sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Riscos dos custos abusivos do crédito ao consumidor

Em tempos de sociedade digital e de consumo, é difícil resistir ao impulso de comprar. Tudo à nossa volta remete a gastos, seja um simples passeio na praia (quando não há como resistir a um sorvete) ou a visita a uma concessionária de veículos só para “olhar” o novo modelo. Nestas ocasiões, a vontade de utilizar o limite do cartão de crédito ou o cheque especial se faz mais aguda.


Crédito caro e acesso fácil, uma combinação ardilosa que costuma resultar em inadimplência, o popular “nome sujo na praça”. A ilusão de que temos condições de conseguir dinheiro sempre que precisamos (não precisamos, só queremos) exige um cuidado maior com as finanças pessoais.

Há que se ter cuidados. Nunca foi “barato” financiar um bem a longo prazo no Brasil, e notícias recentes dão conta de que estamos cada vez mais longe do ideal. Dados da Nota de Política Monetária e Operações de Crédito, divulgada nesta quinta pelo Banco Central, mostram que, em janeiro, a taxa média de juro do cheque especial foi de 8,72% ao mês (172,60% ao ano). Trata-se da modalidade de crédito mais cara que existe juntamente com a taxa aplicada pelas operadoras de cartão. No conjunto geral, de acordo com o BC, até o dia 11 de fevereiro, a taxa média de juros para as pessoas físicas caiu 0,3 ponto percentual, em comparação com o mês passado.

O cheque especial, apesar de absurdamente caro, tem peculiaridades que fazem dele o preferido de uma grande parcela de brasileiros que o utiliza como alternativa para quitar as contas do mês. Outra percepção errônea, segundo especialistas em finanças pessoais, é a de que o limite do cheque faz “parte da renda”. Isso pode levar ao descontrole nas contas. A tentação é maior no início do ano, quanto impostos como IPTU e IPVA vencem, além, é claro, da tradicional volta às aulas, com a renovação dos uniformes e material escolar dos filhos.

O fato é que há modalidades bem mais baratas, como o consignado, com desconto na folha de pagamento e, por ser dado como “certo”, tem custo menor para o consumidor. Mesmo assim, a taxa tem subido constantemente. Em janeiro houve elevação pela terceira vez consecutiva, chegando a 2,10% ao mês, ante 2,04% em dezembro.

Isso tudo vale para qualquer tomador de empréstimo, seja para crédito da casa própria, e de financiamento de bens como veículos. Esses três segmentos englobam juros que se estendem por 24, 48, 60 meses ou mais. Claro que todos nós gostaríamos de comprar um carro novo, mas é necessário bom senso. Comprometer 20% ou 30% da renda familiar é colocar em segundo plano despesas mais urgentes como mensalidades escolares, por exemplo. É melhor ficar mais um ou dois anos com o mesmo automóvel do que daqui a alguns meses fazer parte do cadastro do Serasa. Além do que, é possível que os juros diminuam mais adiante. Tudo depende (sempre) do contexto da economia brasileira e sua interconexão com a economia global.

Voltando ao início deste texto, dá sim para aproveitar um sorvete bem gelado à beira-mar numa fuga do calor abrasador de Porto Alegre. O que não dá (ou, pelo menos, merece maior reflexão) é adquirir impensadamente um bem desnecessário em um prazo muito longo.

Fonte! Este chsque é o Editorial que foi publicado na edição do dia 25 de fevereiro de 2011, do Jornal do Comércio, de Porto Alegre - RS.

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Observação! Realmente, este gaúcho gostaria de postar um chasque (texto) um pouco mais "positivo", mas, o editorial acima transcreve a pura realidade da nossa sociedade. Este sítio, os sítios parceiros e muitos outros fazem a sua parte: semear pelos quatro cantos do Rio Grande do Sul e do Brasil, a EDUCAÇÃO FINANCEIRA, fazendo com que se acabe com as compras por impulso e os endividamentos absolutamente desnecessários.

