sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Banco Central decreta liquidação extrajudicial da Diferencial Corretora

ANTONIO PAZ/JC
Empresa da Capital ingressará com mandato de segurança na Justiça
Empresa da Capital ingressará com
mandado de segurança na Justiça
O Banco Central (BC) decretou nesta quinta-feira a liquidação extrajudicial da Diferencial Corretora de Títulos e Valores Mobiliários, empresa com sede em Porto Alegre e uma agência em São Paulo. Segundo o BC, a Diferencial se valeu de sua condição de instituição autorizada a operar no Sistema Financeiro Nacional para conduzir operações com preços fora do padrão de mercado, em benefício próprio e de terceiros. Além disso, o Banco Central constatou que, com os ajustes devidos, a Diferencial apresentava comprometimento patrimonial na data-base março de 2012. “Assim, em função das irregularidades apuradas nos dois casos e de comprometimento patrimonial, no caso da Diferencial, o Banco Central decidiu pela liquidação extrajudicial das instituições”, acrescentou o BC.

A determinação do regime especial (intervenção e liquidação extrajudicial) ocorre depois que a fiscalização do BC verifica algum tipo de problema na instituição financeira, como ausência de liquidez (recursos disponíveis), desvio de dinheiro, descumprimentos de normas ou não pagamento de obrigações. A instituição financeira em liquidação extrajudicial tem os bens vendidos a fim de pagar credores.

Os interventores chegaram na sede da Diferencial já no meio da manhã desta quinta-feira. Conforme o presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (ApimecSul), Marco Antônio Martins, o Banco Central deverá nomear um liquidante que será responsável pelo processo. “Esse liquidante vai atuar como executivo da instituição e terá a autoridade legal para dar informações ao mercado”, esclarece Martins.

O advogado da Diferencial, Dárcio Vieira Marques, afirma que as acusações do Banco Central são infundadas. “Alegam que a corretora teria praticado juros acima do mercado e teria patrimônio liquido negativo. Mas eles consideram para isso dívidas que reputam um determinado valor e são objetos de processo. Além disso, não existe lei dizendo o que é juro de mercado, isso é uma questão de preço.” Marques afirma que entrará com mandado de segurança para reverter a decisão na Justiça, além de solicitar reparação dos prejuízos causados. “Alguém terá que pagar por essa medida, uma corretora trabalha com base na credibilidade e responsabilidade. Imagine o trabalho agora para recuperar o conceito junto aos clientes.”

O responsável técnico pelo marketing da Diferencial, Mário Luiz Corá, confirma que a informação da liquidação causou impacto no mercado, mas alerta que nenhum cliente da corretora foi lesado. “Tanto investidores de ações quanto de fundos não tiveram e não terão perdas com essa medida”, afirma.

Além da Diferencial, o BC também decretou nesta quinta-feira a liquidação extrajudicial da Quantia, uma distribuidora de títulos e valores mobiliários de pequeno porte. A empresa é sediada em São Paulo e não possui filiais.

Fonte! Jornal do Comércio de Porto Alegre - RS, na edição do dia 10 de agosto de 2012, por Marcelo Beledeli.

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