Bueno! Se o vivente ao longo do ano de 2008 trabalhou no mínimo trinta dias consecutivos ou intercalados com carteira assinada, terá direito ao PIS, cujo prazo termina hoje (dia 30 de junho). O resgate pode ser feito da seguinte maneira:
1 - Se o vivente, trabalhou o teve um rendimento mensal de ATÉ DOIS salários mínimos mensais, terá direito ao ABONO de um salário mínino (R$ 510,00), cadastrado no PIS até o ano de 2003;
2 - Ganhando mais do que dois salários mínimos mensais ao longo do ano de 2009, o vivente terá direito aos RENDIMENTOS.
Nos dois casos, (abono e rendimentos), o saque pode ser feito numa agência da Caixa Econômica Federal (terminais Caixa Aqui) ou em agências lotéricas, com o CARTÃO DO CIDADÃO ou com um documento que conste o número de inscrição do PIS.
Bueno! Pode não parecer, mas, ainda não sacaram o abono (R$ 510,00), 614,3 mil trabalhadores em todo o país. E se tu fores um destes, corra, vá a galope, pois o prazo está chegando ao fim.
Fonte do retrato: http://www.noticiadamanha.com.br/
quarta-feira, 30 de junho de 2010
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Banrisul Corretora de Valores é promovida à corretora plena
Com novo status, corretora agora pode atuar em todo o Brasil
Porto Alegre - No ano em que completa 40 anos, a Banrisul Corretora de Valores recebeu a notícia da conquista do status de corretora plena, colocando-a no seleto grupo que pode operar em todo o País. A novidade foi comunicada pela Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa), de São Paulo. Anteriormente, a empresa atuava apenas na Região Sul.
Segundo o diretor-presidente da instituição, Jair Pauletto, a tendência, com a nova posição, é de ampliar as possibilidades de negócios e fortalecer ainda mais a confiança dos clientes na empresa. "Este é um passo importante para o processo de expansão da Banrisul Corretora, que já capacitou seus profissionais para atender todas as demandas do mercado."
Sobre o Banrisul: Há 80 anos no mercado, o Banrisul possui 438 agências, constituindo a maior rede bancária do Rio Grande do Sul. O Banco foca seus negócios no atendimento às necessidades de clientes de varejo, pequenas e médias empresas e entidades do setor público. Dentre as principais áreas de atuação do Banrisul, destacam-se o crédito consignado e o crédito imobiliário. Em 2007 o Banrisul realizou uma oferta pública primária e secundária de ações, aderindo ao Nível 1 de Práticas Diferenciadas de Governança Corporativa da BM&F Bovespa.
http://www.banrisul.com.br/
Fonte! Chasque publicado no sítio Portal Fator Brasil - www.revistafator.com.br, no dia 25 de junho de 2010.
Porto Alegre - No ano em que completa 40 anos, a Banrisul Corretora de Valores recebeu a notícia da conquista do status de corretora plena, colocando-a no seleto grupo que pode operar em todo o País. A novidade foi comunicada pela Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa), de São Paulo. Anteriormente, a empresa atuava apenas na Região Sul.
Segundo o diretor-presidente da instituição, Jair Pauletto, a tendência, com a nova posição, é de ampliar as possibilidades de negócios e fortalecer ainda mais a confiança dos clientes na empresa. "Este é um passo importante para o processo de expansão da Banrisul Corretora, que já capacitou seus profissionais para atender todas as demandas do mercado."
Sobre o Banrisul: Há 80 anos no mercado, o Banrisul possui 438 agências, constituindo a maior rede bancária do Rio Grande do Sul. O Banco foca seus negócios no atendimento às necessidades de clientes de varejo, pequenas e médias empresas e entidades do setor público. Dentre as principais áreas de atuação do Banrisul, destacam-se o crédito consignado e o crédito imobiliário. Em 2007 o Banrisul realizou uma oferta pública primária e secundária de ações, aderindo ao Nível 1 de Práticas Diferenciadas de Governança Corporativa da BM&F Bovespa.
http://www.banrisul.com.br/
Fonte! Chasque publicado no sítio Portal Fator Brasil - www.revistafator.com.br, no dia 25 de junho de 2010.
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Atitude 4! Passamos dos 5.000 mates bem cevados!
Bueno! No dia 18 de dezembro de 2009, abrimos sem alarde, de mansinho, o nosso galpão virtual.
No universo do Movimento Tradicionalista Gaúcho, que é o maior segmento cultural organizado no planeta, segundo estudos da própria ONU, que se espraiou desde 1947 em Porto Alegre, tomando conta de todo o Rio Grande do Sul e com o advento da gauchada conquistar novas terras em outras plagas, lá se ia na garupa, a gaita, o violão, a pilcha, a cuia, a boa erva-mate e as tradições, junto com a saudade. Lá, nas suas novas querências, para matar esta saudade do pago natal, a gauchada fundava um CTG, e contiuava cultuando as tradições levadas do Rio Grande do Sul. Por isso temos CTGs em todo o Estado, em todo o país e em outros países. Por isso temos MTGs próprios, além do Rio Grande do Sul, em diversos Estados brasileiros, que são vinculados à CBTG - Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha.
Mas como em termos de tradicionalismo gaúcho, para gaúchos, para tradicionalistas, a internet oferece uma gama de galpões virtuais (sites), resolvemos espraiar, em primeiro lugar, um assunto chato pra caramba, que são as finanças pessoais. Mas, com a absoluta falta de tempo, temos poucos chasques (textos) publicados que são de nossa autoria. Mas nos valemos de chasques da área econômica e financeira da mídia eletrôncia do Rio Grande do Sul e do país, para abrir o leque de conhecimentos aos próprios tradicionalistas e outros visitantes ilustres que vem ao nosso galpão virtual (blog) tomar um mate e até deixar um chasque (recado).
Aqui tratamos da bolsa de valores, da caderneta de poupança, da previdência privada, da aposentadoria, do fator previdenciário e dos investimentos para o teu futuro e da tua família!
Por isso te saudamos por seres um dos nossos vistantes e também te parabenizamos pelo nosso mate que agora passa de 5.000 (visitas). E te convidamos para continuar nos visitando neste modesto galão virtual onde tratamos dos cobres na tua guaiaca, dos pilas e das finanças pessoais!
Grande abraço
Valdemar Engroff - o Gaúcho Taura
Fonte do Retrato! http://www.commons.wikimedia.org/
No universo do Movimento Tradicionalista Gaúcho, que é o maior segmento cultural organizado no planeta, segundo estudos da própria ONU, que se espraiou desde 1947 em Porto Alegre, tomando conta de todo o Rio Grande do Sul e com o advento da gauchada conquistar novas terras em outras plagas, lá se ia na garupa, a gaita, o violão, a pilcha, a cuia, a boa erva-mate e as tradições, junto com a saudade. Lá, nas suas novas querências, para matar esta saudade do pago natal, a gauchada fundava um CTG, e contiuava cultuando as tradições levadas do Rio Grande do Sul. Por isso temos CTGs em todo o Estado, em todo o país e em outros países. Por isso temos MTGs próprios, além do Rio Grande do Sul, em diversos Estados brasileiros, que são vinculados à CBTG - Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha.
Mas como em termos de tradicionalismo gaúcho, para gaúchos, para tradicionalistas, a internet oferece uma gama de galpões virtuais (sites), resolvemos espraiar, em primeiro lugar, um assunto chato pra caramba, que são as finanças pessoais. Mas, com a absoluta falta de tempo, temos poucos chasques (textos) publicados que são de nossa autoria. Mas nos valemos de chasques da área econômica e financeira da mídia eletrôncia do Rio Grande do Sul e do país, para abrir o leque de conhecimentos aos próprios tradicionalistas e outros visitantes ilustres que vem ao nosso galpão virtual (blog) tomar um mate e até deixar um chasque (recado).
Aqui tratamos da bolsa de valores, da caderneta de poupança, da previdência privada, da aposentadoria, do fator previdenciário e dos investimentos para o teu futuro e da tua família!
Por isso te saudamos por seres um dos nossos vistantes e também te parabenizamos pelo nosso mate que agora passa de 5.000 (visitas). E te convidamos para continuar nos visitando neste modesto galão virtual onde tratamos dos cobres na tua guaiaca, dos pilas e das finanças pessoais!
Grande abraço
Valdemar Engroff - o Gaúcho Taura
Fonte do Retrato! http://www.commons.wikimedia.org/
Filho de Warren Buffett conta o que aprendeu com o pai
Peter Buffett não seguiu a carreira de investidor, mas diz como Warren influenciou sua vida
Quase todos os investidores do mundo param para ouvir quando Warren Buffett tem algo a dizer. Diversas biografias já foram escritas na tentativa de desvendar como Buffett ganhou tanto dinheiro no mercado acionário. As reuniões anuais de seu fundo de investimento, o Berkshire Hathaway, costumam reunir milhares de pessoas na pequena cidadezinha de Omaha, no Nebraska. Entrevistas e artigos do mais bem-sucedido investidor de todos os tempos costumam figurar entre as mais lidas e comentadas em sites, jornais e revistas econômicas. Apesar da existência dessa legião de pessoas que tenta aprender a ganhar dinheiro com o "Oráculo de Omaha", nenhum de seus três filhos decidiu seguir a carreira de investidor. Mas isso não é um sinal de que eles não aprenderam nada com o pai. Em entrevista ao site americano MoneyWatch.com, o músico Peter Buffett, o caçula de Warren, revelou cinco lições de Warren utilizadas em sua carreira de músico:
1 - Siga seu próprio caminho, e não a manada: Peter Buffett conta que não se mudou para Hollywood após a participação bem-sucedida no filme "Dança com Lobos", que tem Kevin Costner como protagonista e ganhou sete Oscar em 1991. Ele continuou a morar em Milwaukee e manteve-se fiel às próprias raízes apesar do sucesso da trilha sonora do filme, composta por ele e por John Barry. Com a decisão, Peter seguiu o exemplo do pai, que até hoje mora em Omaha - e não em Wall Street, sede dos principais bancos de investimento e lar de boa parte dos maiores investidores do mundo. Warren costuma dizer que, ao evitar o contato com a ganância e as mudanças de humor de Wall Street, tornou-se um investidor melhor.
2 - Dê a seus filhos apenas oportunidades: Peter Buffett diz que seu pai lhe ajudou a dar os primeiros passos na carreira. Viver da herança do megainvestidor, no entanto, não foi uma opção que esteve a seu alcance. O pai costumava dizer: "Dê o suficiente para ele fazer qualquer coisa, mas não o suficiente para ele não fazer nada." Mesmo que você não tenha o dinheiro e a influência de Warren Buffett para ajudar seus filhos, fica a lição de que se esforçar para lhe pagar uma boa faculdade, por exemplo, é uma sábia decisão. Mas os filhos devem saber que chegará uma hora em que eles terão de se virar para a própria carreira deslanche.
3 - Não se esqueça da filantropia: É lógico que Peter Buffett tem mais condições de fazer caridade do que a maioria dos seres humanos. Mas a lição vale para qualquer um. Em 2006, Warren e Susan Buffett doaram 1 bilhão de dólares a cada um de seus filhos para que eles praticassem a filantropia. Em conjunto com sua mulher, Jennifer, Peter Buffett criou a Fundação NoVo, que ajuda mulheres e adolescentes que "sofrem com a violência e a discriminação simplesmente porque são do sexo feminino". Peter conta que um dia Warren lhe perguntou: "Você acha que isso vai afetar sua música?" Na época, ele conta que considerava a carreira musical e a filantropia coisas completamente dissociadas. Mas hoje ele acredita que sua música se tornou mais interessante graças à fundação NoVo.
4 - Invista em potencial: Os grandes investidores entendem que os maiores retornos não vêm das melhores empresas, mas das companhias injustamente pouco valorizadas pelo mercado. Peter diz que usou esse mantra em sua fundação. "Se você investir em um ativo subvalorizado e deixá-lo crescer, o mercado vai reconhecer seu valor, o que lhe trará um retorno enorme", diz.
5 - Faça o que você gosta: "Meu pai sempre me disse para fazer o que eu amo", afirma Peter. Meu pai me dizia: "Não faça nada além de sua paixão - se você tiver sorte o suficiente para encontrá-la." O mais difícil, relata Peter, foi descobrir qual caminho traria a felicidade.
Fonte! Chasque publicado no sítio do Portal Exame, no dia 22 de junho de 2010, na seção Fianças Pessoais/Bolsas - http://www.portalexame.abril.com.br/.
Peter Buffett: filho músico do investidor aprendeu a não seguir a manada
1 - Siga seu próprio caminho, e não a manada: Peter Buffett conta que não se mudou para Hollywood após a participação bem-sucedida no filme "Dança com Lobos", que tem Kevin Costner como protagonista e ganhou sete Oscar em 1991. Ele continuou a morar em Milwaukee e manteve-se fiel às próprias raízes apesar do sucesso da trilha sonora do filme, composta por ele e por John Barry. Com a decisão, Peter seguiu o exemplo do pai, que até hoje mora em Omaha - e não em Wall Street, sede dos principais bancos de investimento e lar de boa parte dos maiores investidores do mundo. Warren costuma dizer que, ao evitar o contato com a ganância e as mudanças de humor de Wall Street, tornou-se um investidor melhor.
2 - Dê a seus filhos apenas oportunidades: Peter Buffett diz que seu pai lhe ajudou a dar os primeiros passos na carreira. Viver da herança do megainvestidor, no entanto, não foi uma opção que esteve a seu alcance. O pai costumava dizer: "Dê o suficiente para ele fazer qualquer coisa, mas não o suficiente para ele não fazer nada." Mesmo que você não tenha o dinheiro e a influência de Warren Buffett para ajudar seus filhos, fica a lição de que se esforçar para lhe pagar uma boa faculdade, por exemplo, é uma sábia decisão. Mas os filhos devem saber que chegará uma hora em que eles terão de se virar para a própria carreira deslanche.
3 - Não se esqueça da filantropia: É lógico que Peter Buffett tem mais condições de fazer caridade do que a maioria dos seres humanos. Mas a lição vale para qualquer um. Em 2006, Warren e Susan Buffett doaram 1 bilhão de dólares a cada um de seus filhos para que eles praticassem a filantropia. Em conjunto com sua mulher, Jennifer, Peter Buffett criou a Fundação NoVo, que ajuda mulheres e adolescentes que "sofrem com a violência e a discriminação simplesmente porque são do sexo feminino". Peter conta que um dia Warren lhe perguntou: "Você acha que isso vai afetar sua música?" Na época, ele conta que considerava a carreira musical e a filantropia coisas completamente dissociadas. Mas hoje ele acredita que sua música se tornou mais interessante graças à fundação NoVo.
4 - Invista em potencial: Os grandes investidores entendem que os maiores retornos não vêm das melhores empresas, mas das companhias injustamente pouco valorizadas pelo mercado. Peter diz que usou esse mantra em sua fundação. "Se você investir em um ativo subvalorizado e deixá-lo crescer, o mercado vai reconhecer seu valor, o que lhe trará um retorno enorme", diz.
5 - Faça o que você gosta: "Meu pai sempre me disse para fazer o que eu amo", afirma Peter. Meu pai me dizia: "Não faça nada além de sua paixão - se você tiver sorte o suficiente para encontrá-la." O mais difícil, relata Peter, foi descobrir qual caminho traria a felicidade.
Fonte! Chasque publicado no sítio do Portal Exame, no dia 22 de junho de 2010, na seção Fianças Pessoais/Bolsas - http://www.portalexame.abril.com.br/.
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Desmistificando a bolsa de valores
Lembra da brincadeira de criança que a galera perguntava alguma coisa e vinha com essa história do "acabaxi vai fechar", quando na verdade era a mão?
Pois é, lembrei dela para perguntar se vocês imaginam a Bolsa de Valores igual um bicho de sete cabeças, como eu imaginava... É que um dia desses (enquanto meus amigos foram festar) eu fui ao workshop participar de um curso gratuito de Formação do Investidor Consciente, promovido pela Gol Invest aqui da minha cidade. E não é que gostei?
Ainda não tenho dinheiro sobrando pra investir, mas também nem precisa de muito. Basta organizar as contas, pois é possível participar da Bolsa de Valores num clube de investimento a partir de R$ 100 reais. Tá, e por que eu gostei do mercado de ações? Porque soube de umas coisas e então ela deixou de ser um BICHO DE SETE CABEÇAS. Até vou compartilhar um pouco com vocês, pois conhecimento é quase tudo nessa vida.
Eu fiz uma matéria sobre esse assunto que assisti e saiu em alguns jornais da região. Tipo, você não vai se tornar expert na Bolsa, porque eu não me tornei e nem vou por tudo que aprendi aqui, senão o blog vira monografia. Entretanto, conto pra vocês algumas curiosidades interessantes desse mundo que a gente acha que é só para "RICOS".
Eles têm feito estes cursos porque querem aumentar os números de investidores, visto que no Brasil tem um pouco mais de 570 mil, o que corresponde 0,26% da população estimada em 191 milhões. O Paulo Portinho, que é gerente do Instituto Nacional de Investimento (INI), disse que é porque o brasileiro tem a cultura de que nunca vai ser vencedor. Achamos normal aplicar na poupança e ter rendimento de 2% líquido ano.