Baita abraço

Valdemar Engroff - o gaúcho taura!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Expomoney 2011 vai começar e com uma grande novidade

Bueno! Em 2008 despertei para a educação financeira. Neste mesmo ano comecei a diversificar meus pequenos investimentos financeiros, com previdência privada para mim, esposa e as duas filhas menores, e num clube de investimentos. A partir de então comecei a ler sobre assuntos que sempre passava ao largo: economia e finanças e também elaborei uma planília de controle de investimentos e gastos - diário e mensal.

Em dezembro de de 2009 nascia o sítio O Bolso da Bombacha, direcionado em especial aos tradicionalistas do Rio Grande do Sul e do Brasil.

Também em dezembro de 2009 me dei de presente um evento dos mais respeitados do país em termos de finanças pessoais - a EXPOMONEY PORTO ALEGRE.  Foram dois dias de palestras, com expoentes como Gustavo Cerbasi e Augusto Sabóia por exemplo. Gostei e me dei novamente de presente a Expomoney Porto Alegre no ano passado.

Este ano será a minha terceira Expomoney. E será a primeira da esposa Marilene.

Nas edições anteriores, o vivente conseguia se inscrever algumas semanas antes do evento.

E a novidade é que nós já nos inscrevemos para o evento de Porto Alegre, que será dias 30 de novembro e 01 de dezembro, na PUC - RS. Os nossos números de inscrição são, respectivamente 2.074 e 2.075.

Portanto, todos os eventos da Expomoney, que serão realizados nas diversas capitais e principais cidades do país em 2011, JÁ ESTÃO COM AS INSCRIÇÕES ABERTAS. E a primeira parada é em CURITIBA no mês de abril. Inscreva-se agora, abrindo a cancela clicando em http://www.expomoney.com.br/09/?evt=cwb. A seguir clique em "Canais e Círculos" e escolha a cidade que vai sediar o evento e mais abaixo, clique em INSCREVA-SE JÁ e preencha o formulário que vai se abrir na tela do teu computador. Pronto!

Eis os locais e as datas onde a Expomoney vai ser realizada neste ano:
- Dias 05 e 06 de Abril – em Curitiba
- Dias 26 e 27 de abril - em Fortaleza
- Dias 04 e 05 de maio - em Salvador
- Dia 14 de maio - em Ribeirão Preto
- Dias 25 e 26 de maio - em Recife
- Dias 08 e 09 de junho - em Florianópolis
- Dias 10 se 11 de agosto - em Brasília
- Dia 13 de agosto - em Goiânia (nova)
- Dias 22 a 25 de setembro - em São Paulo
- Dias 18 e 19 de outubro - em Belo Horizonte
- Dias 26 e 27 de outubro - em Vitória
- Dias 09 e 10 de Novembro – no Rio de Janeiro
- Dias 30 de novembro e 01 de dezembro - em Porto Alegre

Fonte do retrato: http://www.jornale.com.br/.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Imóveis: falta dinheiro da poupança

São Paulo - O futuro dos financiamentos imobiliários lastreados por recursos da caderneta de poupança estão ameaçados, alertou o presidente da Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Luiz Antonio França. O saldo da poupança não tem crescido tanto quanto a demanda por imóveis. Em 2010, o valor dos financiamentos lastreados com recursos da poupança tiveram giro recorde de R$ 56,2 bilhões, 65% a mais do que no ano anterior.


Setor imobiliário continua muito aquecido


França disse que dentro de dois anos, o valor dos financiamentos deverá chegar ao limite de 65% do saldo das cadernetas que os bancos são obrigados a ofertar. A partir de então, os empréstimos não crescerão mais até que os depósitos da poupança aumentem ou seja encontrada uma outra fonte de recursos para o crédito imobiliário.

Em 2010, o saldo das cadernetas cresceu 18% e atingiu R$ 299,9 bilhões. Com este montante, já considerando o limite dos 65%, os bancos podem emprestar até cerca de R$ 195 bilhões para compra de imóveis. Segundo o dirigente da Abecip, os bancos já emprestam, aproximadamente, R$ 100 bilhões. "Vamos ter de colocar outra fonte de recursos, pois a demanda cresce mais do que o saldo das cadernetas", afirmou. Segundo ele, os bancos já discutem soluções, como o governo permitir que as instituições financeiras emitam títulos para captar recursos específicos para o financiamento imobiliário.

