Brasil paga aposentadorias dignas do primeiro mundo. E essa
afirmação vale não só para os funcionários públicos e políticos, mas
também para os aposentados pelo INSS.
"Parece uma afirmação absurda, mas é até modesta. Em termos relativos, o Brasil paga aposentadorias até maiores que as do primeiro mundo", diz Marcelo Caetano, economista e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A afirmação é embasada em dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) apresentados no Fórum Internacional de Seguros para Jornalistas, promovido pela seguradora Allianz, em São Paulo.
Segundo o alemão Michael Heise, economista-chefe da empresa, a taxa de reposição da previdência no Brasil é das mais generosas do mundo, ficando à frente de países ricos como Japão, Estados Unidos, Alemanha, Suécia, e também entre os maiores emergentes --Rússia, China e Índia.
Pelos dados, os brasileiros se aposentam, na média, com 85,9% da renda que tinham quando trabalhavam. Nos Estados Unidos, esse número cai para 42,3% e, no Japão, para 36,3% quando o trabalhador se aposenta.
Marcelo Caetano, do Ipea, lembra que, para quem recebe um salário mínimo no Brasil, a taxa de reposição é de 100%. A média da taxa de reposição nos países da OCDE é de 60,8%.
O indicador é baseado em termos relativos, comparando o valor que o
trabalhador recebia antes de se aposentar e o que obtém após a
aposentadoria. Isso significa que, em termos nominais, um trabalhador
dos Estados Unidos, cuja renda per capita é mais alta, irá receber mais
dinheiro do que um trabalhador brasileiro. Mas, na proporção, o Brasil
paga uma aposentadoria melhor.
Em reportagem recente da revista britânica "The Economist", que estampou o Brasil na capa de sua edição para a América Latina e a Ásia com a manchete "Será que o Brasil estragou tudo?", em meio a crítica à política econômica do país, a revista também apontou como solução para o país as reformas e reestruturação de gastos públicos, especialmente com aposentadorias.
Segundo Caetano, enquanto a Europa levou mais de 40 anos para ver a população com mais de 60 anos passar de 10% para 20%, o Brasil deve atingir esse nível em 25 anos. "E o pior, sem atingir o mesmo padrão de renda elevado dos países europeus", diz. A renda per capita do brasileiro está em cerca de US$ 12 mil, enquanto a renda per capita da Europa é de cerca de US$ 35 mil.
"Se crescesse a uma taxa per capita média superior de 2% à dos países ricos, o Brasil levaria 52 anos para igualar a sua renda à dos países desenvolvidos."
"A verdade inconveniente é que o Brasil terá que diminuir o nível de serviço da previdência para as pessoas mais velhas", diz Heise.
"Com uma parcela menor de pessoas aptas a trabalhar, uma renda de país médio e uma estrutura etária de nação rica, o aumento na produtividade precisa ser brutal para garantir o crescimento econômico", diz.
O presidente da seguradora Allianz, Edward Lange, declara que hoje há 5 aposentados para cada 10 brasileiros economicamente ativos e que, em breve, essa proporção será de 7 para 10. "Isso vai trazer uma pressão no sistema de previdência que precisa ser solucionada logo."
Além do aumento da produtividade, que seria obtida com uma melhora da educação e qualificação do trabalhador, os economistas concordam que é necessário aumentar também a quantidade de anos trabalhados pelas pessoas.
"Aqui, as pessoas se aposentam aos 50, 55 anos, e isso não se sustenta no longo prazo", diz Portela. "Se a idade idade mínima para aposentadoria fosse de 60 anos para a mulher e 65 para o homem, isso já traria um enorme alívio para o sistema", diz Portela.
Marcelo Caetano diz, ainda, que é preciso considerar bem-vinda a mão de obra especializada que venha de outros países, já que há muito tempo o Brasil não é mais um país de imigrantes. "Enquanto em 1900 o Brasil tinha 7,3% da sua população formada por imigrantes de primeira geração, hoje esse número é de apenas 0,3%."
"Mas percebemos tarde demais, quando os trabalhadores economicamente ativos já estavam sendo supertaxados para poder sustentar os aposentados."
Ele diz que, além disso, a Alemanha errou ao incentivar a aposentadoria dos mais velhos para abrigar os mais jovens no mercado de trabalho. "Isso se mostrou um equívoco. Os mais velhos precisam ser absorvidos pelas empresas, pois o tempo de vida aumentou e vai continuar aumentando."