E OLHA SÓ ISSO: Quem investiu R$ 1 mil por ano em ações na Gerdau, em 14 anos teve um ganho de R$ 737 mil. Como assim, ninguém me avisou antes? Dai ele explica: “Por que ele ganhou? Porque teve paciência de esperar. Em 14 anos mais de 60% das empresas deram ganho acima da renda fixa. Quando a bolsa dispara você tem vontade de entrar, e quando ela cai você quer sair. Está errado, tem que ser o contrário”. Que coisa, não?
Outro que falou uma coisa que chamou atenção foi o Walfredo Gomes, que é assessor de investimento da Gol Invest. Segundo ele, quem investiu na Bolsa em 2000 e retirou em 2002, teve uma perda de 75% dos investimentos. Porém, quem investiu na Bolsa em 2000 e retirou em 2009, obteve um ganho de 300%.
O Walfedo diz que “Na bolsa não devemos ser imediatistas e pensar em ganhar rapidamente. É preciso ter paciência e pensar em longo prazo. Quem aprende a perder dinheiro, deu um grande passo para ganhá-lo”, observa. O Paulo Portinho acrescenta que é importante o acionista saber o que está acontecendo no mercado e investir em empresas seguras. “Independente da empresa que estivar com lucro, quem não estiver na bolsa não vai ganhar com ela”, destaca.
Interessante não? Eles deram dicas de observar alguns dados das empresas quando for investir numa delas. Um exemplo é os dividendos. Quando maior o índice, mais a empresa distribui com os acionistas quando lucra. Tem que tomar o cuidado, porque tem empresa que lucra R$ 1 bilhão e não divide nem 50% do valor com os milhares de acionistas. E não basta ter dividendo bom, tem que ter crescimento contínuo.
Se quebrar uma empresa que tem Tag Along, todos perdem. Se ela quebrou, o diretor vai perder igual o cliente, então o cidadão não perde muito sozinho. Lá no INI, eles têm um software que não deixa a gente investir em empresas caras e nem aquelas que têm histórico de queda. Eles chamam atenção para os positivistas em excesso: Tem que estar preparado, pois nem sempre a Bolsa de Valores só vai render.
Em resumo era isso... legal né? (não achou? eu achei) É claro que nem tudo é simples e é importante buscar uma assessoria de investimento, mas gostei do que vi e aprendi. A gente sempre acha tudo um bicho de sete cabeças antes de aprender como é. E o mercado de ações é um que ainda vou querer participar. Nós gastamos tanto em besteiras, o que custa arriscar ficar rico?
Pois é, lembrei dela para perguntar se vocês imaginam a Bolsa de Valores igual um bicho de sete cabeças, como eu imaginava... É que um dia desses (enquanto meus amigos foram festar) eu fui ao workshop participar de um curso gratuito de Formação do Investidor Consciente, promovido pela Gol Invest aqui da minha cidade. E não é que gostei?
Ainda não tenho dinheiro sobrando pra investir, mas também nem precisa de muito. Basta organizar as contas, pois é possível participar da Bolsa de Valores num clube de investimento a partir de R$ 100 reais. Tá, e por que eu gostei do mercado de ações? Porque soube de umas coisas e então ela deixou de ser um BICHO DE SETE CABEÇAS. Até vou compartilhar um pouco com vocês, pois conhecimento é quase tudo nessa vida.
Eu fiz uma matéria sobre esse assunto que assisti e saiu em alguns jornais da região. Tipo, você não vai se tornar expert na Bolsa, porque eu não me tornei e nem vou por tudo que aprendi aqui, senão o blog vira monografia. Entretanto, conto pra vocês algumas curiosidades interessantes desse mundo que a gente acha que é só para "RICOS".
Eles têm feito estes cursos porque querem aumentar os números de investidores, visto que no Brasil tem um pouco mais de 570 mil, o que corresponde 0,26% da população estimada em 191 milhões. O Paulo Portinho, que é gerente do Instituto Nacional de Investimento (INI), disse que é porque o brasileiro tem a cultura de que nunca vai ser vencedor. Achamos normal aplicar na poupança e ter rendimento de 2% líquido ano.
E OLHA SÓ ISSO: Quem investiu R$ 1 mil por ano em ações na Gerdau, em 14 anos teve um ganho de R$ 737 mil. Como assim, ninguém me avisou antes? Dai ele explica: “Por que ele ganhou? Porque teve paciência de esperar. Em 14 anos mais de 60% das empresas deram ganho acima da renda fixa. Quando a bolsa dispara você tem vontade de entrar, e quando ela cai você quer sair. Está errado, tem que ser o contrário”. Que coisa, não?
Outro que falou uma coisa que chamou atenção foi o Walfredo Gomes, que é assessor de investimento da Gol Invest. Segundo ele, quem investiu na Bolsa em 2000 e retirou em 2002, teve uma perda de 75% dos investimentos. Porém, quem investiu na Bolsa em 2000 e retirou em 2009, obteve um ganho de 300%.
O Walfedo diz que “Na bolsa não devemos ser imediatistas e pensar em ganhar rapidamente. É preciso ter paciência e pensar em longo prazo. Quem aprende a perder dinheiro, deu um grande passo para ganhá-lo”, observa. O Paulo Portinho acrescenta que é importante o acionista saber o que está acontecendo no mercado e investir em empresas seguras. “Independente da empresa que estivar com lucro, quem não estiver na bolsa não vai ganhar com ela”, destaca.
Interessante não? Eles deram dicas de observar alguns dados das empresas quando for investir numa delas. Um exemplo é os dividendos. Quando maior o índice, mais a empresa distribui com os acionistas quando lucra. Tem que tomar o cuidado, porque tem empresa que lucra R$ 1 bilhão e não divide nem 50% do valor com os milhares de acionistas. E não basta ter dividendo bom, tem que ter crescimento contínuo.
Outra coisa importante olhar é se a empresa tem Tag Along. O que é isso? Uma segurança para os investidores. Por exemplo, numa crise uma empresa quebrou. Quem não tem Tag Along, os proprietários vendem a companhia e as ações para outra empresa com preços bem valorizados. Já o pobre acionista arca o prejuízo de ver seu investimento perdido, ganhando uma miséria por ação.
Se quebrar uma empresa que tem Tag Along, todos perdem. Se ela quebrou, o diretor vai perder igual o cliente, então o cidadão não perde muito sozinho. Lá no INI, eles têm um software que não deixa a gente investir em empresas caras e nem aquelas que têm histórico de queda. Eles chamam atenção para os positivistas em excesso: Tem que estar preparado, pois nem sempre a Bolsa de Valores só vai render.
Em resumo era isso... legal né? (não achou? eu achei) É claro que nem tudo é simples e é importante buscar uma assessoria de investimento, mas gostei do que vi e aprendi. A gente sempre acha tudo um bicho de sete cabeças antes de aprender como é. E o mercado de ações é um que ainda vou querer participar. Nós gastamos tanto em besteiras, o que custa arriscar ficar rico?
Fonte! Chasque (e retratos) publicado no sítio (blog) Assuntos Diversos, no dia 13 de junho de 2010 - http://blogassuntosdiversos.blogspot.com/.
Uma das maiores crises do Capitalismo
“crack” da Bolsa de Valores de Nova Iorque e as tentativas de solução para “salvar o capitalismo”
Introdução
O Mundo Capitalista foi tomado por um “otimismo geral” na sua fase de apogeu.
Aquele “otimismo” era reflexo do pensamento econômico liberal predominante até a década de 1920, o que explicava a fé no desenvolvimento ilimitado do capitalismo.
No entanto, algumas coisas vieram ameaçar essa visão otimista. Em todos os períodos da História tem havido muitas crises. Antes do século XVIII as crises, de um modo geral, afetavam normalmente o setor agrário, sendo caracterizadas pela carência, escassez de alimentos e outros artigos necessários, cujos preços, conseqüentemente, se elevavam. Mas com o advento do Modo de Produção Capitalista houve uma mudança no caráter dessas crises: nelas não há escassez, mas sim superabundância, e os preços, ao invés de subirem, decaem.
Passo a passo pra entender melhor
A produção capitalista tem por finalidade o lucro. E tais crises estão relacionadas com o próprio sistema na medida em que existe uma tendência de redução na taxa de lucro.
Com o desenvolvimento do Capitalismo, uma parte cada vez maior do lucro é empregada em novas e melhores máquinas. Essa maquinaria, embora custe muito dinheiro, elimina o trabalho de muitos homens, reduzindo o custo da produção e, portanto, possibilitando maiores lucros. Todavia, por outro lado, provocando o desemprego e a baixa dos salários, diminuía, também, a capacidade de consumo das mercadorias.
Assim, apesar de a capacidade de produção ter aumentado, a taxa de lucro sofreu redução porque o poder aquisitivo dos trabalhadores era limitado. Esta é a Contradição Principal do Modo de Produção Capitalista, que o levará fatalmente a seu final, assim como chegaram ao fim o Escravismo Antigo, o Feudalismo...
É possível fazer uma omelete sem quebrar os ovos?
O burguês, dono do Capital, sabe que se pagar com justiça a seus operários, seu lucro será menor. E do seu ponto de vista, tal não deve ocorrer, pois, menor lucro significa redução da acumulação de capital e esta é essencial à continuação do lucro. Por isso resolve parte do dilema pagando baixos salários, o que lhe permite uma acumulação cada vez maior. Contudo, tal acumulação propicia a produção de mais mercadorias que são lançadas no mercado. No entanto, o baixo poder aquisitivo dos trabalhadores não permite que aquela produção seja absorvida.
O subconsumo leva à estocagem da mercadoria, à baixa dos preços e à diminuição transitória da capacidade produtiva, o que por sua vez, tem como um dos seus efeitos mais constantes o desemprego. Desde o século XIX, o capitalismo vem sofrendo dessas crises periódicas – hoje mesmo, princípios do século XXI, passamos por uma das piores de todas... – que, pela sua regularidade, se classificam como cíclicas. À crise propriamente dita segue-se um período de depressão, estagnação dos negócios e desemprego, ocorrendo, a seguir, novo período de “prosperidade” no qual a atividade econômica recomeça com novo ímpeto: daí o caráter cíclico das crises, que ocasionalmente se abatem sobre este Modo de Produção.
Qual a “saída” burguesa para um dilema desses?
A “depressão” de 1873 a 1895, por exemplo, coincidiu com um grande impulso colonialista e um grande volume de investimentos de capitais no exterior: foram as alternativas encontradas para aumentar a taxa de lucro.
Naquele momento foram as colônias ou a dominação imperialista a saída encontrada. Aquela corrida imperialista, por sinal, resultou na Primeira Guerra Mundial.
Desse modo, podemos observar, também, um outro aspecto novo de tais crises: além de serem basicamente industriais, de superprodução e do seu caráter cíclico, tenderam à internacionalização, isto é, não se tratava de crise em um país, mas no conjunto de países capitalistas. Isto porque a necessidade de mercados para os excedentes de capitais e produtos, como também o suprimento de matérias-primas, leva à concorrência entre os diversos países capitalistas.
Vale lembrar, mais uma vez, que este foi o fator mais importante para o desencadeamento da Primeira Grande Guerra, em 1914.
É evidente que, diante dessas crises cíclicas e de uma guerra mundial, tornava-se impossível ser otimista e ter fé no desenvolvimento ilimitado do capitalismo. Por isso, ao chegarmos à Primeira Guerra Mundial, observamos uma inadequação, uma não-correspondência do pensamento econômico com a realidade da época. A era da multiplicidade de pequenas empresas, concorrentes entre si, passara: a economia era controlada pelas grandes unidades (monopólios) e no plano comercial firmavam-se as tarifas protecionistas (nacionalismo econômico), sendo o papel do próprio Estado mais vasto do que aquele de guardião da propriedade imaginado pelos liberais do século XIX. Entretanto, a intervenção do Estado na vida econômica não tinha ainda o caráter drástico e sistemático que teve após a Crise de 1929 ou durante a Primeira Guerra Mundial, quando teve de chamar a si o controle da economia de guerra. Todavia, o Estado liberal, embora nunca tivesse chegado a ser o que os liberais imaginavam, exercia seu papel de mantenedor da ordem vigente, deixando no plano econômico as iniciativas a cargo dos particulares - a livre iniciativa.
A Primeira Grande Guerra mudou tal situação, pois o não-intervencionismo dos liberais se mostrou impotente para coordenar uma economia de guerra prolongada, tarefa em que o papel do Estado avultou-se. Apesar desse primeiro golpe no Liberalismo Econômico, ele foi transitório e o imediato pós-guerra assistiu novamente ao afastamento do Estado dos assuntos econômicos.
Mas, com ou sem intervenção do Estado na economia, a contradição permanecia e as crises de superprodução eram constantes.
Mas afinal, como resolver o problema dentro dos marcos do capitalismo?
Thomas Carlyle, já em 1843, tocou no ponto fundamental da questão: “Qual a utilidade de vossas camisas de seda? Estão penduradas aí, aos milhões, invendáveis; e há os milhões de costas nuas, trabalhadoras, que não as podem usar. As camisas são úteis para cobrir as costas humanas; inúteis para qualquer outra finalidade, um motejo insuportável, de outro modo. Que recuo representa esse aspecto do problema!” (Leo Huberman, História da Riqueza do Homem, pág. 302)
Todos, então, se preocupavam em resolvê-lo. No entanto, o problema das crises cíclicas é próprio do sistema capitalista. Por isso, a União Soviética, a partir de 1917 com a Revolução Socialista, procurava resolvê-lo pela total substituição do modo de produção capitalista: aboliu a propriedade privada dos meios de produção e planejou a economia de modo a produzir somente o necessário ao consumo, sem o objetivo de lucro, pois tudo pertencia a todos.
Enquanto isso, nos demais países tentava-se resolver o problema. Controlando e “consertando” o próprio capitalismo: o plano era abolir a abundância reduzindo a produção. Na Alemanha foi o Nazismo, na Itália o Fascismo, na Espanha, o Franquismo, em Portugal o Salazarismo e, nos EUA, o “New Deal”.
Vejamos, então, em detalhes as diversas crises por que passou o capitalismo no período entre-guerras, para que possamos compreender as soluções encontradas.
Primeira crise do pós-guerra (1920 – 1923)
As conseqüências da guerra foram pesadas para os países europeus, principalmente para os diretamente envolvidos no conflito e cujo território serviu de campo de batalha, como a França e a Alemanha. No geral, o capitalismo europeu iniciou um processo de declínio relativo no pós-guerra, contrastando com a ascensão norte-americana e japonesa.
A Inglaterra entrou em um processo crônico de crise, o mesmo ocorrendo, de certa maneira, com a França. Se assim ficaram os países capitalistas “vitoriosos” na Primeira Grande Guerra, conseguimos imaginar a situação dos derrotados, devendo pesados ressarcimentos de guerra e tendo de pagar a “paz Cartaginesa” de Versalhes...
Essa Pequena Crise atingiu todos os países capitalistas, principalmente os europeus, que perderam os seus mercados tradicionais; mas atingiu também países como os Estados Unidos e o Japão, provocando desemprego e falências e deixando no seu caminho a insatisfação social.
A retração das exportações das Nações européias durante o conflito e a necessidade de matérias-primas e produtos alimentícios levou os países da periferia, da América Latina especialmente, a desenvolverem a sua industrialização e aumentarem sua exportação de produtos primários. O Japão, grande aproveitador da guerra, e, principalmente, os Estados Unidos, financiador e abastecedor da “Entente” por quatro anos, igualmente aceleraram sua industrialização.
Os “loucos” anos 20 (1923 – 1929), um “Grande Ilusão”...
O período seguinte à Pequena Crise de Reconversão caracterizou-se por uma retomada da expansão, inaugurando-se novo ciclo de “prosperidade” na economia ocidental.
Entretanto, o fenômeno foi muito desigual nos quatro principais países capitalistas (França, EUA, Inglaterra e Alemanha). A “prosperidade” foi mais um fenômeno norte-americano do que europeu, pois a expansão inglesa foi bloqueada até 1925, quando praticou uma rígida política deflacionária e de retorno ao padrão-ouro na paridade anterior à guerra: a libra ficou muito valorizada e os preços dos produtos ingleses não eram competitivos, o que era agravado pelo fato de a estrutura industrial inglesa ser arcaica, e, com raras exceções, somente nos chamados setores novos observou-se a introdução de moderna tecnologia. A França, apesar das deficiências crônicas de seu capitalismo (caracterizado por uma grande persistência da pequena empresa), conseguiu dobrar sua produção até 1927, enquanto a Alemanha beneficiou-se do grande afluxo de capitais norte-americanos, que também se dirigiram para a Europa Central beneficiando os jovens países como a Checoslováquia e a Polônia. O Japão, apesar do golpe da Pequena Crise, continuou em um ritmo crescente, mesmo com o fechamento dos mercados europeus.
Ao lado da racionalização e da crescente utilização de novas técnicas na produção, progrediu aceleradamente a concentrarão industrial, ocorrendo a formação de grandes “holdings”, cartéis e trustes internacionais.
