A presença da educação financeira dentro das empresas se faz essencial nesses tempos de pandemia e ainda se mostrará muito relevante. Com o provável retorno do período do Novo Programa Emergencial de manutenção do Emprego e da Renda (Pronampe), os salários e as jornadas poderão ser reduzidas em 25%, 50% e 70% em acordos individuais ou coletivos novamente.
Com isso, os empregados, por mais que tenham uma contrapartida governamental, terão reduções nos ganhos e terão que adequar as finanças. "É fundamental que as empresas também auxiliem estes colaboradores com disponibilização de conteúdos relacionados a educação financeira", defende o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos.
O problema das finanças das empresas brasileiras não é novo. Domingos lembra que pesquisa divulgada em 2018 pela Associação Brasileira dos Educadores Financeiros (Abefin), em parceria com a Unicamp e o Instituto Axxus, já havia revelado que 84% dos trabalhadores brasileiras enfrentavam dificuldades para lidar com o dinheiro, sofriam prejuízos ou não entendiam de finanças.
Apenas 16% destes colaboradores eram capacitados financeiramente, ou seja, conseguiam pagar suas contas com a receita mensal e planejar seus gastos com antecedência. Uma situação que não mudou e que assusta a população e devia acender um sinal de alerta nas empresas.
"É comprovado que o desequilíbrio financeiro pode influenciar diretamente na produtividade das empresas, já que um funcionário endividado, sem dúvida, perderá o foco no trabalho, ou então, receberá ligações de cobradores, no horário de expediente, em em casos mais graves, pode forçar a demissão para pagar dívidas com o dinheiro da rescisão contratual. Tudo isso compromete o desenvolvimento das atividades e até mesmo na rentabilidade das empresas".
O único caminho para mudar esta realidade é através da educação financeira, segundo Domingos. Isso irá beneficiar os colaboradores e também os gestores das empresas. "A solução para os problemas financeiros nem sempre é apenas receber um aumento salarial, ou outros benefícios, como muitos pensam. É preciso aprender a administrar a quantia que se tem, antes mesmo de buscar mais, caso contrário, quanto mais ganhar, mais irá gastar", saliente.
Para que o profissional comece a mudar seus hábitos e comportamentos, aprendendo a administrar os recursos financeiros de forma saudável, a educação financeira oferece todo um suporte para que ele equilibre as finanças, sempre respeitando os limites do seu padrão de vida. "Ressalto que não se trata somente de cursos de investimentos, ou palestras. A educação financeira nas empresas vai além, pois é diretamente ligada à responsabilidade social da empresa, beneficiando assim os familiares, comunidade e a própria organização".
Fonte! Chasque (post) publicado no Caderno JC Contabilidade, encartado na edição do Jornal do Comércio de Porto Alegre (RS), do dia 28 de abril de 2021.
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