Fonte! Chasque publicado nas páginas do Correio do Povo de Porto Alegre, na edição do dia 21 de fevereiro de 2011. Crédito do retrato vai para Ricardo Giusti / Correio do Povo Memória.

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Nota deste sítio! Em chasque (texto) publicado neste sítio, em julho de 2010, a escassês de recursos para o setor da construção civil via caderneta de poupança e fundo de garantia estava prevista. Se o vivente quiser ler, o texto continua superatualizado. Basta abrir a cancela clicando em http://obolsodabombacha.blogspot.com/2010/07/atitude-10-o-poco-da-poupanca-esta.html

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Investida Certeira

Dá para aplicar em ações com pouco

"A partir de que valor posso começar a aplicar em ações?". Taí uma das perguntas que mais ouço de amigos interessados em melhorar os investimentos.

Bem, em tese, o valor mínimo é o preço (cotação) de uma ação da companhia na qual você quer investir. E os preços das ações variam bastante – de centavos a mais do que R$ 100. Mas precisamos considerar também os aspectos práticos.

O primeiro é o custo. A gente paga taxas às instituições envolvidas na aplicação. Para comprar ou vender ações, é preciso ter conta numa corretora, à qual se paga, a cada operação, a taxa de corretagem, que é fixada pela corretora. Pode ser variável ou fixa e, neste caso, costuma oscilar entre R$ 10 e R$ 40.

Tem também uma fatia _0,035% da cifra aplicada, que é chamada de taxa de emolumentos e é paga à Bolsa. Ela é cobrada diretamente na conta do aplicador na corretora de valores e pode ser verificada no extrato ou resumo financeiro.

Além disso, há a taxa de custódia, R$ 6,90 por mês, paga à BM&FBOVESPA, que guarda os registros dos investimentos. A cobrança não vem pra gente, investidor. É feita junto à corretora, que pode repassá-la ao cliente ou não, o que depende, geralmente, da realização de um determinado número de operações, compras ou vendas, por mês.

(E, embora não interfira no valor mínimo de investimento, vale lembrar a tributação: quando se faz, num só mês, vendas acima de R$ 20 mil, paga-se 15% de Imposto de Renda sobre os ganhos gerados nas operações.)

Planejando o investimento em Bolsa, temos de considerar mais um fator. Acontece que as ações, modo geral, são negociadas em lotes de cem, padronização que facilita e amplia os negócios. Dá para contornar o padrão operando no mercado fracionário, segmento em que as ações são negociadas por unidade. O investidor pode comprar uma ação ou várias, sem se limitar aos múltiplos de cem (um lote).

Enfim, o valor mínimo para investir não é um ponto estático, mas o cálculo do valor a partir do qual, considerando as taxas, o investimento vale a pena, ou seja, tem perspectiva de pagar as despesas e ainda ganhar alguma coisa.

Ficou no ar? Para ganhar firmeza nos primeiros passos, considere um clube de investimentos, que é um grupo de pessoas – amigos, colegas de empresa, membro de um sindicato etc – se reúne para investir em ações, como se fosse um aplicador só, o que dissolve os custos. Além do mais, os participantes ficam mais motivados enquanto aprendem sobre o mercado e se acostumam a poupar.

Fonte! Chasque de Juliana Garçon, publicado no sítio da BM&F Bovespa, em "Mulheres em Ação", no dia 14 de fevereiro de 2011. Acesse abrindo a cancela clicando em http://www.bmfbovespa.com.br/.

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Nota deste sítio! Muitas questões que sempre pairam no ar dentre os futuros investidores estão respondidas neste chasque (texto). Ademais, o vivente precisa estudar, ler muito e ter "estômago" quando uma grande perda financeira se avizinhar (como a crise de 2008, com plena recuperação das perdas já no ano seguinte). Com certeza, no longo prazo, os ganhos serão na maioria das vezes, fabulosos.....

Baita abraço

Valdemar Engroff - o gaúcho taura

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Previdência privada: garantindo o futuro

Ou vai esperar o Governo cuidar de você?


