo informações.

A Receita Federal em Brasília declinou o pedido de Zero Hora para que alguém falasse do assunto, mas o superintendente substituto regional, Angelo Rigoni, ofereceu algumas informações sobre como as redes sociais podem ajudar o fisco a buscar informações sobre possíveis casos de sonegação. Segundo ele, não há nenhuma orientação oficial ou estrutura montada para monitorar os perfis na rede, mas os auditores têm autonomia para vasculhar a internet se acharem que isso pode colaborar no trabalho.

– Não há uma orientação oficial ou uma forma institucionalizada de fazer essa busca. O que existe é usar todos os veículos disponíveis para buscar alguma informação. Qualquer fonte disponível pode ser aproveitada na apuração de fatos e irregularidades. O auditor tem liberdade de entrar no Facebook porque ele é aberto e pode trazer dados interessantes, que permitam verificar informações prestadas – observa Rigoni.

Conforme o superintendente substituto, essa investigação pode acontecer quando o sistema de informática da Receita detecta alguma inconsistência em uma declaração de renda. Nesse caso, o contribuinte cai na malha fina. É então que o servidor do fisco pode recorrer à web. O expediente também é útil em caso de denúncias.

Além disso, revela Rigoni, o fisco conta também com uma equipe de analistas responsável por planejar ações fiscais. Eles se debruçam principalmente sobre os dados que estão no próprio sistema da Receita, mas também estão sempre atentos ao noticiário e, agora, às redes sociais, para definir ações e diligências.

– Toda notícia que surgir pode ser utilizada. O auditor vai então aprofundar essa informação, buscar a confirmação em outras fontes, correr atrás da comprovação – afirma.

As redes sociais também têm sido utilizadas por advogados para construir seus casos. Everson da Silva Camargo, professor de Direito da Unisinos, conta que é comum os profissionais localizarem pessoas, comprovarem relações de intimidade ou verificarem patrimônio com a ajuda do Google e de perfis nas redes sociais.

– Em um caso, já entrei no Facebook de uma pessoa que alegava não ter bens e que postou a foto de carro e escreveu: "Hoje chegou meu brinquedinho novo" – relata Camargo.

O Leão não curte
Veja situações em que a Receita Federal pode bisbilhotar no perfil mantido por contribuintes em sites como o Facebook e o Instagram


Malha fina
As declarações de imposto de renda são submetidas a um sistema de informática que verifica se há inconsistência. Quando os dados não batem, a declaração cai na malha fina. Para verificar se há algum problema, auditores podem navegar nas redes sociais em busca de informações postadas pelo contribuinte.

Denúncia
Se o fisco recebe uma denúncia de sonegação envolvendo uma pessoa física ou uma empresa, ele se serve de todos os meios disponíveis para apurar a informação. Uma das possibilidades é vasculhar a internet à procura de pistas.

Planejamento
A receita conta com equipes que trabalham na análise de informações e programam ações de fiscalização. Esses servidores ficam atentos ao noticiário e às redes sociais, podendo deflagrar investigações quando deparam com algo que chame sua atenção.


Fonte! Chasque (reportagem) publicado no sítio oficial do jornal Zero Hora de Porto Alegre - RS, no dia 15 de junho de 2015. Abra as porteiras clicando em  http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticia/2015/06/receita-federal-caca-contribuintes-pobres-nas-redes-sociais-4781234.html 

domingo, 14 de junho de 2015

Veja quais são os caminhos da dona de casa até a aposentadoria


Veja quais são os caminhos da dona de casa até a aposentadoria Cynthia Vanzella/Agencia RBS
Foto: Cynthia Vanzella/Ag. RBS

Quem cuida da casa pode garantir benefícios pagando 5% do mínimo

Para elas, não são "apenas" oito horas de trabalho por dia. Ser dona de casa exige dedicação total, apesar de não ter os direitos de uma carteira de trabalho assinada. Mas um deles é garantido: desde 2011, as donas de casa são beneficiadas pelo Plano Simplificado da Previdência Social.

