terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Baixa renda atrai corretoras e influenciadores digitais



Finanças>> Educação financeira e produtos a preços populares são apostas para buscar público

Gabriela Chaves, fundadora da plataforma No Front, aborda economia usando música dos Racionais MC's / No Front/ Divulgação / JC

A popularização da educação financeira e a busca por alternativas para poupar e investir estão impulsionando um novo nicho de atuação para os chamados influenciadores digitais, pessoas que se dedicam a ensinar alternativas de como poupar, especialmente para a baixa renda. Cresce o número de profissionais e empresas dedicados ao tema.

O movimento também já entrou no radar de corretoras e bancos digitais, que ampliaram a opção de investimentos. Alguns têm opções de produtos a partir de R$ 1.
 
Um exemplo é a expansão de iniciativa como a da plataforma No Front. Voltada à educação financeira de moradores da periferia, ela foi criada em 2018. Nesses dois anos, formou 3.500 pessoas. Considerando suas consultorias e workshops, o número de pessoas impactadas sobe para 50 mil.
 
Gabriela Chaves, economista e fundadora da No Front, afirma que o objetivo é democratizar o acesso à educação financeira. "Se todo o mundo lida com dinheiro todos os dias, por que a relação com o dinheiro não é abordada dessa forma mais simples? É preciso falar sobre economia para todo o mundo, não só para quem já tem dinheiro ou é milionário", afirma.
 
O método de ensino de Gabriela inclui abordar a economia via música, especificamente, pela discografia dos Racionais MC's. "Mano Brown já dizia que preto e dinheiro não são palavras rivais, então a gente ensina a pessoa não só como economizar mas como ganhar mais dinheiro", afirma.
 
Em Salvador, uma iniciativa na mesma linha é o canal Grana Preta, focado nas classes C, D e E. Mantida pela jornalista e influenciadora digital Amanda Dias, tem como proposta atingir trabalhadores que vivem com um salário mínimo ou são informais.
 
Segundo Amanda, orientações tradicionais não se aplicam a esse público. "Não posso falar: viva com 50% do seu salário para pessoas que ganham um mínimo ou faça tal crédito se a pessoa nem tem acesso a empréstimos." Uma de suas propostas é usar a educação financeira para "emancipar pessoas negras, as mais atingidas pela vulnerabilidade social".
 
Algumas instituições financeiras também passaram a olhar para o público com menor poder aquisitivo. Ronaldo Guimarães, diretor comercial do banco digital Modalmais, afirma que hoje é possível investir a partir de R$ 1.
 
De acordo com ele, a Modalmais já tem sete fundos que aceitam investimentos a partir de R$ 30 e outros 25 fundos que operam com aportes a partir de R$ 100.
 
Fonte! Chasque (post) publicado nas páginas do Jornal do Comércio de Porto Alegre (RS), na edição do dia 30 de novembro de 2020. 

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