segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Finanças pessoais! Hora de organizar o orçamento

Há muitas ferramentas que ajudam a planejar os gastos
Há muitas ferramentas que ajudam a planejar os gastos
Nikitabuida Via Freepik.com/Divulgação/JC
Muitas pessoas aproveitam o fim de ano para elaborar listas de promessas a serem cumpridas nos próximos 12 meses para melhorar de vida. Nessas relações entram dietas e a prática de exercícios físicos, mas também uma organização mais eficiente das finanças pessoais para sair do vermelho no ano que está por vir. Em sites de instituições públicas e privadas, e em redes sociais, há muitas ferramentas, cursos e dicas para organizar o orçamento familiar.
 
O planejamento financeiro é o primeiro passo para colocar as contas em dia, como explica o economista e professor licenciado da Universidade de Brasília (UnB), Newton Marques. "É colocar no papel tudo o que ganha no mês e o que gasta. Depois, tem que separar o que é dispensável, supérfluo, do que é indispensável", disse. Ele acrescentou que o ideal é projetar quanto se terá de renda ao longo do ano. "Se os gastos são maiores que a renda, tem que começar a cortar o que não é indispensável. Tem que ter TV a cabo, gastar com celular, cada um ter um carro? Isso não é supérfluo. Se não tem onde cortar, é o mesmo que dizer que vai tomar dinheiro emprestado e pagar juros", disse.
 
"Tem que cortar o que não é indispensável", sugere o economista Newton Marques (UnB). O economista também explicou que é importante fazer uma reserva para emergência e para realizar sonhos, como trocar de carro, comprar uma casa ou realizar uma viagem. Para Marques, é preciso haver uma mudança de comportamento dos brasileiros em relação às próprias finanças, evitando o imediatismo. "É como parar de fumar, de beber, deixar de ser sedentário, cuidar da saúde, cuidar do relacionamento familiar. Isso tudo é uma mudança de comportamento. O pior é que problemas com as finanças levam a um desgaste muito grande da saúde, do psicológico, e isso vai afetar a família", disse.
 
Apesar de saber que é difícil conversar com a família sobre as finanças, Marques orienta romper essa barreira. "As pessoas acham que problema de dinheiro tem que empurrar com a barriga. Isso é cultural. Em outros países, isso é levado a sério, mas, aqui no Brasil, não. Talvez por conta do período da hiperinflação muito recentemente. Tem só 25 anos que controlamos a inflação", disse. Ele citou como exemplo os japoneses que evitam o consumo e poupam menos com juros negativos. "No Japão, se falar para gastar, eles pegam o dinheiro e poupam. Mas aí alguém pode dizer: mas eles chegaram em um ponto que atenderam às necessidades mínimas. Tudo bem, mas uma família tem condições de fazer além do que pode? Como trocar de celular toda hora, televisão, carro?", argumentou.
 
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o consumo exagerado e descontrolado pode fazer com que o consumidor enfrente problemas no próximo ano. "É importante lembrar que muitas famílias se encontram em aperto financeiro, além de, em alguns casos, carregar dívidas do Natal do ano passado. O recomendável é não se deixar levar pelas emoções, e planejar as despesas de acordo com o orçamento, sempre priorizando a quitação de contas. Fazer uma lista prévia do que se deseja e pesquisar preços são as atitudes mais indicadas para não extrapolar as finanças", orienta Marcela.
 
Entre os sites com dicas para organizar as finanças está o do Banco Central (BC). Na página "Cidadania financeira", é possível escolher entre três perfis: Quero me planejar; Estou endividado; Quero aprender a poupar e investir. Após escolher o perfil, o cidadão é direcionado para conteúdos específicos.
 
No caso dos endividados, por exemplo, a primeira dica é listar todas as dívidas e fazer um orçamento, com corte de gastos. Além disso, a orientação é buscar renda extra, renegociar com credores e não fazer novas dívidas. "Se já estiver excessivamente endividado, não fique parado. Quanto mais tempo, pior a dívida irá ficar, devido a diversos fatores, como juros e multas. Procurando onde seus gastos podem diminuir? Lembre-se de eliminar por completo os desperdícios, reduzir os supérfluos e otimizar a despesa com os produtos necessários. Tenha calma! Para tudo há solução", diz o site.
 
O BC orienta, ainda, que toda a família se envolva na solução do endividamento. "É importante que toda a movimentação de recursos, incluindo todos os investimentos, receitas e despesas, esteja organizada. Isso requer participação e comprometimento de cada membro da família, considerando os diferentes perfis de comportamento financeiro de seus integrantes."
 
Fonte! Chasque (Post) publicado no Caderno "Empresas & Negócios), da edição do dia 30 de dezembro de 2019, do Jornal do Comércio de Porto Alegre - RS. 

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