A previdência tem sido essencial para muitos brasileiros. Milhões de famílias em todo o país dependem dos benefícios recebidos por aposentados e pensionistas para se manter. Em alguns municípios brasileiros, a economia local é praticamente sustentada por recursos advindos da previdência do Estado.


No entanto, sabemos que o sistema previdenciário oficial tem suas limitações e restrições. Geralmente, os beneficiários do INSS não conseguem manter ao aposentar-se o mesmo rendimento que recebiam na ativa. Também existe o teto para os benefícios pagos pelo Instituto, que hoje está próximo a R$ 3,5 mil. Além disso, o chamado fator previdenciário costuma reduzir o rendimento daqueles que se aposentam antes de atingir a idade mínima.

Outra questão que não podemos perder de vista é a necessidade de uma possível reforma previdenciária futura, que tenderá a estabelecer condições ainda mais restritivas às regras já existentes, diante da tendência de crescimento gradativo do número de beneficiários do INSS e o provável aumento do déficit no setor.

Diante de tudo isso, a previdência complementar, oferecida por entidades abertas ou fechadas e por instituições privadas, é uma boa opção para os trabalhadores que planejam garantir uma renda melhor ao se aposentar.

As instituições financeiras brasileiras oferecem hoje algumas boas opções de investimentos em planos de previdência complementar privada. Assim, os trabalhadores, desde que se planejem de acordo com sua capacidade de poupar, têm a opção de aplicar recursos nessas variedades de fundos para resgatar o dinheiro poupado, com juros e correção, no período da aposentadoria, como forma de complementação de seus vencimentos.

Existem, também, as entidades fechadas de previdência complementar, que atuam vinculadas a grandes empresas ou instituições (muitas delas públicas) e oferecem aos trabalhadores desses grupos planos destinados a melhorar a renda durante a aposentadoria. É comum, nesses casos, que haja um sistema de coparticipação entre o empregado e o empregador, reunindo contribuições de ambos para a composição dos planos de previdência complementar, o que aumenta o potencial de poupança do contribuinte e tende a garantir rendimentos mais expressivos no momento da aposentadoria.

Hoje, diante de um mercado de trabalho competitivo e da restrita oferta de pessoal capacitado, os planos de previdência complementar são um benefício valorizado pelos profissionais. Muitas empresas têm investido em planos fechados ou em contratar instituições privadas para gerenciar planos empresariais.

Ser previdente é considerado uma virtude entre as pessoas. Planejar o futuro e se preparar para o período da aposentadoria é, portanto, uma atitude daqueles que valorizam virtudes. O Brasil precisa muito de bons trabalhadores, empreendedores e de pessoas dispostas a ajudar a construir um país sempre melhor. Entre esses bons brasileiros, estão, sem dúvida, aqueles que poupam e que se preparam para uma melhor idade tranquila, produtiva e contributiva.

Eduardo Pocetti é CEO da BDO no Brasil, firma-membro integrante da quinta maior rede do mundo em auditoria, tributos e advisory services

Fonte! O este chasque (texto) foi publicado no sítio (blog) Caminhando Junto, do amigo e parceiro Adriano Carvalho, no dia 14 de fevereiro de 2011. Abra cancela do seu sítio e dê uma camperiada, clicando em http://www.caminnhandojunto.com.br/.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Atitude 40! Custa muito caro manter um carro! É assustador!

Bueno! Diz a vinheta da propaganda que "brasileiro não vive sem carro". E isto é fato, pois tem tanto carro nas nossas ruas, avenidas e estradas que por qualquer motivo tudo fica congestionado.

E podem ter certeza que, muitos destes veículos vão ser penhorados por falta de pagamento, pois estão financiados em até 84 parcelas mensais, o que é um absurdo. É o caminho que o brasileiro sem educação financeira utiliza para mostrar algum status, pois, se for levar ao pé da letra, mais da metade dos que têm um veículo na garagem, não poderiam ter nem um fusquinha ano 1962.... E muitos destes, que tem veículos caros, turbinados, poderiam no máximo ter um carro popular.

