Sistemas flutuantes em superfícies líquidas têm se apresentado como alternativa viável
Placas
fotovoltaicas são instaladas sobre plataformas
flutuantes
localizadas em lagos ou barragens /
F2
BRASIL/DIVULGAÇÃO/JC
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Depois de
avançarem sobre os telhados das casas e dos edifícios do Brasil, os
equipamentos fotovoltaicos estão encontrando novas áreas para se desenvolverem.
Uma opção que tem despertado a atenção agora é a de sistemas flutuantes em
superfícies líquidas. A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), por
exemplo, instalou uma planta piloto no reservatório da usina de Sobradinho, na
Bahia. Os açudes da Fazenda Figueiredo, em Cristalina, Goiás, também contam com
a solução.
O presidente
executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar),
Rodrigo Sauaia, detalha que essa tecnologia pode ser aproveitada em diversas
superfícies líquidas como barragens, lagos, canais, rios e até mesmo no mar,
desde que não se verifique muita correnteza. Entre as vantagens dessa proposta,
o dirigente comenta que é possível evitar a ocupação de terrenos férteis ou
destinados a outras finalidades. Além disso, ajuda a reduzir a evaporação da
água do reservatório. Um sistema de ancoragem também impede que o equipamento
fique flutuando a esmo.
Sauaia
cita que, assim como a instalação em superfícies líquidas, outras ideias estão
sendo elaboradas para a fonte solar como a utilização de espaços menores. Podem
ser aproveitados bens de consumo como celulares, mochilas ou até mesmo
guarda-sóis para gerar energia. Outro potencial frisado pelo dirigente é na
área de veículos elétricos. Conforme o presidente executivo da Absolar, o Rio
Grande do Sul pode beneficiar-se de sua vocação agrícola para instalar sistemas
fotovoltaicos para atender a demandas como bombeamento de água, irrigação,
cercas elétricas e iluminação. Outra função é levar energia para áreas não
atendidas pelas distribuidoras ou para locais que não têm previsão de aumento
da capacidade de carga.
O diretor
da MGF energia solar, Gerson Pinho, considera uma ação sensacional a instalação
de placas fotovoltaicas em cima de plataformas flutuantes colocadas em lagos ou
barragens. O executivo argumenta que quando esses equipamentos são instalados
em reservatórios de hidrelétricas, ainda conseguem aproveitar as linhas de
transmissão que foram implementadas para escoar a energia das usinas já
existentes.
No
entanto, Pinho faz a ressalva que a medida não deixa de ter seus impactos
ambientais. Como a estrutura bloqueia a luz solar em relação ao fundo do lago
ou reservatório, acaba tendo reflexos na fauna e flora aquáticas. Mas, o
diretor da MGF energia solar destaca que, dependendo do tamanho da superfície
líquida, os equipamentos ocuparão um espaço pequeno em relação à área total.
O gerente
de projetos da F2 Brasil (empresa desenvolvedora e fornecedora de sistemas
fotovoltaicos flutuantes), Mathias Ludwig, reitera que uma das vantagens da
iniciativa é o aproveitamento de uma área usualmente ociosa, que não gera
renda. Ludwig comenta que, normalmente, esse sistema é cerca de 10% mais caro
do que o convencional, mas o retorno é melhor devido a uma maior eficiência do
equipamento. Como a água faz um resfriamento natural dos módulos fotovoltaicos,
a sua produtividade é de 10% a 25% superior a um aparelho que opera em terreno
firme. O gerente de projetos da F2 Brasil afirma que vê potencial do uso dos
sistemas flutuantes no Rio Grande do Sul por fazendas e empresas de mineração e
saneamento.
Fonte! Chasque (matéria) de Jefferson Klein, publicado nas páginas do Jornal do Comércio de Porto Alegre (RS), na edição do dia 27 de dezembro de 2018.
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