A agricultura jamais conseguiu se recuperar no pós-guerra, principalmente a norte-americana, observando-se um declínio acentuado dos rendimentos agrícolas, o que levava a uma baixa no poder aquisitivo dos setores rurais. O subemprego crônico, resultante dessa situação, era, por sua vez, a causa do baixo poder aquisitivo global. O número de desempregados permanecia constante e, apesar do aumento da produção, a maioria das indústrias trabalhava com capacidade ociosa. Entretanto, apesar desses “maus presságios”, a especulação financeira era intensa: na Bolsa de Nova Iorque uma enorme especulação não cessava seu curso.
A Quinta Feira Negra de outubro de 1929. Adeus ilusões...
Culminando com um rápido declínio das atividades econômicas e sendo um reflexo desse problema estrutural, em 24 de outubro de 1929 ocorreu, na Quinta-Feira Negra, a quebra da Bolsa de Nova Iorque, quando nesse dia foram lançados no mercado mais de 16 milhões de títulos, os quais não encontraram compradores, acelerando-se a queda nos dias posteriores: no início de novembro a totalidade das ações industriais tinha perdido mais de um terço do seu valor.
A Crise norte-americana arrastou consigo os países ligados à economia dos Estados Unidos: uma das características da Crise de 1929 foi a amplidão e a universalizarão, pois a economia capitalista estava em alto grau de interdependência. Outra característica é que foi produto de uma crise agrária, financeira e industrial ao mesmo tempo. E sua duração. foi anormal, pois, se o “ciclo infernal durou até 1933, seus efeitos se fizeram sentir até às vésperas da Segunda Guerra Mundial. O Mundo Capitalista, porquanto a URSS não fora atingida, só sobreviveu transformando-se profundamente.
De imediato, a Crise levou à falência as instituições bancárias norte-americanas e européias, uma vez que os bancos norte-americanos repatriaram seus capitais investidos e cessaram de abrir crédito aos países estrangeiros. As falências bancárias repercutiram em toda a Europa, especialmente na Alemanha, cuja “prosperidade”, após 1924, fora baseada quase que exclusivamente nos investimentos norte-americanos. Para impedir o agravamento do desastre, o governo alemão bloqueou os capitais estrangeiros que ainda se encontravam no país. A Crise propagou-se pela Inglaterra, credora da Alemanha e, por fim, atingiu todos os países.
A crise monetária foi uma só: em 21 de setembro de 1931, o governo britânico abandonou o padrão-ouro, ocorrendo uma desvalorização de mais de 40% na libra, o que levou para o abismo as “moedas-satélites” (mais de 30 países). A França sofreu os efeitos da Crise um pouco mais tarde.
De 1929 a 1933 a produção industrial retrocedeu, tendo o ponto mais baixo ocorrido em 1932 (38% a menos que em 1929). A Alemanha foi o país mais atingido e os prejuízos repartiram-se entre os EUA, a Alemanha, Inglaterra, França, Bélgica, Holanda, Áustria e o Canadá. Os estoques aumentavam e não encontravam compradores; tal situação era agravada pelo “fechamento” dos mercados externos através de altas tarifas protecionistas e pelo desemprego em massa reduzindo o poder aquisitivo dos consumidores.
A agricultura, desde 1919 em crise crônica, foi atingida violentamente, observando-se uma queda enorme dos preços e uma diminuição do poder de consumo, o que levou países tradicionalmente exportadores de produtos agrícolas, tais como o Brasil, a Argentina, Nova Zelândia e outros, a enfrentar o problema da superprodução e da bancarrota. O principal produto da pauta de exportações brasileiras, por exemplo, era o café. Um produto supérfluo, “de sobremesa”, que os países centrais pararam de comprar levando os cafeicultores, principalmente paulistas, à falência e abrindo caminho à chamada “revolução de 30”. A crise no comércio internacional manifestou-se através da desorganização das trocas, que declinaram em um terço. A estagnação do comércio internacional era agravada pelos expedientes tradicionais, como o protecionismo e as desvalorizações monetárias.
O reativamento do comércio recomeçou em 1934 para as matérias-primas, mas os produtos agrícolas e os industrializados só encontraram seu ritmo normal em 1939.
A Crise não só quebrou a euforia ilimitada dos anos 20, trazendo uma angústia ilimitada, como também acentuou os conflitos sociais, especialmente nas sociedades muito diferenciadas. Em 1932 o número de desempregados no Mundo Ocidental atingiu cerca de 30 milhões, não se contando os elementos desempregados temporariamente nem as populações da Ásia, África e América Latina, onde o desemprego é um problema constante.
Os países mais afetados pelo desemprego foram os altamente industrializados: EUA (17 milhões), Alemanha (6 milhões), Inglaterra (3 milhões) e Japão (2,5 milhões).
Especialmente nos países europeus, as camadas médias da população foram das mais atingidas, pois viviam de rendimentos fixos tragados pela inflação, e com a extensão crescente do desemprego, viram-se marginalizadas das correntes econômicas. A Crise também atingiu duramente as populações do campo e sobretudo o proletariado em geral.
No plano social, o equilíbrio das classes foi modificado, tornando-se os conflitos sociais mais acentuados, sendo estes particularmente vivos em países como os Estados Unidos e a Alemanha. Os setores mais altos da burguesia passaram a apoiar regimes políticos autoritários que garantissem a ordem, explicando-se, aí, o apoio ao fascismo na Itália e Alemanha, ao mesmo tempo que a pauperização da pequena burguesia e o aumento do movimento operário, levando à ameaça de uma revolução comunista, canalizaram os setores mais atingidos da pequena burguesia a engajar-se em formações político-partidárias pregadoras de soluções autoritárias (fascismo).
O Intervencionismo Estatal como “Último Recurso”
Em um primeiro momento, os governos limitaram-se a adotar as medidas tradicionais que se mostraram inadequadas, tais como protecionismo alfandegário, a deflação e o controle do câmbio. Aos poucos, o papel do Estado foi sobressaindo, destacando-se sua intervenção no processo econômico através de um programa coerente de sustentação da atividade econômica e de diminuição das tensões sociais. O Estado aparentemente assumiu a posição de “árbitro” e organizador da economia: iniciava-se a Era do Dirigismo Econômico.
Tal fenômeno ocorreu em todos os países e no plano político levou ao reforço do autoritarismo. Nos países mais diretamente atingidos pela crise, como a Alemanha, em que o “equilíbrio entre as classes fora rompido”, a forma mais radical de intervencionismo estatal foi o nazismo, mas o modelo clássico da regulamentação da atividade econômica pelo Estado foi o “New Deal” nos Estados Unidos.
“New Deal, Novo Tratamento”
A crise econômica foi o drama mais doloroso da História norte-americana desde a Guerra de Secessão. Quando se deu a Quebra da bolsa em 1929, o poder estava com os Republicanos (Hoover), que mantinham um predomínio político, desde a década de 1920, sobre os Democratas. As primeiras medidas do governo republicano Hoover foram clássicas, o que não impediu o desenvolvimento da Crise e da Depressão, que atingiram seu ponto culminante em 1933 (“ciclo infernal”), chegando o número de desempregados a cerca de 17 milhões.
Cena comum em Wall Street: filas quilométricas para conseguir um prato de sopa...
A incapacidade para vencer a Crise acarretou a perda de prestígio político dos Republicanos: a opinião pública reclamava mudanças radicais. Em 1932 o candidato democrata, Franklin Delano Roosevelt, foi eleito por grande maioria, tendo apresentado em sua campanha um plano de possível intervenção dos poderes públicos na economia.
Reunindo uma equipe de tecnocratas, logo que ascendeu ao poder (1933) tomou medidas severas: fechamento temporário dos bancos e requisição dos estoques de ouro. Desenvolveu também uma política de inflação moderada: a desvalorização do dólar permitiu o pagamento das dívidas e a revalorização dos estoques e salários, aumentando o poder aquisitivo da população e os lucros dos empresários.
“Uma multidão de cidadãos desempregados enfrenta o grave problema da subsistência e um número igualmente grande recebe pequeno salário pelo seu trabalho. Somente um otimista pode negar as realidades sombrias do momento.”
(Trecho do discurso de posse de Franklin Delano Roosevelt, citado por MORRIS, R. B., Documentos Básicos da História dos Estados Unidos, Editora Fundo de Cultura, pág. 203 .)
O New Deal, termo retirado de um discurso de Roosevelt, foi o conjunto de medidas novas adotadas para combater a Crise. Para os tecnocratas que cercavam a presidência, influenciados pelas idéias do economista inglês J. M. Keynes, a Crise resultara de um excedente de produção (superprodução) e de uma insuficiência do consumo (subconsumo), tornando-se necessária uma melhor distribuição da renda de modo a diminuir a capacidade de produção e aumentar o poder de consumo. Na aparência, o New Deal, limitando o poder do grande capital e aumentando a renda dos trabalhadores, assemelhava-se ao Socialismo. Aliás, esta foi a acusação dos opositores de Roosevelt, mas na realidade era uma política dirigista que visava a defender o capitalismo mediante medidas novas.
O Estado passou a investir na construção de grandes obras públicas, tornando se o principal agente do reativamento econômico. Por outro lado, as grandes construções valorizaram algumas áreas-problema e aumentaram a taxa de emprego. O caso mais célebre foi o projeto criado em 1933 pela Lei do Vale do Tennessee (Tennessee Valley Authority - TVA), medida estatal encarregada de valorizar aquela região.
A fim de acabar com a onda de falências, o Federal Reserve System concedeu créditos ilimitados que levaram a uma inflação moderada.
Na luta contra o desemprego, desde abril de 1933, o Governo Federal passou a conceder créditos aos Estados para a distribuição de seguros aos desempregados e, em novembro desse mesmo ano, um programa de grandes trabalhos foi lançado pela TVA.
A intervenção na agricultura deu-se através da Lei de Ajustamento Agrícola (Agricultural Adjustment Act - AAA), que propôs aos agricultores reduzirem a produção em troca de indenização, ao mesmo tempo que o governo fornecia crédito abundante, a fim de aumentar o poder aquisitivo dos setores rurais é elevar os preços dos produtos agrícolas.
A intervenção na indústria visou, nas palavras do próprio Roosevelt, a “dar à indústria a certeza de lucros razoáveis e aos trabalhadores a certeza de um salário suficiente”. Em 1933 começou a aplicação da Lei de Recuperação da Indústria Nacional (National Industrial Recovery Act ou NIRA), pela qual todos os setores industriais e comerciais deveriam redigir um “código de concorrência leal” garantindo aos trabalhadares um salário mínimo e a liberdade sindical, limitando a duração da jornada de trabalho semanal e impedindo a venda a preços de monopólios. O Governo Federal reservava-se o direito de arbitrar tais disposições se não fossem livremente resolvidas de comum acordo.
Apesar do sucesso e do otimismo despertado, a aplicação do New Deal encontrou sérias resistências, destacando-se a oposição da Suprema Corte, composta de elementos conservadores escolhidos pelos antigos. presidentes republicanos. A Suprema Corte refletia a inquietação dos tradicionalistas, que se sentiam ameaçados com a limitação dos poderes patronais, o aumento crescente das despesas do Estado e a limitação dos poderes dos Estados da União que anteriormente gozavam de grande autonomia, como consagrava a Constituição. A NIRA e a AAA foram declaradas inconstitucionais e a Lei Wagner, que confirmava a liberdade sindical e o direito de greve, colocada em dúvida.
Muitas greves ocorreram no período de 1934 a 1939. Até 1938, a entidade sindical que agrupava os trabalhadores norte-americanos era a Federação Americana do Trabalho (AFL), que unificava os operários segundo as profissões - isto é, segundo as especialidades de cada um. Assim, em uma mesma fábrica, existiam diversas associações (de foguistas, de carpinteiros etc..), o que enfraquecia e isolava os operários. Alguns dos sindicatos mais poderosos, desiludidos com a política sindical desenvolvida pela AFL, fundaram em 1935 o Comitê para a Organização Industrial (CIO), que, diferentemente da AFL, unificava os operários de um determinado ramo da produção (por exemplo: metalúrgicos, têxteis etc.) independentemente da sua respectiva especialidade. Esse fato criava condições favoráveis para a consolidação da unidade da classe operária na luta por seus direitos e pela elevação do seu nível de vida. “O poder do operariado passou a fazer-se sentir não só na indústria (principalmente do aço e automobilística), mas também na vida política em virtude da organização das massas operárias com um objetivo político comum.” (Sinopse da História das Estados Unidos da América, Ministério das Relações Exteriores, EUA, pág. 69.)
Nas eleições de 1936, Roosevelt, utilizando uma plataforma populista e tendo a seu favor as realizações de seu governo, foi reeleito triunfalmente. A reeleição deu-lhe a força necessária para ameaçar de reforma a Suprema Corte, já que se estava à beira de um conflito constitucional entre o Executivo e o Judiciário. Mas a questão resolveu-se tranqüilamente: os juízes opositores se aposentaram e a oposição não se manifestou mais abertamente.
O ritmo de crescimento econômico foi retomado, embora o setor agrícola não acompanhasse o industrial. Apesar de um ligeiro declínio (recessão) na produção industrial em 1937 – 1938, quando o número de desempregados atingiu quase 11 milhões, o aumento da demanda de produtos industrializados e de armamentos por parte dos países europeus estimulou a maior produção. A aproximação da guerra, provocando uma corrida armamentista, e depois o próprio esforço militar norte-americano eliminaram definitivamente a ameaça de nova crise.
Como a Inglaterra e a França enfrentaram a Crise?
A Inglaterra, que só em 1928 recuperou os índices de produção de antes da guerra, vivendo em crise crônica, foi duramente atingida, o que no plano político favoreceu a ascensão dos Conservadores, embora os Trabalhistas mantivessem o poder com Ramsay MacDonald que formou um governo de coalizão. A intervenção do Estado na economia encontrou sérias resistências, não só entre os grupos conservadores, mas também na opinião pública em geral, que se agarrava à estabilidade da libra e à manutenção do padrão-ouro. Uma política deflacionária implicava o congelamento de salários, o que era inviável para um governo trabalhista apoiado nos sindicatos. Entretanto, o Primeiro-Ministro obteve da Câmara dos Comuns o reagrupamento das empresas carboníferas, pouco rentáveis, mas teve de renunciar à diminuição de salários diante da ameaça de nova greve geral.
A Crise, entretanto, levou o governo a tomar medidas drásticas, rompendo com os expedientes tradicionais; em setembro de 1931 o padrão-ouro foi abandonado, a libra esterlina desvalorizada e a conversão do papel-moeda em ouro suspensa, ao mesmo tempo que, depois de mais de um século de livre-cambismo, abandonou-o em favor de um ainda tímido intervencionismo, o que era uma medida retardada, de vez que há muito o país perdera a condição de “oficina do mundo”; a Commonwealth (Comunidade Britânica das Nações) formou um bloco econômico, no qual os produtos ingleses e dos Dominions gozariam de tarifas preferenciais. Só um único país de fora do bloco teve seus interesses salvaguardados: a Argentina, tradicional exportadora de trigo e carne para a Grã-Bretanha, como fixou o Tratado Roca-Runciman.
Tal conjunto de medidas permitiu à economia inglesa recuperar-se. O padrão devida da população equilibrou-se, embora continuassem existindo 500 mil desempregados, amparados em medidas assistenciais do Estado: era o “welfare State” (Estado do Bem-Estar).
Na França, só em 1931 a economia foi afetada pela Crise mundial e, desde 1933, os preços franceses para a exportação superavam sensivelmente os preços estrangeiros: a partir desse momento, o principal escoadouro ainda aberto era o Império Colonial, mas a renda nacional diminuiu. Contudo, os sucessivos gabinetes direitistas recusaram-se a tomar novas medidas, limitando-se a uma política deflacionista através dos chamados “decretos-leis de miséria”.
O fracasso da política deflacionária e a insatisfação social reinante levaram ao poder, em 1936, a Frente Popular, aliança de comunistas, socialistas e radicais, sob a liderança do socialista moderado Léon Blum. O novo governo elevou os salários dos operários, prejudicados por uma política extremamente conservadora de dez anos, mas sucumbiu às pressões da direita, que se sentia ameaçada pelas sucessivas greves (1937).
A partir de 1938 os elementos da direita retornaram ao poder, abandonando aos poucos as tímidas reformas sociais do período da Frente Popular, conhecendo a França, durante todo o período de Crise uma estagnação que contrastava com o dinamismo dos demais países.
E a URSS?
Sem capitalismo de mercado, sem jogatinas em bolsas de valores, foi a única Nação do mundo que, além de permanecer intocada pela crise dos capitalistas em 1929, teve um crescimento e desenvolvimento surpreendente. Só causa espécie, ainda hoje, nos primeiros lustros do Século XXI, que a hoje ex-URSS haja escolhido reverter à posição de país periférico ao capitalismo e, ao invés do que outrora ocoria por lá (avanço na pesquisa espacial, avanços na ciência, ampliação no número de moradias baratas, pleno emprego, etc.) hoje a Rússia ocupa um relevante topo na lista de países campeões em desemprego, prostituição, tráfico de entorpecentes, miséria, desigualdade social e, se há farta oferta de gêneros nos Supermercados, há falta de dinheiro para adquirí-los. Será que fizeram uma boa troca? Será que cogitam do retorno a dias melhores, quando ainda se constituiam na única Nação capaz de enfrentar o Império Ianque (posição hoje ocupada pela China, por sinal)?
