quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

É hora de planejar as contas


Há opções de investimento para todos os tipos
de bolsos FREEPIK/DIVULGAÇÃO/JC 
Começado o ano, é hora de definir qual seu objetivo financeiro para 2019. Fazer uma viagem, comprar novos móveis ou dar início a uma mais que necessária reserva de emergência são exemplos de metas que podem ser alcançadas em um horizonte de 12 meses. Há opções de investimento até para quem tem apenas R$ 100,00 ao mês para poupar. Para quem pode mais, o leque é ainda maior. Especialistas são unânimes em afirmar que, ao ter metas estabelecidas e realistas, torna-se mais fácil adquirir o hábito de poupar. Isso porque o investidor, sabendo o que quer com aquele dinheiro, conseguirá fazer as renúncias necessárias. Afinal, quando se tem em mente uma viagem para o destino dos sonhos, é mais fácil deixar de comprar um sapato ou uma roupa nova. O mesmo para aquela reserva financeira que irá garantir tranquilidade no caso de desemprego.

Sandra Blanco, consultora da Órama Investimentos, lembra que, como o objetivo é de curto prazo, o importante é deixar o dinheiro aplicado em investimentos de menor risco e de maior liquidez, ou seja, que possam ser resgatados a qualquer momento. "Ter os objetivos ajuda muito. A mudança de ano é um bom momento para fazer isso. E há opções interessantes já a partir de R$ 100,00", ressalta.

Uma das opções de menor risco, que proporciona ganho acima daquele oferecido pela caderneta de poupança, é o investimento em títulos públicos. Diversas corretoras e plataformas de investimento têm acesso ao Tesouro Direto. Para o título Tesouro Selic, que acompanha de perto o rendimento da taxa básica (hoje em 6,5% ao ano), o mínimo a ser investido está em R$ 98,71.

Ao colocar R$ 100,00 a cada mês, no fim de 2019 o investidor terá R$ 1.234,00. O valor será maior se o investidor optar por alguma alternativa um pouco mais arriscada. No entanto, os analistas reforçam que investimentos em ações não são adequados para objetivos de curto prazo.

Blanco também sugere fundos de renda fixa, que podem render um pouco mais que a Selic. Como exemplo, ela cita um título de crédito privado da AZ Quest Luce, que em 12 meses acumulou rendimento de 6,74%, mesmo com uma taxa de administração de 0,40%. Já o RB Capital Vitória investe em debêntures incentivadas (que têm isenção de Imposto de Renda sobre os ganhos) e, em 12 meses, apresenta ganhos de 8,90%. As aplicações nesse fundo, que tem uma taxa de administração de 0,30%, começam em R$ 100,00.

Na avaliação de Fabio Macedo, diretor comercial da Easynvest, nos últimos anos houve uma democratização dos investimentos, permitindo que mais opções cheguem a uma gama maior de poupadores. "Antes, algumas alternativas só estavam disponíveis para quem tinha mais dinheiro. Se você tinha pouco a investir por mês, acabava tendo que pagar uma taxa de administração muito elevada", explica Macedo.

Para quem tem valores a partir de R$ 100,00, ele também recomenda títulos públicos e fundos de renda fixa, que têm taxas de administração abaixo de 0,50%. Já se o investidor tiver um pouco mais de apetite para o risco, a sugestão são os fundos multimercados (aqueles que investem em mais de uma classe de ativo, como títulos públicos e moedas), desde que ofereçam liquidez, ou seja, resgate em um ou dois dias. Nesse caso, a taxa de administração pode chegar a 1%.

A partir de R$ 500,00, a quantidade de fundos disponíveis começa a aumentar, incluindo aí fundos imobiliários, que muitas vezes fazem a distribuição de ganhos mensalmente (dividendos), referentes aos aluguéis dos imóveis que estão na carteira. E se o investidor pode poupar R$ 1 mil ao mês, passa a ter acesso direto a títulos privados, como Letras de Crédito Imobiliário (LCI), que são isentas de IR, e Certificados de Depósito Bancário (CDBs), que a partir desse montante apresentam taxas mais atraentes.

"Quem tem um objetivo financeiro acaba conseguindo maior rentabilidade, porque sabe para o que está investindo. Quando esse objetivo for atingido, a pessoa pode buscar aplicações de maior prazo, acima de um ano, e aí encontrar rendimento maior", diz Macedo. Se o investidor deixar os recursos por um ano, ele pagará uma alíquota de IR de 17,5% sobre os ganhos caso faça o resgate ao fim desse prazo. Se ficar com o dinheiro só até seis meses (180 dias), a alíquota será de 22,5%. Entre 181 dias e 360 dias, de 20%. A menor alíquota é de 15%, para quem deixa o dinheiro aplicado a partir de 721 dias (dois anos).

A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) reforça que, para que o hábito de poupar mensalmente tenha sucesso, é importante fazer a aplicação assim que o dinheiro do salário (ou de outro rendimento) cair na conta. Deixar para poupar só o que sobrar pode fazer com que essa meta seja constantemente adiada. 
Fonte! Chasque (matéria) publicado nas páginas da edição impressa do Jornal do Comércio de Porto Alegre - RS, do dia 14 de janeiro de 2019.

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