Para os pequenos investidores que desejam aplicar em mercado de capitais, o clube de investimento é uma das ferramentas mais adequadas. Isso porque não há necessidade de grande aporte de recursos, mas sim respeitar os valores mínimos determinados pelo regulamento de cada clube. Os interessados compram cotas desses condomínios, que podem custar R$ 100, R$ 200 ou um pouco mais.
Essas cotas são pedacinhos que, somados aos restantes, com o mesmo valor, formam a carteira de recursos. Este montante é gerido por administradores, que podem ser corretoras de valores mobiliários, bancos e especialistas autônomos.
RECURSOS - Os recursos do clube são aplicados em ações, que são parcelas de empresas negociadas na Bolsa de Valores, ou em renda fixa, como o Tesouro Nacional (com rentabilidade atrelada à taxa básica de juros Selic) e poupança.
Cada clube deve investir, no mínimo, 51% do capital em ações. E o restante pode ser distribuídos em outros mecanismos rentáveis.
Os gastos para manter as cotas são, normalmente, a taxa de administração, paga para o gestor da carteira, e os tributos. Esses valores são calculados com base no retorno das aplicações. Cada administrador tem taxa diferenciada, portanto é interessante procurar o clube adequado ao seu perfil.
O número máximo de integrantes é de 150 pessoas. Esta determinação fica sem efeito nos casos de condomínios formados por funcionários de uma empresa, ou participantes de alguma associação ou sociedade.
Nenhum integrante poderá manter mais de 40% das cotas do clube. E qualquer entidade que ficar inativa - mais de 180 dias sem ter posse de um título ou ação - deverá ser finalizado.
No site da BM&F/Bovespa (Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) (www.bmfbovespa.com.br/clube-de-investimento/clube-de-investimento.aspx), estão listadas as corretoras que trabalham com a modalidade e todos os nomes dos clubes em atividade.
No site das corretoras é possível identificar os detalhes de alguns clubes, como é o caso da Gradual Investimento (www.gradualinvestimentos.com.br/Portal/Conteudo.aspx?idpagina=139).SC900,115.
Investidor deve ter sangue frio e pensar em longo prazo
A carteira do clube de investimento é composta, em boa parte, por ações negociadas em Bolsa de Valores. Assim, essa modalidade é considerada investimento de risco, pois quem garante o lucro ou o prejuízo que será dividido entre os integrantes é a negociação das ações, que são imprevisíveis.
A valorização de uma ação depende da voracidade do mercado em que é negociada. Se a demanda por uma dessas partes das empresas é alta, seu valor sobe. Se a oferta é maior que a procura, os preços caem.
De acordo com o proprietário da corretora de valores Agea Investimentos, Ayrton Kamehiro Naka, de Santo André, o clube de investimento é uma modalidade de longo prazo. "Pode-se dizer que o dinheiro tem que ficar aplicado, no mínimo, cinco anos", afirma.
Ele explica que, diferentemente da poupança, muito procurada pelas famílias pela rentabilidade fixa porém baixa, o mercado de capitais não garante o retorno do investimento, "pois ninguém sabe o que acontecerá no futuro".
Mas, comparando a rentabilidade da poupança com o Ibovespa, índice das 50 ações mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo, temos ganhos no último ano, respectivamente, de 6,4% e 63,50%. No mesmo recorte, as ações da Petrobras e da Vale subiram 18,74% e 71%.
Conforme Kama, o vai e vem do mercado de capitais pode assustar quem investiu. "O importante é o investidor não realizar prejuízo. Isso quer dizer investir em alta (ações mais valorizadas) e sair na queda (ações desvalorizadas). Assim ele perde dinheiro", destaca.
A decisão de quais modalidades será composta a carteira do clube é de responsabilidade do gestor em conjunto com o conselho de representantes.
Fonte! Chasque de Pedro Souza, publicado no dia 28/03/2010 no Diário do Grande ABC - http://www.dgabc.com.br/.
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