Bibliografia:
História Geral - Aquino, Denize e Oscar - Ed. Ao Livro Técnico
Toda a História - José Jobson Arruda - Ed. Ática
História - Luiz Koshiba - Ed. Atual
Fonte! Chasque publicado no sítio Lar do Bom Leitor - http://www.lardobomleitor.com/
Introdução
O Mundo Capitalista foi tomado por um “otimismo geral” na sua fase de apogeu.
Aquele “otimismo” era reflexo do pensamento econômico liberal predominante até a década de 1920, o que explicava a fé no desenvolvimento ilimitado do capitalismo.
No entanto, algumas coisas vieram ameaçar essa visão otimista. Em todos os períodos da História tem havido muitas crises. Antes do século XVIII as crises, de um modo geral, afetavam normalmente o setor agrário, sendo caracterizadas pela carência, escassez de alimentos e outros artigos necessários, cujos preços, conseqüentemente, se elevavam. Mas com o advento do Modo de Produção Capitalista houve uma mudança no caráter dessas crises: nelas não há escassez, mas sim superabundância, e os preços, ao invés de subirem, decaem.
Passo a passo pra entender melhor
A produção capitalista tem por finalidade o lucro. E tais crises estão relacionadas com o próprio sistema na medida em que existe uma tendência de redução na taxa de lucro.
Com o desenvolvimento do Capitalismo, uma parte cada vez maior do lucro é empregada em novas e melhores máquinas. Essa maquinaria, embora custe muito dinheiro, elimina o trabalho de muitos homens, reduzindo o custo da produção e, portanto, possibilitando maiores lucros. Todavia, por outro lado, provocando o desemprego e a baixa dos salários, diminuía, também, a capacidade de consumo das mercadorias.
Assim, apesar de a capacidade de produção ter aumentado, a taxa de lucro sofreu redução porque o poder aquisitivo dos trabalhadores era limitado. Esta é a Contradição Principal do Modo de Produção Capitalista, que o levará fatalmente a seu final, assim como chegaram ao fim o Escravismo Antigo, o Feudalismo...
É possível fazer uma omelete sem quebrar os ovos?
O burguês, dono do Capital, sabe que se pagar com justiça a seus operários, seu lucro será menor. E do seu ponto de vista, tal não deve ocorrer, pois, menor lucro significa redução da acumulação de capital e esta é essencial à continuação do lucro. Por isso resolve parte do dilema pagando baixos salários, o que lhe permite uma acumulação cada vez maior. Contudo, tal acumulação propicia a produção de mais mercadorias que são lançadas no mercado. No entanto, o baixo poder aquisitivo dos trabalhadores não permite que aquela produção seja absorvida.
O subconsumo leva à estocagem da mercadoria, à baixa dos preços e à diminuição transitória da capacidade produtiva, o que por sua vez, tem como um dos seus efeitos mais constantes o desemprego. Desde o século XIX, o capitalismo vem sofrendo dessas crises periódicas – hoje mesmo, princípios do século XXI, passamos por uma das piores de todas... – que, pela sua regularidade, se classificam como cíclicas. À crise propriamente dita segue-se um período de depressão, estagnação dos negócios e desemprego, ocorrendo, a seguir, novo período de “prosperidade” no qual a atividade econômica recomeça com novo ímpeto: daí o caráter cíclico das crises, que ocasionalmente se abatem sobre este Modo de Produção.
Qual a “saída” burguesa para um dilema desses?
A “depressão” de 1873 a 1895, por exemplo, coincidiu com um grande impulso colonialista e um grande volume de investimentos de capitais no exterior: foram as alternativas encontradas para aumentar a taxa de lucro.
Naquele momento foram as colônias ou a dominação imperialista a saída encontrada. Aquela corrida imperialista, por sinal, resultou na Primeira Guerra Mundial.
Desse modo, podemos observar, também, um outro aspecto novo de tais crises: além de serem basicamente industriais, de superprodução e do seu caráter cíclico, tenderam à internacionalização, isto é, não se tratava de crise em um país, mas no conjunto de países capitalistas. Isto porque a necessidade de mercados para os excedentes de capitais e produtos, como também o suprimento de matérias-primas, leva à concorrência entre os diversos países capitalistas.
Vale lembrar, mais uma vez, que este foi o fator mais importante para o desencadeamento da Primeira Grande Guerra, em 1914.
É evidente que, diante dessas crises cíclicas e de uma guerra mundial, tornava-se impossível ser otimista e ter fé no desenvolvimento ilimitado do capitalismo. Por isso, ao chegarmos à Primeira Guerra Mundial, observamos uma inadequação, uma não-correspondência do pensamento econômico com a realidade da época. A era da multiplicidade de pequenas empresas, concorrentes entre si, passara: a economia era controlada pelas grandes unidades (monopólios) e no plano comercial firmavam-se as tarifas protecionistas (nacionalismo econômico), sendo o papel do próprio Estado mais vasto do que aquele de guardião da propriedade imaginado pelos liberais do século XIX. Entretanto, a intervenção do Estado na vida econômica não tinha ainda o caráter drástico e sistemático que teve após a Crise de 1929 ou durante a Primeira Guerra Mundial, quando teve de chamar a si o controle da economia de guerra. Todavia, o Estado liberal, embora nunca tivesse chegado a ser o que os liberais imaginavam, exercia seu papel de mantenedor da ordem vigente, deixando no plano econômico as iniciativas a cargo dos particulares - a livre iniciativa.
A Primeira Grande Guerra mudou tal situação, pois o não-intervencionismo dos liberais se mostrou impotente para coordenar uma economia de guerra prolongada, tarefa em que o papel do Estado avultou-se. Apesar desse primeiro golpe no Liberalismo Econômico, ele foi transitório e o imediato pós-guerra assistiu novamente ao afastamento do Estado dos assuntos econômicos.
Mas, com ou sem intervenção do Estado na economia, a contradição permanecia e as crises de superprodução eram constantes.
Mas afinal, como resolver o problema dentro dos marcos do capitalismo?
Thomas Carlyle, já em 1843, tocou no ponto fundamental da questão: “Qual a utilidade de vossas camisas de seda? Estão penduradas aí, aos milhões, invendáveis; e há os milhões de costas nuas, trabalhadoras, que não as podem usar. As camisas são úteis para cobrir as costas humanas; inúteis para qualquer outra finalidade, um motejo insuportável, de outro modo. Que recuo representa esse aspecto do problema!” (Leo Huberman, História da Riqueza do Homem, pág. 302)
Todos, então, se preocupavam em resolvê-lo. No entanto, o problema das crises cíclicas é próprio do sistema capitalista. Por isso, a União Soviética, a partir de 1917 com a Revolução Socialista, procurava resolvê-lo pela total substituição do modo de produção capitalista: aboliu a propriedade privada dos meios de produção e planejou a economia de modo a produzir somente o necessário ao consumo, sem o objetivo de lucro, pois tudo pertencia a todos.
Enquanto isso, nos demais países tentava-se resolver o problema. Controlando e “consertando” o próprio capitalismo: o plano era abolir a abundância reduzindo a produção. Na Alemanha foi o Nazismo, na Itália o Fascismo, na Espanha, o Franquismo, em Portugal o Salazarismo e, nos EUA, o “New Deal”.
Vejamos, então, em detalhes as diversas crises por que passou o capitalismo no período entre-guerras, para que possamos compreender as soluções encontradas.
Primeira crise do pós-guerra (1920 – 1923)
As conseqüências da guerra foram pesadas para os países europeus, principalmente para os diretamente envolvidos no conflito e cujo território serviu de campo de batalha, como a França e a Alemanha. No geral, o capitalismo europeu iniciou um processo de declínio relativo no pós-guerra, contrastando com a ascensão norte-americana e japonesa.
A Inglaterra entrou em um processo crônico de crise, o mesmo ocorrendo, de certa maneira, com a França. Se assim ficaram os países capitalistas “vitoriosos” na Primeira Grande Guerra, conseguimos imaginar a situação dos derrotados, devendo pesados ressarcimentos de guerra e tendo de pagar a “paz Cartaginesa” de Versalhes...
Essa Pequena Crise atingiu todos os países capitalistas, principalmente os europeus, que perderam os seus mercados tradicionais; mas atingiu também países como os Estados Unidos e o Japão, provocando desemprego e falências e deixando no seu caminho a insatisfação social.
A retração das exportações das Nações européias durante o conflito e a necessidade de matérias-primas e produtos alimentícios levou os países da periferia, da América Latina especialmente, a desenvolverem a sua industrialização e aumentarem sua exportação de produtos primários. O Japão, grande aproveitador da guerra, e, principalmente, os Estados Unidos, financiador e abastecedor da “Entente” por quatro anos, igualmente aceleraram sua industrialização.
Os “loucos” anos 20 (1923 – 1929), um “Grande Ilusão”...
O período seguinte à Pequena Crise de Reconversão caracterizou-se por uma retomada da expansão, inaugurando-se novo ciclo de “prosperidade” na economia ocidental.
Entretanto, o fenômeno foi muito desigual nos quatro principais países capitalistas (França, EUA, Inglaterra e Alemanha). A “prosperidade” foi mais um fenômeno norte-americano do que europeu, pois a expansão inglesa foi bloqueada até 1925, quando praticou uma rígida política deflacionária e de retorno ao padrão-ouro na paridade anterior à guerra: a libra ficou muito valorizada e os preços dos produtos ingleses não eram competitivos, o que era agravado pelo fato de a estrutura industrial inglesa ser arcaica, e, com raras exceções, somente nos chamados setores novos observou-se a introdução de moderna tecnologia. A França, apesar das deficiências crônicas de seu capitalismo (caracterizado por uma grande persistência da pequena empresa), conseguiu dobrar sua produção até 1927, enquanto a Alemanha beneficiou-se do grande afluxo de capitais norte-americanos, que também se dirigiram para a Europa Central beneficiando os jovens países como a Checoslováquia e a Polônia. O Japão, apesar do golpe da Pequena Crise, continuou em um ritmo crescente, mesmo com o fechamento dos mercados europeus.
Ao lado da racionalização e da crescente utilização de novas técnicas na produção, progrediu aceleradamente a concentrarão industrial, ocorrendo a formação de grandes “holdings”, cartéis e trustes internacionais.
A agricultura jamais conseguiu se recuperar no pós-guerra, principalmente a norte-americana, observando-se um declínio acentuado dos rendimentos agrícolas, o que levava a uma baixa no poder aquisitivo dos setores rurais. O subemprego crônico, resultante dessa situação, era, por sua vez, a causa do baixo poder aquisitivo global. O número de desempregados permanecia constante e, apesar do aumento da produção, a maioria das indústrias trabalhava com capacidade ociosa. Entretanto, apesar desses “maus presságios”, a especulação financeira era intensa: na Bolsa de Nova Iorque uma enorme especulação não cessava seu curso.
A Quinta Feira Negra de outubro de 1929. Adeus ilusões...
Culminando com um rápido declínio das atividades econômicas e sendo um reflexo desse problema estrutural, em 24 de outubro de 1929 ocorreu, na Quinta-Feira Negra, a quebra da Bolsa de Nova Iorque, quando nesse dia foram lançados no mercado mais de 16 milhões de títulos, os quais não encontraram compradores, acelerando-se a queda nos dias posteriores: no início de novembro a totalidade das ações industriais tinha perdido mais de um terço do seu valor.
A Crise norte-americana arrastou consigo os países ligados à economia dos Estados Unidos: uma das características da Crise de 1929 foi a amplidão e a universalizarão, pois a economia capitalista estava em alto grau de interdependência. Outra característica é que foi produto de uma crise agrária, financeira e industrial ao mesmo tempo. E sua duração. foi anormal, pois, se o “ciclo infernal durou até 1933, seus efeitos se fizeram sentir até às vésperas da Segunda Guerra Mundial. O Mundo Capitalista, porquanto a URSS não fora atingida, só sobreviveu transformando-se profundamente.
De imediato, a Crise levou à falência as instituições bancárias norte-americanas e européias, uma vez que os bancos norte-americanos repatriaram seus capitais investidos e cessaram de abrir crédito aos países estrangeiros. As falências bancárias repercutiram em toda a Europa, especialmente na Alemanha, cuja “prosperidade”, após 1924, fora baseada quase que exclusivamente nos investimentos norte-americanos. Para impedir o agravamento do desastre, o governo alemão bloqueou os capitais estrangeiros que ainda se encontravam no país. A Crise propagou-se pela Inglaterra, credora da Alemanha e, por fim, atingiu todos os países.
A crise monetária foi uma só: em 21 de setembro de 1931, o governo britânico abandonou o padrão-ouro, ocorrendo uma desvalorização de mais de 40% na libra, o que levou para o abismo as “moedas-satélites” (mais de 30 países). A França sofreu os efeitos da Crise um pouco mais tarde.
De 1929 a 1933 a produção industrial retrocedeu, tendo o ponto mais baixo ocorrido em 1932 (38% a menos que em 1929). A Alemanha foi o país mais atingido e os prejuízos repartiram-se entre os EUA, a Alemanha, Inglaterra, França, Bélgica, Holanda, Áustria e o Canadá. Os estoques aumentavam e não encontravam compradores; tal situação era agravada pelo “fechamento” dos mercados externos através de altas tarifas protecionistas e pelo desemprego em massa reduzindo o poder aquisitivo dos consumidores.
A agricultura, desde 1919 em crise crônica, foi atingida violentamente, observando-se uma queda enorme dos preços e uma diminuição do poder de consumo, o que levou países tradicionalmente exportadores de produtos agrícolas, tais como o Brasil, a Argentina, Nova Zelândia e outros, a enfrentar o problema da superprodução e da bancarrota. O principal produto da pauta de exportações brasileiras, por exemplo, era o café. Um produto supérfluo, “de sobremesa”, que os países centrais pararam de comprar levando os cafeicultores, principalmente paulistas, à falência e abrindo caminho à chamada “revolução de 30”. A crise no comércio internacional manifestou-se através da desorganização das trocas, que declinaram em um terço. A estagnação do comércio internacional era agravada pelos expedientes tradicionais, como o protecionismo e as desvalorizações monetárias.
O reativamento do comércio recomeçou em 1934 para as matérias-primas, mas os produtos agrícolas e os industrializados só encontraram seu ritmo normal em 1939.
A Crise não só quebrou a euforia ilimitada dos anos 20, trazendo uma angústia ilimitada, como também acentuou os conflitos sociais, especialmente nas sociedades muito diferenciadas. Em 1932 o número de desempregados no Mundo Ocidental atingiu cerca de 30 milhões, não se contando os elementos desempregados temporariamente nem as populações da Ásia, África e América Latina, onde o desemprego é um problema constante.
Os países mais afetados pelo desemprego foram os altamente industrializados: EUA (17 milhões), Alemanha (6 milhões), Inglaterra (3 milhões) e Japão (2,5 milhões).
Especialmente nos países europeus, as camadas médias da população foram das mais atingidas, pois viviam de rendimentos fixos tragados pela inflação, e com a extensão crescente do desemprego, viram-se marginalizadas das correntes econômicas. A Crise também atingiu duramente as populações do campo e sobretudo o proletariado em geral.
No plano social, o equilíbrio das classes foi modificado, tornando-se os conflitos sociais mais acentuados, sendo estes particularmente vivos em países como os Estados Unidos e a Alemanha. Os setores mais altos da burguesia passaram a apoiar regimes políticos autoritários que garantissem a ordem, explicando-se, aí, o apoio ao fascismo na Itália e Alemanha, ao mesmo tempo que a pauperização da pequena burguesia e o aumento do movimento operário, levando à ameaça de uma revolução comunista, canalizaram os setores mais atingidos da pequena burguesia a engajar-se em formações político-partidárias pregadoras de soluções autoritárias (fascismo).
O Intervencionismo Estatal como “Último Recurso”
Em um primeiro momento, os governos limitaram-se a adotar as medidas tradicionais que se mostraram inadequadas, tais como protecionismo alfandegário, a deflação e o controle do câmbio. Aos poucos, o papel do Estado foi sobressaindo, destacando-se sua intervenção no processo econômico através de um programa coerente de sustentação da atividade econômica e de diminuição das tensões sociais. O Estado aparentemente assumiu a posição de “árbitro” e organizador da economia: iniciava-se a Era do Dirigismo Econômico.
Tal fenômeno ocorreu em todos os países e no plano político levou ao reforço do autoritarismo. Nos países mais diretamente atingidos pela crise, como a Alemanha, em que o “equilíbrio entre as classes fora rompido”, a forma mais radical de intervencionismo estatal foi o nazismo, mas o modelo clássico da regulamentação da atividade econômica pelo Estado foi o “New Deal” nos Estados Unidos.
“New Deal, Novo Tratamento”
A crise econômica foi o drama mais doloroso da História norte-americana desde a Guerra de Secessão. Quando se deu a Quebra da bolsa em 1929, o poder estava com os Republicanos (Hoover), que mantinham um predomínio político, desde a década de 1920, sobre os Democratas. As primeiras medidas do governo republicano Hoover foram clássicas, o que não impediu o desenvolvimento da Crise e da Depressão, que atingiram seu ponto culminante em 1933 (“ciclo infernal”), chegando o número de desempregados a cerca de 17 milhões.
