Crianças
são as maiores consumidoras de vestimentas
tradicionalistas
nesta época do ano /LUIZA PRADO/JC
|
Figuras
polêmicas entre os tradicionalistas, os setembrinos (apelido dado às pessoas
que se pilcham somente durante a Semana Farroupilha) têm garantido o bom
movimento do caixa de empresas que vendem indumentária gaudéria em Porto
Alegre. De acordo com o proprietário da loja Casa do Peão, Arnaldo Cesar Gomes
de Souza, apesar de estar em queda há três anos, a demanda por bombachas,
cintos, guaiacas, chapéus, lenços, botas, alpargatas e saias de campeiras
sempre aquece em setembro.
"Neste
mês, as vendas triplicam em relação ao resto do ano", garante. Apesar da
grande procura, Souza afirma que não conta com crescimento do faturamento
frente à 2017. "A crise está atrapalhando, o movimento começou no dia 6 de
setembro, e as lojas estão lotadas, mas, depois que ocorrem os festejos, volta
à normalidade."
Trabalhando
no ramo há 22 anos, o proprietário da Casa do Peão destaca que o segmento é
muito sazonal. "Isso talvez explique porque temos tão poucas lojas do
gênero em Porto Alegre - este é um comércio que vive de quatro meses (no
inverno), porque, passada a Semana Farroupilha, a procura diminui
bastante." Entre os tradicionalistas, a figura do setembrino, que se
envolve com a temática gaudéria apenas durante esta época, gera divergência de
opiniões - muitos rejeitam, outros valorizam muito. "É importante divulgar
a nossa cultura e tradição, desde que seja da forma correta. Esta referência é
boa, e setembro é um mês relevante para a sociedade gaúcha", afirma o
presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Nairo Callegaro.
Neste
sentido, durante a Semana Farroupilha (de 13 a 20 de setembro), as escolas se
responsabilizam por colaborar com o boom do tradicionalismo. "A procura
por indumentária infantil é grande", afirma a proprietária da loja Pithan
Pilchas, Simone Pithan. "Os professores têm conhecimento e procuram
pilchar as crianças da forma mais correta", avalia o presidente do MTG.
Ele destaca que a bombacha, por exemplo, não pode ser colada no corpo. Também
ressalta que é preciso atentar para as cores de lenços, que devem ser branco,
vermelho, amarelo e azul. Callegaro pondera que um dos empecilhos para que nem
sempre a vestimenta acabe sendo bem reproduzida são os preços das roupas.
"O comércio quer vender, então acaba disponibilizando artigos mais
baratos, que não são exatamente os tradicionais", avalia.
Para se
ter uma ideia, uma indumentária completa custa, em média, R$ 700,00 - incluindo
bota, bombacha, lenço, camisa, chapéu e guaiaca. "Muita gente é convidada
para ir ao Parque Harmonia durante os festejos, mas nunca colocou uma bombacha
- esse é o típico consumidor de setembro", comenta o proprietário da Casa
do Peão.
"Por
esse motivo, a Semana Farroupilha é comparável à do Natal, no que se refere às
vendas do comércio." Muitas lojas se organizam para a data, a exemplo do
Dia das Mães ou dos Pais, enfeitando vitrines e até abrindo as portas com os
atendentes caracterizados. De acordo com levantamento realizado junto a
agropecuárias e lojas de vestuário, acessórios e calçados pelo Núcleo de
Pesquisa do Sindilojas Porto Alegre, 70% dos varejistas estão animados com a
movimentação da época: 12% deles estimam um aumento de, em média, 15% nas
vendas em relação ao ano passado.
Além
disso, para 64% dos entrevistados, a estimativa é que as vendas se mantenham
com os mesmos índices alcançados em 2017 - o que, para eles, também é motivo de
ânimo frente ao período de instabilidade e retração econômica na Capital. Os
itens mais procurados nesta época são as botas, segundo 30,3% dos consumidores;
a bombacha, para 27,3%; e artigos como cuias, mateiras e erva-mate, para 21,2%.
Com estoques lotados, lojistas pretendem crescer
20% frente a 2017
Boom
tradicionalista expande desempenho de lojas
como a
Pithan /LUIZA PRADO/JC
|
A proprietária
da Pithan Pilchas, Simone Pithan, está com mais de R$ 300 mil em produtos da
indumentária gaudéria no estoque de sua loja, localizada no Hipofábricas.
Segundo a empresária, a procura está grande, e a estimativa é de que as vendas
superem em 20% os resultados de 2017.
O boom
tradicionalista em setembro exige, inclusive, aumento da equipe da loja, que de
três funcionários passa a disponibilizar em torno de 10 para melhor atender os
consumidores. Indumentária de criança e bombacha feminina e masculina são os
artigos mais vendidos. "Mas também tem bastante demanda de camisa polo,
lenços, alpargatas e chapéus", completa. Os vestidos de prenda têm pouca
saída nesta época. "É uma vestimenta mais voltada a bailes oficiais",
explica Simone.
Fato é
que a movimentação da mídia em torno dos festejos farroupilhas tem levado cada
vez mais pessoas ao Parque Harmonia. Cerca de 1 milhão de visitantes circulam
por lá no período de 1 a 20 de setembro, calcula o presidente do MTG, Nairo
Callegaro. Muitos vão trajados a rigor - a maioria, crianças. "Nos dias de
programação normal, há um número expressivo de pessoas que vai pilchada, mas,
nas vésperas de feriado, quando o parque lota, a situação muda", pondera o
dirigente.
Fonte! Chasque publicado nas páginas do Jornal do Comércio de Porto Alegre - RS, na edição do dia 17 de setembro de 2018.
