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A ideia
do governo de acabar com a isenção de Imposto de Renda para investimentos de
pessoas físicas em letras de crédito rural e imobiliário (LCA e LCI) está
gerando uma série de questionamentos no mercado. A medida, que está sendo
cogitada para elevar a arrecadação do governo em 2018, tem potencial para mexer
com um mercado de cerca de R$ 360 bilhões hoje e pode extinguir os dois
instrumentos, criados para fomentar o crédito nesses setores.
LCA e LCI
são papéis de renda fixa que têm a vantagem para o poupador da isenção IR, no
caso das pessoas físicas. As empresas já pagam 25% de IR nas aplicações. Não há
informações, por enquanto, sobre como isso seria feito, mas já existem diversos
questionamentos: o fim da isenção recairia sobre o estoque atual?
Como seria
financiado o setor imobiliário, por exemplo, com o estoque da poupança em rota
decrescente? No cenário em que o estoque seja afetado, a reação seria de saques
para amenizar as perdas, uma vez que o IR incide sobre o rendimento, previu um
especialista. Por consequência, afirma, haveria chance de um descasamento entre
ativos e passivos dos bancos, que já emprestaram esses recursos.
Uma coisa
é certa, na opinião de vários profissionais: as LCAs e as LCIs tendem a
desaparecer, pois perderão eficiência aos bancos, uma vez que os recursos
captados com a emissão desses papéis são direcionados, por lei, para o
agronegócio e para o segmento imobiliário. "Sem a isenção, esses papéis
passam a ser iguais aos Certificados de Depósito Bancário (CDBs), que têm a
vantagem de terem uso livre", comentou outro profissional que também não
quis se identificar.
A
extinção dos dois instrumentos tende, por outro lado, a fomentar os
Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e Imobiliários (CRIs), e até as
debêntures de infraestrutura.
O
problema é que, embora ofereçam benefício fiscal, não são tão palatáveis quanto
as LCIs e LCAs ao investidor, por terem uma estrutura mais complexa e
oferecerem mais risco do que os instrumentos bancários, que são considerados os
de menor risco depois dos títulos do governo. Também para as empresas, o
interesse pode ser limitado pelo custo ou tempo envolvido na estruturação dos
CRAs e Cris.
Para o
investidor, o fim da isenção nas LCAs e LCIs pode passar despercebido, avaliam
os profissionais. Ambos já vinham caindo na composição das carteiras, a favor
dos CDBs, uma vez que a oferta desses papéis diminuiu, acompanhando a retração
da atividade econômica e da oferta de crédito pelos bancos. O governo tem até
setembro para editar a volta do tributo se quiser que tenha efeito a partir de
janeiro.
Fonte! Chasque (postagem) publicado no sítio oficial do Jornal do Comércio de Porto Alegre / RS, no dia 05 de agosto de 2017. Abra as porteiras clicando em: http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/08/economia/577940-com-volta-de-imposto-lci-e-lca-podem-acabar.html
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