Conforme a idade aumenta, investidor deve ficar mais conservador e apostar em aplicações de renda fixa
SÃO PAULO – Quanto mais cedo se começa a investir, maior o retorno. Essa é uma conclusão simples e óbvia que todos os especialistas repetem como um mantra. Mas investir sempre não significa investir na mesma aplicação. O seu objetivo com 20 anos com certeza não será o mesmo quando você completar 40. Portanto, é preciso moldar sua carteira conforme os anos passam.
“Um jovem está apenas começando a sua vida financeira, então precisa de disponibilidade para conquistar bens materiais como um carro e um imóvel. Já alguém mais velho está pensando em parar de trabalhar e curtir sua aposentadoria”, afirma o Consultor Financeiro da Planilhar Planejamento Financeiro, Erasmo Vieira.
Com isso, a pergunta que muitos de fazem é: onde o investidor deve alocar seus recursos na faixa dos 20 aos 30, dos 30 aos 50 e dos 50 em diante? Confira as dicas de especialistas:
20 – 30
Essa é a fase em que começamos a construir nossa carreira e temos a chance de aplicar em investimentos com risco maior, já que teremos muitos anos para recuperar uma possível perda. “Você pode ousar mais, se expor mais ao risco. Sugiro investir em torno de 30% a 40% em ativos de risco, como as ações”, aponta o Professor do Ibmec, Luiz Filipe Rossi.
Vieira concorda, mas defende que esse jovem não deve arriscar muito a construção do seu sonho. “Se ele é bem organizado e já está pensando lá na frente, poderia buscar alguma aplicação baseada no mercado de renda variável. Ele poderia aplicar, no máximo, de 10% a 20% em ações, por exemplo, e o restante em CDBs (Certificados de Depósito Bancário) ou títulos do Tesouro Direto baseados na inflação”, exemplifica.
Outra opção de renda fixa que pode estar presente na carteira do investidor são as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e as debêntures. Com as LCIs, o investidor tem a vantagem de possuir isenção de imposto de renda, o que garante uma rentabilidade líquida maior. No caso das debêntures, como o risco de crédito é maior, a remuneração também costuma ser mais atrativa do que em outros ativos de renda fixa. Neste caso, é importante se atentar para a qualidade da emissão e o rating (classificação de risco) do papel.
Neste caso, o investidor terá uma carteira bastante diversificada de renda fixa. O CDB garante liquidez para momentos de emergência. Os títulos de inflação são uma ótima maneira de garantir um ganho real, com um risco baixíssimo, enquanto LCI e debêntures podem incrementar os retornos.
Já as ações são um investimento de longo prazo, que podem garantir uma rentabilidade maior para a carteira. No entanto, é necessário que o investidor tenha algum apetite por risco, caso o contrário, pode não se acostumar com as oscilações comuns deste mercado.
30 – 50
Estabilidade financeira e bens materiais já fazem parte dessa faixa que procura adquirir versões melhores daquilo que já possuem. Com mais experiência, estes investidores constumam estar mais acostumados com oscilações do mercado e já não se desesperam tanto em crises ou em momentos de maior instabilidade.
Nesta faixa etária, o investimento em renda variável deve continuar presente, desde que haja predisposição para correr um pouco mais de risco. Para quem tem menos "estômago", alocar uma pequena parte do portfólio, como 10% ou 15% pode ser uma boa alternativa. Quem tem menos aversão ao risco pode colocar mais em busca de retornos mais expressivos. "Até 50% podem ser investidos em ativos mais arriscados", aponta Vieira.
Esta também é uma fase que muitos começam a pensar no futuro de seus filhos, por isso aplicar de 10 a 20% em um fundo de previdência no nome dele, visando um longo prazo, é uma alternativa, na opinião de Rossi.
Outros investimentos de renda fixa indicados anteriormente devem continuar no portfólio, desde que haja um montante de recursos suficiente para uma boa diversificação.
50 em diante
Considerando que por volta dessa idade muitos já estão pensando na tão sonhada aposentadoria, arriscar está fora de questão. Portanto, a sugestão dos especialistas é unânime: se ater a investimentos conservadores.
“Um investidor com essa idade não deve fazer investimentos muito arriscados, porque não tem mais tempo para recuperar uma possível perda. O ideal é que ele tenha mais de 60% de seus recursos alocados em renda fixa”, pontua Rossi. Neste caso, títulos públicos e CDB podem ser as alternativas mais interessantes.
Fonte! Chasque de Gabriella D'Andréa, publicado no dia 13 de novembro no sítio INFOMONEY. Abra as porteiras: http://www.infomoney.com.br/onde-investir/noticia/2599721/Onde-investir-aos-anos.
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