terça-feira, 18 de setembro de 2012

Risco pode garantir maior rentabilidade, revela Anefac

Com a poupança rendendo menos, especialistas indicam opções de investimentos no mercado de renda variável que pode fazer com que a situação atual seja favorável

Com a queda da taxa de juros e a mudança na regra de remuneração, a poupança passou a render menos e deixou de ser garantia de alta rentabilidade. Embora ainda seja uma espécie de porto-seguro imune às oscilações do mercado e ainda uma excelente opção para quem pretende guardar valores menores, algumas pessoas podem se perguntar se não é a hora de tentar outros tipos de aplicações com rendimentos maiores. O vice-presidente da Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, lembra que o Brasil está passando por um período de ajustes pelo qual já passaram Estados Unidos e Europa, com redução dos juros.

“Tínhamos juros altos e as pessoas conseguiam uma renda muito grande em poupança e renda fixa. Daqui para a frente quem quiser conseguir lucros altos vai ter que correr risco no mercado de renda variável, investindo, por exemplo, em ações”, diz Oliveira.

Porém, a coaching financeiro Christiane Monteiro lembra que, atualmente, aplicar na bolsa de valores não é uma opção apenas para quem tem muito dinheiro disponível. Ele explica que existem os fundos de ações nos quais o investidor pode aplicar valores a partir de R$ 100. Mas a coaching destaca a importância de diversificar.

“O fundo de ação é sempre o mais arriscado. A pessoa pode perder até 50% em um único dia. E a bolsa hoje em dia está muito volátil. Porém, na média, a bolsa ainda traz maior rentabilidade no longo prazo que as outras aplicações e essa tendência deve se manter. Uma estratégia é colocar 30% na poupança e 70% no fundo de ações para minimizar o risco”, aconselha Christiane.

Outra opção existente no mercado são os fundos imobiliários. Eles são uma opção para quem quer investir em um setor que tem proporcionado grandes valorizações nos últimos anos, mas dinheiro suficiente para comprar um imóvel. Neste tipo de aplicação, o investidor compra cotas de grandes empreendimentos como shopping centers, prédios de escritórios ou galpões industriais. Christiane Monteiro explica que a rentabilidade pode vir dos aluguéis que são pagos pelas salas e lojas ou da valorização da própria cota.

“As pessoas compravam um apartamento e alugavam. Agora elas podem aplicar nos fundos. Como são várias salas, isso dilui muito os riscos. Porém, hoje esses fundos já estão muito valorizados”, alerta a coaching.

No início do mês, o Banco do Brasil lançou um fundo imobiliário que fará investimentos em 94 imóveis de propriedade do banco. O aporte mínimo é de R$ 2 mil, correspondente a 20 cotas.
Renda – Para quem não quer correr grandes riscos, a opção ainda pode ser a renda fixa, investindo nos conhecidos CDBs. Segundo o educador financeiro Reinaldo Domingos, o investidor precisa pesquisar bem para garantir uma boa rentabilidade. Ele aconselha CBDs com prazos alongados e que paguem pelo menos 80% do CDI. Um dos problemas do CDB, segundo o vice-presidente da Anefac é a taxa de administração muito alta, podendo chegar a 3% ao ano.

“As instituições que cobram muito vão ter que mudar. Elas terão que reduzir a aplicação mínimo e com taxa de administração menores senão vão perder clientes”, diz Oliveira.

O diretor da Anefac destaca ainda que outros investimentos, como os fundos de renda fixa, também passaram a ter rendimentos menores. Isso porque, nesse caso, diferentemente da poupança, há cobrança de imposto de renda (de 15% a 22,5%, a depender do tempo de aplicação) e taxa de administração, que pode chegar a 3%. Oliveira cita como exemplo o caso de um investimento em fundo de renda fixa, com taxa de administração de 1,5% e resgate em 6 meses, o rendimento líquido fica em 0,39%. Em agosto, a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou acima desse percentual, em 0,41%.

A melhor opção para investimento de renda fixa é o tesouro direto, opina Reinaldo Domingos. Porém, o economista do Ibmec, Gilberto Braga lembra que para investir no tesouro é preciso que o investidor seja familiarizado com a internet e pesquisa os tipo de aplicação.

“O Tesouro Direto tem muita liquidez. O investidor pode vender o título toda semana e o rendimento é muito maior do que qualquer investimento em renda fixa, mesmo tendo que pagar Imposto de Renda”, destaca Braga.

O economista do Ibmec lembra que acima de tudo, para investir no tesouro é preciso disciplina, pois quanto mais tempo o dinheiro permanecer aplicado no título, menos IR a investidor vai pagar. Christiane Monteiro explica que para o aporte mínimo no tesouro é de apenas R$ 50.

Fonte de Bruno Uchôa, publicado dia 16 de setembro de 2012, no O Fluminense. Abra as porteiras clicando em http://jornal.ofluminense.com.br/editorias/economia/risco-pode-garantir-maior-rentabilidade

O FLUMINENSE

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