Entenda como funciona o novo cálculo para se aposentar

Com ele, as mulheres de famílias de baixa renda, que se dedicam ao trabalho doméstico na própria casa, podem pagar contribuição de 5% do valor do salário mínimo para garantir a aposentadoria por idade.

O principal requisito é preciso que a família esteja inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), e a renda mensal familiar não pode ultrapassar dois salários mínimos (R$ 1.576). Os homens também têm este direito.

Desaposentação depende de decisão do supremo

Outra exigência é que o segurado não exerça nenhuma outra atividade remunerada, mesmo que seja de forma autônoma, fazendo salgados para fora, por exemplo. De acordo com as regras do INSS, qualquer pessoa sem vínculo empregatício pode contribuir com a previdência por conta própria.

Aprenda a simular quando e quanto será a sua aposentadoria

É o caso dos segurados facultativos. Quem não se enquadra como família de baixa renda, para pagar apenas 5% do salário mínimo (R$ 39,40), deve arcar com valores maiores — veja detalhes nos quadros ao lado.

Estudantes também têm direito

Quem não está trabalhando para estudar também pode começar a contar tempo de contribuição para a aposentadoria e ter acesso aos benefícios da previdência, como o salário-maternidade e o auxílio-doença. Basta não receber salário.
A exceção são as bolsas de estudo, como mestrado e doutorado. Como são consideradas ajuda de custo e não remuneração, o beneficiado pode se enquadrar no regime simplificado, contribuindo com 11% do salário mínimo.

Veja quais são os direitos:

- Além da aposentadoria, são garantidos outros benefícios como salário-maternidade, auxílio-doença, auxílio- reclusão e pensão por morte. Há restrições apenas para o auxílio- acidente
- A aposentadoria por idade exige carência de 180 meses, ou seja, só terá direito após 15 anos de contribuição e idade mínima de 60 anos
- A pensão por morte tem carência de 24 contribuições, salvo se o segurado estivesse em auxílio-doença ou aposentado por invalidez

Quanto pagar

Veja o que é necessário fazer para ter direito aos benefícios da previdência:
- 5% do salário mínimo (R$ 39,40) é o que pagam as donas de casa de família de baixa renda. A aposentadoria virá pela idade: 60 anos para elas e 65 para os homens. A contribuição deve ser de, pelo menos, 15 anos
- Quem não é de baixa renda paga alíquotas de 11% (R$ 86,68) no plano simplificado ou 20%, se quiser contribuir sobre um valor maior ou também trabalha como autônomo
- Pessoas que já foram seguradas da Previdência em outros momentos não precisam fazer nova inscrição
- Interessadas que nunca contribuíram devem se inscrever na categoria de segurada facultativa, pela Central de Atendimento (telefone 135), pela internet (previdencia.gov.br) ou nas agências da Previdência

Fonte! Chasque (reportagem) publicada sítio oficial do jornal Zero Hora de Porto Alegre - RS, edição do dia 12 de junho de 2015. Abra as porteiras clicando em http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/economia/noticia/2015/06/veja-quais-sao-os-caminhos-da-dona-de-casa-ate-a-aposentadoria-4779639.html



Inadimplência no Rio Grande do Sul é menor que no restante do País

Economistas e dirigentes de entidades lojistas afirmam que gaúchos estão mais conscientes na hora de comprar


Monteiro afirma que gaúcho tem mais disciplina nos gastos pessoais
PH3A / Divulgação / JC
Monteiro afirma que gaúcho tem mais disciplina nos gastos pessoais
Os gaúchos estão zelando mais por um nome limpo no mercado. Segundo pesquisas que mensuram a expansão da inadimplência, o crescimento de dívidas não pagas no Rio Grande do Sul se mantém menor do que no restante do País. O último levantamento mensal do SPC Brasil, por exemplo, aponta que o volume de pessoas no Estado que deixaram de pagar suas contas em março deste ano cresceu 3,44% frente ao mesmo período de 2014, enquanto em todo o País o aumento foi de 3,76%. Outro levantamento, realizado pela Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) mostra que a inadimplência em Porto Alegre subiu 2,1% em abril de 2015, na comparação com o mês anterior. Já em relação ao mês de abril de 2014, o não pagamento de débitos na Capital diminuiu em 6,6%. Na variação acumulada em 12 meses, o indicador caiu 1,3%.

