Nenhum país consegue viver sem que haja um equilíbrio
entre a população, com mais jovens do que idosos. Isso é fundamental
para manter a atividade econômica, garantir a sobrevivência da espécie
e, primordialmente, garantir o sustento dos mais velhos pelo trabalho
dos moços. É a solidariedade entre as gerações, algo que, obviamente,
não começou agora e não terminará jamais. Mas, há dias fomos
surpreendidos pela notícia de que o Rio Grande do Sul foi o estado em
que o contingente populacional menos cresceu no Brasil,
proporcionalmente, na última década. Enquanto no Brasil a população
cresceu 12,3% de 2000 a 2010, conforme o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), no Estado, o crescimento foi de 5%. A
diferença aponta para a tendência de que sejamos a primeira unidade da
Federação a apresentar queda populacional.
Os dados são da respeitada Fundação de Economia e Estatística (FEE). Assim, sabe-se como será o futuro do Estado quanto à população. Conforme o Censo Demográfico de 2010, a população gaúcha era de 10.693.929 pessoas, apresentando um crescimento anual de 0,49%. O índice é menos da metade do identificado no ano 2000 (1,22%), quando a população estadual era de 10.187.798 pessoas. Ora, é mais do que óbvio que o ideal para o equilíbrio da sociedade é que cada casal tenha dois filhos, para a reposição natural, com o falecimento dos pais. Isso não está acontecendo há muitos anos no Rio Grande do Sul, uma vez que a fertilidade das mulheres gaúchas está abaixo de um filho. De acordo com o estudo, o número de gaúchos seguirá aumentando até por volta de 2025, quando o total da população chegará aos 11,07 milhões. A partir daí, o cenário muda, tendo início a redução populacional.
A fecundidade no Brasil em 2010 era de 1,86 filho por mulher, e de 1,75 na região Sul. A FEE, através dos técnicos que realizaram o levantamento, chega também à óbvia conclusão, “pois se um casal tiver menos de dois filhos, a população não se repõe, pois eles não estarão substituindo a si próprios”. A análise mostra que o total de jovens, considerando até 14 anos, que hoje é de 2,23 milhões, passará a ser de 1,9 milhão em 2025 e cairá para 1,25 milhão em 2050. No que diz respeito aos idosos, com 65 anos ou mais, a curva será no sentido contrário. Em 2010, esse contingente era de 995 mil pessoas. A projeção aponta que, em 2025, será de 1,63 milhão, pulando para 2,24 milhões em 2050. Assim, a população gaúcha em 2050 deverá ser composta por 12,9% de jovens, 63,9% de pessoas entre 15 e 64 anos e 23,1% de idosos.
Aí estará agudizado o problema dos cuidados com os idosos, que terão condições de saúde e longevidade jamais imaginadas até os anos de 1960. Mais casas especializadas – que não sejam depósitos malcheirosos de velhos -, com modernidade, enfermagem, médicos geriatras e infraestrutura material e humana para cuidar de pessoas necessitadas na idade provecta são questões que devem ser pensadas desde agora. Além disso, o governo estadual terá de aprofundar o debate da previdência social, pois há, a cada ano, mais aposentados do que pessoal na ativa. É antipático falar em previdência complementar, mas qual a solução fora dela?
Fonte! Este Chasque (texto) é o Editorial do Jornal do Comércio de Porto Alegre, publicado na edição do dia 12 de novembro de 2012.
Os dados são da respeitada Fundação de Economia e Estatística (FEE). Assim, sabe-se como será o futuro do Estado quanto à população. Conforme o Censo Demográfico de 2010, a população gaúcha era de 10.693.929 pessoas, apresentando um crescimento anual de 0,49%. O índice é menos da metade do identificado no ano 2000 (1,22%), quando a população estadual era de 10.187.798 pessoas. Ora, é mais do que óbvio que o ideal para o equilíbrio da sociedade é que cada casal tenha dois filhos, para a reposição natural, com o falecimento dos pais. Isso não está acontecendo há muitos anos no Rio Grande do Sul, uma vez que a fertilidade das mulheres gaúchas está abaixo de um filho. De acordo com o estudo, o número de gaúchos seguirá aumentando até por volta de 2025, quando o total da população chegará aos 11,07 milhões. A partir daí, o cenário muda, tendo início a redução populacional.
A fecundidade no Brasil em 2010 era de 1,86 filho por mulher, e de 1,75 na região Sul. A FEE, através dos técnicos que realizaram o levantamento, chega também à óbvia conclusão, “pois se um casal tiver menos de dois filhos, a população não se repõe, pois eles não estarão substituindo a si próprios”. A análise mostra que o total de jovens, considerando até 14 anos, que hoje é de 2,23 milhões, passará a ser de 1,9 milhão em 2025 e cairá para 1,25 milhão em 2050. No que diz respeito aos idosos, com 65 anos ou mais, a curva será no sentido contrário. Em 2010, esse contingente era de 995 mil pessoas. A projeção aponta que, em 2025, será de 1,63 milhão, pulando para 2,24 milhões em 2050. Assim, a população gaúcha em 2050 deverá ser composta por 12,9% de jovens, 63,9% de pessoas entre 15 e 64 anos e 23,1% de idosos.
Aí estará agudizado o problema dos cuidados com os idosos, que terão condições de saúde e longevidade jamais imaginadas até os anos de 1960. Mais casas especializadas – que não sejam depósitos malcheirosos de velhos -, com modernidade, enfermagem, médicos geriatras e infraestrutura material e humana para cuidar de pessoas necessitadas na idade provecta são questões que devem ser pensadas desde agora. Além disso, o governo estadual terá de aprofundar o debate da previdência social, pois há, a cada ano, mais aposentados do que pessoal na ativa. É antipático falar em previdência complementar, mas qual a solução fora dela?
Fonte! Este Chasque (texto) é o Editorial do Jornal do Comércio de Porto Alegre, publicado na edição do dia 12 de novembro de 2012.
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