"Parece uma afirmação absurda, mas é até modesta. Em termos relativos, o Brasil paga aposentadorias até maiores que as do primeiro mundo", diz Marcelo Caetano, economista e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A afirmação é embasada em dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) apresentados no Fórum Internacional de Seguros para Jornalistas, promovido pela seguradora Allianz, em São Paulo.
Segundo o alemão Michael Heise, economista-chefe da empresa, a taxa de reposição da previdência no Brasil é das mais generosas do mundo, ficando à frente de países ricos como Japão, Estados Unidos, Alemanha, Suécia, e também entre os maiores emergentes --Rússia, China e Índia.
Pelos dados, os brasileiros se aposentam, na média, com 85,9% da renda que tinham quando trabalhavam. Nos Estados Unidos, esse número cai para 42,3% e, no Japão, para 36,3% quando o trabalhador se aposenta.
Marcelo Caetano, do Ipea, lembra que, para quem recebe um salário mínimo no Brasil, a taxa de reposição é de 100%. A média da taxa de reposição nos países da OCDE é de 60,8%.
QUANTO O TRABALHADOR MANTÉM DA SUA RENDA QUANDO SE APOSENTA
JAPÃO | 36,3% |
ALEMANHA | 42,0% |
ESTADOS UNIDOS | 42,3% |
COREIA DO SUL | 46,9% |
SUÉCIA | 58,4% |
RÚSSIA | 65,1% |
ÍNDIA | 72,4% |
ARGENTINA | 81,1% |
CHINA | 82,5% |
BRASIL | 85,9% |
MÉDIA DOS PAÍSES DA OCDE | 60,8% |
- FONTE: Panorama de Previdência da OCDE-2012 (dados compilados por Michael Heise/Allianz)
Em reportagem recente da revista britânica "The Economist", que estampou o Brasil na capa de sua edição para a América Latina e a Ásia com a manchete "Será que o Brasil estragou tudo?", em meio a crítica à política econômica do país, a revista também apontou como solução para o país as reformas e reestruturação de gastos públicos, especialmente com aposentadorias.
Brasil pode levar 52 anos para ter renda per capita de 1º mundo
Esse é um dos fatores de preocupação dos especialistas com o futuro da população do país, que está envelhecendo de forma rápida, já que a transição demográfica dos países em desenvolvimento tem ocorrido de forma mais acelerada que na Europa.
Segundo Caetano, enquanto a Europa levou mais de 40 anos para ver a população com mais de 60 anos passar de 10% para 20%, o Brasil deve atingir esse nível em 25 anos. "E o pior, sem atingir o mesmo padrão de renda elevado dos países europeus", diz. A renda per capita do brasileiro está em cerca de US$ 12 mil, enquanto a renda per capita da Europa é de cerca de US$ 35 mil.
"Se crescesse a uma taxa per capita média superior de 2% à dos países ricos, o Brasil levaria 52 anos para igualar a sua renda à dos países desenvolvidos."
"A verdade inconveniente é que o Brasil terá que diminuir o nível de serviço da previdência para as pessoas mais velhas", diz Heise.
1 - Austrália: 124 anos. O PIB per capita do Brasil foi de US$ 11.875 em
2012 e tem crescido a uma taxa média de 4,5% ao ano. O da Austrália é de
US$ 42.640 e se expande a uma taxa alta de 3,4% ao ano ? um ritmo muito
forte em comparação com outras nações ricas. Leia mais.
2 - EUA: 108 anos. O PIB per capita do Brasil foi de US$ 11.875 em 2012 e
tem crescido a uma taxa média de 4,5% ao ano. Nesse ritmo, o país
levaria 33 anos para atingir o mesmo patamar que os EUA têm hoje (US$
49.922). Mas como nos EUA o indicador também cresce (3,1% ao ano),
somente em 108 anos o PIB per capita dos dois países se igualaria. Leia mais.
3 - Alemanha: 81 anos. A economia alemã tem um PIB per capita de US$ 39.028,
que se expande em 3% ao ano. Somente daqui a oito décadas o Brasil
alcançaria o país. Leia mais.
4 - Japão: 70 anos. Com um PIB per capita de US$ 36.265 e um crescimento de
2,8% ao ano, o país demoraria sete décadas para ser alcançado pelo
Brasil. Leia mais.
