A pesquisa foi feita pelo Instituto de Longevidade Mongeral Aegon
"A reportagem do Jornal A Semana foi às ruas para compreender como os idosos se sentem vivendo em Alvorada" (Foto: Matheus Pfluck) |
O Instituto de Longevidade Mongeral Aegon lançou a segunda edição do Índice de Desenvolvimento Urbano para a Longevidade (IDL), que tem como objetivo avaliar o preparo de 876 municípios para a longevidade da população. Presente no estudo, 300 municípios brasileiros com maior número de habitantes analisados. De acordo com os resultados, que levam em consideração 50 indicadores, o município não apresenta preparo satisfatório para a longevidade.
O diretor-executivo do Instituto, Henrique Noya, falou sobre o papel do IDL como uma ferramenta prática que contribua diretamente para que os gestores públicos desenvolvam políticas que melhorem a qualidade de vida nas cidades. “Da mesma forma, é um importante aliado para que a sociedade conheça de forma objetiva a realidade de seus municípios “, salienta o gestor.
Segundo o IDL, Alvorada está na posição 168 entre as 300 maiores cidades e não é considerada preparada para a população da terceira idade. Eles fizeram um comparativo com o mesmo estudo feito em 2017. Nos quesitos habitação, saúde, cultura, educação e trabalho; os números melhoraram. Contudo houve uma redução da qualidade dos índices de bem-estar e finanças quando comparado aos estudos de 2020 com o de três anos atrás.
A melhor cidade do Rio Grande do Sul é Porto Alegre e Alvorada fica atrás em todos os índices. O IDL é utilizado como um instrumento para medir o grau de preparação dos municípios para a longevidade das pessoas. Por isso é feita essa análise de 876 cidades para compreender se elas têm a capacidade de atender as necessidades básicas de vida dos idosos. Esse estudo é composto por 50 indicadores individuais de fontes oficiais públicas.
O Instituto tem a motivação de facilitar a participação dos idosos na sociedade. Como os indivíduos habitam as cidades, é importante mapear o que influencia a vida saudável e o bem-estar das pessoas nesses ambientes. A ideia é que os gestores públicos e os empreendedores utilizem esse estudo para compreender as reais necessidades das pessoas, além de proporcionar uma vida longeva e de qualidade. Isso através de investimentos e melhorias.
Existem pontos deste estudo que colocam Alvorada para baixo nos índices. Alguns deles são as ausências de condomínios residenciais para idosos, de hospitais com unidade de neurocirurgia e de SESC’s. Já os melhores números de Alvorada estão na cobertura municipal do CAPS e no baixo número de acidentes peçonhentos. O estudo completo pode ser acessado no site da instituição responsável pela pesquisa e posterior publicação do material.
Quem é idoso e vive na cidade
A reportagem do Jornal A Semana foi às ruas para compreender como os idosos se sentem vivendo em Alvorada. Entre as entrevistadas estava Vera Toniolo, 69 anos, que reclama do abandono aos idosos. “Os idosos estão muito abandonados. Eu fui operada, tenho problemas de saúde e o que ganho de aposentadoria nem dá para pagar os remédios. Nós somos explorados de tudo o que é maneira e estamos abandonados”, salienta a aposentada.
Segundo ela, falta dar mais atenção e respeito aos mais velhos e isso não muda. Ela reclama do atendimento dos bancos, mas diz que existem problemas na saúde também. “Eu fui buscar meu dinheiro para comprar remédio, mas aqui eles não nos ajudam em nada. Agora mesmo eu estava quase desmaiando e o meu marido que me ajudou. Só pode quem tem perna boa. Infelizmente os bancos não nos atendem com qualidade”, desabafa Vera.
Já Nair Wosniak, que não quis revelar sua idade, reclama das falhas na prestação dos serviços essenciais por parte da Prefeitura. O principal deles lhe atrapalha diariamente, causando mal estar e problemas e está relacionado ao saneamento básico. “Eu tenho um esgoto na frente de casa que preciso fechar a porta por causa do cheiro. Até durante o dia é complicado. Em dia de chuva então ele acaba correndo todo para dentro do meu pátio”, relata a alvoradense que mora na Rua Luciana de Abreu no Bairro Intersul.
Contudo, existem pessoas que não tem do que reclamar da cidade. É o caso de Geci Cardona, 81 anos, que mora em Alvorada desde 1979. Ela conta que todos os serviços que utiliza são bem ofertados e que ela pode usufruir de muitas coisas boas. “Eu uso o recolhimento do lixo, a água e a luz. Sou bem atendida por todos. Eles sempre são legais comigo. Isso nos bancos, nos ônibus. É tudo bom e eu não tenho queixa de nada”, finaliza a aposentada.
O parecer da Secretaria dos Direitos Humanos
Em contato a Secretaria de Direitos Humanos (SMDH), informou que os atendimentos prestados foram os que chegaram até conhecimento dos servidores pelas redes de acompanhamento (SMS, SMTASC e Ministério Público). Contudo, devido à pandemia do coronavírus, essas atividades ficaram limitadas, impossibilitando uma maior quantidade de ações voltadas aos idosos. Além disso, foi informado que essa pasta foi instituída em maio deste ano e que ainda está sendo estruturada.
Fonte! Chasque (reportagem) publicado nas páginas do Jornal A Semana de Alvorada (RS), edição impressa do dia 27 de novembro de 2020. Também acessível no seu galpão virtual www.jornalasemana.net
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