Segundo os dados apurados pela Serasa Experian, atualmente, existem 55 milhões de pessoas inadimplentes em todo o território nacional. No final do ano passado, por exemplo, 25,3% da população de Porto Alegre e 22,4% dos moradores da região Sul do Brasil (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) estavam negativados, conforme o Mapa da Inadimplência desenhado pela instituição. Ainda assim, os percentuais são menores do que os registrados no restante do Brasil.

Os maiores índices são da região Norte (31,1%), seguida pelo Centro-Oeste (26,4%), Sudeste (24,5%) e Nordeste (23,6%). Já as capitais com maior taxa de inadimplência são Manaus, com 38,1%; Porto Velho, com 37,2%, e Macapá, com 36,4%. No estudo, ainda foram avaliadas dívidas atrasadas em mais de 90 dias e com valores acima de R$ 200,00. Porto Alegre também se saiu bem no ranking de recuperação de crédito em abril frente a março deste ano, com crescimento de 12,4%, e em comparação ao mesmo período de 2014 (7,9%).

Também no cadastro da Boa Vista/SCPC, a região Sul é a menos inadimplente. Em abril de 2015, a taxa de devedores nos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul foi de 2,66%, contra 4,28% no Norte; 4,22% no Nordeste, 3,69% no Sudeste, e 2,92% no Centro-Oeste. "Em toda a série histórica, a região Sul é sempre a de menor incidência de população devedora", afirma o economista da instituição, Flávio Calife. "O Sul é uma região que tem mais acesso à informação, tem tradição mais austera e equilibrada, o que justifica estes índices", comenta.

No entanto, a baixa perspectiva de crescimento de PIB, as altas na taxa de juros, que regem o volume de crédito, a inflação, que não deve baixar de 8%, e o mercado de trabalho dão sinais do desaquecimento econômico gerando saldo negativo, que merece atenção, pondera o economista da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL-POA), Victor Sant'Ana. Ele adverte que, mesmo com uma pressão de melhora da inadimplência no Estado e na Capital, é preciso lembrar que aumentou o número de pessoas que não têm quitado suas dívidas nos últimos anos, enquanto o volume de nomes que saem do cadastro negativo está crescendo de forma mais lenta. "Desde meados de 2013, tem ocorrido aumento da inadimplência na Capital, mesmo que esta taxa tenha perdido força nos últimos dois meses", aponta Sant'Ana. Ele observa que, em paralelo, os indicadores de confiança dos consumidores têm permanecido pessimistas.

Só comprar o que for necessário, pesquisar preços e aproveitar ofertas são iniciativas fundamentais para baixar gastos em cenário de desaceleração econômica, ensina o especialista no mercado de recuperação de crédito e diretor de Novos Negócios da PH3A, Marcelo Monteiro. "Não é mágica: precisa mesmo é de disciplina." Ele destaca que no caso dos gaúchos, parte da população já entendeu o recado. "O Rio Grande do Sul é mais rico e bem preparado, com melhor nível educacional, o que facilita o entendimento", opina.

Índice de emprego ajuda a mitigar aumento de negativados

Para o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL) do Rio Grande do Sul, Vitor Augusto Koch, o aumento da inadimplência no Estado foi mitigado pelo fato de o emprego ter registrado melhor desempenho em março de 2015, com a geração líquida de 12.240 novas vagas. "Com mais pessoas contando com renda fixa, foi possível adquirir crédito e ajudar nas despesas da família. Por outro lado, a elevação da taxa de juros, especialmente no âmbito do cheque especial e rotativo do cartão de crédito, pressionou o aumento do número de dívidas em atraso", destaca o dirigente.

