quarta-feira, 31 de maio de 2017

Quatro em 10 brasileiros compram por impulso


Cartão de crédito é a forma preferida de parcelamento
de compras /MARCO QUINTANA/JC

Quem nunca comprou algo que não precisava e não estava nos planos? Aparentemente um ato inofensivo, isso pode se tornar um problema grande. A pesquisa "Uso do crédito", realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), mostra que 37% dos consumidores admitem ter comprado algo de que não precisavam nos últimos 30 dias, devido à facilidade de crédito.

Os itens mais comprados por impulso são roupas, calçados e acessórios (14%), perfumes e cosméticos (8%), idas a bares e restaurantes (6%) e smartphones (6%). Na visão dos entrevistados, as lojas que mais facilitam o crédito e estimulam as compras são as virtuais (29%), seguidas dos supermercados (19%) e lojas de departamento (17%). As formas de pagamento mais utilizadas nas compras são o dinheiro (68%), o cartão de crédito (45%) e o de débito (35%). Mais da metade (58%) buscaram evitar determinadas formas de pagamento a crédito nos últimos três meses, principalmente os financiamentos (27%) e crediários (23%).

Quase metade da amostra (47%) sente que atualmente há maior dificuldade das lojas em aceitar certas modalidades de pagamento, especialmente o crediário (24%), o cheque pré-datado (23%) e o financiamento (18%). Quando o estabelecimento não aceita a forma de pagamento que o consumidor escolheu, 37% daqueles que têm sentido mais dificuldades desistem da compra, mas 27% garantem que acabam pagando à vista.

O pagamento à vista é escolhido por 38% dos entrevistados caso o preço seja muito inferior que na compra parcelada, mas 19%, no entanto, preferem parcelar, caso a diferença de preço não seja grande para poder comprar mais coisas se necessário.

A maioria (67%) conhece a diferença do valor à vista e do valor parcelado de um produto. Considerando os últimos 30 dias anteriores a pesquisa, os consumidores pagaram, em média, três prestações/parcelas de cartão, cheque, empréstimo ou financiamento. Considerando todas compras parceladas feitas, em média, os entrevistados demorarão seis meses a pagar todas elas.

A grande aceitação do cartão de crédito entre os consumidores brasileiros transparece mais uma vez, quando se considera a forma de parcelamento preferida dos brasileiros: 61% dos que irão parcelar nos próximos meses preferem utilizar o cartão de crédito (queda de 10,8 pontos percentuais em relação a 2016). Outros 14% dizem preferir o crediário/carnê, enquanto 10% preferem utilizar o cartão de lojas.

Ainda considerando quem pretende comprar parcelado no próximo mês, no momento de definir o número de parcelas da compra, quatro em cada 10 escolhem a opção que oferecer a menor quantidade possível de prestações (43%). Em contrapartida, 26% sempre pedem o número máximo de parcelas sem juros, independentemente do valor da compra, enquanto 19% afirmam que quanto maior o valor da compra, maior o número de parcelas pedidas para pagar.

Dois em cada 10 entrevistados (20%) planejavam comprar parcelado roupas, calçados e acessórios, já 13% celular e smartphone e 10% móveis para a casa. Considerando até o final de 2017, os produtos mais visados para compras parceladas são celulares e smartphones (17%), roupas, calçados e acessórios (15%) e eletrodomésticos (13%).

O levantamento mostra que 23% dos consumidores tiveram crédito negado no último mês ao tentar comprar numa loja de forma parcelada, sendo os principais motivos, nome sujo (6%) e limite de crédito excedido (5%). Com o acesso ao crédito mais restrito, os lojistas parecem dispostos a facilitar as condições de compra e garantir mais recursos em caixa, uma vez que metade dos consumidores garante ter recebido ofertas de descontos para efetuar o pagamento à vista em dinheiro nos últimos 30 dias.

Quase quatro em cada 10 entrevistados acreditam que em 2017 está mais difícil conseguir crédito (37%, queda de 10,2 p.p. em relação a 2016), ao passo em que 33% julgam estar igual e 18% pensam estar mais fácil este ano. 