Cena comum em Wall Street: filas quilométricas para conseguir um prato de sopa...
A incapacidade para vencer a Crise acarretou a perda de prestígio político dos Republicanos: a opinião pública reclamava mudanças radicais. Em 1932 o candidato democrata, Franklin Delano Roosevelt, foi eleito por grande maioria, tendo apresentado em sua campanha um plano de possível intervenção dos poderes públicos na economia.
Reunindo uma equipe de tecnocratas, logo que ascendeu ao poder (1933) tomou medidas severas: fechamento temporário dos bancos e requisição dos estoques de ouro. Desenvolveu também uma política de inflação moderada: a desvalorização do dólar permitiu o pagamento das dívidas e a revalorização dos estoques e salários, aumentando o poder aquisitivo da população e os lucros dos empresários.
“Uma multidão de cidadãos desempregados enfrenta o grave problema da subsistência e um número igualmente grande recebe pequeno salário pelo seu trabalho. Somente um otimista pode negar as realidades sombrias do momento.”
(Trecho do discurso de posse de Franklin Delano Roosevelt, citado por MORRIS, R. B., Documentos Básicos da História dos Estados Unidos, Editora Fundo de Cultura, pág. 203 .)
O New Deal, termo retirado de um discurso de Roosevelt, foi o conjunto de medidas novas adotadas para combater a Crise. Para os tecnocratas que cercavam a presidência, influenciados pelas idéias do economista inglês J. M. Keynes, a Crise resultara de um excedente de produção (superprodução) e de uma insuficiência do consumo (subconsumo), tornando-se necessária uma melhor distribuição da renda de modo a diminuir a capacidade de produção e aumentar o poder de consumo. Na aparência, o New Deal, limitando o poder do grande capital e aumentando a renda dos trabalhadores, assemelhava-se ao Socialismo. Aliás, esta foi a acusação dos opositores de Roosevelt, mas na realidade era uma política dirigista que visava a defender o capitalismo mediante medidas novas.
O Estado passou a investir na construção de grandes obras públicas, tornando se o principal agente do reativamento econômico. Por outro lado, as grandes construções valorizaram algumas áreas-problema e aumentaram a taxa de emprego. O caso mais célebre foi o projeto criado em 1933 pela Lei do Vale do Tennessee (Tennessee Valley Authority - TVA), medida estatal encarregada de valorizar aquela região.
A fim de acabar com a onda de falências, o Federal Reserve System concedeu créditos ilimitados que levaram a uma inflação moderada.
Na luta contra o desemprego, desde abril de 1933, o Governo Federal passou a conceder créditos aos Estados para a distribuição de seguros aos desempregados e, em novembro desse mesmo ano, um programa de grandes trabalhos foi lançado pela TVA.
A intervenção na agricultura deu-se através da Lei de Ajustamento Agrícola (Agricultural Adjustment Act - AAA), que propôs aos agricultores reduzirem a produção em troca de indenização, ao mesmo tempo que o governo fornecia crédito abundante, a fim de aumentar o poder aquisitivo dos setores rurais é elevar os preços dos produtos agrícolas.
A intervenção na indústria visou, nas palavras do próprio Roosevelt, a “dar à indústria a certeza de lucros razoáveis e aos trabalhadores a certeza de um salário suficiente”. Em 1933 começou a aplicação da Lei de Recuperação da Indústria Nacional (National Industrial Recovery Act ou NIRA), pela qual todos os setores industriais e comerciais deveriam redigir um “código de concorrência leal” garantindo aos trabalhadares um salário mínimo e a liberdade sindical, limitando a duração da jornada de trabalho semanal e impedindo a venda a preços de monopólios. O Governo Federal reservava-se o direito de arbitrar tais disposições se não fossem livremente resolvidas de comum acordo.
Apesar do sucesso e do otimismo despertado, a aplicação do New Deal encontrou sérias resistências, destacando-se a oposição da Suprema Corte, composta de elementos conservadores escolhidos pelos antigos. presidentes republicanos. A Suprema Corte refletia a inquietação dos tradicionalistas, que se sentiam ameaçados com a limitação dos poderes patronais, o aumento crescente das despesas do Estado e a limitação dos poderes dos Estados da União que anteriormente gozavam de grande autonomia, como consagrava a Constituição. A NIRA e a AAA foram declaradas inconstitucionais e a Lei Wagner, que confirmava a liberdade sindical e o direito de greve, colocada em dúvida.
Muitas greves ocorreram no período de 1934 a 1939. Até 1938, a entidade sindical que agrupava os trabalhadores norte-americanos era a Federação Americana do Trabalho (AFL), que unificava os operários segundo as profissões - isto é, segundo as especialidades de cada um. Assim, em uma mesma fábrica, existiam diversas associações (de foguistas, de carpinteiros etc..), o que enfraquecia e isolava os operários. Alguns dos sindicatos mais poderosos, desiludidos com a política sindical desenvolvida pela AFL, fundaram em 1935 o Comitê para a Organização Industrial (CIO), que, diferentemente da AFL, unificava os operários de um determinado ramo da produção (por exemplo: metalúrgicos, têxteis etc.) independentemente da sua respectiva especialidade. Esse fato criava condições favoráveis para a consolidação da unidade da classe operária na luta por seus direitos e pela elevação do seu nível de vida. “O poder do operariado passou a fazer-se sentir não só na indústria (principalmente do aço e automobilística), mas também na vida política em virtude da organização das massas operárias com um objetivo político comum.” (Sinopse da História das Estados Unidos da América, Ministério das Relações Exteriores, EUA, pág. 69.)
Nas eleições de 1936, Roosevelt, utilizando uma plataforma populista e tendo a seu favor as realizações de seu governo, foi reeleito triunfalmente. A reeleição deu-lhe a força necessária para ameaçar de reforma a Suprema Corte, já que se estava à beira de um conflito constitucional entre o Executivo e o Judiciário. Mas a questão resolveu-se tranqüilamente: os juízes opositores se aposentaram e a oposição não se manifestou mais abertamente.
O ritmo de crescimento econômico foi retomado, embora o setor agrícola não acompanhasse o industrial. Apesar de um ligeiro declínio (recessão) na produção industrial em 1937 – 1938, quando o número de desempregados atingiu quase 11 milhões, o aumento da demanda de produtos industrializados e de armamentos por parte dos países europeus estimulou a maior produção. A aproximação da guerra, provocando uma corrida armamentista, e depois o próprio esforço militar norte-americano eliminaram definitivamente a ameaça de nova crise.
Como a Inglaterra e a França enfrentaram a Crise?
A Inglaterra, que só em 1928 recuperou os índices de produção de antes da guerra, vivendo em crise crônica, foi duramente atingida, o que no plano político favoreceu a ascensão dos Conservadores, embora os Trabalhistas mantivessem o poder com Ramsay MacDonald que formou um governo de coalizão. A intervenção do Estado na economia encontrou sérias resistências, não só entre os grupos conservadores, mas também na opinião pública em geral, que se agarrava à estabilidade da libra e à manutenção do padrão-ouro. Uma política deflacionária implicava o congelamento de salários, o que era inviável para um governo trabalhista apoiado nos sindicatos. Entretanto, o Primeiro-Ministro obteve da Câmara dos Comuns o reagrupamento das empresas carboníferas, pouco rentáveis, mas teve de renunciar à diminuição de salários diante da ameaça de nova greve geral.
A Crise, entretanto, levou o governo a tomar medidas drásticas, rompendo com os expedientes tradicionais; em setembro de 1931 o padrão-ouro foi abandonado, a libra esterlina desvalorizada e a conversão do papel-moeda em ouro suspensa, ao mesmo tempo que, depois de mais de um século de livre-cambismo, abandonou-o em favor de um ainda tímido intervencionismo, o que era uma medida retardada, de vez que há muito o país perdera a condição de “oficina do mundo”; a Commonwealth (Comunidade Britânica das Nações) formou um bloco econômico, no qual os produtos ingleses e dos Dominions gozariam de tarifas preferenciais. Só um único país de fora do bloco teve seus interesses salvaguardados: a Argentina, tradicional exportadora de trigo e carne para a Grã-Bretanha, como fixou o Tratado Roca-Runciman.
Tal conjunto de medidas permitiu à economia inglesa recuperar-se. O padrão devida da população equilibrou-se, embora continuassem existindo 500 mil desempregados, amparados em medidas assistenciais do Estado: era o “welfare State” (Estado do Bem-Estar).
Na França, só em 1931 a economia foi afetada pela Crise mundial e, desde 1933, os preços franceses para a exportação superavam sensivelmente os preços estrangeiros: a partir desse momento, o principal escoadouro ainda aberto era o Império Colonial, mas a renda nacional diminuiu. Contudo, os sucessivos gabinetes direitistas recusaram-se a tomar novas medidas, limitando-se a uma política deflacionista através dos chamados “decretos-leis de miséria”.
O fracasso da política deflacionária e a insatisfação social reinante levaram ao poder, em 1936, a Frente Popular, aliança de comunistas, socialistas e radicais, sob a liderança do socialista moderado Léon Blum. O novo governo elevou os salários dos operários, prejudicados por uma política extremamente conservadora de dez anos, mas sucumbiu às pressões da direita, que se sentia ameaçada pelas sucessivas greves (1937).
A partir de 1938 os elementos da direita retornaram ao poder, abandonando aos poucos as tímidas reformas sociais do período da Frente Popular, conhecendo a França, durante todo o período de Crise uma estagnação que contrastava com o dinamismo dos demais países.
E a URSS?
Sem capitalismo de mercado, sem jogatinas em bolsas de valores, foi a única Nação do mundo que, além de permanecer intocada pela crise dos capitalistas em 1929, teve um crescimento e desenvolvimento surpreendente. Só causa espécie, ainda hoje, nos primeiros lustros do Século XXI, que a hoje ex-URSS haja escolhido reverter à posição de país periférico ao capitalismo e, ao invés do que outrora ocoria por lá (avanço na pesquisa espacial, avanços na ciência, ampliação no número de moradias baratas, pleno emprego, etc.) hoje a Rússia ocupa um relevante topo na lista de países campeões em desemprego, prostituição, tráfico de entorpecentes, miséria, desigualdade social e, se há farta oferta de gêneros nos Supermercados, há falta de dinheiro para adquirí-los. Será que fizeram uma boa troca? Será que cogitam do retorno a dias melhores, quando ainda se constituiam na única Nação capaz de enfrentar o Império Ianque (posição hoje ocupada pela China, por sinal)?
Bibliografia:
História Geral - Aquino, Denize e Oscar - Ed. Ao Livro Técnico
Toda a História - José Jobson Arruda - Ed. Ática
História - Luiz Koshiba - Ed. Atual
Fonte! Chasque publicado no sítio Lar do Bom Leitor - http://www.lardobomleitor.com/
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Bolsa pretende atrair mais 200 empresas em cinco anos
SÃO PAULO - O presidente da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&F Bovespa), Edemir Pinto, está muito otimista em relação à entrada de novas companhias no mercado acionário brasileiro. Segundo o principal executivo da Bolsa, em cinco anos há esperança de que haja um crescimento de 50% do número de empresas que negociam ações no mercado.
"Em cinco anos, a partir de agora, teremos mais 200 empresas cujas ações serão negociadas no nosso mercado, montante este do qual 100 empresas estarão no Bovespa Mais, ou seja, teremos uma grande entrada de pequenas e médias empresas", afirma o presidente da Bolsa.
Edemir disse ainda que está para fechar uma parceria com o Banco do Brasil. Na parceria, o banco acompanharia a BM&F Bovespa em visitas nas empresas que tem potencial para entrar no mercado acionário. Neste caso, o Banco do Brasil entraria como banco de investimento.
O Bovespa Mais é o segmento de listagem para tornar o mercado acionário brasileiro acessível a um número maior de empresas, em especial aquelas que sejam particularmente atrativas aos investidores que buscam investimentos de médio e longo prazo e cuja preocupação com o retorno potencial sobrepõe-se à necessidade de liquidez imediata.
Segundo o próprio presidente da Bolsa, são 400 as empresas listadas na Bolsa hoje, das quais 108 companhias estão listadas no segmento chamado Novo Mercado, o nível mais elevado de governança corporativa, e 162 estão nos segmentos especiais de listagem da BM&F Bovespa, sendo 19 no Nível 2 e 35 no Nível 1.
A esperança de um crescente número de empresas a ingressar na Bolsa brasileira se deve às parcerias que a BM&F Bovespa vem apresentando com diversas empresas. A última, anunciada ontem, foi um acordo com o Parque Tecnológico de São José dos Campos, através do Instituto Educacional BM&F Bovespa.
O acordo visa à disseminação do conhecimento dos mercados financeiro e de capitais para novas empresas e centros tecnológicos. "A Bolsa vem buscando a alta tecnologia. Prova disso foi o acordo assinado com a CME Group e a Chi-X", explica o presidente da BM&F Bovespa.
Pelo convênio, será criada uma unidade do Instituto Educacional da Bolsa dentro do Parque para atendimento ao público. "Ainda não definimos quantas pessoa irão trabalhar no parque, mas o espaço para que seja montada a estrutura já foi designado", acrescenta Edemir Pinto.
A Bolsa pretende, com o acordo, trazer micro, pequenas e médias empresas ao mercado de capitais brasileiro através do Bovespa Mais. Apesar de o Parque Tecnológico atender as mais diversas empresas da economia, o destaque deve ficar com companhias do setor de tecnologia: muitas empresas do setor já demonstraram interesse neste segmento da Bolsa de Valores.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vem demonstrando interesse em empresas do setor de tecnologia, segundo Rafael Marchesini, gerente do departamento de fundos do BNDES e representante de Luciano Coutinho, presidente da instituição financeira no evento.
"O BNDES já é acionista de algumas empresas de tecnologia que fazem parte do Parque Tecnológico. As empresas são: Mectron, Orbisat e Graúna", afirma o gerente de fundos do BNDES.
Hoje, fazem parte do Parque Tecnológico de São José dos Campos mais de 50 empresas, entre elas a Vale do Rio Doce e a Embraer. "Queremos desenvolver tecnologia para a extração de petróleo do pré-sal; com isso, teremos de fornecer tecnologia também para a Petrobras", explica Marco Antonio Raupp, diretor-geral do Parque Tecnológico de São José dos Campos.
Edemir mostrou-se muito confiante com a demanda de pequenas e médias empresas na Bolsa. "Todos viram a pesquisa que foi divulgada e que mostra que há 15 mil empresas com faturamento de R$ 100 mil a R$ 300 mil. Nosso mercado de capitais já é consolidado. Temos de começar a pensar nas pequenas e médias empresas", finalizou Edemir.
O propósito da Bolsa com este acordo é promover um ambiente favorável à inovação como diferencial competitivo para o desenvolvimento econômico brasileiro. Com esse intuito, o Instituto BM&F Bovespa vai atuar de forma complementar e cooperativa na definição de atividades que contribuam para um ambiente de excelência em gestão e referência em boas práticas de governança corporativa dentro do Parque Tecnológico.
Para o Parque Tecnológico, a parceria com a Bolsa abre mais uma possibilidade para o êxito das empresas nele instaladas, todas de base tecnológica. A abertura de capital é um dos caminhos possíveis para que elas possam, a um só tempo, partilhar riscos e receber aportes de recursos externos, que possibilitam a aceleração de seu crescimento.
Fonte! Chasque publicado no sítio DCI - Diário do Comércio e Indústria, no dia 15 de junho de 2010 - http://www.dci.com.br/
"Em cinco anos, a partir de agora, teremos mais 200 empresas cujas ações serão negociadas no nosso mercado, montante este do qual 100 empresas estarão no Bovespa Mais, ou seja, teremos uma grande entrada de pequenas e médias empresas", afirma o presidente da Bolsa.
Edemir disse ainda que está para fechar uma parceria com o Banco do Brasil. Na parceria, o banco acompanharia a BM&F Bovespa em visitas nas empresas que tem potencial para entrar no mercado acionário. Neste caso, o Banco do Brasil entraria como banco de investimento.
O Bovespa Mais é o segmento de listagem para tornar o mercado acionário brasileiro acessível a um número maior de empresas, em especial aquelas que sejam particularmente atrativas aos investidores que buscam investimentos de médio e longo prazo e cuja preocupação com o retorno potencial sobrepõe-se à necessidade de liquidez imediata.
Segundo o próprio presidente da Bolsa, são 400 as empresas listadas na Bolsa hoje, das quais 108 companhias estão listadas no segmento chamado Novo Mercado, o nível mais elevado de governança corporativa, e 162 estão nos segmentos especiais de listagem da BM&F Bovespa, sendo 19 no Nível 2 e 35 no Nível 1.
A esperança de um crescente número de empresas a ingressar na Bolsa brasileira se deve às parcerias que a BM&F Bovespa vem apresentando com diversas empresas. A última, anunciada ontem, foi um acordo com o Parque Tecnológico de São José dos Campos, através do Instituto Educacional BM&F Bovespa.
O acordo visa à disseminação do conhecimento dos mercados financeiro e de capitais para novas empresas e centros tecnológicos. "A Bolsa vem buscando a alta tecnologia. Prova disso foi o acordo assinado com a CME Group e a Chi-X", explica o presidente da BM&F Bovespa.
