A
competição por tarifas mais baixas chegou também aos produtos de previdência
complementar. Além das altas taxas de administração, os bancos cobravam ainda
taxas de carregamento, que comiam um percentual do valor investido e resgatado
pelo investidor em cada aplicação.
Essa taxa já não era cobrada por seguradoras independentes, o que tem
feito grandes bancos perderem participação de mercado, ainda que de forma
marginal, já que eles dominam o mercado de previdência complementar.
"A motivação aqui é outra. Foi uma decisão do Santander de se
posicionar como um banco de previdência, de mudar seu patamar de
captação", afirma Gilberto Abreu.
Os grandes bancos demonstraram, porém, preocupação com a isenção quase
completa de tarifas nas corretoras, com a chegada da estratégia à renda
variável.
"Temos estudado precificação -é um assunto prioritário definir
preços adequados considerando o novo cenário econômico, mas vamos determinando
a ordem das nossas ações", afirma Sanches, do Itaú, que vê a redução das
tarifas em nichos de corretoras.
Executivos do Bradesco dizem que
modelos de "negociação a zero" geram preocupação.
"Qualquer prestação de serviço pressupõe lucro. Temos a preocupação
do que estamos oferecendo para o cliente e de onde está nosso retorno. Num
modelo com tudo zerado, tem que avaliar até onde vai levar, porque o mercado
pode estar indo para algum caminho que não é saudável", diz Cassiano
Scarpelli.
Sócio do escritório Mattos Filho, Marcio Soares, diz que a prática de
zerar tarifas dificilmente poderia ser considerada concorrência predatória.
Para ele, o que existe é uma concorrência bastante agressiva, competitiva.
Wellington Lopes de Souza, professor de finanças do Ibmec/SP, explica
que a isenção de tarifas é tradicional em casas do exterior e que, no Brasil,
criará um novo processo de consolidação no setor.
Fonte! Chasque (matéria) veiculada no caderno Empresas e Negócios do Jornal do Comércio de Porto Alegre (RS), ediçãoa do dia 08 de outubro de 2018.
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