sexta-feira, 26 de junho de 2020

Cuidados com a "brincadeira grátis"

Charge Espaço Vital
Charge Espaço Vital / Gerson Kauer / Divulgação / JC


O mesmo aplicativo (FaceApp), que, em 2019, encantou pessoas com a experiência de verem seus rostos envelhecidos, está de volta querendo mostrar - "grátis" - como os internautas seriam se fossem de um gênero diferente. Em outras palavras: rostos masculinos serão transformados em femininos - e vice-versa. O Espaço Vital ouviu, nesta quinta-feira, o advogado gaúcho Gustavo Rocha, especialista em gestão, tecnologia, marketing digital, robôs e afins. "É o mesmo aplicativo que gerou debates, no ano passado, no mundo todo, por disponibilizar um jeito de 'envelhecer as pessoas'. É que, simultaneamente, ele coletava dados que vão muito além do nome, foto e dados de perfil do internauta", relembra ele.
 
Espaço Vital - Como funciona?
 
Gustavo Rocha - O FaceApp coleta até as páginas que o cidadão visitou no seu computador ou celular, entra no arquivo que contém tudo que o internauta fez no seu dispositivo, inclusive nos registros que foram apagados. O aplicativo exige outras permissões surreais, para fazer a dita "brincadeira".
 
EV - O senhor confiaria numa proposta de brincadeira assim?
 
Rocha - Eu não! E não apenas por questões de segurança, mas também porque sou chato em relação a dados e segurança na internet. E ainda porque o mundo todo tem debatido a questão do reconhecimento facial como ferramenta de segurança ou de controle social.
 
EV - Explique...
 
Rocha - A IBM já parou de usar, a Microsoft e a Amazon vêm na mesma linha de raciocínio de entender o monstro em que pode se transformar o reconhecimento facial com a coleta de dados. Podemos - sem saber - estar dando um imenso banco de dados para uma empresa que pode vender estes detalhes para governos, outras empresas etc.
 
EV - Alguma advertência a fazer?
 
Rocha - Sugiro que o cidadão pense no que pode ser feito com seu rosto, para aprimorar a localização do mesmo por câmeras de vigilância, radares de veículos, entre outros. Talvez um rastreamento o tempo todo, em qualquer canto da cidade, fazer prova de locais onde a pessoa esteve. Enfim, um "big brother" para quem apenas queria operar uma brincadeira, sem saber que estava se inscrevendo num programa tão profundo...
 
EV - Invasão da privacidade?
 
Rocha - Avalio que a nossa privacidade ficará totalmente violada por um aplicativo que se diz gratuito, para uma brincadeira tida como inocente. É caro demais o "preço grátis" desse aplicativo! O preço dele equivale a eu abrir mão da minha liberdade. Eu sempre relembro que "não existe almoço grátis". A frase é conhecida, muita gente repete. Entretanto, quando falamos de internet, parece que uma grande parte das pessoas esquece disto.
 
Fonte! Chasque (post) publicado na coluna Espaço Vital, por Marco Antônio Birnfeld, na edição dos dias 19, 20 e 21 de junho de 2020, do Jornal do Comércio de Porto Alegre (RS).

quinta-feira, 25 de junho de 2020

RENDA VARIÁVEL: 7 dicas para não cair no vermelho


Com a pandemia do Convid-19, o número de desempregado com carteira assinada, a famosa CLT, vem aumentando a cada dia.

Ter RENDA VARIÁVEL é mais que uma tendência de remuneração, mesmo para os assalariados, que com esse NOVO NORMAL, devem passar a ter ganhos atrelados a resultados dos seus trabalhos.
Eu falei a expressão “NOVO NORMAL”, que vem sendo muito usada nos últimos meses, quando se percebeu que o Coronavírus havia impactado de forma infalível toda sociedade global.

Leia também:
E AGORA Precisamos nos readequar ao esse novo normal.

7 dicas para você que conta com uma RENDA VARIÁVEL, ou seja, cada mês é uma situação diferente e um ganho também diferente.


1- CONHEÇA SUAS ALTERNATIVAS DE RENDA:

Se organizar as contas já é um desafio para quem sabe quanto vai receber todo mês, imagina para você que tem salário variável.

Portanto, a disciplina com o dinheiro de quem tem RENDA VARIÁVEL deve ser rigorosa. A primeira coisa a ser feita é mapear todas as alternativas de renda. Por exemplo um dentista pode dividir ou alugar  espaço de seu consultório.

2- DIVERSIFIQUE SUA CLIENTELA:

Busque diversificar a origem de sua receita e também de sua clientela. Isso evita uma dependência excessiva de uma única fonte de dinheiro.

3- SEPARE 10% DE SUA RENDA MENSAL PARA INVESTIR EM APLICAÇÕES CONSERVADORAS:

Mesmo que no começo o dinheiro seja pouco, procure economizar ao máximo que puder e tirar ao menos 10% do que ganha para guardar e montar uma reserva de emergências.

4- TENHA UMA RESERVA FINANCEIRA:

Como os profissionais autônomos não tem seguro-desemprego é importante  ter guardado ao menos o valor de 6 meses de suas contas mensais. Antes de querer investir em um novo negócio, monte uma carteira para os momentos de dificuldade.

5- FAÇA UM  SEGURO DE VIDA:

Faça um seguro que cubra, não apenas a invalidez permanente, mas também acidentes temporários.

