Proposta é endossada pela ABRAPP e abrange trabalhadores que ingressarão no mercado a partir da nova lei
Martins
também defende volta do Ministério
da
Previdência ABRAPP/DIVULGAÇÃO/JC
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Com
previsão de intenso debate já nos primeiros dias do governo do próximo
presidente, Jair Bolsonaro (PSL), a reforma da Previdência já é tratada por
diversas entidades e associações relacionadas ao tema. O principal ponto é como
torná-la palatável ao contribuinte, com regras mais claras e objetivas, além da
justiça social - ou seja, buscar igualdade para os desiguais. Para isso, além
da proposta enviada pelo presidente Michel Temer (MDB) ao Congresso - que
sequer foi votada pelos parlamentares - outras alternativas começam a surgir
para contribuir na discussão.
O
diretor-presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de
Previdência Complementar (Abrapp), Luís Ricardo Martins, ratificou o apoio a
uma proposta do professor da Universidade de São Paulo (USP), Hélio
Zylberstajn, a qual se debruça em alguns pilares para o desenvolvimento da
reforma: o primeiro básico, para toda a população; o segundo com um teto menor
que o atual, capitalizado e compulsório; o terceiro coletivo capitalizado
opcional e o quarto individual e também opcional e capitalizado. A ideia seria
reduzir o atual teto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), de R$
5.645,80 para R$ 2.000,00, que passaria a valer para quem ingressasse no
mercado de trabalho a partir da aprovação da lei.
Para
complementar a renda, seriam criadas poupanças individuais, com capitalização
dos recursos e utilização de parte do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS) para incrementar o valor. As alíquotas de contribuição compulsória
seriam revistas, a fim de se adequar à proposta. Além disso, haveria os planos
de previdência complementar como uma terceira alternativa, de maneira opcional.
Segundo
Martins, esse modelo traria uma mudança estrutural no atual modelo de
previdência pública e geraria um "pacto de gerações" entre os mais
novos e mais velhos. "A cada ano, temos menos contribuintes e mais
aposentados. Essa conta não irá fechar em algum momento. Futuramente, trabalharemos
mais, contribuiremos mais e receberemos menos do que devíamos", alerta o
dirigente da Abrapp. Ele entende que esse modelo de capitalização de recursos
pode ser a "solução da macroeconomia brasileira" a fim de viabilizar
os proventos no futuro.
O dirigente
também defende que o novo presidente recrie o Ministério da Previdência Social,
que em 2016 estava unido à pasta do Trabalho e, depois, foi integrado ao
Ministério da Fazenda. Para Martins, a questão social e a urgência em tratar
assuntos tanto de ordem pública quanto de previdência complementar se tornam
imperativos para o retorno. "A Fazenda tem um caráter tributário,
fiscalizatório, diferente da proposta da Previdência, de cunho social e
assistencialista. E falo também em relação à previdência complementar, que
esteve ligada há 40 anos a esse ministério. São 30 milhões de aposentados, e
acredito que podemos atuar com maior protagonismo, um parceiro na resolução de
problemas", explica. O pedido, no entanto, vai de encontro ao enxugamento
da máquina pública, proposto pelo novo presidente, a fim de reduzir despesas.
Fonte! Este chasque (matéria) foi publicado no caderno especial Seguros & Previdência, do Jornal do Comércio de Porto Alegre, na edição do dia 31 de outubro de 2018.
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