Pois então eu te pergunto! Qual será o percentual de veículos que circulam Brasil afora, que foram comprados à vista, ou seja, o vivente poupou religiosamente seus cobres (dinheiro) para este fim? E a aplicação fez o mesmo render e por fim a compra foi feita com desconto? Vou chutar um percentual de no máximo 15%, pois ainda não temos como deveríamos ter, uma educação financeira disseminada na sociedade brasileira.

Pois bem! Comprei o meu primeiro veículo (zero km) - um Uno Mille Fire 1.0 em janeiro de 2003. Dei uma ótima entrada e um parcelamento em doze vezes. Em outubro de 2004, dei este veículo de entrada e comprei um outro Uno Mille Fire. Foi a maior burrada da minha vida, pois troquei um carro praticamente novo por ou outro zero km, dando mais R$ 5.000,00, totalizando um custo total nesta compra de R$ 19.700,00.

Mas, desde a primeira abastecida, numa planilia ecxel, anoto TODOS OS ABASTECIMENTOS (sempre tanque cheio). E é aí que o vivente começa a sentir no bolso da bombacha o que é manter um carro no seu dia-a-dia. Por isso os analistas em finanças são taxativos quando dizem que "o carro pode ser comprado desde que gere renda para o vivente". Não é o meu caso e não é o caso da maioria dos que compram carro absurdamente financiado. Mas vamos ver quanto o meu carrinho popular  já custou - apenas com gastos em combustível:

Ano         Litros  Vlr Médio     R$      R$ dia
2004     340,315   2,5180 =   793,19     12,20
2005  1.577,322   2,5390 = 3.962,71    10,86
2006  1.150,074   2,6445 = 3.041,41      8,33
2007  1.632,407   2,4756 = 4.041,15     11,07
2008  1.682,522   2,4944 = 4.196,82    11,50
2009  1.617,954   2,4751 = 4.004,63    10,96
2010  1.720,933   2.5302 = 4.354,36    11,93

Trocando em miúdos:
1 - Litros - total de litros de combustível consumido ao longo do ano em questão;
2 - Valor Médio - é o total em dinheiro gasto para abastecer, dividido pelo total de litros de combsutivel consumidos;
3 - R$ - soma total em dinheiro correspondente ao combustível consumido
4 - R$ dia - o resultado é o total de dinheiro gasto nos abastecimentos, dividido pelo total de dias do ano em questão (2004 foi contado a partir de 28 de outubro). Nos demais anos, a divisão sempre é por 365 dias.

De 28 de outubro de 2004 a 31 de dezembro de 2010, foram consumidos 9.721,528 litros de gasolina, ao preço médio de R$ 2,5093, totalizando o montante de R$ 24.394,27, gasto para percorrer 146.510 km.

Mas todos sabem que não é só de combustível que o veículo necessita para se locomover, pois ele necessita de pneus, peças, manutenção, revisões periódicas, trocas de óleo, um seguro contra as barbaridades que o trânsito apronta em termos de acidentes, furtos, roubos e ultimamente as catástrofes climáticas.

E como em abril de 2008 implantei no meu rancho a planilha de gastos e investimentos, a partir de 01 de janeiro de 2009, paralelo a esta, adotei a planilha DiSOP, criada pelo contador Reinaldo Domingues (1), que traz no seu conteúdo, mês a mês e dentro de cada mês, dia por dia, toda a tua movimentação financeira, como entradas de dinheiro (salários por exemplo), investimentos (tuas aplicações financeiras), despesas com residência (água, luz, telefone, supermercado, etc), despesas pessoais (créditos da folha de pagamento, como o INSS, IRRF, seguros, e outras despesas pessoais), com veículos (as abaixo citadas) e diversas (diversão e lazer, almoço/janta em restaurante, salão de beleza, etc). Agora vejam abaixo como foi o comportamento das despesas com o meu carrinho:
ITEM                                             2009         2010
- Combustíveis e lubrificantes  4.256,02   4.523,24
- IPVA...................................     464,02      527,65
- Lavagem/Pedágio/Garagem       253,00      217,60
- Manutenção........................  1.290,11   1.461,10
- Multas................................   .......            68,10
- Pneus, Peças, Acessórios...     2.940,21   1.815,00
- Seguro Total......................    1.351,32   1.291,34
- TOTAL..............................  10.554,86   9.904,83

Agora vejam o estouro que deu: Nestes dois últimos anos, com TODAS AS DESPESAS somadas, o combustível (leia-se gasolina) deu em torno de 40% do custo total. E se fizermos a média de gasto por dia, teremos R$ 28,92 em 2009 e R$ 27,14 em 2010.

