Meu
planejamento financeiro é muito mais simples do que a maioria das pessoas
imagina. Enquanto eu era focado na construção de minha independência
financeira, acompanhava minha planilha quase que diariamente, ajustando verbas
e conferindo se iria conseguir poupar o que estava nos planos. Com o tempo, o
hábito do controle nos disciplina e passamos a automatizar processos que antes
exigiam cuidados. Hoje, sequer faço um acompanhamento mensal de minhas contas.
Como gasto quase que 100% de meu orçamento no cartão ou no débito automático,
meu controle se limita ao total gasto no cartão. Faço esse acompanhamento uma
vez por semana, em média. Quando os gastos desequilibram um pouco, confiro em
detalhes o que foi comprado e me proponho a enxugar um pouco as verbas para o
lazer nas semanas seguintes.
Em
relação aos investimentos, a relação também é diferente da fase em que eu
buscava a independência financeira. Antes, minha carteira de investimentos era
arrojada, concentrada em ações e eu passava quase que o dia inteiro acessando
as informações de mercado para saber o que comprar quando o dinheiro caísse na
conta. Hoje, minha carteira é dividida aproximadamente em 1/3 renda fixa, 1/3
renda variável (em fundos e empresas) e 1/3 em imóveis (em fundos e
propriedades), mas toda ela com o objetivo de gerar renda, ou seja, com
características defensivas e com liquidez. Não acompanho mais detalhadamente os
mercados, mas frequento diversos eventos de investidores.
Meu custo
de vida é baixo se comparado com a renda que tenho, pois evito gastos fixos e
dedico uma verba muito generosa ao lazer e viagens, bem maior do que os gastos
que tenho com moradia, escola e automóveis. Nesses pontos, não sou econômico
mas sempre gasto dentro de regras pré-estabelecidas, para que meus filhos
percebam que há limites.
Aprendi que poupar demais é tão insano quanto gastar demais. Na organização das finanças, as palavras-chave são equilíbrio e sustentabilidade. Devemos adotar um estilo de consumo que seja prazeroso, mas acima de tudo que não se torne inviável no futuro. Gasto consciente de que, se eu precisar parar de trabalhar, não reduzirei meu estilo de vida. E é isso que eu procuro ensinar às pessoas através de meu trabalho.
Aprendi que poupar demais é tão insano quanto gastar demais. Na organização das finanças, as palavras-chave são equilíbrio e sustentabilidade. Devemos adotar um estilo de consumo que seja prazeroso, mas acima de tudo que não se torne inviável no futuro. Gasto consciente de que, se eu precisar parar de trabalhar, não reduzirei meu estilo de vida. E é isso que eu procuro ensinar às pessoas através de meu trabalho.
Gustavo
Cerbasi é formado em Administração Pública pela FGV, com mestrado em
Administração/Finanças pela FEA/USP. Mas ficou famoso pelo trabalho como
educador financeiro e pelos livros que escreveu e escreve até hoje, como Os
Segredos dos Casais Inteligentes, entre muitos outros. Em 2009, foi eleito um
dos 100 brasileiros mais influentes pela revista Época. Seu site é o Mais
Dinheiro: www.maisdinheiro.com.br. Retrato de Daniel Rosa.
Fonte! Chasque publicado no sítio As Poupadoras. Abra as porteiras: http://www.poupadoras.com/index.php/troco/120-poupar-demais-e-tao-insano-quanto-gastar-demais.
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