Pelo convênio, será criada uma unidade do Instituto Educacional da Bolsa dentro do Parque para atendimento ao público. "Ainda não definimos quantas pessoa irão trabalhar no parque, mas o espaço para que seja montada a estrutura já foi designado", acrescenta Edemir Pinto.
A Bolsa pretende, com o acordo, trazer micro, pequenas e médias empresas ao mercado de capitais brasileiro através do Bovespa Mais. Apesar de o Parque Tecnológico atender as mais diversas empresas da economia, o destaque deve ficar com companhias do setor de tecnologia: muitas empresas do setor já demonstraram interesse neste segmento da Bolsa de Valores.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vem demonstrando interesse em empresas do setor de tecnologia, segundo Rafael Marchesini, gerente do departamento de fundos do BNDES e representante de Luciano Coutinho, presidente da instituição financeira no evento.
"O BNDES já é acionista de algumas empresas de tecnologia que fazem parte do Parque Tecnológico. As empresas são: Mectron, Orbisat e Graúna", afirma o gerente de fundos do BNDES.
Hoje, fazem parte do Parque Tecnológico de São José dos Campos mais de 50 empresas, entre elas a Vale do Rio Doce e a Embraer. "Queremos desenvolver tecnologia para a extração de petróleo do pré-sal; com isso, teremos de fornecer tecnologia também para a Petrobras", explica Marco Antonio Raupp, diretor-geral do Parque Tecnológico de São José dos Campos.
Edemir mostrou-se muito confiante com a demanda de pequenas e médias empresas na Bolsa. "Todos viram a pesquisa que foi divulgada e que mostra que há 15 mil empresas com faturamento de R$ 100 mil a R$ 300 mil. Nosso mercado de capitais já é consolidado. Temos de começar a pensar nas pequenas e médias empresas", finalizou Edemir.
O propósito da Bolsa com este acordo é promover um ambiente favorável à inovação como diferencial competitivo para o desenvolvimento econômico brasileiro. Com esse intuito, o Instituto BM&F Bovespa vai atuar de forma complementar e cooperativa na definição de atividades que contribuam para um ambiente de excelência em gestão e referência em boas práticas de governança corporativa dentro do Parque Tecnológico.
Para o Parque Tecnológico, a parceria com a Bolsa abre mais uma possibilidade para o êxito das empresas nele instaladas, todas de base tecnológica. A abertura de capital é um dos caminhos possíveis para que elas possam, a um só tempo, partilhar riscos e receber aportes de recursos externos, que possibilitam a aceleração de seu crescimento.
Fonte! Chasque publicado no sítio DCI - Diário do Comércio e Indústria, no dia 15 de junho de 2010 - http://www.dci.com.br/
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Lula garante 7,7% para os aposentados
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu aprovar o aumento de 7,7% para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo, aprovado pelo Congresso. Mantega informou também que o presidente decidiu vetar o fim do fator previdenciário (mecanismo que inibe aposentarias precoces), também aprovado pelo Congresso. Segundo o ministro, a decisão de sancionar o reajuste dos aposentados tem um impacto fiscal de R$ 1,6 bilhão, que será compensado com corte de despesas no orçamento neste ano.
Mantega afirmou que o governo tem o compromisso de cumprir a meta de superávit primário do setor público de 3,3% do PIB em 2010. De acordo com o ministro, os cortes a serem feitos no orçamento não atingirão os investimentos públicos.
O ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, afirmou que o pagamento do novo benefício aos aposentados será retroativo a janeiro e ocorrerá neste mês ou em julho. Mas Mantega ressaltou que a forma de pagamento não foi definida. Líderes da oposição, centrais sindicais e representantes de aposentados elogiaram a decisão do reajuste, mas criticaram a manutenção do fator previdenciário.
Entidades de classe comemoram índice
A aprovação do reajuste de 7,72% para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo foi comemorada por entidades de classe e por centrais sindicais. Em nota, a Força Sindical afirmou que o aumento beneficiará mais de 8 milhões de aposentados e injetará R$ 6,7 bilhões na economia. Apesar disso, segundo o presidente da Federação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do RS (Fetapergs), Osvaldo Fauerharmel, não haverá um aumento representativo. Ele lembrou que, dos 7,72% aprovados, os aposentados já recebem 6,14%.
A manutenção do fator previdenciário (que inibe aposentadorias precoces) foi alvo de críticas por parte das entidades. Segundo a CUT, é um "perverso mecanismo". Já a Força Sindical afirmou que vai sugerir ao governo a instalação de uma comissão para discutir um substituto ao atual método. O dirigente da Fetapergs também ressaltou a importância de se continuar lutando para extinguir o fator previdenciário.
Fonte! Chasque publicado no Correio do Povo de Porto Alegre - RS. Edição do dia 16 de junho de 2010 - http://www.correiodopovo.com.br/.
Mantega afirmou que o governo tem o compromisso de cumprir a meta de superávit primário do setor público de 3,3% do PIB em 2010. De acordo com o ministro, os cortes a serem feitos no orçamento não atingirão os investimentos públicos.
O ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, afirmou que o pagamento do novo benefício aos aposentados será retroativo a janeiro e ocorrerá neste mês ou em julho. Mas Mantega ressaltou que a forma de pagamento não foi definida. Líderes da oposição, centrais sindicais e representantes de aposentados elogiaram a decisão do reajuste, mas criticaram a manutenção do fator previdenciário.
Entidades de classe comemoram índice
A aprovação do reajuste de 7,72% para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo foi comemorada por entidades de classe e por centrais sindicais. Em nota, a Força Sindical afirmou que o aumento beneficiará mais de 8 milhões de aposentados e injetará R$ 6,7 bilhões na economia. Apesar disso, segundo o presidente da Federação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do RS (Fetapergs), Osvaldo Fauerharmel, não haverá um aumento representativo. Ele lembrou que, dos 7,72% aprovados, os aposentados já recebem 6,14%.
A manutenção do fator previdenciário (que inibe aposentadorias precoces) foi alvo de críticas por parte das entidades. Segundo a CUT, é um "perverso mecanismo". Já a Força Sindical afirmou que vai sugerir ao governo a instalação de uma comissão para discutir um substituto ao atual método. O dirigente da Fetapergs também ressaltou a importância de se continuar lutando para extinguir o fator previdenciário.
Fonte! Chasque publicado no Correio do Povo de Porto Alegre - RS. Edição do dia 16 de junho de 2010 - http://www.correiodopovo.com.br/.
Títulos de capitalização não são investimentos!
Nos últimos anos, vê-se muito falar em títulos de capitalização, sendo que muitas pessoas os consideram um tipo de investimento. O Giga Mundo agora lhe faz a pergunta: será que títulos de capitalização são mesmo investimentos?
Você sabe realmente o que é um título de capitalização, ou somente segue as dicas do seu gerente? Se não entende muito bem do que se trata um título de capitalização, deveria tomar um pouco mais de cuidado - muitas pessoas são abordadas por gerentes de sua bancária, estes dizendo que há um tipo de investimento incrível, uma verdadeira oportunidade para você. O que eles esquecem de comentar é que não se trata de um investimento, mas sim de uma premiação, um sorteio, um “jogo”.
Bem, mas chega de falar, falar e nada explicar, vamos começar dizendo o que é realmente um…
Título de capitalização
Trata-se de um consórcio, isto é, uma associação de pessoas, promovido por alguma instituição, onde cada qual deposita uma certa quantia e, se contemplado, receberá uma premiação.
Além disso, ao terminar o prazo do título (estabelecido quando você está entrando em um), você receberá seu dinheiro de volta, mais uma remuneração sobre o mesmo.
Ei, prêmio + meu dinheiro de volta + remuneração? Parece excelente não? Uma verdadeira oportunidade de ganhar dinheiro! Bem, não é!
O discurso acima é o apresentado por gerentes e funcionários de bancos a fim de conquistar a sua confiança (e o seu dinheiro).
Quanto à premiação, as chances de você ganhá-la são realmente muito baixas - o prêmio é bom, mas há um número muito grande de pessoas concorrendo para que você pense que será contemplado assim, tão facilmente. Geralmente eles comparam as chances de ganhar em um título com as chances de ganhar na “mega sena”, a fim de convencê-lo que há muitas chances. Infelizmente, não é porque é um “pouco mais fácil” que ganhar em uma loteria milionária que significa que você irá ganhar esse prêmio: são centenas de milhares de pessoas (às vezes, beirando quase um milhão) concorrendo. E aí, está realmente fácil?
Bem, ao menos você receberá todo o seu dinheiro mais uma remuneração que é a mesma da caderneta de poupança, ou seja, é melhor deixar o dinheiro em um título de capitalização do que em uma poupança, correto? Errado! Na hora de “vender” o produto, eles lhe dizem que a rentabilização é a mesma da caderneta de poupança, e nisso eles não estão errados, o que eles esqueceram de dizer é que há incidência de imposto de renda, algo que não existe na caderneta, ou seja, lá vai dinheiro embora.
E agora, a situação real…
O discurso é bem atrativo, dizem que você pode guardar seu dinheiro e até ganhar um grande valor, mas não se engane com os discursos que costumam fazer pelo grande “investimento” que você pode fazer.
Muitas pessoas ficam decepcionadas quando chega ao fim do contrato do título de capitalização e quando vão receber o dinheiro, resgatam quase o mesmo valor que aplicou durante muito tempo, até mesmo anos.
Além disso, você não pode retirar o dinheiro antes do término do tempo de carência, ou seja, seu dinheiro fica preso por um bom tempo e no final recebe o mesmo valor que “investiu”.
Sendo assim, é preferível “investir” seu dinheiro embaixo do colchão ou dentro de um cofre em casa, assim podemos retirar na hora que quisermos ou aplicá-lo em algo que seja realmente um investimento.
Mas se o que o atrai não é o “investimento”, mas sim os sorteios que os titulos oferecem, então podemos dizer que títulos de capitalização são loterias? Sim, mas ainda será bem melhor guardar seu dinheiro em casa e apostar na mega sena, uma vez que o gasto com a mesma será menor.
A cada dia que passa mais e mais pessoas são enganadas por esse jogo de loteria que as pessoas acham que são investimentos, é triste, mas muitas pessoas acreditam mesmo que títulos de capitalização vão lhe trazer algum benefício.
“Os títulos de capitalização fazem o maior sucesso entre os investidores brasileiros”, essa frase realmente é triste e é mais triste ainda saber que ela é verdadeira. Sim, meus amigos, nós brasileiros gostamos de ser enganados.
Fonte! Chasque publicado no sítio Giga Mundo, na seção Finanças - http://www.gigamundo.com/.
Você sabe realmente o que é um título de capitalização, ou somente segue as dicas do seu gerente? Se não entende muito bem do que se trata um título de capitalização, deveria tomar um pouco mais de cuidado - muitas pessoas são abordadas por gerentes de sua bancária, estes dizendo que há um tipo de investimento incrível, uma verdadeira oportunidade para você. O que eles esquecem de comentar é que não se trata de um investimento, mas sim de uma premiação, um sorteio, um “jogo”.
Bem, mas chega de falar, falar e nada explicar, vamos começar dizendo o que é realmente um…
Título de capitalização
Trata-se de um consórcio, isto é, uma associação de pessoas, promovido por alguma instituição, onde cada qual deposita uma certa quantia e, se contemplado, receberá uma premiação.
Além disso, ao terminar o prazo do título (estabelecido quando você está entrando em um), você receberá seu dinheiro de volta, mais uma remuneração sobre o mesmo.
Ei, prêmio + meu dinheiro de volta + remuneração? Parece excelente não? Uma verdadeira oportunidade de ganhar dinheiro! Bem, não é!
O discurso acima é o apresentado por gerentes e funcionários de bancos a fim de conquistar a sua confiança (e o seu dinheiro).
Quanto à premiação, as chances de você ganhá-la são realmente muito baixas - o prêmio é bom, mas há um número muito grande de pessoas concorrendo para que você pense que será contemplado assim, tão facilmente. Geralmente eles comparam as chances de ganhar em um título com as chances de ganhar na “mega sena”, a fim de convencê-lo que há muitas chances. Infelizmente, não é porque é um “pouco mais fácil” que ganhar em uma loteria milionária que significa que você irá ganhar esse prêmio: são centenas de milhares de pessoas (às vezes, beirando quase um milhão) concorrendo. E aí, está realmente fácil?
Bem, ao menos você receberá todo o seu dinheiro mais uma remuneração que é a mesma da caderneta de poupança, ou seja, é melhor deixar o dinheiro em um título de capitalização do que em uma poupança, correto? Errado! Na hora de “vender” o produto, eles lhe dizem que a rentabilização é a mesma da caderneta de poupança, e nisso eles não estão errados, o que eles esqueceram de dizer é que há incidência de imposto de renda, algo que não existe na caderneta, ou seja, lá vai dinheiro embora.
E agora, a situação real…
O discurso é bem atrativo, dizem que você pode guardar seu dinheiro e até ganhar um grande valor, mas não se engane com os discursos que costumam fazer pelo grande “investimento” que você pode fazer.
Muitas pessoas ficam decepcionadas quando chega ao fim do contrato do título de capitalização e quando vão receber o dinheiro, resgatam quase o mesmo valor que aplicou durante muito tempo, até mesmo anos.
Além disso, você não pode retirar o dinheiro antes do término do tempo de carência, ou seja, seu dinheiro fica preso por um bom tempo e no final recebe o mesmo valor que “investiu”.
Sendo assim, é preferível “investir” seu dinheiro embaixo do colchão ou dentro de um cofre em casa, assim podemos retirar na hora que quisermos ou aplicá-lo em algo que seja realmente um investimento.
Mas se o que o atrai não é o “investimento”, mas sim os sorteios que os titulos oferecem, então podemos dizer que títulos de capitalização são loterias? Sim, mas ainda será bem melhor guardar seu dinheiro em casa e apostar na mega sena, uma vez que o gasto com a mesma será menor.
A cada dia que passa mais e mais pessoas são enganadas por esse jogo de loteria que as pessoas acham que são investimentos, é triste, mas muitas pessoas acreditam mesmo que títulos de capitalização vão lhe trazer algum benefício.
“Os títulos de capitalização fazem o maior sucesso entre os investidores brasileiros”, essa frase realmente é triste e é mais triste ainda saber que ela é verdadeira. Sim, meus amigos, nós brasileiros gostamos de ser enganados.
Fonte! Chasque publicado no sítio Giga Mundo, na seção Finanças - http://www.gigamundo.com/.
Títulos de capitalização podem ser encarados como investimentos?
E a resposta é: não. Títulos de capitalização não podem ser encarados como investimentos, ao menos não como bons investimentos. Infelizmente, cada ano que passa, o número de pessoas que participam de títulos de capitalização cresce no Brasil, o que acaba não sendo uma notícia tão boa assim.
A notícia não é tão boa porque quem mais ganha com os títulos de capitalização são os bancos e demais instituições financeiras envolvidas com os mesmos, em outras palavras, os próprios "donos", e não aqueles que lá "investiram" (acho que um termo melhor seria "apostaram") o seu dinheiro.
Um título de capitalização requer que o cliente aplique uma determinada quantia em dinheiro (mensalmente ou em uma única aplicação) e mantenha o mesmo nele até o fim do período de contrato. Durante o período de contrato, a pessoa estará concorrendo a prêmios razoavelmente volumosos e ainda poderá resgatar o dinheiro aplicado ao final do contrato, corrigido pela variação da poupança. Parece muito bom, não é?
O que eles esquecem de lhe dizer quando vendem essa ideia é que os prêmios não saem em quantidade tão expressiva assim para você se achar o vencedor - será na sorte, meu amigo, e pode ter certeza que na "sorte para poucos".
Além disso, a rentabilização alcançada não é realmente igual à da caderneta de poupança - eles "esquecem" de dizer que incide imposto de renda sobre o rendimento, o que devorará uma parte razoável do dinheiro. Em outras palavras, você estará apostando em algo impossível de ganhar e contentando-se em receber de volta, após um razoável período, uma quantia em dinheiro menor do que se tivesse aplicado na caderneta de poupança!
Títulos de capitalização definitivamente não podem ser encarados como bons investimentos e os brasileiros precisam urgenemente aprender isso!
Fonte! Chasque publicado no sítio (blogo) Investindo e Ganhando, no dia 16 de junho de 2010 - http://investindo-e-ganhando.blogspot.com/
A notícia não é tão boa porque quem mais ganha com os títulos de capitalização são os bancos e demais instituições financeiras envolvidas com os mesmos, em outras palavras, os próprios "donos", e não aqueles que lá "investiram" (acho que um termo melhor seria "apostaram") o seu dinheiro.
Um título de capitalização requer que o cliente aplique uma determinada quantia em dinheiro (mensalmente ou em uma única aplicação) e mantenha o mesmo nele até o fim do período de contrato. Durante o período de contrato, a pessoa estará concorrendo a prêmios razoavelmente volumosos e ainda poderá resgatar o dinheiro aplicado ao final do contrato, corrigido pela variação da poupança. Parece muito bom, não é?
O que eles esquecem de lhe dizer quando vendem essa ideia é que os prêmios não saem em quantidade tão expressiva assim para você se achar o vencedor - será na sorte, meu amigo, e pode ter certeza que na "sorte para poucos".