5 - França: 48 anos. Cada francês produziu, em média, US$ 35.547 no ano
passado. Como o ritmo de aumento não tem sido forte (2,1% ao ano), eles
seriam alcançados pelos brasileiros em menos de 50 anos. Leia mais.
6 - Reino Unido: 47 anos. A economia britânica tem um PIB per capita de US$
36.941 - maior, portanto, que o da francesa. Mas hoje esse indicador
cresce a uma taxa menor, de 1,98% ao ano, de modo que alcançaríamos
primeiro o Reino Unido, depois a França. Leia mais.
7 - Canadá: 42 anos. O PIB per capita do Canadá, atualmente em US$ 42.734, é
o segundo maior do G-7 (grupo dos países mais industrializados). Mas
cresce a um ritmo muito baixo (1,3% ao ano). Por isso, em apenas 42 anos
o Brasil se igualaria ao Canadá nesse indicador. Leia mais.
8 - Espanha: 36 anos. O PIB per capita espanhol, hoje em US$ 30.557, com uma
expansão de 1,8% ao ano, seria alcançado pelo brasileiro em menos de
quatro décadas. Leia mais.
9 - Itália: 30 anos. A Itália, hoje com PIB per capita de US$ 30.136, a um
ritmo de apenas 1,3% ao ano, seria o primeiro país do G-7 que o Brasil
alcançaria. Leia mais.
10 - Portugal: 26 anos. A economia portuguesa tem um PIB per capita de US$
23.385 atualmente, que cresce 1,8% ao ano. O país seria alcançado por
sua ex-colônia americana em apenas 26 anos Leia mais Divulgação/Basilico (retrato acima).
11 - Grécia: 20 anos. Com a crise, o PIB per capita da Grécia, hoje em US$
24.505, está praticamente estagnado (alta de 0,06% ao ano). Seria
ultrapassado pelo brasileiro em 20 anos. Leia mais.
Trabalhadores vão ter que se aposentar mais tarde
O pesquisador André Portela, coordenador do Centro de Microeconomia Aplicada e Microeconometria da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), afirma que, para diminuir os impactos do aumento da população idosa no crescimento do país e na geração de renda, será necessário aumentar a produtividade do trabalhador brasileiro."Com uma parcela menor de pessoas aptas a trabalhar, uma renda de país médio e uma estrutura etária de nação rica, o aumento na produtividade precisa ser brutal para garantir o crescimento econômico", diz.
O presidente da seguradora Allianz, Edward Lange, declara que hoje há 5 aposentados para cada 10 brasileiros economicamente ativos e que, em breve, essa proporção será de 7 para 10. "Isso vai trazer uma pressão no sistema de previdência que precisa ser solucionada logo."
Além do aumento da produtividade, que seria obtida com uma melhora da educação e qualificação do trabalhador, os economistas concordam que é necessário aumentar também a quantidade de anos trabalhados pelas pessoas.
"Aqui, as pessoas se aposentam aos 50, 55 anos, e isso não se sustenta no longo prazo", diz Portela. "Se a idade idade mínima para aposentadoria fosse de 60 anos para a mulher e 65 para o homem, isso já traria um enorme alívio para o sistema", diz Portela.
Aumentar a participação dos jovens no mercado de trabalho é necessário
Outra medida apontada é aumentar a participação da mão de obra do mercado de trabalho. "Hojem muitos jovens de 17 a 25 anos estão fora do mercado de trabalho e da escola. São a geração nem-nem", diz Portela. "Políticas direcionadas a este segmento poderiam integrá-los no mercado de trabalho e aumentar a população economicamente ativa."Marcelo Caetano diz, ainda, que é preciso considerar bem-vinda a mão de obra especializada que venha de outros países, já que há muito tempo o Brasil não é mais um país de imigrantes. "Enquanto em 1900 o Brasil tinha 7,3% da sua população formada por imigrantes de primeira geração, hoje esse número é de apenas 0,3%."
Empresas precisam incorporar trabalhadores mais velhos
O economista Michael Heise afirma que a Alemanha solucionou o problema ao aumentar a idade mínima para aposentadoria, além de promover outras reformas no sistema."Mas percebemos tarde demais, quando os trabalhadores economicamente ativos já estavam sendo supertaxados para poder sustentar os aposentados."
Ele diz que, além disso, a Alemanha errou ao incentivar a aposentadoria dos mais velhos para abrigar os mais jovens no mercado de trabalho. "Isso se mostrou um equívoco. Os mais velhos precisam ser absorvidos pelas empresas, pois o tempo de vida aumentou e vai continuar aumentando."
