terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O que é uma ‘bolsa de valores’? Onde a primeira foi criada?

As bolsas de valores surgiram no séc. XIV, na cidade de Bruges, na Bélgica. Um grupo de comerciantes se encontrava para fazer negócios na casa de uma família de nome Burse, que tinha na porta um brasão com um escudo e três bolsas. Em Bruges as casas não tinham números, tinham desenhos. Cada casa era conhecida pelo desenho que trazia. Por isso, a casa era conhecida como a casa das bolsas.

Uma bolsa de valores é o centro especialmente criado e mantido para negociação de valores mobiliários, em mercado livre e aberto, organizado e fiscalizado pelos corretores e pelas autoridades. A bolsa de valores é um órgão privado. Uma associação civil formada pelas corretoras de valores que são seus membros.

As ações é o título que representa a menor fração do capital de uma empresa. As mais importantes são as ações ordinárias e as preferenciais.

Quando a gente vê a cotação das ações nos jornais percebe que algumas trazem o símbolo ON – ordinária nominativa -, depois do nome da empresa (Petrobrás ON; Vale do Rio Doce ON, etc). Essa são as ações ordinárias. A pessoa que compra estas ações (o acionista) ganha o direito de votar em algumas decisões que envolvam a empresa. Eventualmente, dão direito, também, a participar nos resultados da companhia. São menos negociadas que as preferenciais.

As ações preferenciais são aquelas representadas pelo símbolo PN – preferencial nominativa – (Petrobrás PN; Vale do Rio Doce PN, etc). São as mais negociadas. Com estas ações o acionista não pode votar nas decisões da empresa. Em compensação, elas garantem uma participação maior nos resultados da empresa (dividendos). Este dividendo é a parcela dos lucros de uma empresa que são distribuídas, em dinheiro, aos acionistas. Quanto mais ações alguém tem de uma empresa, mais dividendos vai receber se ela der lucro.

Estas ações podem ser nominativas – cautelas ou certificados que apresentam o nome do acionista, cuja transferência é feita com a entrega de cautela e a averbação de termo, em livro próprio da sociedade emitente, identificando novo acionista. Ou escriturais – ações que não são representadas por cautelas ou certificados, funcionando como uma conta corrente, na qual os valores são lançados a débito ou a crédito dos acionistas, não havendo movimentação física dos documentos.

É necessário um centro especial para a negociação de valores para concentrar em determinado ponto compradores e vendedores, centralizando as ofertas. Além disso, para negociar ações, são necessários dois serviços: informação e liquidação. E as bolsas de valores é que prestam esses dois serviços ao investidor.

O serviço de informações consiste em colocar à disposição do público o histórico dos preços pelos quais cada ação vem sendo negociada, bem como as ofertas de compra e venda existentes no momento – informações indispensáveis para o investidor decidir por quanto vai comprar ou vender suas ações. As bolsas cuidam, ainda, de obter e divulgar informações sobre o desempenho das companhias cujas ações são negociadas, o que é importante para acompanhar a vida dos investimentos realizados.

As cotações são divulgadas no mesmo dia pelas bolsas e publicadas pelos jornais do dia seguinte. Dados mais completos podem ser encontrados nas revistas e boletins editados. Informações atualizadas minuto a minuto, durante o período em que são realizados os negócios podem ser encontrados nos terminais de vídeo que as Bolsas do Rio de Janeiro e São Paulo alimentam em todo o País. Esses terminais podem ser até instalados nos escritórios e residências dos investidores que quiserem e, naturalmente, pagarem pelos serviços.

O serviço de Liquidação consiste em fazer os títulos chegarem às mãos do comprador e o dinheiro às mãos do vendedor. Além de executar o serviço de liquidação propriamente dito, a bolsa tem outro papel nesse processo: garantir a legitimidade das ações que entrega aos compradores.

As bolsas mantêm um fundo de garantia. Mesmo que posteriormente sejam descobertas ações falsas ou roubadas entre os títulos que você comprou, a Bolsa os substituirá por ações boas, cobrindo os prejuízos.

O que se chama “investir na bolsa” nada mais é do que investir em ações. E, para investir em ações, o caminho certo é procurar uma corretora de valores, distribuidora ou banco de investimento. Atualmente é possível investir a partir de R$200,00 (através de fundos oferecidos por bancos).

Naturalmente, as portas estão abertas aos investidores para prestar-lhes esclarecimentos, atender consultas, fornecer publicações etc. Mas a compra e venda de ações é sempre feita através de uma corretora de valores, membro da bolsa.

A corretora assessora o investidor dando informações e recomendações; e recebe as ordens de compra e venda dadas pelo investidor. Essas ordens são executadas pela corretora no pregão à viva-voz ou através de sistema eletrônico de negociação. Comprar na baixa (quando os preços estão baixos) e vender na alta (quando a ação está valorizada) é o melhor negócio possível. Difícil é saber qual o momento de maior baixa ou alta. Para isso existem profissionais do mercado e administradores de fundos. Mas a verdade é que há momentos em que ninguém tem a menor noção do que está acontecendo.

Fechada a operação, entra em cena a bolsa de valores, que registra e passa a divulgar os valores negociados, procedendo, finalmente, à liquidação.

O recinto onde se reúnem os operadores para executar as ordens de compra e venda dadas pelos investidores às suas corretoras chama-se pregão. O pregão funciona diariamente.

A bolsa é, inclusive, órgão auxiliar da CVM – Comissão de Valores Mobiliários na fiscalização do mercado de ações. Este é um exemplo de auto-regulação, uma iniciativa de caráter estritamente privado que funciona de acordo com regras definidas pelos próprios membros da Bolsa, sem ingerência estatal.

O órgão máximo das bolsas de valores é a assembléia geral de corretoras. Essa assembléia elege um conselho de administração composto por nove membros obrigatórios – seis representantes das próprias corretoras de valores, um representante das companhias abertas negociadas na bolsa, um representante dos investidores e um superintendente geral, que é administrador profissional. As bolsas podem incluir, facultativamente, no conselho de administração até mais quatro membros.

Na bolsa de valores somente podem ser negociadas ações das empresas que preencham os requisitos e que tenham registro de companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários, e cada bolsa fixa suas exigências em termos de tamanho do capital, rentabilidade mínima etc.

Os mercados a termo, a futuro e de opções existentes nas bolsas de valores, são modalidades operacionais que permitem ao investidor comprar ações ainda que não tenha todo o dinheiro em mãos, ou vender títulos cuja posse não tem num dado momento. Para fazer esse tipo de operação, evidentemente o investidor precisa dar garantias de que cumprirá os compromissos assumidos. Trata-se de operações de grande potencialidade de lucro e que, dependendo de como sejam usadas, podem oferecer elevado risco.

O mercado de ações é o instrumento para capitalizar as empresas. Permite que elas aumentem sua produção e os empregos que oferecem, sem onerar seus custos, sem dívidas, sem alimentar a inflação. As bolsas de valores são indispensáveis para a existência de um mercado de ações capaz de viabilizar a capitalização das companhias.

Fonte! Chasque publicado no dia 01/02/2010 no galpão virtual Presente para Homem.com.br - http://www.presenteparahomem.com.br/.

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