A jornalistas, presidente criticou idade média de 55 anos no Brasil |
Segundo Dilma, a alteração pode ser feita pela fixação de uma idade mínima ou de um instrumento que misture idade com tempo de contribuição, como ocorreu com a fórmula 85/95 móvel.
A presidente também fez questão de insistir que o ajuste fiscal é sua prioridade na economia, que irá buscar cumprir o superávit de 0,5% do PIB e que isso vai contribuir para que a inflação fique na "banda de cima" da meta, de 6,5%, neste ano.
Sobre o cenário econômico do País para este ano, depois da forte recessão no ano passado, que pode bater em uma retração de quase 4%, Dilma Rousseff falou que "vamos lutar com unhas e dentes" para que 2016 seja melhor do que 2015. A presidente traçou três ações para atingir este objetivo.
O primeiro é o reequilíbrio fiscal. O segundo, aprovar as medidas tributárias no Congresso, entre elas a recriação da CPMF. O terceiro, estimular investimentos em infraestrutura, citando leilões de aeroportos, portos, ferrovias e hidrelétricas. Dilma fez questão de defender a carga tributária existente no País, dizendo que ela não cresceu.
"Há um mito de que a carga tributária no Brasil vem crescendo. A carga não vem crescendo", declarou, informando que ela é de 33,4% e, se considerar só os impostos federais, é de 22,5%. Citou ainda que, para elevar carga tributária de pessoa física, é preciso discutir as consequências.
Questionada sobre as medidas que o governo está elaborando para tentar reverter a desaceleração da economia, Dilma disse que qualquer ação que for tomada não poderá implicar em gasto fiscal.
"Temos como questão principal o ajuste fiscal. Vamos garantir o superávit de 0,5% do PIB. Com isto, vamos criar as condições para que a inflação se equilibre", afirmou a presidente durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.
Questionada se o governo não havia perdido a batalha da inflação, que ficou acima de 10% no ano passado, a presidente afirmou "que nós achamos que vamos chegar na banda de cima da meta neste ano". E acrescentou que a meta do Banco Central é fazer que ela se encaminhe para o centro, de 4,5%, no final de 2017.
Para isto, disse ela, será importante melhorar o "horizonte" da economia brasileira para estabilizá-la e, depois, retomar seu crescimento. Neste ano, analistas de mercado estimam que o País terá nova recessão, entre 2% e 2,5%.
Sobre as pressões do PT, em defesa de uma guinada na política econômica e por uma redução dos juros, a presidente afirmou que até agora não chegou até ela qualquer demanda de seu partido. "É bom que o PT tenha suas posições, mas o governo não responde só ao PT, PMDB, mas também a todos partidos da base aliada e à sociedade também", disse.
Em seguida, falou especificamente sobre as pressões para que o Banco Central não suba os juros na sua próxima reunião, nos dias 19 e 20 de janeiro. "Eu há muito tempo não me manifesto sobre juros, o que inclui não analisar, não avaliar nem tecer qualquer consideração sobre isto", afirmou.
Acrescentando que esta é "uma área delicada" e "não é adequado que outras pessoas do governo" façam avaliações, Dilma disse ainda que assessores de sua equipe "não têm minha autorização para isto". Sobre erros de sua administração, ela disse que, talvez, "o maior erro do governo" foi, em sua opinião, não ter percebido o "tamanho da desaceleração" da economia que estava ocorrendo no final de 2014, provocando queda das receitas federais.
O café da manhã durou cerca de uma hora e meia. A presidente encerrou a conversa mais cedo, para viajar a Porto Alegre e visitar seu novo neto, Guilherme, que nasceu nesta quinta-feira.
Fonte! Chasque (matéria) veiculada no Jornal do Comércio de Porto Alegre, edição do dia 08 de janeiro de 2016. Os créditos do retrato é Ichiro Guerra / PR / JC.
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