SÃO PAULO - O presidente da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&F Bovespa), Edemir Pinto, está muito otimista em relação à entrada de novas companhias no mercado acionário brasileiro. Segundo o principal executivo da Bolsa, em cinco anos há esperança de que haja um crescimento de 50% do número de empresas que negociam ações no mercado.
"Em cinco anos, a partir de agora, teremos mais 200 empresas cujas ações serão negociadas no nosso mercado, montante este do qual 100 empresas estarão no Bovespa Mais, ou seja, teremos uma grande entrada de pequenas e médias empresas", afirma o presidente da Bolsa.
Edemir disse ainda que está para fechar uma parceria com o Banco do Brasil. Na parceria, o banco acompanharia a BM&F Bovespa em visitas nas empresas que tem potencial para entrar no mercado acionário. Neste caso, o Banco do Brasil entraria como banco de investimento.
O Bovespa Mais é o segmento de listagem para tornar o mercado acionário brasileiro acessível a um número maior de empresas, em especial aquelas que sejam particularmente atrativas aos investidores que buscam investimentos de médio e longo prazo e cuja preocupação com o retorno potencial sobrepõe-se à necessidade de liquidez imediata.
Segundo o próprio presidente da Bolsa, são 400 as empresas listadas na Bolsa hoje, das quais 108 companhias estão listadas no segmento chamado Novo Mercado, o nível mais elevado de governança corporativa, e 162 estão nos segmentos especiais de listagem da BM&F Bovespa, sendo 19 no Nível 2 e 35 no Nível 1.
A esperança de um crescente número de empresas a ingressar na Bolsa brasileira se deve às parcerias que a BM&F Bovespa vem apresentando com diversas empresas. A última, anunciada ontem, foi um acordo com o Parque Tecnológico de São José dos Campos, através do Instituto Educacional BM&F Bovespa.
O acordo visa à disseminação do conhecimento dos mercados financeiro e de capitais para novas empresas e centros tecnológicos. "A Bolsa vem buscando a alta tecnologia. Prova disso foi o acordo assinado com a CME Group e a Chi-X", explica o presidente da BM&F Bovespa.
Pelo convênio, será criada uma unidade do Instituto Educacional da Bolsa dentro do Parque para atendimento ao público. "Ainda não definimos quantas pessoa irão trabalhar no parque, mas o espaço para que seja montada a estrutura já foi designado", acrescenta Edemir Pinto.
A Bolsa pretende, com o acordo, trazer micro, pequenas e médias empresas ao mercado de capitais brasileiro através do Bovespa Mais. Apesar de o Parque Tecnológico atender as mais diversas empresas da economia, o destaque deve ficar com companhias do setor de tecnologia: muitas empresas do setor já demonstraram interesse neste segmento da Bolsa de Valores.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vem demonstrando interesse em empresas do setor de tecnologia, segundo Rafael Marchesini, gerente do departamento de fundos do BNDES e representante de Luciano Coutinho, presidente da instituição financeira no evento.
"O BNDES já é acionista de algumas empresas de tecnologia que fazem parte do Parque Tecnológico. As empresas são: Mectron, Orbisat e Graúna", afirma o gerente de fundos do BNDES.
Hoje, fazem parte do Parque Tecnológico de São José dos Campos mais de 50 empresas, entre elas a Vale do Rio Doce e a Embraer. "Queremos desenvolver tecnologia para a extração de petróleo do pré-sal; com isso, teremos de fornecer tecnologia também para a Petrobras", explica Marco Antonio Raupp, diretor-geral do Parque Tecnológico de São José dos Campos.
Edemir mostrou-se muito confiante com a demanda de pequenas e médias empresas na Bolsa. "Todos viram a pesquisa que foi divulgada e que mostra que há 15 mil empresas com faturamento de R$ 100 mil a R$ 300 mil. Nosso mercado de capitais já é consolidado. Temos de começar a pensar nas pequenas e médias empresas", finalizou Edemir.
O propósito da Bolsa com este acordo é promover um ambiente favorável à inovação como diferencial competitivo para o desenvolvimento econômico brasileiro. Com esse intuito, o Instituto BM&F Bovespa vai atuar de forma complementar e cooperativa na definição de atividades que contribuam para um ambiente de excelência em gestão e referência em boas práticas de governança corporativa dentro do Parque Tecnológico.
Para o Parque Tecnológico, a parceria com a Bolsa abre mais uma possibilidade para o êxito das empresas nele instaladas, todas de base tecnológica. A abertura de capital é um dos caminhos possíveis para que elas possam, a um só tempo, partilhar riscos e receber aportes de recursos externos, que possibilitam a aceleração de seu crescimento.
Fonte! Chasque publicado no sítio DCI - Diário do Comércio e Indústria, no dia 15 de junho de 2010 - http://www.dci.com.br/
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