Além disso, a rentabilização alcançada não é realmente igual à da caderneta de poupança - eles "esquecem" de dizer que incide imposto de renda sobre o rendimento, o que devorará uma parte razoável do dinheiro. Em outras palavras, você estará apostando em algo impossível de ganhar e contentando-se em receber de volta, após um razoável período, uma quantia em dinheiro menor do que se tivesse aplicado na caderneta de poupança!
Títulos de capitalização definitivamente não podem ser encarados como bons investimentos e os brasileiros precisam urgenemente aprender isso!
Fonte! Chasque publicado no sítio (blogo) Investindo e Ganhando, no dia 16 de junho de 2010 - http://investindo-e-ganhando.blogspot.com/
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Poupança e nivel de informação
A caderneta de poupança é a aplicação financeira mais popular do Brasil. Ela é considerada pelos brasileiros como o porto seguro dos investimentos e, pelo fato de não estar sujeita à tributação (para as pessoas físicas), ganha ainda mais simpatizantes.
Contudo, as notícias não são tão cor-de-rosa como seus aplicadores muitas vezes imaginam.
Mesmo sendo isenta de imposto de renda, ela costuma perder feio para uma aplicação, tão segura quanto ela, de nome CDB (Certificado de Depósito Bancário).
Talvez o leitor não saiba, por isso é bom lembrar que ambas aplicações estão protegidas pelo Fundo Garantidor de Créditos (saiba mais em www.fgc.org.br). Logo, em termos de segurança, não há diferença entre aplicar em CDB ou caderneta de poupança na mesma instituição financeira.
Em relação ao rendimento, com o atual nível das taxas de juros, mesmo um CDB negociado a pouco mais de 90% do CDI renderá mais do que a caderneta de poupança, em qualquer prazo de investimento.
Se considerarmos um prazo de investimento superior a dois anos, mesmo um CDB rendendo menos do que 90% do CDI vai certamente superar o rendimento da poupança. Na dúvida, faça suas simulações no site http://www.comdinheiro.com.br/.
Dois costumam ser os fatores que afastam uma pessoa física de um CDB, que rende mais do que a caderneta de poupança.
O primeiro fator é a falta de conhecimento. Mesmo pessoas supostamente esclarecidas financeiramente possuem dinheiro na caderneta de poupança em bancos que estariam dispostos a oferecer CDB com percentual do CDI acima de 90%.
O segundo motivo é a falta de dinheiro suficiente para justificar um CDB acima de 90% do CDI. Isto é, quanto maior for o montante do dinheiro investido, maior é o percentual do CDI que o banco estará disposto a oferecer ao cliente.
Pois bem, se o leitor deliberadamente colocou seus recursos em caderneta de poupança, a conclusão é que o leitor ou se enquadra no primeiro fator ou no segundo.
Se uma pessoa possuir mais de R$ 15 mil em caderneta de poupança, ela não se enquadraria no segundo fator, pois esta é uma quantia que, com um pouco de pesquisa e uma certa dose de paciência, sempre necessária na análise de aplicações financeiras, possibilitaria investimento em CDB com percentual acima de 90% do CDI.
Se o leitor tiver dificuldades de conseguir um bom percentual do CDI, ao negociar a taxa do CDB com seu banco, lembre-se dos bancos menores que oferecem taxas substancialmente maiores e, ainda que sejam mais frágeis do que os grandes bancos, também estão protegidos pelo FGC, que garante as aplicações em CDB até R$ 60.000,00.
Fonte! Chasque publicado no dia 31 de maio de 2010, no sítio Brasil Econômico, por Rafael Paschoarelli ( professor de finanças do Departamento de Administração da USP) - http://www.brasileconomico.com.br/
Contudo, as notícias não são tão cor-de-rosa como seus aplicadores muitas vezes imaginam.
Mesmo sendo isenta de imposto de renda, ela costuma perder feio para uma aplicação, tão segura quanto ela, de nome CDB (Certificado de Depósito Bancário).
Talvez o leitor não saiba, por isso é bom lembrar que ambas aplicações estão protegidas pelo Fundo Garantidor de Créditos (saiba mais em www.fgc.org.br). Logo, em termos de segurança, não há diferença entre aplicar em CDB ou caderneta de poupança na mesma instituição financeira.
Em relação ao rendimento, com o atual nível das taxas de juros, mesmo um CDB negociado a pouco mais de 90% do CDI renderá mais do que a caderneta de poupança, em qualquer prazo de investimento.
Se considerarmos um prazo de investimento superior a dois anos, mesmo um CDB rendendo menos do que 90% do CDI vai certamente superar o rendimento da poupança. Na dúvida, faça suas simulações no site http://www.comdinheiro.com.br/.
Dois costumam ser os fatores que afastam uma pessoa física de um CDB, que rende mais do que a caderneta de poupança.
O primeiro fator é a falta de conhecimento. Mesmo pessoas supostamente esclarecidas financeiramente possuem dinheiro na caderneta de poupança em bancos que estariam dispostos a oferecer CDB com percentual do CDI acima de 90%.
O segundo motivo é a falta de dinheiro suficiente para justificar um CDB acima de 90% do CDI. Isto é, quanto maior for o montante do dinheiro investido, maior é o percentual do CDI que o banco estará disposto a oferecer ao cliente.
Pois bem, se o leitor deliberadamente colocou seus recursos em caderneta de poupança, a conclusão é que o leitor ou se enquadra no primeiro fator ou no segundo.
Se uma pessoa possuir mais de R$ 15 mil em caderneta de poupança, ela não se enquadraria no segundo fator, pois esta é uma quantia que, com um pouco de pesquisa e uma certa dose de paciência, sempre necessária na análise de aplicações financeiras, possibilitaria investimento em CDB com percentual acima de 90% do CDI.
Se o leitor tiver dificuldades de conseguir um bom percentual do CDI, ao negociar a taxa do CDB com seu banco, lembre-se dos bancos menores que oferecem taxas substancialmente maiores e, ainda que sejam mais frágeis do que os grandes bancos, também estão protegidos pelo FGC, que garante as aplicações em CDB até R$ 60.000,00.
Fonte! Chasque publicado no dia 31 de maio de 2010, no sítio Brasil Econômico, por Rafael Paschoarelli ( professor de finanças do Departamento de Administração da USP) - http://www.brasileconomico.com.br/
Aposentadoria
Os trabalhadores podem planejar sua aposentadoria para conseguir receber um benefício igual à sua média salarial. A aposentadoria por tempo de contribuição concedida pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) é igual à média das 80% maiores contribuições feitas pelo segurado desde julho de 1994, mais a aplicação do fator previdenciário. São necessários, pelo menos, 35 anos de pagamento ao INSS (homem) ou 30 anos (mulher).
O fator é um índice que varia de acordo com a idade do segurado, seu tempo de contribuição à Previdência Social e a expectativa de vida do trabalhador. O índice pode diminuir o benefício de quem se aposenta muito cedo.
"Para conseguir se aposentar sem perdas, o segurado deve ter fator 1 ou maior quando pedir o benefício", afirma o advogado previdenciário Daisson Portanova.
Fonte! Chasque publicado no sítio (blog) da Gazeta Maringaense, no dia 6 de junho de 2010 - http://www.gazetamaringaense.blogspto.com/.
O fator é um índice que varia de acordo com a idade do segurado, seu tempo de contribuição à Previdência Social e a expectativa de vida do trabalhador. O índice pode diminuir o benefício de quem se aposenta muito cedo.
"Para conseguir se aposentar sem perdas, o segurado deve ter fator 1 ou maior quando pedir o benefício", afirma o advogado previdenciário Daisson Portanova.
Fonte! Chasque publicado no sítio (blog) da Gazeta Maringaense, no dia 6 de junho de 2010 - http://www.gazetamaringaense.blogspto.com/.
terça-feira, 8 de junho de 2010
Nove maneiras estúpidas de usar o próprio dinheiro
Você se considera uma pessoa esperta, mas quando o assunto é dinheiro, só faz escolhas erradas? Saiba como agir para evitá-las
Consultores financeiros costumam ensinar em livros e palestras que abrir mão de pequenos prazeres durante um período prolongado de tempo pode lhe ajudar a se tornar um milionário. Em um país com juros tão altos como o Brasil, deixar de tomar aquele cafezinho todos os dias após o almoço, por exemplo, fará com que você junte uma pilha enorme de dinheiro em 40 anos. Renunciar àquilo que lhe dá prazer, entretanto, não é a melhor forma de guardar dinheiro. Em geral, há muitos hábitos estúpidos que podem ser largados sem prejuízo nenhum à qualidade de vida ou à própria felicidade.
Em entrevista ao site americano Moneywatch.com, o psicólogo Brad Klontz explica que um dos maiores problemas, em qualquer ser humano, é que a parte do nosso cérebro que controla a lógica é muito menor do que a que controla as emoções. Para ajudar àqueles que têm o dom do equívoco financeiro, o site listou as nove coisas mais estúpidas que alguém pode fazer com o próprio dinheiro e ouviu especialistas que ensinam a fazer melhores escolhas financeiras:
1 - Se apaixonar por seus investimentos. "Casar" com determinadas ações podem colocá-lo em perigo. A consultora financeira Lauren Tarbox conta que alguns de seus clientes se apegam emocionalmente a papéis de empresas listadas em bolsa que já estão em suas mãos há muito tempo ou que lhe renderam lucros gordos no passado. Outro hábito bastante comum é a pessoa manter ações da empresa onde trabalha por acreditar que vendê-los seria deslealdade. A resposta para o problema é simples: diversificação. "Ninguém deve ter mais de 10% de seu capital em apenas um investimento", diz ela.
2 - Não entender que "liquidação" não é sinônimo de "bom negócio". Você quer comprar uma TV e tem duas opções que custam 500 dólares. Entretanto, um dos aparelhos mostra que o preço original era de 800 dólares. Qual dos dois você compra? A resposta mais sensata seria o televisor de melhor qualidade. Mas existem pessoas capazes de comprar aquele que está com desconto pelo simples fato de "estar mais barato". O alerta é que o consumidor deve, em qualquer ocasião, analisar se o produto vale o preço da etiqueta, ponderando por quanto tempo pretende-se fazer uso dele e se é possível comprar outro modelo, de qualidade similar, por um preço menor.
3 - Seguir a manada. As pessoas estão cansadas de saber que performances bem-sucedidas de determinados investimentos no passado não significam bons frutos no futuro. Curiosamente, ninguém se lembra disso na hora de aplicar o próprio dinheiro. Um estudo analisou durante 19 anos a forma como as pessoas investem em bolsa e concluiu que existe uma clara tendência de as pessoas colocarem dinheiro em ativos "quentes" pouco antes de eles "esfriarem". O psicólogo Brad Klontz alerta que é natural que as ovelhas sigam o rebanho. Mas se você não quer cair numa roubada, deve traçar uma meta de investimentos que se adapte aos seus objetivos e permanecer fiel a ela - mesmo que seus vizinhos estejam, temporariamente, mais ricos que você.
4 - Comprar por impulso. Você não precisa e não quer comprar determinado bem. Mas basta brigar com o chefe, namorado ou amigos para que aquela vontade de comprar alguma coisa apareça. A psicóloga Bonnie Weil fez uma pesquisa para seu livro "Financial Infidelity" e concluiu que compras por impulso, ocasionadas por estresse e afins, chegam ao valor de 424 bilhões de dólares ao ano. Tarbox alerta que o melhor nessas ocasiões é relaxar e contar até dez antes de descontar as frustrações no bolso.
5 - Ignorar as dívidas. O número de pessoas que têm dívidas no cartão de crédito e dinheiro suficiente em conta corrente para cobri-las é chocante. Não adianta argumentar que o dinheiro guardado é para emergências. Se a quantia em mãos é superior à dívida, não vacile e fuja dos juros altos do cartão. Guarde apenas um mês de salário completo na conta corrente e use o resto para pagar o que deve. Depois disso, comece a reconstruir o fundo para emergências.
6 - Sustentar os filhos adultos. Sustentar um filho adulto que esteja em apuros financeiros pode fazer com que os pais suspendam os planos de aposentadoria ou vivam de maneira menos confortável, explica o psicólogo Brad Klontz. Porém, imprevistos acontecem. Sempre que precisar ajudar um filho adulto, analise o quanto de ajuda é de fato necessário. Faça apenas o que for preciso durante aquele período de dificuldade. Ajudá-lo eternamente e sem exigir contrapartidas não contribuirá para a estabilidade financeira dele.
7 - Acreditar na insegurança da internet. Atualmente, muitas pessoas consideram a internet a maneira mais prática de controlar a conta bancária. A economia pode chegar a 50 dólares por ano em trâmites dos correios. Aqueles que não utilizam esse artifício, amplamente oferecido por instituições bancárias, justificam a escolha por considerarem a internet pouco segura. Contudo, os bancos contam com equipes técnicas e sistemas de privacidade que protegem seus clientes da melhor forma possível durante 24 horas por dia, sete dias por semana. Agora vamos analisar a caixa de correios. Seja em casa ou no prédio, pode ter certeza de que informações são mais fáceis de serem roubadas em cartas e telegramas que nos sites das instituições financeiras.
8 - Permanecer em estado de negação. Não adianta fechar os olhos para as crises que afetam o mercado financeiro. Perdas não somem porque alguém se recusa a reconhecê-las, lamenta a consultora financeira Lauren Tarbox. E nem sempre após a tempestade virá a bonança. Se você perdeu muito dinheiro na bolsa, em algum momento precisará admitir isso e definir o que deverá ser feito para reparar os danos.
9 - Guardar dinheiro compulsivamente. Existem pessoas que tem tanto medo de ficar sem dinheiro algum no banco que acabam por não aproveitar o conforto que suas economias podem oferecer. "Quando me deparo com pessoas que deixam de realizar sonhos que podem comprar, pergunto qual o objetivo de tanta economia", diz a consultora Lauren Tarbox. Para quem sempre tem medo de ficar desprevenido no futuro, por que não sentar com um consultor financeiro e organizar as contas? Ao garantir um planejamento que considere cenários bons e ruins da economia, a pessoa poderá sentir-se mais segura com relação ao seu futuro financeiro e, desta maneira, aproveitar os benefícios que suas economias podem trazer.
Já fez alguma burrada com seu dinheiro? Deixe um comentário abaixo e compartilhe uma situação na qual a emoção atrapalhou o seu bom senso com o dinheiro.
Fonte! Chasque (e retrato) publicado no sítio Portal Exame, no dia 04 de junho de 2010, na seção Finanças Pessoais (Planejamento) - http://www.portalexame.abril.com.br/.
É comum queimar dinheiro na bolsa, no shopping ou com a falta de planejamento
Em entrevista ao site americano Moneywatch.com, o psicólogo Brad Klontz explica que um dos maiores problemas, em qualquer ser humano, é que a parte do nosso cérebro que controla a lógica é muito menor do que a que controla as emoções. Para ajudar àqueles que têm o dom do equívoco financeiro, o site listou as nove coisas mais estúpidas que alguém pode fazer com o próprio dinheiro e ouviu especialistas que ensinam a fazer melhores escolhas financeiras:
1 - Se apaixonar por seus investimentos. "Casar" com determinadas ações podem colocá-lo em perigo. A consultora financeira Lauren Tarbox conta que alguns de seus clientes se apegam emocionalmente a papéis de empresas listadas em bolsa que já estão em suas mãos há muito tempo ou que lhe renderam lucros gordos no passado. Outro hábito bastante comum é a pessoa manter ações da empresa onde trabalha por acreditar que vendê-los seria deslealdade. A resposta para o problema é simples: diversificação. "Ninguém deve ter mais de 10% de seu capital em apenas um investimento", diz ela.
2 - Não entender que "liquidação" não é sinônimo de "bom negócio". Você quer comprar uma TV e tem duas opções que custam 500 dólares. Entretanto, um dos aparelhos mostra que o preço original era de 800 dólares. Qual dos dois você compra? A resposta mais sensata seria o televisor de melhor qualidade. Mas existem pessoas capazes de comprar aquele que está com desconto pelo simples fato de "estar mais barato". O alerta é que o consumidor deve, em qualquer ocasião, analisar se o produto vale o preço da etiqueta, ponderando por quanto tempo pretende-se fazer uso dele e se é possível comprar outro modelo, de qualidade similar, por um preço menor.
3 - Seguir a manada. As pessoas estão cansadas de saber que performances bem-sucedidas de determinados investimentos no passado não significam bons frutos no futuro. Curiosamente, ninguém se lembra disso na hora de aplicar o próprio dinheiro. Um estudo analisou durante 19 anos a forma como as pessoas investem em bolsa e concluiu que existe uma clara tendência de as pessoas colocarem dinheiro em ativos "quentes" pouco antes de eles "esfriarem". O psicólogo Brad Klontz alerta que é natural que as ovelhas sigam o rebanho. Mas se você não quer cair numa roubada, deve traçar uma meta de investimentos que se adapte aos seus objetivos e permanecer fiel a ela - mesmo que seus vizinhos estejam, temporariamente, mais ricos que você.