Fonte! Chasque publicado nas páginas do Jornal do Comércio de Porto Alegre - RS, edição do dia 31 de maio de 2017.
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Nosso comentário!

Não somos adeptos dos parcelamentos e endividamentos. Somente da compra à vista e se realmente for necessário a aquisição do bem de consumo.

Mas existem exceções à regra. Em dezembro do ano passado, fizemos a aquisição de forma parcelada de um projeto de produção de energia solar. O valor financiado era de R$ 18.000,00. Fizemos na Cooperativa de Crédito Mútuo da ASCAR (empresa onde trabalho) a juros de R$ 2% mensais. Não parece muito mas quando chegou a conta, o valor da mensalidade (parcela), multiplicamos pelos meses (24), o valor nominal pulou para R$ 23.000,00 em números arredondados.

Mas estamos conseguindo antecipar os valores e vamos quitar tudo no mês de junho (já fizemos uma antecipação razoável em abril), com a chegada da segunda renda - em março deste ano (aposentadoria). 

Foi um investimento bom (o financiamento)? Cremos que sim, pois em março de 2015, fizemos o primeiro orçamento, em outra empresa e os valores orçados para o mesmo projeto variavam entre R$ 32.000,00 e 37.000,00, ou seja, fora dos nossos orçamentos e possibilidades de aquisição. 

Baita e cinchado (apertado) abraço

Valdemar Engroff 

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Aumento da isenção do IRPF gera polêmica



Presidente Temer sinaliza com a possibilidade de ampliar faixa de isentos, mas medida é descartada pela Fazenda
Proposta que circula em um grupo restrito no governo
dobra a faixa dos atuais R$ 1.903,00 para R$4 mil

O governo federal estuda aumentar a isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). O presidente Michel Temer disse que apreciaria "muitíssimo" ampliar a faixa de isentos, mas reconheceu que é algo complicado e que está em discussões iniciais. No entanto o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o tema não está em discussão no momento.

O aumento da faixa de isenção é uma proposta da ala política do governo e de parlamentares da base que acreditam que ela pode ser usada como moeda de troca para a aprovação das reformas trabalhista e previdenciária. O problema é que isso não conta com o apoio da equipe econômica. Essa desoneração representaria um custo elevado num momento em que as receitas estão baixas.

Embora polêmica, a sinalização vem em momento ruim para as contas públicas. Com a arrecadação ainda patinando, o governo raspa o tacho em busca de receitas extraordinárias e tem pouca margem para abrir mão de qualquer centavo. Isso ficará mais claro na próxima semana, quando a equipe econômica publicará um novo relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas.

O presidente não detalhou de quanto seria a isenção no imposto ou os prazos com que o governo trabalha. A proposta que circula em um grupo restrito no governo dobra a faixa de isenção do IRPF dos atuais R$ 1.903,00 para R$ 4 mil. O valor exato, no entanto, seria definido conforme o comportamento da arrecadação do primeiro trimestre. A ideia seria tomar a medida após a conclusão do IR de 2017 (ano-base 2016) e num percentual de até 5%.

"Foi apenas uma primeira conversa para ampliar a faixa-limite do Imposto de Renda. Se você aumenta a faixa de isenção, você está permitindo que muita gente possa economizar no pagamento do tributo para aplicar no varejo, onde seja", disse. A proposta de aumento da isenção do imposto já teria sido discutida pelo presidente Temer com deputados e senadores, inclusive do PMDB.

A proposta é uma resposta à cobrança de aliados para que o governo faça novo aceno, além da liberação das contas inativas do FGTS, às classes mais populares para proporcionar um discurso aos que voltam às urnas em 2018. A ala política e a base do governo alegam que o aumento da faixa de isenção criaria uma boa vontade da classe média e dos próprios parlamentares em relação à agenda impopular de reformas. O problema é que a desoneração precisaria ser compensada.

