Endividar-se é utilizar dinheiro emprestado para comprar agora e pagar mais tarde
Créditos! https://blog.racon.com.br
É praticamente impossível passarmos a vida toda sem dívidas. A maioria de nós não pode comprar à vista uma casa ou um carro, por exemplo. Entretanto, dívida não planejada provoca estragos em qualquer orçamento e pode aumentar os gastos fixos até níveis insustentáveis.
Uma boa gestão de dívidas, utilizar o crédito de forma inteligente,
contribui para melhorar o padrão de vida, solucionar emergências financeiras e
manter o custo das operações de crédito em níveis razoáveis.
Entretanto, muitas pessoas têm conceitos equivocados sobre crédito e
acabam se prejudicando ao invés de usá-lo em benefício próprio. Vamos revisar
conceitos e crenças.
O crédito nos permite dispor de dinheiro extra. Erra quem acredita que a
afirmativa é verdadeira. Crédito não é dinheiro extra. O dinheiro emprestado
simplesmente nos permite gastar hoje o salário de amanhã, o que nos deixa com
menos dinheiro para o futuro.
Com crédito podemos comprar bens que não poderíamos e melhorar nosso
padrão de vida. Cuidado! Comprar algo que está fora do nosso alcance prejudica
o orçamento e diminui nosso padrão de vida, seja qual for a forma de pagamento.
Tudo o que compramos com crédito custa mais caro.
Em caso de necessidade, se faltar dinheiro para pagar coisas imprescindíveis, sempre podemos utilizar empréstimos. Outra crença perigosa. A possibilidade de um banco ou outra instituição financeira lhe conceder crédito depende de suas informações pessoais e de seu histórico de crédito. Todas as entidades têm acesso ao nosso histórico de crédito, detalhes de empréstimos, atuais e anteriores, e se deixamos de pagar empréstimos e outras faturas.
Quem tem um histórico de crédito ruim não terá acesso a boas condições
de crédito. É possível que os únicos dispostos a correr o risco sejam entidades
duvidosas que cobram taxas e juros abusivos. Não são soluções recomendáveis,
muitos perderam imóveis e bens por terem recorrido a alternativas extremas.
Uma instituição financeira sabe até que nível podemos nos endividar,
sendo assim, se nos empresta mais dinheiro do que podemos pagar, assume a
responsabilidade.
Errado, a responsabilidade principal é sempre nossa. Muitas vezes somos
bombardeados com facilidades para comprar agora e pagar depois. É nossa
responsabilidade saber quando convém utilizar crédito e quanto podemos pagar de
juros e outros custos.
Se acontecer alguma coisa que nos impeça de quitar os empréstimos sempre
será possível renegociar as condições, trocar o tipo e o montante de juros e
alongar os prazos de pagamento.
Cuidado, não é bem assim. Uma operação de crédito não é um jogo em que
podemos entrar e sair segundo nos convenha. Quando parcelamos uma compra ou
aceitamos um empréstimo, firmamos um contrato segundo o qual nos comprometemos
formalmente a devolver todo o dinheiro, mais juros e outras despesas, nas
condições especificadas.
Em certas situações é possível uma renegociação, entretanto, normalmente
teremos sérias consequências se não cumprirmos o que foi contratado.
Comprar a crédito é o mesmo que comprar à vista, adiando o desembolso do
dinheiro. Não, não é a mesma coisa. Quando uma instituição financeira nos
concede crédito, está prestando um serviço que não é de graça. Esse é um
serviço pelo qual pagamos, além do custo original do produto.
Dependendo da percentagem de juros e prazo de pagamento, o custo do crédito pode ser igual, ou superior, ao preço do produto que compramos. Em outras palavras, compramos um produto e pagamos o dobro ou o triplo por ele.
Fonte! Chasque (coluna) Opinião Econômica,
publicado nas páginas do Jornal do Comércio de Porto Alegre (RS), na
edição do dia 15 de junho de 2021, pela planejadora financeira Márcia
Dessen.
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