Se
você está determinado a fazer um plano de previdência em um banco ou
seguradora, é importante definir seus objetivos e se informar sobre os
tipos de planos, tributações e fundos mais adequados ao seu perfil. Bons
consultores financeiros podem orientá-lo nessa jornada, que o
acompanhará por um longo período.
Para ajudá-lo a mergulhar nesse mundo da previdência complementar,
preparamos um passo a passo das escolhas que você precisará fazer, com
dicas do Guia de Orientação e Defesa do Segurado, produzido pela
Superintendência de Seguros Privados (Susep), e da gerente de
previdência privada da Icatu Seguros, Cláudia Piccinini. "Tenha em mente
que a previdência é sinônimo de longo prazo e que é preciso definir seu
objetivo antes de escolher o plano", aconselha Cláudia.
1. Quanto contribuir por mês?
Não é tão importante depositar valores altos, mas sim contribuir
com regularidade e durante o maior tempo possível. Defina a renda mensal
que você deseja ter no futuro e o tempo de contribuição, com a ajuda de
simuladores na internet. "Mas não adianta chegar a um valor ideal que
não cabe no seu bolso", alerta a gerente. Escolha um valor fixo que é
possível poupar no momento. Mais tarde, você pode incrementar seu
investimento quando sobrar um dinheirinho extra ou aumentar o valor
mensal a ser depositado.
2. Como escolher uma instituição?
Escolha uma seguradora ou um banco de confiança, que tenha uma
trajetória sólida no mercado. Compare as taxas de carregamento e de
administração entre as instituições, pois elas podem interferir na
rentabilidade do seu plano.
3. É melhor PGBL ou VGBL?
É preciso olhar para o modelo da sua declaração de Imposto de
Renda. A principal diferença está na tributação. Tanto para PGBL ou
VGBL, o Imposto de Renda incide apenas no momento do resgate ou do
recebimento da renda. O Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) é indicado
para quem utiliza o modelo completo de declaração do Imposto de Renda,
pois permite diminuir a base de cálculo da tributação em até 12% da
renda bruta anual, durante o período de acumulação. Em contrapartida a
esse benefício, o imposto incide sobre o valor total no momento do
resgate único ou do recebimento da renda, incluindo as contribuições
realizadas e os rendimentos.O Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL) é ideal
para quem é isento do Imposto de Renda ou o declara pelo modelo
simplificado. Não oferece o benefício de diminuir a base de cálculo do
Imposto de Renda. Em compensação, na hora do resgate ou do recebimento
da renda, o imposto incide apenas sobre os rendimentos, e as
contribuições realizadas não são tributadas.
4. É melhor tabela regressiva ou progressiva?
A tributação de Imposto de Renda incide no momento do resgate ou do
recebimento em forma de renda do valor investido. Para escolher entre a
tabela progressiva ou a regressiva, defina quando você pretende
utilizar esses recursos. A tabela regressiva é indicada
para quem acumula recursos durante um longo período. Quanto mais tempo
você permanecer no plano, menor será a alíquota do Imposto de Renda na
hora do resgate ou do recebimento da renda. A alíquota inicial é de 35%,
para quem acumula por até 2 anos, e pode chegar a até 10%, depois de 10
anos de permanência no plano. A tabela progressiva só é
vantajosa para quem tem intenção de utilizar os recursos em um prazo
curto ou não tem certeza sobre seu planejamento. A tributação acontece
em duas etapas. Na primeira, uma alíquota de 15% é cobrada na fonte do
Imposto de Renda, independentemente do valor. Na segunda, a diferença
entre o valor pago de imposto e o valor devido pode ser ajustada na
declaração anual. Nessa etapa, a regra é a mesma da Receita Federal
sobre o salário: a alíquota pode variar entre 0% e 27,5%. (Tabela 2 -
Tabela progressiva)
5. Que fundo combina com o meu perfil?
Existem planos de previdências privadas para diferentes perfis de
consumidores, atrelados a fundos mais ou menos arriscados, com maior ou
menor variação de rentabilidade. É possível mudar o seu fundo ao longo
da vida ou escolher fundos conhecidos como "ciclo de vida", que são mais
agressivos no início e se tornam mais conservadores com o tempo.
Perfil conservador
Quer segurança nas aplicações e poucas surpresas. "A maioria dos
nossos clientes tem esse perfil no Rio Grande do Sul", conta a gerente
da Icatu. Esses contribuintes preferem planos atrelados a fundos de
renda fixa, que podem ter rentabilidade menor, mas garantida. É comum
investidores de mais idade se enquadrarem nesse perfil, pois há menos
tempo para enfrentar possíveis perdas.
Perfil moderado
Aceita algum risco no investimento, mas ainda tem como primeiro
objetivo preservar o capital acumulado. Esse perfil costuma investir em
planos atrelados a fundos compostos, que misturam renda fixa e renda
variável.
Perfil agressivo
Está disposto a correr grandes riscos de perdas para aumentar o
capital acumulado. Em geral, são clientes mais jovens, que ainda têm
tempo de recuperar os ganhos se a rentabilidade do fundo for baixa. Mas
isso não é regra. "Tenho clientes de 80 anos que gostam de fundos mais
apimentados", brinca Cláudia.
6. Não abandone seu plano de previdência!
Além de contribuir com regularidade, uma vez por ano é importante
avaliar se o plano está tendo o rendimento esperado. O consultor do
banco ou da seguradora poderá orientá-lo, com base nos resultados do
mercado.
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