Em contrapartida, poderia haver uma alta de impostos: a tributação de lucros e dividendos das pessoas jurídicas. Segundo os técnicos do governo, existe hoje uma manipulação feita pelas empresas na hora de apurar seus lucros. Isso porque vigoram no País os regimes do lucro real e do lucro presumido. No primeiro caso, os ganhos das companhias são apurados com base num cálculo estimado sobre o qual incidem o IR e a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL). Já no segundo, a tributação ocorre sobre o lucro efetivo apurado no trimestre. A tabela do IR foi corrigida em 4,5% de 2007 a 2014. Em 2015, o reajuste variou entre 4,5% a 6,5%, dependendo da faixa de renda do contribuinte. No ano passado, não houve mudanças. 

Fonte! Chasque (matéria) veiculada nas páginas do Jornal do Comércio de Porto Alegre - RS, edição do dia 24 de maio de 2017.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Fundos Imobiliários em alta

Modalidade de aplicação atrai cada vez mais investidores

Em 2016, os fundos imobiliários se valorizaram 32,3%, chegando a dar retorno de quase 10% só em março daquele ano. O surpreendente desempenho fez crescer as expectativas de que, em 2017, poderiam repetir o feito, principalmente diante do cenário de queda dos juros, que motiva o investidor a sair da zona de conforto. No entanto analistas divergem sobre as perspectivas de retorno para este ano e aconselham o investidor a olhar para outros fatores além da Selic na hora de optar por esse investimento. Os Fundos Imobiliários (FII) são investimentos de renda variável e funcionam como ações, mas, em vez de empresas, o aporte é em imóveis. Dentro do fundo, cada investidor tem uma cota correspondente ao montante aplicado, que rende um valor mensal. Como investir em imóveis já é comum ao brasileiro, dentro do volátil universo de renda variável, ele acaba sendo um investimento mais "amigável".

Para os que cogitam imóveis como forma de investimento, optar por um fundo imobiliário pode ser vantajoso, já que dispensa a saga por longos financiamentos ou a necessidade de juntar uma enorme quantia de dinheiro. Geralmente, uma cota de um fundo imobiliário não passa de R$ 4,5 mil, podendo ser adquirida por muito menos. Além de ser uma alternativa à renda fixa e garantir uma remuneração mensal ao investidor, outro atrativo dos FII é a isenção de taxa de Imposto de Renda no valor do rendimento. As vendas das cotas com lucro, porém, são taxadas em 20%. Há ainda a taxa de administração do fundo, que pode ou não ser cobrada pela corretora.

Com mais uma queda na semana passada da Taxa Básica de Juros (Selic), hoje em 11,25% ao ano, os fundos ganham atratividade frente às aplicações tradicionais de renda fixa. A busca por retornos maiores incentiva os investidores a tomar mais riscos, o que contribui para aquecer o mercado. Outro chamariz foi a crise do setor imobiliário, que agora ensaia sinais de retomada, mas trouxe a oportunidade de negociar imóveis vazios a preços mais baratos.

Lucas Stefanini, analista da corretora Guide, explica que, até 2015, havia uma oferta muito alta de imóveis, o que gerava uma briga por locatários, não por fundos. Mas, com desaceleração nas entregas de empreendimentos, espera-se, para o ano que vem, um equilíbrio entre oferta e demanda de espaços. Diante desse cenário de ajuste de preço, o investidor ainda pode se aproveitar de uma cotação menor do que o valor patrimonial. Até o dia 12 de abril, o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (Ifix) - indicador do desempenho médio das cotações dos fundos na Bolsa - avançou no ano 8,61%. Boa parte dessa alta foi uma resposta à confirmação da queda já esperada da Selic. Mas, segundo o professor da Fecap Arthur Vieira, daqui para frente, só a queda de juros "não será um combustível, porque já está precificada". Vieira aponta que o rumo da Selic só daria um fôlego a esse produto se os cortes forem além do esperado, e que os ganhos virão da melhora do mercado.

