sábado, 4 de novembro de 2017

Mercado Previdenciário! Baixa dos juros estimula diversificação de investimentos


Veterinário Sérgio Juchem mudou a postura em relação
 às aplicações, optando por variá-las em diferentes fundos /
MANUELA BERGAMIN/DIVULGAÇÃO/JC

A linha descendente verificada ao longo do ano pela taxa básica de juros (Selic) vem movimentando o mercado financeiro. O índice, que em outubro esteve em 8,25% ao ano, poderá chegar ao patamar de 7% no final de 2017, conforme projeções de economistas e especialistas - tendência que, se confirmada, levaria o País a conviver com os juros mais baixos da história. Um cenário que proporciona novas situações para investidores e clientes das mais diferentes formas de aplicação financeira - entre elas, dos planos de previdência complementar em que o próprio contratante pode escolher onde os recursos arrecadados serão aplicados.

Na medida em que os investimentos mais conservadores de renda fixa vão perdendo rentabilidade, uma opção que vai ganhando terreno é a diversificação da carteira de investimentos, eventualmente com aumento dos riscos. Foi, por exemplo, a escolha do veterinário e pesquisador Sérgio Juchem: realocar uma parte dos recursos investidos em previdência privada, reduzindo a parcela destinada a fundos de baixo risco. "Em março e abril, começou a queda dos juros, e em junho começou a bater nas rentabilidades", lembra Juchem, que resolveu transferir parte desses recursos para opções multimercado - nos quais os gestores do fundo investem em ativos de renda fixa e de renda variável, podendo acompanhar os movimentos de mercado para obter ganhos maiores. "Em torno de 30% dos meus recursos de previdência estavam alocados em fundos conservadores, mas agora estão em redução para 22%, já que a rentabilidade caiu", explica o pesquisador.

Juchem conta que começou a buscar informações sobre planos de previdência complementar ainda em 2016. A ideia inicial era encontrar opções nas quais fosse possível abater do Imposto de Renda parte dos valores investidos, o que o levou inicialmente aos planos Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL). Mas o processo não terminou aí. "O que realmente mudou a minha postura foi entrar em contato com alguém que não fosse um vendedor, mas um técnico em previdência, indicado pela seguradora", relata o pesquisador, que acabou optando por variar os investimentos.

Além dos recursos investidos em previdências PGBL e Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), Juchem hoje também tem investimentos em banco, para uso imediato, além de aportes mediados por uma corretora - em fundos de risco variável, incluindo os multimercados. "Vi que poderia colocar dinheiro em diferentes fundos. A previdência deu a facilidade de comprar um tíquete menor", observa: "É mais ou menos como fazer compras: algumas coisas valem a pena comprar no mercadinho da esquina. Para outras, é melhor ir no macroatacado."

O veterinário reconhece que a maioria da população ainda não está inteirada das possibilidades de investimentos disponíveis. "A gente ainda carrega, no Brasil, um trauma do sequestro de recursos. Vivemos em um País onde pessoas guardam dinheiro em casa. Nossa instabilidade política força as pessoas a se reservarem. Somos um país que está há pouco tempo na democracia. Ainda há dificuldade de as pessoas tomarem conta do seu destino, o empreendedorismo é novidade. Temos direito a ser autônomos, mas ainda não usamos toda essa autonomia", analisa Juchem, ressaltando que a solução não é outra senão a busca constante de conhecimento e informação: "Fundos de previdência são alternativas de investimento. Assim como em outros investimentos, há um leque de opções. É importante ir atrás das informações". 

Fonte! Chasque (postagem) veiculado no Caderno Seguros e Previdência, da edição do dia 31 de outubro de 2017, do Jornal do Comércio de Porto Alegre - RS

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