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Brasil despertou, há alguns anos, para a questão da previdência pública
e da complementar, que hoje bate recordes de arrecadação. Milhões não
querem mais depender só do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS),
pois a renda ficaria limitada ao teto de R$ 4,6 mil.
Outro fator debatido é a expectativa de vida dos brasileiros, hoje
em 74 anos, mais a diferença de idade para homens e mulheres terem
direito à aposentadoria por tempo de serviço, ou seja, de 65 anos e 60
de idade. Aliás, com pessoas cada vez mais longevas, como chamar de
idoso quem tem 60 anos?
E se tão somente os empregados de empresas formais contribuíam,
compulsoriamente, para o INSS, hoje todos podem contribuir e devem
fazê-lo, pois é uma garantia de uma renda na velhice, mesmo que não seja
o que a maioria deseja.
A crise na Europa, principalmente na Grécia, alertou a todos para o
problema das aposentadorias. Os gregos foram obrigados a cortar os
valores das pensões e de milhares de servidores públicos, uma tragédia
social.
Por isso é bom saber que, no Brasil, os governos estão apostando no
fundo de previdência complementar para enfrentar o déficit da
previdência do setor público.
O fundo criado é apenas para os novos servidores, que ficam
sujeitos ao mesmo teto básico de benefício dos trabalhadores da
iniciativa privada no INSS.
Hoje, profissionais liberais, estudantes e até donas de casa
ampliaram o universo dos que contribuem para a Previdência Social, uma
atitude ajuizada.
Além dos benefícios paralelos, as pessoas também pensam em uma
terceira idade com mais qualidade de vida através de ganho financeiro.
E isso pode ser a diferença entre viver de favores de filhos e
netos ou pagar suas próprias contas básicas. A cobertura social entre as
pessoas com idade entre 16 e 59 anos chegou a 66,9%, segundo o
Ministério da Previdência Social. Isso prova que cerca de 60 milhões de
brasileiros da População Economicamente Ativa (PEA) com idade entre 16 e
59 anos estão protegidos pela Previdência Social.
Essa é a melhor taxa apurada desde 1992, ou 66,4%. A taxa de
cobertura reflete o aumento da formalização no mercado de trabalho que
vem caindo neste 2015 bem como o efeito das políticas públicas de
inclusão de trabalhadores na Previdência. Assim mesmo, 27,81 milhões de
brasileiros continuam desprotegidos.
Deste total, 14,13 milhões têm capacidade de contribuir com a
Previdência Social, mas não contribuem. Metade desse total, 7,357
milhões, recebe entre um e dois salários-mínimos, devido à grande
rotatividade de emprego entre os trabalhadores dessa faixa salarial.
A situação da Previdência, entretanto, não é das melhores em termos
financeiros, como, de resto, quase todas contas públicas em 2015. Por
isso, o déficit da Previdência no País deve chegar a R$ 194,9 bilhões em
2016. Neste ano, o valor estimado da dívida é de R$ 157,3 bilhões. Até
2012, o valor não passava de R$ 95,2 bilhões.
Desta forma, a melhor recomendação que se pode dar aos jovens que
têm emprego, ou uma renda, é iniciar uma poupança em banco para
aposentadoria complementar, além daquela do INSS.
Por isso, a previdência complementar bateu novo recorde de
arrecadação e de pessoas que aderiram, ajuizadamente, ao modelo. Não é
tudo, mas é bom e protege, com todos os problemas que são levantados,
periodicamente, na Previdência Social do Brasil.
Fonte! Este chasque é o editorial do Jornal do Comércio de Porto Alegre (RS), da edição do dia 03 de novembro de 2015).
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