Apesar da ressalva, Vieira acredita que o fundo imobiliário funciona como um primeiro passo na renda variável. "Com a queda da taxa de juros, as pessoas vão ter de aprender a tomar risco. Nesse sentido, é um passo menos volátil." Vieira pondera, porém, que o investidor deve antes ter um "colchão" na renda fixa, em produtos com liquidez - como a reserva de emergência, cuja recomendação é de três a seis meses do custo de vida - para se proteger de algum evento inesperado. A indicação de fundos imobiliários, porém, não é unanimidade. Roberto Indech, da corretora Rico, tem ressalvas ao produto. Ele acredita que essa aplicação só é adequada para um perfil bastante específico de investidor: que precisa de uma renda mensal ou busca diversificar bem a carteira. Indech acredita que, para fugir da renda fixa com um pouco mais de risco, existem investimentos mais vantajosos, como, na avaliação dele, os fundos multimercado - aplicação híbrida que mistura em um mesmo pacote renda fixa, ações ou moedas.

Uma outra questão que deve ser levada em conta é a liquidez. Os fundos imobiliários funcionam como "condomínios fechados", divididos em cotas que, depois de adquiridas, não podem simplesmente ser resgatadas. Para negociar suas cotas, o investidor deve usar do mercado secundário - as cotas são negociadas em pregão da bolsa. Assim, para "sair do condomínio", ele precisa encontrar um comprador para a sua cota, e pode não haver interessados.

Vitor Hernadez, educador financeiro e idealizador do site Jornada do Dinheiro, também alerta para o prazo de entrada no investimento. Com um novo ambiente econômico, a rentabilidade geral do mercado tende a ser menor, já que os preços dos fundos tendem a aumentar - embora o ganho real deva permanecer.

Para dar os primeiros passos nesse mercado, analisar o perfil dos imóveis do fundo é essencial, apontam especialistas. Hernadez aconselha que o investidor, em primeiro lugar, investigue com atenção quais tipos de imóveis compõem a carteira para não tomar a decisão errada, bem como a localização e a qualidade dos espaços. Stefanini, da Guide, afirma que muito da melhora no cenário veio dos imóveis corporativos. Outros fundos vantajosos, segundo ele, são os galpões logísticos, por causa da demanda das empresas por esse tipo de espaço; e os shoppings, que podem se aquecer mediante uma retomada do consumo. Já uma categoria de fundos que deve diminuir seus rendimentos é a de recebíveis, como o Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), ou papéis com lastro imobiliário, como a Letra de Crédito Imobiliário (LCI), porque estão atrelados à taxa de juros e tendem a cair.

