Como ensinar seu filho a se endividar
Rodrigo, 23 anos, recém-formado em administração de empresas, recebeu notícia que encheu de orgulho seus pais: fora efetivado na empresa multinacional em que trabalha. Seu salário de estagiário de R$800,00, agora seria de R$1.400,00, sem contar os benefícios.
O jovem estava radiante, os pais espalhavam a notícia entre vizinhos e familiares, pois, era uma conquista e tanto do caçula. Tão jovem, já com um emprego estável e com possibilidades de construir uma bela carreira dentro da empresa.
Certo dia, a mãe de Rodrigo, apresenta a seguinte sugestão para seu rebento: por que não, agora que “ganha bem”, comprar um carro só para ele? A argumentação da mãe é que ele possa começar conquistar “suas coisinhas”, mesmo que aos poucos, mas que “seja só dele”. Na concepção da genitora, isso significaria prover maior senso de responsabilidade ao filho, para que ele conquiste sua noção de independência.
Aceita a sugestão da mãe, e apoiado sem restrições pelo pai, Rodrigo parte em busca de seu carro próprio. Logo na primeira concessionária que visita, já é dissuadido da intenção inicial de comprar um carro usado e mais barato. A retórica do vendedor, aliado ao cheirinho do carro novo e sua percepção de que quanto mais belo fosse o veículo, mais coroaria sua nova posição de empregado efetivo de uma multinacional, o levaram a subir em demasia suas pretensões. Agora já estava procurando um carro zero, “completinho”.
Depois de algumas pesquisas e acreditando que o vendedor fez um bom negócio “só para ele”, Rodrigo financia seu primeiro carro, com ajuda do pai no pagamento da entrada do financiamento. Ao receber o carro, o pai já havia marcado um churrasco com toda família, para que assim, o caçula pudesse mostrar para toda a família sua nova aquisição. No dia do evento, os familiares encheram o jovem de abraços e elogios. “Meus parabéns pela conquista” (estavam a falar do carro, não do novo status no emprego) era o que mais se ouvia. Nessa noite, Rodrigo quase que não dormiu, pois de uma hora para outra, estava com um salário maior e um carro novo.
Porém, toda essa alegria acabou quando o jovem se deparou com uma realidade nada interessante: os gastos do carro. Precisaria agora pagar seguro (um dos mais caros, pois o carro era bastante visado pelos ladrões e sua idade não colaborava com descontos da seguradora), IPVA, gasolina, a própria parcela do financiamento etc etc etc. Antes do carro, na época em que era estagiário, conseguia atender à maioria de suas demandas de consumo com apenas R$800,00. Agora, mesmo ganhando mais, o carro acaba por consumir quase que a totalidade de seu salário. Resultado: o jovem acaba sempre por pedir aos amigos uma ajuda para o dinheiro do combustível quando saem aos finais de semana, e não irá tardar o dia em que começará a reclamar do baixo salário que recebe.
MORAL DA HISTÓRIA: por falta de Educação Financeira de Rodrigo e família, mal sabia o jovem que aqueles “meus parabéns” recebidos no churrasco, significava um rito de passagem para uma vida baseada no Ciclo do Fracasso Financeiro.
DICA DE LEITURA: Como investir no futuro de seus filhos
Fonte! Chasque Publicado no sítio Blog do Professor Elisson de Andrade. Abra as porteiras clicando em http://profelisson.com.br/2012/02/28/parabens-meu-filho-bem-vindo-ao-clube-dos-endividados/.
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