Já fomos motivo de matéria num dos maiores sítios que tratam as finanças: o DINHEIRAMA, do parceiro e amigo CONRADO NAVARRO, com o título "A COMPRA DO CARRO E AS DESCULPAS ESFARRAPADAS", no dia 08 de setembro de 2008. E esta publicação gerou muita repercussão. E se o vivente quiser ler o chasque (texto), basta abrir a cancela clicando em http://dinheirama.com/blog/2008/09/08/a-compra-do-carro-e-as-desculpas-esfarrapadas/

Meu ponto de vista e minha conclusão:
1 - Sei que o carro não é investimento e sim um despesa certa. Mas não vou dar uma de louco e vendê-lo por causa do levantamento que mantenho dia-a-dia. Seria o mesmo que por trinta anos deixar de tomar um cafezinho diário e ficar rico.... e deixar de viver.... 
2 - Com todos estes levantamentos, concluo que não posso sair do carro popular e entrar num carro mais "poderoso" (poderoso no preço, no tamanho do tanque, no valor do seguro, etc);
3 - Não existe mágica. Na compra de um carro, existe o ônus e este sempre tem seu preço. Se não puderes comprar um carro na medida, ou seja, que pode ser mantido e À VISTA, farás um péssimo negócio. Só se este veículo for usado para gerar renda, ou seja, utilizado especificamente na tua lida (trabalho).
4 - E o mais importante: NUNCA deixe a tua previdência privada e a da tua família de lado (seja qual for o tipo de investimento) para entrar numa loucura destas de comprar um carro, "pois todo mundo tem um...., menos eu". Aí sim, será loucura total e provável pobreza total pro resto da tua vida.

(1) Reinaldo Domingues: educador e terapeuta financeiro; Presidente do Instituto DiSOP de Educação Financeira; publicou os livros "Terapia Financeira" (2007) e "O Menino do Dinheiro" (2008), ambos pela Editora Gente. Em 2009, idealizou o primeiro Programa DiSOP de Educação Educação para o Ensino Básico do país. Dê uma camperiada em seu sítio: http://www.reinaldodomingues.com.br/.

Baita abraço

Valdemar Engroff - o gaúcho taura!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A Montanha-Russa das Bolsas / Stephen Kanitz

Bueno! Com diz o meu amigo Fabiano Dornelles, da Dérivés Investimentos de Porto Alegre (RS), "Já foi dito...e vale a pena ler de novo". Boa leitura (ou releitura....)!

Valdemar Engroff

A maioria dos leitores deve achar uma maluquice as seguidas oscilações nas bolsas de valores. "Prefiro aplicar em imóveis, é mais seguro." "Bolsa é para quem tem estômago, meu negócio é fundo DI." "Bolsa de valores é um mercado de risco, estou fora." Felizmente, a verdade é outra.

Todo dia, menos de 1% das ações é transacionado na bolsa. Na próxima vez em que você ler que "a bolsa cai 10% num dia de intenso nervosismo", lembre-se de que 99% dos investidores nem tomaram conhecimento.

A maioria não vendeu suas posições, só os apavorados o fizeram. Nem o 1% que vendeu em pânico necessariamente perdeu dinheiro, muito menos 10%. Quem comprou ações dois anos atrás vendeu-as com lucro, mesmo que tenham caído no dia exato da venda. Portanto, por que tanta comoção?

Se, em vez de ações na bolsa, você tivesse comprado um flat service num bairro qualquer, um quadro do Scliar ou um livro raro de Camões, você nem saberia quanto o valor desses objetos oscilou nesse "dia de intenso nervosismo". Provavelmente, os preços desses objetos permaneceram na mesma, simplesmente porque ninguém comprou algo parecido no dia.