Fonte! Chasque (matéria) veiculado no Caderno  Empresas e Negócios, do Jornal do Comércio de Porto Alegre - RS, edição do dia 02 de maio de 2017.
Em 2016, os fundos imobiliários se valorizaram 32,3%, chegando a dar retorno de quase 10% só em março daquele ano. O surpreendente desempenho fez crescer as expectativas de que, em 2017, poderiam repetir o feito, principalmente diante do cenário de queda dos juros, que motiva o investidor a sair da zona de conforto. No entanto analistas divergem sobre as perspectivas de retorno para este ano e aconselham o investidor a olhar para outros fatores além da Selic na hora de optar por esse investimento. Os Fundos Imobiliários (FII) são investimentos de renda variável e funcionam como ações, mas, em vez de empresas, o aporte é em imóveis. Dentro do fundo, cada investidor tem uma cota correspondente ao montante aplicado, que rende um valor mensal. Como investir em imóveis já é comum ao brasileiro, dentro do volátil universo de renda variável, ele acaba sendo um investimento mais "amigável". Para os que cogitam imóveis como forma de investimento, optar por um fundo imobiliário pode ser vantajoso, já que dispensa a saga por longos financiamentos ou a necessidade de juntar uma enorme quantia de dinheiro (veja mais diferenças no box ao lado). Geralmente, uma cota de um fundo imobiliário não passa de R$ 4,5 mil, podendo ser adquirida por muito menos. Além de ser uma alternativa à renda fixa e garantir uma remuneração mensal ao investidor, outro atrativo dos FII é a isenção de taxa de Imposto de Renda no valor do rendimento. As vendas das cotas com lucro, porém, são taxadas em 20%. Há ainda a taxa de administração do fundo, que pode ou não ser cobrada pela corretora. Com mais uma queda na semana passada da Taxa Básica de Juros (Selic), hoje em 11,25% ao ano, os fundos ganham atratividade frente às aplicações tradicionais de renda fixa. A busca por retornos maiores incentiva os investidores a tomar mais riscos, o que contribui para aquecer o mercado. Outro chamariz foi a crise do setor imobiliário, que agora ensaia sinais de retomada, mas trouxe a oportunidade de negociar imóveis vazios a preços mais baratos. Lucas Stefanini, analista da corretora Guide, explica que, até 2015, havia uma oferta muito alta de imóveis, o que gerava uma briga por locatários, não por fundos. Mas, com desaceleração nas entregas de empreendimentos, espera-se, para o ano que vem, um equilíbrio entre oferta e demanda de espaços. Diante desse cenário de ajuste de preço, o investidor ainda pode se aproveitar de uma cotação menor do que o valor patrimonial. Até o dia 12 de abril, o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (Ifix) - indicador do desempenho médio das cotações dos fundos na Bolsa - avançou no ano 8,61%. Boa parte dessa alta foi uma resposta à confirmação da queda já esperada da Selic. Mas, segundo o professor da Fecap Arthur Vieira, daqui para frente, só a queda de juros "não será um combustível, porque já está precificada". Vieira aponta que o rumo da Selic só daria um fôlego a esse produto se os cortes forem além do esperado, e que os ganhos virão da melhora do mercado. Apesar da ressalva, Vieira acredita que o fundo imobiliário funciona como um primeiro passo na renda variável. "Com a queda da taxa de juros, as pessoas vão ter de aprender a tomar risco. Nesse sentido, é um passo menos volátil." Vieira pondera, porém, que o investidor deve antes ter um "colchão" na renda fixa, em produtos com liquidez - como a reserva de emergência, cuja recomendação é de três a seis meses do custo de vida - para se proteger de algum evento inesperado. A indicação de fundos imobiliários, porém, não é unanimidade. Roberto Indech, da corretora Rico, tem ressalvas ao produto. Ele acredita que essa aplicação só é adequada para um perfil bastante específico de investidor: que precisa de uma renda mensal ou busca diversificar bem a carteira. Indech acredita que, para fugir da renda fixa com um pouco mais de risco, existem investimentos mais vantajosos, como, na avaliação dele, os fundos multimercado - aplicação híbrida que mistura em um mesmo pacote renda fixa, ações ou moedas. Uma outra questão que deve ser levada em conta é a liquidez. Os fundos imobiliários funcionam como "condomínios fechados", divididos em cotas que, depois de adquiridas, não podem simplesmente ser resgatadas. Para negociar suas cotas, o investidor deve usar do mercado secundário - as cotas são negociadas em pregão da bolsa. Assim, para "sair do condomínio", ele precisa encontrar um comprador para a sua cota, e pode não haver interessados. Vitor Hernadez, educador financeiro e idealizador do site Jornada do Dinheiro, também alerta para o prazo de entrada no investimento. Com um novo ambiente econômico, a rentabilidade geral do mercado tende a ser menor, já que os preços dos fundos tendem a aumentar - embora o ganho real deva permanecer. Para dar os primeiros passos nesse mercado, analisar o perfil dos imóveis do fundo é essencial, apontam especialistas. Hernadez aconselha que o investidor, em primeiro lugar, investigue com atenção quais tipos de imóveis compõem a carteira para não tomar a decisão errada, bem como a localização e a qualidade dos espaços. Stefanini, da Guide, afirma que muito da melhora no cenário veio dos imóveis corporativos. Outros fundos vantajosos, segundo ele, são os galpões logísticos, por causa da demanda das empresas por esse tipo de espaço; e os shoppings, que podem se aquecer mediante uma retomada do consumo. Já uma categoria de fundos que deve diminuir seus rendimentos é a de recebíveis, como o Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), ou papéis com lastro imobiliário, como a Letra de Crédito Imobiliário (LCI), porque estão atrelados à taxa de juros e tendem a cair. - Jornal do Comércio (http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/04/cadernos/empresas_e_negocios/557667-fundos-imobiliarios-em-alta.html)