Segundo semestre do ano passado, um juiz federal viaja para Florianópolis, a fim de ministrar aula de Direito Constitucional. Compromisso cumprido, dá umas voltas pela cidade acompanhado de colegas. Durante o jantar - em que é servida uma categorizada garoupa - o visitante ouve a seguinte historinha.
Um rico senhor chega a um cassino e senta-se sozinho em uma mesa no canto do salão principal. O dono do cassino, percebendo que aquela seria uma ótima oportunidade de tirar um pouco do dinheiro do homem opulento, pergunta se ele não desejaria jogar.
- Temos roleta, blackjack e o que mais lhe interessar - propaga o dono do cassino.
- Nada disso me interessa - responde o cidadão. Só jogo a Katchanga.
O dono do cassino pergunta a todos os crupiês lá presentes se algum deles conhece a tal da Katchanga. Nada. Ninguém sabe que diabo de jogo é aquele.
Então, o dono do cassino tem uma ideia. Diz aos melhores crupiês jogarem a tal da Katchanga com o cliente em potencial, mesmo sem conhecer as regras para tentarem entender o jogo. Assim, logo que eles dominassem as técnicas básicas, tentariam extrair o máximo de dinheiro possível daquele “pote do ouro”.
E assim é feito.
Na primeira mão, o cliente dá as cartas e, do nada, grita: “Katchanga!” E leva todo o dinheiro que está na mesa.
Na segunda mão, a mesma coisa. “Katchanga!” E novamente o cliente limpa a mesa. Assim é durante a noite toda.
De repente, um dos crupiês tem uma ideia. Seria mais rápido do que o homem rico. Assim que as cartas são distribuídas, o crupiê rapidamente grita com ar de superioridade: “Katchanga!”
Já ia pegar o dinheiro da mesa quando o homem rico, com uma voz mansa mas segura, diz:
“Espere aí. Eu tenho uma Katchanga real!”.
E mais uma vez leva todo o dinheiro da mesa…
Fonte! Chasque publicado nas páginas do Jornal do Comércio de Porto
Alegre (RS), na edição do dia 02 de março de 2012, por Marco A Birnfeld, em sua
coluna Espaço Vital
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