Para abater mais a autoestima dos “velhinhos”, só falta que um dos
planos de saúde privados barrados pelo Ministério da Saúde seja aquele
em que o aposentado esteja associado. Um casal acima de 60 anos dispende
em torno de R$ 1.300,00 por plano com direito a consultas (mais um plus
em dinheiro), exames laboratoriais e complementares e internação
hospitalar em quarto semiprivativo, com 48,66 milhões de brasileiros no
modelo privado. Os que têm entre 65 e 75 anos agora, quando eram jovens,
julgavam que chegar aos 70 anos era inimaginável. E os que tinham esta
idade provecta estavam estereotipados como pessoa alquebrada,
sustentando-se com o auxílio de uma bengala, óculos de grossas lentes e
aparelhos de audição. Os mais educados diziam que a sabedoria vinha com a
experiência de vida. Hoje, graças aos medicamentos, às orientações
médicas, alimentação saudável e até mesmo à moda, que não mais distingue
mães de filhas nem avós de netas, temos muita gente com mais de 60 anos
em plena forma. Tão bem que, para complementar a aposentadoria de, no
máximo, R$ 4.159,00 do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS),
continuam trabalhando. Mas quem permanece na ativa sendo aposentado
normalmente tem dois objetivos: complementar a parca renda do INSS, amor
pelo que faz e, muitas vezes, ajudar filhos ou netos a pagar uma
faculdade ou a prestação de imóvel.
Para alguns, ser idoso é um privilégio dado por Deus, então, gostam de ser velhos. Claro, a opção é ficar pelo “meio do caminho”, ou seja, morrer antes. Muitos lembram que estudavam à noite para trabalhar durante o dia. Era uma trajetória de luta pela sobrevivência. Casamento, carreira profissional, filhos e netos, eis o roteiro da maioria dos hoje “sessentões”. Muitos se aposentaram pela Previdência Social. Por terem contribuído sobre 20 salários-mínimos, esperavam uma aposentadoria que viesse a ser compatível com a contribuição pelo teto máximo. Ledo engano! A Constituinte de 1988 reduziu o teto para dez salários-mínimos. Então, a tão sonhada e justa ociosidade veio com poucos valores, o mínimo está em R$ 678,00 e é recebido por 20 milhões de beneficiários do INSS, enquanto 9,2 milhões ganham acima desse valor.
Há quem diga que foi um desastre de proporções insuportáveis. Entrou governo e saiu governo, e novas leis sobre a Previdência Urbana, até hoje superavitária, e os valores das aposentadorias foram achatados. Os trabalhadores contribuíram compulsoriamente durante 35 anos para a Previdência esperando um final de vida compatível com o nível de seus descontos. Assim mesmo, os rendimentos da população idosa no País atingiram R$ 402,3 bilhões em 2012. Isso é mais do que o Produto Interno Bruto (PIB) do Peru em 2010. Sete em cada dez brasileiros com 60 anos ou mais pertencem à nova classe média, e, dos 22,3 milhões de pessoas idosas no Brasil, o Sudeste fica com a maior parte: 46,6%. Nordeste aparece em seguida (26,3%), seguido pelo Sul (15,3%), Centro-Oeste (6,5%) e Norte (5,3%). As mulheres são a maioria desta população, ou 55,5% dos brasileiros com mais de 60 anos. E cerca de 3,3 milhões de idosos aposentados continuam trabalhando, sendo 2,2 milhões de homens e 1,1 milhão de mulheres. É a realidade.
Fonte! Chasque publicado na coluna "Editorial" do Jornal do Comércio de Porto Alegre - RS, na edição do dia 14 de janeiro de 2013.
Para alguns, ser idoso é um privilégio dado por Deus, então, gostam de ser velhos. Claro, a opção é ficar pelo “meio do caminho”, ou seja, morrer antes. Muitos lembram que estudavam à noite para trabalhar durante o dia. Era uma trajetória de luta pela sobrevivência. Casamento, carreira profissional, filhos e netos, eis o roteiro da maioria dos hoje “sessentões”. Muitos se aposentaram pela Previdência Social. Por terem contribuído sobre 20 salários-mínimos, esperavam uma aposentadoria que viesse a ser compatível com a contribuição pelo teto máximo. Ledo engano! A Constituinte de 1988 reduziu o teto para dez salários-mínimos. Então, a tão sonhada e justa ociosidade veio com poucos valores, o mínimo está em R$ 678,00 e é recebido por 20 milhões de beneficiários do INSS, enquanto 9,2 milhões ganham acima desse valor.
Há quem diga que foi um desastre de proporções insuportáveis. Entrou governo e saiu governo, e novas leis sobre a Previdência Urbana, até hoje superavitária, e os valores das aposentadorias foram achatados. Os trabalhadores contribuíram compulsoriamente durante 35 anos para a Previdência esperando um final de vida compatível com o nível de seus descontos. Assim mesmo, os rendimentos da população idosa no País atingiram R$ 402,3 bilhões em 2012. Isso é mais do que o Produto Interno Bruto (PIB) do Peru em 2010. Sete em cada dez brasileiros com 60 anos ou mais pertencem à nova classe média, e, dos 22,3 milhões de pessoas idosas no Brasil, o Sudeste fica com a maior parte: 46,6%. Nordeste aparece em seguida (26,3%), seguido pelo Sul (15,3%), Centro-Oeste (6,5%) e Norte (5,3%). As mulheres são a maioria desta população, ou 55,5% dos brasileiros com mais de 60 anos. E cerca de 3,3 milhões de idosos aposentados continuam trabalhando, sendo 2,2 milhões de homens e 1,1 milhão de mulheres. É a realidade.
Fonte! Chasque publicado na coluna "Editorial" do Jornal do Comércio de Porto Alegre - RS, na edição do dia 14 de janeiro de 2013.
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