sexta-feira, 25 de julho de 2014

Empresas precisam entender a geração Y

Seminário promovido pela Fundação CEEE debateu a inserção dos jovens no mercado de trabalho no Brasil


Gehringer afirma que os jovens retomam ideias da geração anterior
Ghehringer afirma que os jovens
retomam ideias da geração anterior


Cerca de 600 pessoas acompanharam, na tarde de ontem, a primeira edição do seminário sobre Previdência Complementar, realizado pela Fundação CEEE. Os painéis, realizados no Centro de Eventos do Plaza São Rafael, tiveram como tema central “Caminhos para o futuro, as novas gerações e a percepção do amanhã”, discutindo principalmente a relação dos empregadores com a chamada geração Y, que está entrando no mercado de trabalho.

O filósofo e doutor em educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Mário Sérgio Cortella, foi o primeiro a falar, abordando o tema As novas gerações e o mercado de trabalho. Conforme o especialista, esta é uma geração que precisa ser treinada a ter paciência, persistência e resistência. “É uma geração encantadora porque deseja fazer algo que tem propósito e sentido. Mas uma parte dela tem a percepção de uma paciência e esforço mais curta. Precisamos fazer com que ela compreenda que não dá para viver só o momento, que tem que viver também a organização para o futuro”, explica.

Cortella define ainda que a juventude tem uma noção de instantaneidade e de mobilidade, mas ainda não tem a noção do fundo estratégico. Ele salienta que isso passa por uma formação coletiva. “As empresas precisam ajudar a fazer isso. O jovem não tem a noção porque nós, adultos, com muito mais idade, também não temos. Ela não é só do jovem, mas é mais aguda neles. É tarefa das empresas movimentar o debate”, ressalta.

Na segunda parte do seminário, foi a vez do administrador de empresas Max Gehringer apresentar o tema Gestão de mudanças: administrando as novas gerações. Na opinião do especialista, as empresas encaram os jovens da mesma forma que percebiam a geração de 40 anos atrás. “Havia uma parte das pessoas que acreditava que a minha geração iria ser uma desgraça, que iríamos destruir tudo e as empresas iriam acabar. Tínhamos ideias novas, uma vontade muito grande de mudar a situação, não morar no mundo em que os adultos construíram para nós, mas construir o nosso mundo. O tempo passou e estamos enfrentando uma nova geração, que, com outras tecnologias e outra urgência, está retomando mais ou menos o que a minha geração falou”, avalia.

Para Gehringer, se no mercado de trabalho alguém deve entender alguém, são os adultos que precisam se esforçar para entender os jovens. Reforça ainda que esta sempre será uma sequência histórica que não vai terminar nunca. “A tendência é dizer que o jovem não era mais como antigamente — não tem vontade, muda muito fácil. As condições que faziam com que alguém arrumasse um emprego, permanecesse nele e mantivesse uma carreira na mesma empresa mudaram, pois o mundo ficou mais rápido, o acesso a informação é completamente diferente do que era. As empresas precisam se preparar para lidar com esta geração, porque não tem como expurgar ela”, observa.

A ideia da realização do painel foi marcar a entrada definitiva da Fundação CEEE no segmento de previdência complementar. Atualmente, a entidade gere um patrimônio superior a R$ 5 bilhões, administrando planos de previdência privada para mais de 15 mil pessoas participantes de planos das nove empresas e entidades que são patrocinadoras ou instituidoras do fundo de pensão, e que têm direito a oferecer a seus colaboradores a previdência complementar. No Brasil, a instituição está entre os 20 maiores fundos do País, e é o maior no Rio Grande do Sul.



Fonte! Chasque (reportagem) de Nestor Tipa Júnior, publicado nas páginas do Jornal do Comércio de Porto Alegre, edição do dia 24 de julho de 2014.  Crédito do retrato: Antônio Paz / JC

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