Erva-mate, churrasco e pratos locais influenciaram a variação de 6,48% no IPC no período de setembro de 2012 até agosto de 2013
Erva-mate foi um dos produtos que registrou forte aumento: 51,53% em 12 meses
Foto: Fernando Gomes / Agencia RBS
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Quem for se banquetear à moda gaúcha, neste setembro de louvores à
Revolução Farroupilha, pode ir preparando a guaiaca. Tomar chimarrão,
assar uma costela de ovelha, degustar a salada de batata-inglesa e até
preparar o arroz de china pobre (com linguiça picada) está pesando mais
no bolso.
A elevação dos preços nesses itens contribuiu para um recorde indesejável: é de Porto Alegre a maior inflação no país, com 6,48% no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), nos últimos 12 meses. Em alusão às celebrações farroupilhas, a Fundação Getulio Vargas (FGV) calculou uma espécie de inflação gaudéria. De setembro de 2012 até agosto, a erva-mate subiu 51,53%. Carnes para o churrasco também aumentaram acima da média, especialmente o corte preferido, a costela: de cordeiro (14,94%), de suíno (13,69%) e bovina (9,03%).
Até pratos baratos da culinária gaúcha, como o arroz com linguiça, foi inflacionado. A FGV registrou que o cereal acumulou alta de 17,01% em 12 meses. Trunfo das cozinheiras que recebem visitas inesperadas e numerosas, a linguiça somou 25,99%.
André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia, da FGV, esclarece os motivos para Porto Alegre ostentar a maior inflação entre oito cidades pesquisadas. O item alimentação foi o que mais pesou, com 11,17% de variação.
– Depende das características regionais, do hábito de consumo das pessoas – diz o economista.
Braz exemplifica que a erva-mate está na cesta do porto-alegrense, mas não interfere no custo de vida de outras capitais. Lembra que Salvador já teve a maior inflação por conta de um aumento temporário no preço da farinha de mandioca, apreciada na dieta de nordestinos.
O coordenador do escritório da FGV no Estado, Marcio Fernando Mendes da Silva, aponta outros fatores que podem influenciar na composição dos preços. Um deles é o tempo. Geadas, inundações e estiagens – recorrentes no Estado – provocam quebra de safras e diminuição nos rebanhos.
Produtos que hoje assustam a dona de casa, amanhã podem ser fartos na mesa. O tomate, por exemplo, já pressionou a inflação. Em 12 meses, porém, acumula queda de 44,53%.
Fonte! Chasque de Nilson Mariano, publicado na página eletrônica do Jornal Zero Hora de Porto Aelgre (RS). Abra as porteiras clicando em http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/economia/noticia/2013/09/alimentos-tradicionais-dos-gauchos-elevam-a-inflacao-e-porto-alegre-tem-maior-alta-no-pais-nos-ultimos-12-meses-4272825.html.
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