Boas práticas para vencer o desafio de chegar ao fim do mês sem recorrer a empréstimos
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Esticar o dinheiro para que não acabe antes que o mês termine e o próximo salário seja creditado é uma batalha que muitos enfrentam mês após mês.
Algumas práticas saudáveis nos ajudam a evitar problemas com o dinheiro e termos segurança financeira. Para isso, não é preciso ser rico, basta limitar os gastos e gastar menos do que se ganha.
Temos segurança financeira quando podemos manter certo padrão de vida, economizar para gastos imprevistos e fazer planos para o futuro. Isso só será possível se controlarmos as despesas, economizarmos algo todos os meses e evitarmos dívidas.
Parece desafiador, não é mesmo? E é, mas com planejamento e determinação, o desafio será superado.
Orçamento
Tudo começa com a determinação de assumir o controle da situação. E o primeiro passo é elaborar um orçamento pessoal ou familiar, a maneira mais eficaz de tirar o máximo proveito do nosso dinheiro.
Primeiro identificamos as receitas líquidas, nossas fontes de renda, e as despesas, todas as saídas de dinheiro, periódicas ou ocasionais, pequenas ou grandes, sem esquecer de nenhuma, caso contrário o orçamento não será realista.
O passo seguinte é ajustar as despesas às receitas, tentando limitar as despesas a 90% da renda, economizando ao menos 10% ao mês, criando o hábito de poupar para projetos futuros e a necessária reserva financeira.
São três tipos de despesas: os gastos fixos que não podemos evitar, como a hipoteca ou o aluguel; despesas variáveis e necessárias, como alimentação e saúde; e os demais gastos, que podemos reduzir ou eliminar com mais facilidade.
Conselho: classifique a poupança como despesa fixa, pague a si mesmo antes de pagar todas as contas. Não espere sobrar, coloque a poupança da família entre as prioridades.
Revise o orçamento periodicamente, as receitas e as despesas variam com o tempo. Se a renda aumentar, não aumente as despesas na mesma proporção. O ideal é economizar parte desse aumento, já que com a inflação, tudo será cada vez mais caro.
Reserva de emergência
Como enfrentar uma situação inesperada? A vida nos surpreende com pequenos eventos, como consertar a máquina de lavar roupas ou o carro, e eventos de grande impacto, como um divórcio ou perda do emprego. Uma reserva de emergência nos permite lidar com essas situações sem recorrer a empréstimos.
A reserva deverá ser suficiente para nos sentirmos seguros. Deve ser mantida em aplicações seguras, de curto prazo, com o menor risco possível e liquidez diária, de forma que seja acessada rapidamente.
Pode parecer pouco realista, como poupar se o salário mal dá para pagar as contas? Sem a reserva para os imprevistos, difícil chegar ao final do mês sem recorrer a empréstimos e o mês seguinte estará inevitavelmente comprometido.
Cuidado com as dívidas
Fácil gastar mais dinheiro do que temos, basta financiar a fatura do cartão de crédito, parcelar as compras em prestações a perder de vista, ou utilizar o limite do cheque especial.
Esse é um caminho perigoso e caro, muito caro. Ao final, pagaremos muito mais do que vale o produto ou o serviço comprado. Sempre que possível, devemos economizar antes de comprar e pagar somente o que o produto vale.
Sábios os que utilizam dinheiro emprestado somente para comprar coisas necessárias, que duram muito tempo, com um imóvel, um carro, ou abrir um negócio próprio que poderá ser uma nova fonte de renda.
Fonte! Chasque (coluna) Opinião Econômica, publicado nas páginas do Jornal do Comércio de Porto Alegre (RS), na edição do dia 08 de junho de 2021, pela planejadora financeira Márcia Dessen.
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