Com educação financeira mas sem perda qualidade de vida como diz Gustavo Cerbasi |
Começamos a nos preocupar, pois estávamos aos poucos envelhecendo. Eu estava participando de um fundo de pensão, mas a esposa não tinha nada parecido com investimentos para fins de aposentadoria complementar... E muito menos as nossas duas filhas....
Naquela época os grandes bancos cobravam taxas absurdas de administração e de carregamento para os produtos VGBL e PGBL. Mesmo assim fizemos os investimentos iniciais no Bradesco: para mim, para a esposa Marilene e para as crianças - a Bibiane com 16 para 17 anos e a Ana Paula com 12 anos. Ao longo do tempo já aconteceram duas portabilidades: primeiro para a Icatu e depois para a Mapfre, onde os valores da taxa de administração e de carregamento eram menores (bem menores que as do Bradesco).
Comecei a ler e "debulhar" (ler) chasques (textos) nas páginas de finanças pessoais na internet e me empolguei. Participei de eventos de educação financeira da Expomoney. Mas, até hoje não descobri por que este, que era o maior evento de educação financeira da América Latina simplesmente acabou e não veio nenhum evento similar em seu lugar....
Mas se formos fazer uma viagem para o passado recente.... voltando para abril de 2008, diríamos que foi neste mês/ano que damos o pontapé inicial no orçamento doméstico. Tudo anotado em planilhas. Uma para cada integrante da família. Planilha simples com 5 colunas: data, discriminação, coluna entradas de valores, outra de saídas e mais uma de saldos. As colunas da esposa e das filhas migravam com suas entradas, saídas e saldos para a minha e no final do mês, o saldo final deveria corresponder ao meu saldo bancário (sempre com poucos cobres/dinheiro mas sempre no azul), mais as moedas e notas de dinheiro do bolso da bombacha, mais o saldo da minha conta ticket alimentação. Simples assim...
Educação financeira andando junto com a tradição gaúcha (foto de 2005) |
Esta planilha DiSOP classifica em primeiro plano os tipos de receitas. A seguir, os investimentos financeiros (metas) e os investimentos patrimoniais (ativos - imóveis por exemplo). As despesas são classificadas em: residenciais, de instrução, pessoais, com veículos e outras despeas.
Também em 2009 nos divorciamos do cartão de crédito. Estávamos literalmente casados com ele há 16 anos. Fizemos o cartão pra ajudar o nosso time do coração - o Grêmio (mas com certeza o maior beneficiário não era o meu time e sim a instituição financeira do cartão). Hoje não faríamos mais isso.... mas naquela época quisemos "ajudar o clube".
Sempre pagamos em dia as faturas mas vez por outra resvalávamos nas compras por impulso com o posterior arrependimento. Mas aí o estouro no bolso da bombacha já estava sacramentado... Depois disso as compras por impulso foram literalmente zeradas. E em vez destas, entraram os parcelamentos periódicos e mensais dos investimentos.... Entravam as receitas via salário e lá eram baixados os valores do saldo bancário para investimentos mensais e o incremento da reserva de emergências, que muitas vezes foi usada nas horas do sufoco.... E isto continua acontecendo até os dias atuais, periodicamente.
Hoje a reserva de emergência está aquém da que é recomendada pelos educadores financeiros. Eles projetam que se deva ter entre três e cinco vezes o salário bruto em reserva de emergência. Atualmente devemos ter em torno de 20% disso, mas já fomos salvos várias vezes por esta....
A última foi no domingo de carnaval. Fui buscar de carro a esposa no centro de Porto Alegre. Imagina uma cidade deserta. E como diz o humorista gaúcho Paulinho Mixaria "e murtiprica". Fomos literalmente atropelado por uma moto, em manobra proibida, numa grande avenida (não tinha outro veículo transitando) e esta destruiu toda a lateral direita do meu veículo, desde o farol, passando pelo para-lama dianteiro e as duas portas (inutilizada a porta da frente e arranhada a porta de trás).
Sorte que tínhamos adiantado o pagamento do seguro, que começou a vigorar no dia 13 de fevereiro. Pagamos no dia 11 mas o vencimento era até o dia 20. E o sinistro foi dia 15....
A seguradora foi acionada e o veículo foi para os reparos. Sem o seguro os reparos arrebentariam com certeza com a nossa reserva de emergência. A franquia (vinda desta reserva de emergências) nos custou R$ 1.042,00.
Temos como regra no nosso rancho, na nossa casa, na nossa vida:
1 - O parcelamento radicalmente não existe, salvo exceções onde estão excluídas todas as instituições financeiras. Exemplo recente foi o financiamento do veículo novo, onde o agente financeiro éramos nós mesmos. Baixamos o valor das aplicações e fomos nos devolvendo, desde julho de 2013 até o início de abril deste ano, quando liquidamos tudo (dívida totalmente paga). Leia o chasque (postagem) a respeito. Abra as porteiras clicando em: http://obolsodabombacha.blogspot.com.br/2013/08/atitude-72-comprei-um-carro-parcelado-e.html
2 - A manutenção, mesmo que de forma precária, da reserva de emergências é necessária;
3 - Sem o cartão de crédito, acabaram as compras de tralhas que só enchiam as varandas, as prateleiras e traziam arrependimento e o estouro no bolso da bombacha posteriormente;
4 - Já citamos em outra oportunidade.... começamos tarde (eu e a esposa) com investimentos para fins de aposentadoria. Continuamos investindo para não ter somente o benefício do INSS, mais conhecido como "Isso Nunca Será Suficiente".... e quem se aposentar somente com esta fonte de renda, logo logo saberá que esta renda nunca será suficiente. Mas aí chirú (meu amigo), poderá ser tarde demais!
Recomendo a página que citamos no início deste chasque (Dinheirama). Abra as porteiras clicando em www.dinheirama.com. Abra as porteiras dos demais sítios recomendados no O Bolso da Bombacha.
Baita abraço
Valdemar Engroff