Na próxima crise financeira, tente vender seu apartamento, seu quadro ou seu livro raro em cinco minutos, como se faz na Bolsa de Valores de São Paulo.

Você simplesmente não vai conseguir, não há bolsa de livros raros, nem de quadros famosos, nem de flat services com movimentação e preços diários.

Se você realmente precisar de dinheiro, provavelmente um corretor poderá vender o que você quer com 30% de desconto, anunciando o que se chama de galinha-morta.

O jornalismo econômico comete enorme injustiça com o mercado de ações, só porque a bolsa de valores é transparente, divulga tudo on-line, tem preços minuto a minuto, o que permite que os jornalistas tenham assunto todo dia. Isso não ocorre no setor de imóveis, de quadros nem no de livros raros.

"Imóveis e quadros raros despencam 30% em dia de muito nervosismo, bolsa de valores tem queda muito menor" é uma manchete que nunca é publicada. Quadros, livros e imóveis ilíquidos num dia de nervosismo valem zero para quem precisa desesperadamente de dinheiro. Mas isso ninguém divulga.

Como todo administrador financeiro saberá lhe explicar, o que varia de fato de um dia para outro é o preço que você paga para ter liquidez imediata. Em dias de "intenso nervosismo", é o preço por liquidez que aumenta, não é o preço da ação que cai. Você poderia ganhar fortunas comprando nessas horas, oferecendo liquidez a gringos apavorados, mas, se você é levado a acreditar que o mundo está despencando, provavelmente sairá vendendo também.

Em dias de "intenso nervosismo", o preço por liquidez poderá ir para 10% do valor da ação e 30% do valor do imóvel. Só que 99% das pessoas se recusam a pagar esse preço por liquidez – preferem esperar que as coisas se acalmem, no que fazem muito bem.

O que ninguém noticia nessas horas de "intenso nervosismo" é que todo dia metade das pessoas está comprando o que a outra metade está vendendo. A metade otimista compra da metade pessimista. Se incluirmos os 99% que continuam com suas ações, mostrando portanto certo otimismo com relação ao futuro, todo dia tem muito mais otimistas por aí do que pessimistas.

Na próxima vez em que você ouvir um comentário de que a bolsa é um mercado de risco, pense duas vezes. A volatilidade da bolsa é bem menor que a dos imóveis, quadros e livros raros, justamente porque tem sempre alguém comprando, mesmo durante uma crise.

Do ponto de vista financeiro, a volatilidade de algo invendável num dia de "intenso nervosismo" é 100%, mas eu concordo que essa posição é um tanto polêmica, e nem todos irão concordar. Meu ponto, porém, é outro: não é justo considerar alguns mercados "voláteis" somente porque permitem ao comprador vender tudo em questão de minutos, o que não ocorre com quadros, imóveis nem livros raros.

Ações de terceira linha também não têm liquidez imediata, e investidores dessas ações esperam dias melhores, como fazem os de imóveis e livros raros. Mas isso não significa que sejam menos voláteis, simplesmente significa que nesses outros mercados não há cotações nem negócios realizados para virar manchete de jornal.

Stephen Kanitz é administrador por Harvard (www.kanitz.com.br)

Fonte! Chasque originalmente publicado pela Editora Abril, Revista Veja, edição 1959, ano 39, nº 22, 7 de junho de 2006, página 24. Também disponível do sítio do próprio autor.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

5 passos para fortalecer sua vida financeira

Aproveite o começo do ano e escreva uma nova história

Sou radicalmente contra soluções simplistas e ingênuas como “economize um cafezinho por dia e, em trinta anos, você estará andando de Rolls Royce”, mas em alguns momentos precisamos cortar gastos. E infelizmente nossos caminhos para sair de uma situação de desequilíbrio financeiro são restritos, pela própria matemática, a dois: aumentar os ganhos ou gastar menos. Se você é uma pessoa como a grande maioria, para resolver um desequilíbrio de curto prazo, é mais viável partir para os cortes de despesas do que o aumento das receitas. Aumentar seu salário ou os lucros de seu negócio não é algo que se consiga fazer unicamente pela força de nossa vontade, já sobre as despesas temos condições de exercer algum tipo de controle.