Figuras polêmicas entre
os tradicionalistas, os setembrinos (apelido dado às pessoas que se
pilcham somente durante a Semana Farroupilha) têm garantido o bom
movimento do caixa de empresas que vendem indumentária gaudéria em Porto
Alegre. De acordo com o proprietário da loja Casa do Peão, Arnaldo
Cesar Gomes de Souza, apesar de estar em queda há três anos, a demanda
por bombachas, cintos, guaiacas, chapéus, lenços, botas, alpargatas e
saias de campeiras sempre aquece em setembro.
"Neste mês, as vendas triplicam em relação ao resto do ano", garante.
Apesar da grande procura, Souza afirma que não conta com crescimento do
faturamento frente à 2017. "A crise está atrapalhando, o movimento
começou no dia 6 de setembro, e as lojas estão lotadas, mas, depois que
ocorrem os festejos, volta à normalidade."
Trabalhando no ramo há 22 anos, o proprietário da Casa do Peão destaca
que o segmento é muito sazonal. "Isso talvez explique porque temos tão
poucas lojas do gênero em Porto Alegre - este é um comércio que vive de
quatro meses (no inverno), porque, passada a Semana Farroupilha, a
procura diminui bastante." Entre os tradicionalistas, a figura do
setembrino, que se envolve com a temática gaudéria apenas durante esta
época, gera divergência de opiniões - muitos rejeitam, outros valorizam
muito. "É importante divulgar a nossa cultura e tradição, desde que seja
da forma correta. Esta referência é boa, e setembro é um mês relevante
para a sociedade gaúcha", afirma o presidente do Movimento
Tradicionalista Gaúcho (MTG), Nairo Callegaro.
Neste sentido, durante a Semana Farroupilha (de 13 a 20 de setembro), as
escolas se responsabilizam por colaborar com o boom do tradicionalismo.
"A procura por indumentária infantil é grande", afirma a proprietária
da loja Pithan Pilchas, Simone Pithan. "Os professores têm conhecimento e
procuram pilchar as crianças da forma mais correta", avalia o
presidente do MTG. Ele destaca que a bombacha, por exemplo, não pode ser
colada no corpo. Também ressalta que é preciso atentar para as cores de
lenços, que devem ser branco, vermelho, amarelo e azul. Callegaro
pondera que um dos empecilhos para que nem sempre a vestimenta acabe
sendo bem reproduzida são os preços das roupas. "O comércio quer vender,
então acaba disponibilizando artigos mais baratos, que não são
exatamente os tradicionais", avalia.
Para se ter uma ideia, uma indumentária completa custa, em média, R$
700,00 - incluindo bota, bombacha, lenço, camisa, chapéu e guaiaca.
"Muita gente é convidada para ir ao Parque Harmonia durante os festejos,
mas nunca colocou uma bombacha - esse é o típico consumidor de
setembro", comenta o proprietário da Casa do Peão.
"Por esse motivo, a Semana Farroupilha é comparável à do Natal, no que
se refere às vendas do comércio." Muitas lojas se organizam para a data,
a exemplo do Dia das Mães ou dos Pais, enfeitando vitrines e até
abrindo as portas com os atendentes caracterizados. De acordo com
levantamento realizado junto a agropecuárias e lojas de vestuário,
acessórios e calçados pelo Núcleo de Pesquisa do Sindilojas Porto
Alegre, 70% dos varejistas estão animados com a movimentação da época:
12% deles estimam um aumento de, em média, 15% nas vendas em relação ao
ano passado.
Além disso, para 64% dos entrevistados, a estimativa é que as vendas se
mantenham com os mesmos índices alcançados em 2017 - o que, para eles,
também é motivo de ânimo frente ao período de instabilidade e retração
econômica na Capital. Os itens mais procurados nesta época são as botas,
segundo 30,3% dos consumidores; a bombacha, para 27,3%; e artigos como
cuias, mateiras e erva-mate, para 21,2%.
Com estoques lotados, lojistas pretendem crescer 20% frente a 2017
Boom tradicionalista expande desempenho de lojas como a Pithan
Boom tradicionalista expande desempenho de lojas como a Pithan
/LUIZA PRADO/JC
A proprietária da Pithan Pilchas, Simone Pithan, está com mais de R$ 300
mil em produtos da indumentária gaudéria no estoque de sua loja,
localizada no Hipofábricas. Segundo a empresária, a procura está grande,
e a estimativa é de que as vendas superem em 20% os resultados de 2017.
O boom tradicionalista em setembro exige, inclusive, aumento da equipe
da loja, que de três funcionários passa a disponibilizar em torno de 10
para melhor atender os consumidores. Indumentária de criança e bombacha
feminina e masculina são os artigos mais vendidos. "Mas também tem
bastante demanda de camisa polo, lenços, alpargatas e chapéus",
completa. Os vestidos de prenda têm pouca saída nesta época. "É uma
vestimenta mais voltada a bailes oficiais", explica Simone.
Fato é que a movimentação da mídia em torno dos festejos farroupilhas
tem levado cada vez mais pessoas ao Parque Harmonia. Cerca de 1 milhão
de visitantes circulam por lá no período de 1 a 20 de setembro, calcula o
presidente do MTG, Nairo Callegaro. Muitos vão trajados a rigor - a
maioria, crianças. "Nos dias de programação normal, há um número
expressivo de pessoas que vai pilchada, mas, nas vésperas de feriado,
quando o parque lota, a situação muda", pondera o dirigente. - Jornal do
Comércio
(https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/economia/2018/09/648555-tradicionalismo-de-ocasiao-impulsiona-vendas-do-varejo.html)
Nenhum comentário:
Postar um comentário