4 - Comprar por impulso. Você não precisa e não quer comprar determinado bem. Mas basta brigar com o chefe, namorado ou amigos para que aquela vontade de comprar alguma coisa apareça. A psicóloga Bonnie Weil fez uma pesquisa para seu livro "Financial Infidelity" e concluiu que compras por impulso, ocasionadas por estresse e afins, chegam ao valor de 424 bilhões de dólares ao ano. Tarbox alerta que o melhor nessas ocasiões é relaxar e contar até dez antes de descontar as frustrações no bolso.
5 - Ignorar as dívidas. O número de pessoas que têm dívidas no cartão de crédito e dinheiro suficiente em conta corrente para cobri-las é chocante. Não adianta argumentar que o dinheiro guardado é para emergências. Se a quantia em mãos é superior à dívida, não vacile e fuja dos juros altos do cartão. Guarde apenas um mês de salário completo na conta corrente e use o resto para pagar o que deve. Depois disso, comece a reconstruir o fundo para emergências.
6 - Sustentar os filhos adultos. Sustentar um filho adulto que esteja em apuros financeiros pode fazer com que os pais suspendam os planos de aposentadoria ou vivam de maneira menos confortável, explica o psicólogo Brad Klontz. Porém, imprevistos acontecem. Sempre que precisar ajudar um filho adulto, analise o quanto de ajuda é de fato necessário. Faça apenas o que for preciso durante aquele período de dificuldade. Ajudá-lo eternamente e sem exigir contrapartidas não contribuirá para a estabilidade financeira dele.
7 - Acreditar na insegurança da internet. Atualmente, muitas pessoas consideram a internet a maneira mais prática de controlar a conta bancária. A economia pode chegar a 50 dólares por ano em trâmites dos correios. Aqueles que não utilizam esse artifício, amplamente oferecido por instituições bancárias, justificam a escolha por considerarem a internet pouco segura. Contudo, os bancos contam com equipes técnicas e sistemas de privacidade que protegem seus clientes da melhor forma possível durante 24 horas por dia, sete dias por semana. Agora vamos analisar a caixa de correios. Seja em casa ou no prédio, pode ter certeza de que informações são mais fáceis de serem roubadas em cartas e telegramas que nos sites das instituições financeiras.
8 - Permanecer em estado de negação. Não adianta fechar os olhos para as crises que afetam o mercado financeiro. Perdas não somem porque alguém se recusa a reconhecê-las, lamenta a consultora financeira Lauren Tarbox. E nem sempre após a tempestade virá a bonança. Se você perdeu muito dinheiro na bolsa, em algum momento precisará admitir isso e definir o que deverá ser feito para reparar os danos.
9 - Guardar dinheiro compulsivamente. Existem pessoas que tem tanto medo de ficar sem dinheiro algum no banco que acabam por não aproveitar o conforto que suas economias podem oferecer. "Quando me deparo com pessoas que deixam de realizar sonhos que podem comprar, pergunto qual o objetivo de tanta economia", diz a consultora Lauren Tarbox. Para quem sempre tem medo de ficar desprevenido no futuro, por que não sentar com um consultor financeiro e organizar as contas? Ao garantir um planejamento que considere cenários bons e ruins da economia, a pessoa poderá sentir-se mais segura com relação ao seu futuro financeiro e, desta maneira, aproveitar os benefícios que suas economias podem trazer.
Já fez alguma burrada com seu dinheiro? Deixe um comentário abaixo e compartilhe uma situação na qual a emoção atrapalhou o seu bom senso com o dinheiro.
Fonte! Chasque (e retrato) publicado no sítio Portal Exame, no dia 04 de junho de 2010, na seção Finanças Pessoais (Planejamento) - http://www.portalexame.abril.com.br/.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Um salto de 260 milhões na mesada
Este foi o aumento aplicado na bolsa nos últimos 12 meses por jovens de até 15 anos, um público ávido por aprender e que precisa de acompanhamento dos pais para investir
"A bolsa não vai bombar, não." "Foi o melhor pregão ever, foi insano." "O mercado tá megadeprê." Frases como essas têm sido ditas num número maior de lares de classe média, principalmente nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Além de frequentar a escola, as aulas de inglês e o clube, uma quantidade crescente de jovens tem reservado uma parte do dia para acompanhar o mercado de ações. Nos últimos 12 meses, o total investido na BM&F Bovespa em nome de cerca de 2 000 crianças e jovens de até 15 anos aumentou 160%, chegando a 420 milhões de reais - cifra que engloba tanto o dinheiro efetivamente administrado por jovens quanto os recursos que os pais aplicam em favor dos filhos. Embora ainda seja um grão de areia no volume total da bolsa, esse é o segmento etário que mais cresce. "Mesmo com os altos e baixos das bolsas, é cada vez mais comum avós e pais aplicarem no mercado de ações em vez de abrir uma caderneta de poupança para os netos ou filhos", diz Rogério Betti Marques, sócio da consultoria financeira Beta Advisors, de São Paulo. "Há mais risco, mas, como os últimos anos mostraram, o potencial de retorno é maior."
Guilherme Ávila, estudante de 14 anos da 8a série da escola Salesiana Dom Bosco, em Piracicaba, no interior paulista, é um desses adolescentes da bolsa. Como dez entre dez garotos de sua idade, Guilherme é intenso e sonhador. Há dois anos, ele juntou suas economias e raspou a poupança para investir cerca de 5 000 reais em ações. Os pais, que aplicam na bolsa desde o começo da década, ficaram sem argumentos para demover o filho. Desde então, Guilherme passou a acompanhar diariamente o sobe e desce dos pregões. Hoje, tem 17 ações na carteira e reavalia sua estratégia a cada três meses. "Só no final do ano passado tive um lucro de 42%", diz. Seu sonho? "Chegar ao primeiro milhão de reais em três anos." Às vezes, a vontade de acompanhar a bolsa é tanta que, mesmo longe de seu computador, na escola ou no inglês, Guilherme vai ao banheiro e liga para a corretora para saber o que está acontecendo.
Para a psicoterapeuta Lana Harari, professora do instituto de psicanálise Sedes Sapientiae, de São Paulo, é justamente aí que mora o perigo. Os pais devem ficar atentos para que o gosto pelos mercados não aumente a dependência ao computador nem se torne um jogo compulsivo. "Ao participar de decisões de investimento, o adolescente toma consciência de que pode fazer escolhas e que seus julgamentos têm consequências, o que é positivo", diz Lana. "O problema é quando ganhar dinheiro vira uma obsessão e acaba atrapalhando o desempenho escolar ou a vida social." A dimensão legal também precisa ficar no radar dos pais. Acompanhar a evolução do capital que recebeu de algum familiar ou pedir aos pais para aplicar em determinadas ações é parte do jogo. "Dar a senha do homebroker e deixar um menor de 18 anos mandar ordens de compra ou venda para uma corretora é contra a lei", diz o advogado José Guilherme Carneiro Queiroz, do escritório Queiroz e Lautenschläger, de São Paulo. "É como deixá-lo dirigir um carro antes de ter idade para tirar a habilitação."
Preocupada com a formação dos futuros investidores, a BM&F Bovespa lançou, em abril, em seu site, um programa de educação financeira, a Turma da Bolsa, direcionado ao público de 7 a 10 anos de idade. Com jogos interativos e fábulas, ensina princípios básicos do mercado de capitais, como a importância de poupar. "O jovem é imediatista. Queremos que tenha calma e pense no longo prazo", afirma Patrícia Quadros, gerente dos programas de popularização da bolsa. Desde 2006, a BM&F Bovespa promove uma competição anual entre escolas paulistas do ensino médio que simula investimentos em ações - mais de 8 500 alunos já participaram. É tudo brincadeira, mas cada integrante do grupo que atinge a melhor rentabilidade em dois encontros ganha um prêmio de 5 000 reais.
Como seria de esperar, nos Estados Unidos esse fenômeno tem proporções muito maiores. Afinal, trata-se do país com a bolsa mais "popularizada" do mundo e cuja maior estrela do mercado, o megainvestidor Warren Buffett, começou a aplicar em ações aos 11 anos de idade. Estima-se que 1,2 milhão de alunos americanos do ensino médio tenham ações no próprio nome, numa conta ligada à dos pais e que só os adultos podem operar, e que outro 1,3 milhão possua papéis que estão em nome dos pais - também lá é vedado aos menores de idade gerenciar o próprio dinheiro. Os dados são da ONG Jump$tart Coalition for Personal Financial Literacy, que tem entre seus membros o banco central dos Estados Unidos. Desde 1977, mais de 10 milhões de estudantes participaram de um jogo que simula os investimentos em ações da Foundation for Investors Education, outra ONG. Entre as instituições preocupadas em conhecer a relação dos jovens com o mundo das finanças está o próprio Tesouro americano, que em março envolveu 76 000 alunos do ensino médio numa atividade para medir o conhecimento sobre o comportamento do mercado financeiro. Lá e cá, a preocupação parece ser a mesma. Ensinar aos jovens que o mundo não se resume ao consumo imediato, que o dinheiro vem com o trabalho e que a bolsa é uma importante alternativa de investimento. Tá ligado?
Fonte! Chasque (e retrato) publicado no sítio Portal Exame, no dia 25 de maio de 2010, por Giovana Suzin - http://www.portalexame.abril.br/.
Guilherme, de 14 anos, investidor: sonho do primeiro milhão até 2013
Guilherme Ávila, estudante de 14 anos da 8a série da escola Salesiana Dom Bosco, em Piracicaba, no interior paulista, é um desses adolescentes da bolsa. Como dez entre dez garotos de sua idade, Guilherme é intenso e sonhador. Há dois anos, ele juntou suas economias e raspou a poupança para investir cerca de 5 000 reais em ações. Os pais, que aplicam na bolsa desde o começo da década, ficaram sem argumentos para demover o filho. Desde então, Guilherme passou a acompanhar diariamente o sobe e desce dos pregões. Hoje, tem 17 ações na carteira e reavalia sua estratégia a cada três meses. "Só no final do ano passado tive um lucro de 42%", diz. Seu sonho? "Chegar ao primeiro milhão de reais em três anos." Às vezes, a vontade de acompanhar a bolsa é tanta que, mesmo longe de seu computador, na escola ou no inglês, Guilherme vai ao banheiro e liga para a corretora para saber o que está acontecendo.
Para a psicoterapeuta Lana Harari, professora do instituto de psicanálise Sedes Sapientiae, de São Paulo, é justamente aí que mora o perigo. Os pais devem ficar atentos para que o gosto pelos mercados não aumente a dependência ao computador nem se torne um jogo compulsivo. "Ao participar de decisões de investimento, o adolescente toma consciência de que pode fazer escolhas e que seus julgamentos têm consequências, o que é positivo", diz Lana. "O problema é quando ganhar dinheiro vira uma obsessão e acaba atrapalhando o desempenho escolar ou a vida social." A dimensão legal também precisa ficar no radar dos pais. Acompanhar a evolução do capital que recebeu de algum familiar ou pedir aos pais para aplicar em determinadas ações é parte do jogo. "Dar a senha do homebroker e deixar um menor de 18 anos mandar ordens de compra ou venda para uma corretora é contra a lei", diz o advogado José Guilherme Carneiro Queiroz, do escritório Queiroz e Lautenschläger, de São Paulo. "É como deixá-lo dirigir um carro antes de ter idade para tirar a habilitação."
Preocupada com a formação dos futuros investidores, a BM&F Bovespa lançou, em abril, em seu site, um programa de educação financeira, a Turma da Bolsa, direcionado ao público de 7 a 10 anos de idade. Com jogos interativos e fábulas, ensina princípios básicos do mercado de capitais, como a importância de poupar. "O jovem é imediatista. Queremos que tenha calma e pense no longo prazo", afirma Patrícia Quadros, gerente dos programas de popularização da bolsa. Desde 2006, a BM&F Bovespa promove uma competição anual entre escolas paulistas do ensino médio que simula investimentos em ações - mais de 8 500 alunos já participaram. É tudo brincadeira, mas cada integrante do grupo que atinge a melhor rentabilidade em dois encontros ganha um prêmio de 5 000 reais.
Como seria de esperar, nos Estados Unidos esse fenômeno tem proporções muito maiores. Afinal, trata-se do país com a bolsa mais "popularizada" do mundo e cuja maior estrela do mercado, o megainvestidor Warren Buffett, começou a aplicar em ações aos 11 anos de idade. Estima-se que 1,2 milhão de alunos americanos do ensino médio tenham ações no próprio nome, numa conta ligada à dos pais e que só os adultos podem operar, e que outro 1,3 milhão possua papéis que estão em nome dos pais - também lá é vedado aos menores de idade gerenciar o próprio dinheiro. Os dados são da ONG Jump$tart Coalition for Personal Financial Literacy, que tem entre seus membros o banco central dos Estados Unidos. Desde 1977, mais de 10 milhões de estudantes participaram de um jogo que simula os investimentos em ações da Foundation for Investors Education, outra ONG. Entre as instituições preocupadas em conhecer a relação dos jovens com o mundo das finanças está o próprio Tesouro americano, que em março envolveu 76 000 alunos do ensino médio numa atividade para medir o conhecimento sobre o comportamento do mercado financeiro. Lá e cá, a preocupação parece ser a mesma. Ensinar aos jovens que o mundo não se resume ao consumo imediato, que o dinheiro vem com o trabalho e que a bolsa é uma importante alternativa de investimento. Tá ligado?
Fonte! Chasque (e retrato) publicado no sítio Portal Exame, no dia 25 de maio de 2010, por Giovana Suzin - http://www.portalexame.abril.br/.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Lula só anunciará reajuste no dia 15
Presidente usará prazo limite para decidir aumento de 7,72% para aposentados e pensionistas do INSS que ganham acima do mínimo
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu esperar até a data limite para anunciar sua decisão sobre o projeto de lei que reajusta os benefícios de aposentados e pensionistas do INSS que ganham acima do salário mínimo em 7,72% e determina o fim do fator previdenciário a partir de janeiro de 2011. O assunto continua dominando as atenções do governo federal, que atribuiu aos ministérios da Fazenda, do Planejamento e da Previdência a função de analisar as contas que vão embasar a posição final de Lula. Pesa — e muito — o temor de que o veto tenha impacto nas urnas, em outubro. O presidente tem até o dia 15 de junho para emitir seu parecer.
Em relação ao fator previdenciário, ministros já afirmaram que Lula tem o firme propósito de vetar. Mas o suspense em relação ao reajuste, retroativo a janeiro, permanece. Segundo cálculos do próprio governo, o impacto adicional sobre os cofres do INSS seria de R$ 1,7 bilhão este ano. Os 8,35 milhões de beneficiários tiveram reajuste de 6,14%, com 50% do Produto Interno Bruto (PIB) em janeiro, mas pleiteavam o mesmo índice concedido ao salário mínimo (9,67%), de 100% do PIB, que passou de R$ 465 para R$ 510.
Em negociação entre líderes do Congresso, ficou acertada a aprovação de índice intermediário, de 80% do PIB, chegando aos 7,72%. O valor foi aprovado e aguarda a decisão de Lula.
A proposta original do governo — em 2009 — era de dar reajuste de 3,5%, limitado à inflação de fevereiro a dezembro de 2009, mas, depois de acordo com as centrais sindicais e entidades dos aposentados, ficou definido o índice de 6,14%. Esse percentual está garantido pelo governo, mesmo se os 7,72% forem vetados. Para isso, Lula deve assinar um decreto.
Fonte! Chasque publicado no dia 04 de junho de 2010, no sítio do O Dia, na seção Economia - http://www.odia.terra.com.br/.
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu esperar até a data limite para anunciar sua decisão sobre o projeto de lei que reajusta os benefícios de aposentados e pensionistas do INSS que ganham acima do salário mínimo em 7,72% e determina o fim do fator previdenciário a partir de janeiro de 2011. O assunto continua dominando as atenções do governo federal, que atribuiu aos ministérios da Fazenda, do Planejamento e da Previdência a função de analisar as contas que vão embasar a posição final de Lula. Pesa — e muito — o temor de que o veto tenha impacto nas urnas, em outubro. O presidente tem até o dia 15 de junho para emitir seu parecer.
Em relação ao fator previdenciário, ministros já afirmaram que Lula tem o firme propósito de vetar. Mas o suspense em relação ao reajuste, retroativo a janeiro, permanece. Segundo cálculos do próprio governo, o impacto adicional sobre os cofres do INSS seria de R$ 1,7 bilhão este ano. Os 8,35 milhões de beneficiários tiveram reajuste de 6,14%, com 50% do Produto Interno Bruto (PIB) em janeiro, mas pleiteavam o mesmo índice concedido ao salário mínimo (9,67%), de 100% do PIB, que passou de R$ 465 para R$ 510.
Em negociação entre líderes do Congresso, ficou acertada a aprovação de índice intermediário, de 80% do PIB, chegando aos 7,72%. O valor foi aprovado e aguarda a decisão de Lula.
A proposta original do governo — em 2009 — era de dar reajuste de 3,5%, limitado à inflação de fevereiro a dezembro de 2009, mas, depois de acordo com as centrais sindicais e entidades dos aposentados, ficou definido o índice de 6,14%. Esse percentual está garantido pelo governo, mesmo se os 7,72% forem vetados. Para isso, Lula deve assinar um decreto.
Fonte! Chasque publicado no dia 04 de junho de 2010, no sítio do O Dia, na seção Economia - http://www.odia.terra.com.br/.
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