Por isso, para colocar uma situação financeira completamente caótica em uma situação de equilíbrio, não hesite em cortar, sem dó e sem culpa. Vai doer, mas acredite, essa dor será recompensada.Se você quer mudar, algo terá que mudar. Uma vida financeira equilibrada e sólida é, em grande parte, resultado de bons hábitos financeiros. E um hábito, como sabemos, não é algo exatamente fácil de mudar. Uma mudança de hábito exige energia, coragem, disciplina e comprometimento consigo mesmo. Vivemos cercados de pessoas que optaram, conscientemente ou não, por viver dentro dos limites da mediocridade (ou até abaixo disso), por medo ou falta de disposição de sair da famosa “zona de conforto”. Sem mudanças de hábito duradouras e consistentes, todo esforço feito para resolver um desequilíbrio financeiro (e toda dor resultante desse processo) será jogado no lixo. Não se permita perder aquilo que conquistou!

Cada dia é uma nova batalha. Não importa o que aconteceu antes, a vida é daqui para a frente. Naturalmente suas atitudes e decisões do passado foram determinantes para sua atual situação financeira, seja ela boa ou ruim. Mas o que vai determinar se você caminhará rumo à riqueza ou à ruína completa é aquilo que você faz HOJE. Seu ponto de poder é o ponto presente. Não perca uma oportunidade de otimizar seus gastos, de usar seu dinheiro com sabedoria ou de aproveitar as oportunidades que aparecem à sua frente, AGORA! Cuide de seus registros. O iminente físico irlandês William Thomson (também conhecido como Lord Kelvin) tinha uma frase célebre que dizia “aquilo que não se pode medir, não se pode melhorar”. Ele devia saber o que estava falando...

Para que a sua situação financeira melhore, é imprescindível ter registros precisos e detalhados de suas transações financeiras – tudo o que entra e tudo o que sai. A rotina de manter registros financeiros nos permite ter uma “visão panorâmica” sobre nossa situação financeira, e nos ajuda a evidenciar uma série de problemas que, de outra forma, não conseguimos (ou não queremos) observar. Dê-se, então, a oportunidade de ter sempre um retrato fiel e em tempo real de sua vida financeira, pois será sua principal ferramenta de tomada de decisão.Sempre visualize seu sucesso. Você tem algum objetivo maior, materialmente falando? Equilíbrio financeiro é algo de suma importância, mas uma vida financeira “apenas” equilibrada não faz muito sentido. No fim das contas, é o supérfluo que faz a vida ter graça...

Qual o seu desejo extravagante? Um carrão exótico? Uma casa na praia? Uma aposentadoria precoce? Defina um objetivo e crie para si um “ambiente de sucesso”. Coloque, por exemplo, uma foto daquilo que deseja no fundo de tela de seu computador, ou em algum outro lugar visível. Ter contato freqüente com seu objeto de desejo é uma forma eficiente de mantê-lo motivado e firme em seu propósito, faça isso. Mas por favor não misture as coisas. Seja realista, prático e não transforme isso em alguma espécie de ritual religioso ou místico. Não espere por milagres, siga em seu caminho e não se esqueça dos quatro passos anteriores. O verdadeiro milagre está em você.

André Massaro - Administrador e pós-graduado em Economia, já foi executivo financeiro de empresas e instituições financeiras e consultor especializado em finanças corporativas e desenvolvimento de negócios. Atualmente é trader independente de ações e derivativos, consultor em finanças pessoais e corporativas, educador financeiro, palestrante, criador do método Moneyfit e autor dos livros MoneyFit (Matrix Editora) e Por Dentro da Bolsa de Valores (editora Urbana). http://www.moneyfit.com.br/.

Fonte! O presente chasque foi publicado no sítio Caminhando Junto, do amigo e parceiro Adriano Carvalho, no dia 05/02/2011. Para acessá-lo, basta abrir a cancela clicando em http://www.caminhandojunto.com.br/.