10 dicas do Sr. Dinheiro para aprender a poupar e fazer o dinheiro render maiss
1- A melhor forma de poupar é pagar o dízimo para nós mesmos. A dica é do economista Luís Carlos Ewald, conhecido como Sr. Dinheiro. Segundo ele, quem quer poupar precisa retirar 10% do salário assim que receber e, então, guardar em uma aplicação financeira. Enquanto tiver pouco dinheiro, o melhor destino é a caderneta de poupança, a mais fácil e barata das aplicações. Depois, dá para escolher entre as várias aplicações, como fundos, Tesouro Direto, Letras de Crédito Imobiliário ou ações. Leia mais.Think Stock (retrato acima).
2 - Fazer o orçamento doméstico é tarefa essencial para fazer seu dinheiro
render mais, ensina Luís Carlos Ewald, o Sr. Dinheiro. A receita do
sucesso, segundo o economista, é anotar todas as despesas para ver o que
é supérfluo e o que não é, e tratar de gastar menos do que se ganha,
poupando pelo menos 10% da renda. Leia mais.
3 - Quer comprar a casa própria? Então, pesquise bastante, e dê preferência
para pagamento à vista, afirma o economista Luís Carlos Ewald, conhecido
como Sr. Dinheiro. Se precisar de financiamento, opte pelo menor valor,
pelo menor tempo possível. De preferência, não ultrapasse 15 anos de
financiamento. Leia mais.
4 - Vale a pena comprar carro? Veja se os gastos com seguro, financiamento,
combustível, estacionamento e impostos valem o desembolso do dinheiro,
ensina o economista Luís Carlos Ewald. Se, ainda assim, optar pela
compra, prefira pagar à vista ou dar uma boa entrada para financiar pelo
menor período e pagar menos juros. Leia mais.
5 - Como resistir às compras por impulso? A dica do economista Luís Carlos
Ewald, o Sr. Dinheiro, é "esquecer" o cartão de crédito, o talão de
cheque e a carteira de identidade em casa, para não cair na tentação de
comprar. Sair com o dinheiro contado é outra opção.
6 - Para não ficar de bolso vazio, é preciso cortar algumas despesas e,
assim, ter dinheiro para poupar, afirma o economista Luís Carlos Ewald, o
Sr. Dinheiro. Os primeiros cortes são as despesas supérfluas, aquelas
que você não precisa, mas acha "que merece". Algumas dicas: não comer
fora de casa durante um período ou deixar de "aproveitar" as liquidações
para encher o guarda-roupa com peças que você não precisa. Leia mais.
7 - Qual é a proporção ideal do salário para economizar? Para o economista
Luís Carlos Ewald, 10% é a fração ideal. "É como se pagássemos o dízimo
para nós mesmos". Leia mais.
8 - Vale mais a pena morar de aluguel ou comprar a casa própria? Alugar uma
casa mais barata pode ser uma boa opção. Enquanto isso, você pode
economizar o suficiente para dar uma boa entrada, e financiar a casa
própria por menos tempo, segundo o economista Luís Carlos Ewald. Leia mais.
9 - Investir em ações é algo muito arriscado? Para o economista Luís Carlos
Ewald, ações representam empresas e empresas são o que mais ganham
sempre. Se você souber ser um bom empreendedor, você vai ganhar bem. As
empresas com ações em Bolsa normalmente são negócios bem administrados.
Se quiser investir em ações, peça informações, acompanhe o mercado aos
poucos. Comece devagar. Leia mais.
10 - Como escolher entre taxas prefixadas e pós-fixadas ao aplicar no Tesouro
Direto ou em fundos de renda fixa? A dica é verificar como está indo a
economia. Se a inflação está em alta e o Banco Central está aumentando a
taxa de juros para diminuir o consumo, então a taxa pós-fixada deve ser
melhor. Se a tendência é de corte na taxa de juros, a prefixada deve
render mais. Leia mais.
Fonte. Chasque (reportagem) publicado no sítio Uol Economia, por Sophia Camargo, no dia 25 de outubro de 2013. Abra as porteiras clicando em http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/10/25/brasileiro-recebe-aposentadoria-de-1-mundo-dizem-especialistas.htm?fb_action_types=og.recommends&fb_source=other_multiline#fotoNav=11
Nenhum comentário:
Postar um comentário