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Soares
limitou número de clientes com direito a essa
modalidade.
CLAITON DORNELLES/JC
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O famoso
"compro agora pago depois", modalidade de crédito informal muito
usado pelos brasileiros cresceu na carona da crise financeira. Enquanto no País
a venda fiada aumentou, no Rio Grande do Sul caiu: em 2015, o Estado registrava
17% das vendas ligadas ao orçamento familiar diretamente na caderneta dos
mercados, em 2016 o número foi 1% menor. Enquanto isso, o Brasil registrou alta
de 1%, ao subir de 26% para 27%. O movimento pode ser explicado pelo mesmo
fenômeno que levou a ampliação no Brasil, a crise, já que alguns comerciantes
optaram por tornar as regras mais rígidas pela inadimplência no Estado,
enquanto os mercadistas das demais regiões optaram por conceder crédito.
"Temos mais demanda, mas cada vez menos
estamos liberando para novos clientes", comenta Marcelo Soares,
proprietário do mercado Soares, na avenida João Pessoa, na Capital. A
justificativa do comerciante para a diminuição da oferta é que "não se
fazem mais bons pagadores como antigamente". Ele acredita que a crise tem
dificultado a organização do orçamento familiar, o que impacta o seu negócio -
especialmente a caderneta. Em uma conta rápida, ele calcula que de cada 10
cadernetas, seis não estão sendo pagas em dia.
Isso
levou o empresário a tomar uma série de precauções. Soares costuma ter um
controle rígido sobre as cadernetas que abre, por isso, para funcionários das
empresas que estão situadas na região do seu mercado, por exemplo, o
comerciante exige que o chefe do setor, geralmente um funcionário com mais
tempo de casa e já conhecido, ateste o vínculo para que o crédito seja
liberado.
O melhor
cliente do mercado compra no fiado com ele há 12 anos. Soares conta que suas
dívidas no final do mês chegam a quatro dígitos que são pagas pontualmente.
"A maioria dos clientes desse tipo já morreram", lamenta. A média de
valores das demais cadernetas é de R$ 200,00 a R$ 300,00. O comerciante explica
que quando ele abriu seu negócio, em 2005, os tempos eram outros: não havia
tanta demanda pela caderneta, mas quem pedia quitava as dívidas sem maiores
problemas ou necessidade de constrangimento.
A
pesquisa realizada pela Kantar ainda aponta que 14,1 milhões de famílias usaram
ao menos uma vez a caderneta para ir às compras no ano passado dada a recessão
econômica, ante 13,5 milhões em 2015. A estimativa é de que meio milhão de
família fizeram do método o usual para itens básicos. A consultoria responsável
pelo levantamento visita mensalmente 11,3 mil domicílios do território
nacional, portanto, a amostra retrata os hábitos de consumo de 52 milhões de famílias
no País.
A
modalidade de pagamento caía em média 6% ao ano, por estar diretamente ligada
ao desemprego. A virada se deu pelo desequilíbrio na equação entre emprego,
inflação e consumo.
A
pesquisa da Kantar ainda aponta que a caderneta é o quarto meio de pagamento
escolhido pelo brasileiro nas compras de produtos básicos, perdendo para o
dinheiro, o cartão de crédito e o cartão de débito, mas ainda à frente do
cheque e do tíquete alimentação.
Fonte! Chasque de Carolina Hickmann, publicado nas páginas do Jornal do Comércio de Porto Alegre - RS, edição do dia 03 de abril de 2017.
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Observação!
Já vi uma penca de bolicheiros (pequenos comerciantes) quebrar por não ter limites no crédito (fiado) via caderninho. Se não levar na rédia curta, o comerciante poderá ser ver em maus lençóis, tendo dificuldades para receber os cobres (dinheiro) referente às vendas no prazo (informal) e ainda ver o seu empreendimento ir à bancarrota (falir)....
Baita abraço
Valdemar Engroff - o gaúcho taura!
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