Investimentos gaúchos em energia solar já superam R$ 2,3 bilhões, com criação de mais de 13 mil empregos/Banco de Imagens Solled/Divulgação/JC
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Nem mesmo a pandemia do coronavírus impediu que a geração de energia solar fechasse o ano com um crescimento vertiginoso no Rio Grande do Sul. A diretora da Solled Energia e coordenadora estadual da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), Mara Schwengber, informa que a capacidade instalada de sistemas fotovoltaicos gaúchos em janeiro de 2020 era de 266 MW e a potência da geração distribuída no Estado (produção de energia pelo próprio consumidor, modelo que é 97% sustentado pela fonte solar) na última semana de dezembro chegou na casa de 546 MW, conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O Rio Grande do Sul finaliza o ano superado apenas por Minas
Gerais, com 858 MW, e São Paulo, com 551 MW. "Para 2021, e para os
próximos anos, a gente ainda espera um crescimento exponencial, se
tivermos uma segurança regulatória e não houver mudanças que prejudiquem
o setor", adianta a diretora da Absolar. Mara destaca que a tendência é
que cada vez mais o uso da energia solar seja pulverizado no Estado.
Atualmente, as cidades gaúchas que mais se aproveitam desse recurso são
Caxias do Sul (com 19,2 MW de capacidade instalada), Santa Cruz do Sul
(16,1 MW) e Porto Alegre (14,4 W).
De acordo com a dirigente, a pandemia da Covid-19, no seu começo,
em abril e maio, ocasionou algum impacto para as empresas que instalam
sistemas fotovoltaicos, mas nos meses seguintes houve a retomada desse
mercado. Mara argumenta que as pessoas ficaram mais em casa, aumentando o
consumo de energia e passaram a pensar em investir na geração solar
para diminuir esses gastos. Também o setor industrial, com a recuperação
da economia, voltou a apostar nessa solução. Em média, a integrante da
Absolar diz que o retorno do aporte feito em uma solução fotovoltaica,
através do abatimento dos custos na conta de luz, ocorre em torno de
quatro anos para uma residência e em aproximadamente sete anos para uma
indústria.
A dirigente acrescenta que as empresas que trabalham na cadeia de
instalação de equipamentos fotovoltaicos serão importantes para a
recuperação da economia como um todo, pois é um segmento que propicia
emprego e renda. No Estado, os investimentos em energia solar, até
agora, já superaram R$ 2,3 bilhões, com mais de 13 mil novos empregos
gerados e mais de R$ 619,8 milhões em arrecadação de tributos ao poder
público. Uma prova do otimismo com o setor é a projeção da própria
empresa de Mara, a Solled Energia, que espera um crescimento de
faturamento de cerca de 30% para 2021.
A diretora da Absolar comenta ainda que, com o passar do tempo, foi
possível verificar uma mudança quanto ao público-alvo das companhias
que atuam nessa área. No início, ao se falar em energia solar,
remetia-se fundamentalmente aos clientes residenciais, no entanto hoje
muitas empresas estão adotando essa opção. Segundo Mara, as moradias
ainda significam 69% do número de sistemas implementados, contudo se for
considerada a potência instalada desses equipamentos, a classe
industrial, de comércio e serviços já totaliza mais da metade da
capacidade.
Fonte! Chasque (post) de Jefferson Klein, publicado nas páginas do Jornal do Comércio de Porto Alegre (RS), na edição do dia 30 de dezembro de 2020.
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