Nem sempre a proposta apresentada pela seguradora é a mais vantajosa para os indivíduos interessados em planos de previdência. Certos cuidados são necessários para se fazer um bom investimento que, aliás, poderá ser para a vida toda.
Há um elenco de variáveis técnicas com as quais é preciso ter atenção quando se está considerando investir em um plano de previdência. Distinguir as diferenças entre as ofertas das operadoras de planos de previdência complementar é o primeiro passo para fazer a melhor opção. Veja abaixo algumas delas:
Taxa de carregamento - corresponde ao valor cobrado pela operadora sobre as contribuições realizadas. As taxas de carregamento (que, aliás, variam bastante) são deduzidas da contribuição para pagamento das comissões dos corretores de seguro ou dos gerentes de banco. Se a pessoa paga ao plano a quantia de 1.000 reais e o carregamento é de 5% sobre a contribuição, isso quer dizer que 950 reais vão compor o fundo e 50 reais vão remunerar o corretor de seguros ou o agente do banco que vendeu o produto.
Taxa de administração financeira - equivale ao valor cobrado pela operadora sobre o saldo do fundo acumulado em conta. Varia, em média, de 1 a 3% ao ano. Trata-se de um valor elevado, que chega ao patamar máximo quando o desempenho da operadora não for positivo ou satisfatório.
Taxa de administração do benefício - corresponde a um percentual cobrado sobre o valor da renda a ser paga por ocasião da aposentadoria (momento em que se recebe o valor acumulado). Essa taxa deve ser mínima.
Rentabilidade - corresponde à taxa de juros que o administrador pode obter no mercado, mediante a aplicação dos recursos que você disponibilizou ao longo do tempo. Ela está sujeita às condições do mercado financeiro e ao perfil do produto escolhido.
Taxa de desconto financeiro - consiste na taxa de desconto financeiro que a operadora utiliza para trazer a valor presente a renda que será paga ao participante ou beneficiário. A taxa de juros é o fator determinante do desconto financeiro a ser aplicado nos valores atuais das rendas que serão pagas no futuro. A alteração na taxa de juros tem forte influência sobre o custeio do plano.
Tábua atuarial – a taxa de desconto financeiro e as tábuas atuariais são as duas variáveis mais importantes para a determinação do custo de uma renda. A tábua atuarial determina por quanto tempo a renda será paga ao participante e/ou aos seus beneficiários. No Brasil, existem poucas experiências com relação à construção de uma tábua de mortalidade, valendo-se os atuários brasileiros, em geral, de experiências americanas para expressar os efeitos da sobrevivência em seus estudos (ajustadas para que se aproximem da realidade brasileira).
Vale lembrar que o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) é um produto eminentemente financeiro. Ele não garante qualquer rentabilidade ao indivíduo que o adquire. O risco do desempenho financeiro é do participante. Se a operadora faz uma boa gestão do ativo, excelente. Caso as condições do mercado financeiro não sejam boas, o participante arca com o risco da má performance do administrador.
Além disso, não se pode esquecer da tributação de imposto de renda (IR) que é feita conforme alíquota da tabela progressiva de imposto sobre o valor das contribuições acumuladas e dos rendimentos por ocasião do resgate.
No Plano Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), apesar das aplicações não serem dedutíveis do Imposto de Renda, os tributos incidirão sobre os rendimentos por ocasião do resgate.
Portanto, trata-se de um produto que pode ser utilizado como planejamento para aposentadoria, mas que, em lugar de ser um plano de previdência, é considerado um plano de seguro de vida.
Como escolher a operadora de plano de previdência privada:
Ao escolher a operadora de seu plano de previdência, convém atentar pelo menos para os seguintes aspectos:
• A solidez da operadora
• O não envolvimento da operadora em escândalos, crises ou processos administrativos
• Porte: uma instituição de grande porte possui maior estrutura e pode diversificar melhor seus riscos e ganhar em escala
• Histórico da instituição
• Tradição em previdência privada local e/ou internacional
• Experiência dos profissionais envolvidos na área de previdência
• Olhar se a instituição possui rating (grau de risco) de agências nacionais e/ou internacionais
• Performance da gestão nos últimos cinco anos
• A taxa de administração cobrada
• O registro do plano e da operadora na SUSEP
Com paciência e cuidadosa análise é possível contratar um investimento que trará tranquilidade financeira. Não se esqueça de que a pressa é inimiga da perfeição. Portanto, não embarque na primeira oferta que lhe fizerem.
Estas e outras recomendações podem ser encontradas no livro "O Melhor vem depois. Desvendando o enigma da longevidade", Cardozo & Giardino, Editora Saraiva.
Fonte! Chasque publicado no dia 12 de janeiro de 2010 no galpão virtual de Greice Lemos - http://greicelemos.webnode.com, que teve como fonte Julio Sergio Cardozo (CEO da Julio Sergio Cardozo & Associados e professor livre docente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Website: http://www.cardozo-group.com/. Twitter: http://Twitter.com/juliocardozo)
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