Mesmo assim, o Estado registra melhora no perfil de consumidores "conscientes e parcimoniosos", destaca o especialista no mercado de recuperação de crédito, Marcelo Monteiro. "Boa parte da população teve conquistas nos últimos anos, e não quer perdê-las. Os resultados são sinais de que as pessoas aprenderam a lidar com o novo cenário econômico", defende.

Atualmente, o Rio Grande do Sul conta com 13,1% da população negativada, sendo que - deste montante - a maior parte de endividados que não honraram suas dívidas nos últimos 90 dias (14,9%) está na Região Metropolitana, pondera o presidente da Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo (AGV), Vilson Noer. "Não é uma inadimplência fora de controle", avalia o dirigente. Ele destaca que no cenário de inflação alta, restrição ao crédito e desemprego acentuado, "não há dúvidas" de que os gaúchos estão mais conscientes na hora de comprar.

Monteiro considera que o descontrole maior ocorre por parte dos jovens com idade entre 16 e 20 anos. "Chama a atenção que 40% das pessoas neste perfil estejam inadimplentes no Rio Grande do Sul", observa. "A média do País é de 23%, dos 18 aos 24 anos", compara. Também as pessoas acima de 65 anos estão muito endividadas, ressalta o especialista. "Esta é uma fase da vida onde já se saiu do pico de despesa, o que talvez represente que os mais velhos estão tendo que mitigar problemas de outros integrantes da família", avalia. Já o presidente da FCDL afirma que a concentração do endividamento no Rio Grande do Sul ocorre entre os desempregados. "É a fatia com mais contas em atraso", garante.

De qualquer forma, os consumidores mostram que estão aprendendo a puxar o freio, destaca Monteiro. "Vide as vendas do varejo: o Natal e o Dia das Mães já não foram grande coisa, a busca por destinos internacionais no turismo foi substituída por roteiros nacionais, e há migração maior de pessoas em busca de crédito consignado. Tudo isso é reflexo de aprendizado, as pessoas estão realmente enxugando gastos e buscando limpar o nome na praça."

Móveis estão entre os produtos que mais afetam as dívidas não pagas

No ranking de setores com maiores dificuldades em receber em dia os valores das parcelas criadas pelos consumidores na hora da compra, estão os móveis e eletrodomésticos, vestuários e calçados, enumera o economista da Boa Vista SCPC, Flávio Calife.

Na pesquisa de percentual de inadimplentes por segmento, em Porto Alegre, no mês de março, os serviços mais afetados por quem não honrou com seus débitos foram os de segurança comercial (37,1%), financeiras e operadoras de crédito (20,8%), material de construção e ferragens (19%) e cosméticos e perfumarias (17,7%). Já à inadimplência na compra de móveis, no mesmo período, e artigos para casa foi de 17,4%.

Neste contexto, Calife observa que a queda no crescimento da inadimplência registrada em estados como o Rio Grande do Sul reflete ainda mais o movimento fraco do comércio e da economia do País do que, propeiamente, a capacidade de pagamento das famílias brasileiras.
"A alimentação está cara, assim como houve um aumento nas contas de luz e de água. Por isso, é muito importante ter um controle do orçamento familiar a longo prazo, além de evitar o uso de crédito", aconselha Calife.

No caso daqueles que precisarem de empréstimos para comprar ou quitar as dívidas, o economista da Boa Vista orienta: "Fuja do cheque especial ou do cartão de crédito rotativo, que são as ferramentas com os juros mais altos no mercado".

Fonte! Chasque (reportagem) de Adriana Lampert, publicada nas páginas do Jornal do Comércio de Porto Alegre, edição do dia 08 de junho de 2015