6- TENHA OBJETIVOS E METAS CLARAS E ALCANÇÁVEIS

Quem tem RENDA VARIÁVEL tem a oportunidade de aumentar essa renda, quando quiser e puder. Por exemplo, trabalhando mais horas, aumentado as metas de vendas. Agora, é preciso ter cuidado e não se frustrar com metas muito ambiciosas. Lembre-se que é necessário determinar objetivos que possam ser alcançáveis.

7- NÃO FAÇA  DÍVIDAS:

Evite ao máximo fazer dívidas, contando com o dinheiro que ainda não recebeu. Às vezes o autônomo tem uma expectativa de renda mais alta e acaba que o negócio não dá certo e o dinheiro não chega. Ou seja, primeiro recebe depois gasta.

Aliás, essa máxima, primeiro ganha e depois gasta, vale para todo mundo.

IMPORTANTE

A RENDA VARIÁVEL tem muitas vantagens, mas é preciso ser cauteloso e muito rigoroso com as finanças pessoais e com o fluxo de caixa. 

Odete Reis! Educadora Financeira Comportamental e Motivacional e Palestrante, tem MBA em Gestão Estratégica de Negócios pela FMU, graduação em Gestão Financeira pela Uniesp. Mentora da “Metodologia $IM”. Coautora do Livro “Excelência no Secretariado” com o artigo “Diga $IM para você, para seu dinheiro e realize seus sonhos”. Colaboradora da TV Diário, afiliada Rede Globo e Rádio Metropolitana AM 1070.

Fonte! Chasque (post) é da minha amiga Odete Reis, publicado no seu sítio em 24 de junho de 2020. Abra as porteiras clicando em https://odetereis.com.br/renda-variavel-7-dicas-para-nao-cair-no-vermelho/ 

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Aposentado e cheio de vida

Teremos uma vida longa após a aposentadoria, faça planos para se manter útil e ativo
 
Aposentadoria assusta, tanto pela perspectiva da velhice quanto pela inatividade, deixar de pertencer a um emprego ou empreendimento de uma vida inteira.
 
A palavra aposentadoria deriva de pousar, do latim "pausare", "parar para descansar". No sentido figurado, "que não é mais utilizado", "que perde a serventia".
 
Talvez o significado, pouco atraente, ajude a entender por que muitos se recusam a pensar na aposentadoria e se preparar emocional e financeiramente para essa fase da vida.
 
Nestes tempos de pandemia, retomei o hábito saudável da leitura, sempre útil para novos conhecimentos e reflexões. A inspiração para o artigo de hoje veio do livro "Ikigai, os Segredos dos Japoneses para uma Vida Longa e Feliz". Nele, os autores Héctor García e Francesc Miralles relatam o estilo de vida dos japoneses centenários, que ultrapassam a casa dos cem anos de idade ativos e satisfeitos até o fim da vida.
 
O conceito da palavra "ikigai", uma junção de termos que significam "vida" e "valer a pena", parece ser uma das razões para a extraordinária longevidade dos japoneses, sempre em busca de um propósito para sua existência.
 
Um dos segredos dessa vida longeva e feliz, além da alimentação saudável e da prática de exercícios físicos, é o fato de que eles não se aposentam, seguem trabalhando naquilo que gostam de fazer. Costumam manter ao menos duas atividades ao longo da vida. Quando uma delas se esgota, a outra se mantém.
 
Não existe na língua japonesa uma palavra que signifique "aposentar-se", no sentido de retirar-se para sempre, como temos no Ocidente. Muitos se dedicam, por exemplo, à horticultura, que, além de mantê-los ativos, fazendo o que gostam de fazer, permitirá uma fonte de renda ou de troca, uma atividade que pode ser mantida quando o vínculo de um trabalho formal deixar de existir.
 
Vamos voltar para o tema da aposentadoria e tentar entender a negação em relação ao assunto. Aposentadoria remete à velhice. Velhice remete à morte. Embora ambas sejam naturais e façam parte da vida, não é prazeroso pensar nem em uma coisa nem em outra.
 
Talvez essa seja a razão pela qual muitos se recusam a pensar no assunto e preferem seguir vivendo pensando no presente, dando pouca ou nenhuma atenção ao futuro.
 
Não pensar na morte não altera a certeza de que morreremos um dia, só não sabemos quando. Se planejamos a aposentadoria, podemos decidir como será nossa velhice, como nos manteremos ativos, físico, mental e espiritualmente, nessa fase da vida, como nos ensinam os longevos cidadãos japoneses, especialmente os habitantes do povoado Ogimi, uma área rural de 3.000 habitantes da ilha de Okinawa.
 
Ikigai é um conceito japonês que, segundo um filósofo francês, pode ser entendido como razão de ser, o ponto em que paixão, missão, vocação e profissão se encontram e a chave para uma vida longa e feliz.
 
Um dos segredos dos habitantes desse povoado é a sensação de pertencimento à comunidade. Desde pequenos eles praticam o trabalho em equipe, que os ensina a ajudar uns aos outros.
 
Os tempos de pandemia e isolamento são perfeitos para refletirmos sobre o nosso ikigai, propósito para acordar todas as manhãs com disposição e alegria. E refletir como nossas atitudes e recursos podem ajudar a moldar o mundo que queremos ver.
 
Fonte! Chasque (post) da planejadora financeira Márcia Dessen, publicado nas páginas do Jornal do Comércio de Porto Alegre (RS), na edição do dia 09 de junho de 2020.