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Eu afirmaria, sem risco de errar, que a Emater é uma das mais importantes instituições filantrópicas do RS, com 58 anos de serviços prestados a 250 mil famílias do campo. Com o seu trabalho em 493 dos 497 municípios gaúchos, os 2,4 mil profissionais da Emater prestam assistência técnica a quem solicita a presença desses dedicados servidores de maneira gratuita, assegurando aos agricultores a qualidade exigida em sua produção agrícola que chega até nós consumidores.
Até a formiga cortadeira (Atta ssp. — nome científico) reconhece o trabalho filantróprico da Emater, porque é o técnico da instituição que ensina o agricultor a combater o inseto predador, mas o Ministério Público Federal ingressou na Justiça pedindo a suspensão da liminar que garante a filantropia da entidade.
Se as formigas falassem elas iriam apoiar o fechamento da Emater e exigir também que fosse paga uma “dívida” de R$ 2 bilhões referente a “contribuições de seguridade social”. Afinal de contas, a Emater é inimiga delas e também do subdesenvolvimento ainda existentes no campo que a entidade com sua filosofia
de trabalho combate com a melhor arma possível: a orientação técnica, educacional e de consultoria ao agricultor que não dispõe de recursos para tal investimento indispensável à
sua produtividade.
A Emater precisa de todo o apoio oficial do RS e não quer a generosidade de quem lhe cobra tributos. Até por que a generosidade oficial se manifesta e se direciona para os clubes de futebol que devem R$ 6 bilhões em tributos, os quais poderão ser perdoados por um ato oficial.
A Emater só quer ser reconhecida como uma entidade filantrópica e a melhor certidão negativa de sua proposta de trabalho nesse sentido é o prato de comida em nossas refeições e o sorriso de satisfação do agricultor que nos entrega o que de melhor ele produz, graças à orientação oferecida pelos técnicos da entidade.
A palavra do secretário (1)
Ivar Pavan, secretário de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, garante que o governo estadual tentará sensibilizar o Judiciário que examina o recurso interposto pelo Ministério Público Federal querendo cassar a liminar concedida à Emater em 2011 que garantia a sua condição de entidade filantrópica, obtida desde 1975.
A palavra do secretário (2)
“Não se trata — diz Pavan — de uma empresa com fins lucrativos. Obviamente que o problema está judicializado, mas vamos tentar sensibilizá-lo (o poder Judiciário). Nós sabemos que a Justiça tem sido cuidadosa e tem estado atenta àquelas que dizem fazer filantropia, quando, na verdade, são verdadeiras ‘pilantropias’. Porém, esse não é o caso. O Rio Grande conhece e reconhece o valor da Emater.”
O presidente preocupado
Lino de David, presidente da Emater, diz que, “se perdermos essa liminar, entraremos em risco, e a possibilidade de colapso é real”. Lino de David afirma que o patrimônio da entidade é de R$
30 milhões, “insuficiente para quitar o débito de R$ 2 bilhões”.
Collor x Collares
Em 1992, o então presidente Fernando Collor determinou o fechamento das unidades em todo o país. O governador gaúcho era Alceu Collares, que manteve as unidades da Emater funcionando no RS e no mesmo ano lhe foi retirado o título de entidade beneficente. Ali começou a luta da Emater para se manter como uma prestadora de serviços de assistência técnica.
Fonte! Esta é a coluna do jornalista Rogério Mendelski, publicada na edição do Correio do Povo de Porto Alegre (RS), edição do dia 05 de dezembro de 2013.
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