domingo, 11 de abril de 2010

Os prós e os contras da proposta de mudança do FGTS

A polêmica em torno da remuneração dos saldos das contas do FGTS ressuscita a discussão sobre velhos conhecidos da economia brasileira: a indexação e os juros fixos. Tanto o FGTS quanto a caderneta de poupança têm rentabilidade praticamente fixa, um resquício do período de hiperinflação.

Com a estabilidade da economia brasileira, ganha força o discurso de que esses resquícios precisam ser reavaliados. A expectativa da taxa básica de juros (Selic), atualmente de 8,75% ao ano, é de queda no longo prazo e isso acaba causando desequilíbrios na economia por conta da indexação. Os trabalhadores reclamam que a remuneração do FGTS (TR mais 3% ao ano) perde para inflação. Já os poupadores da caderneta, que recebem uma rentabilidade de TR mais 6% ao ano, sem incidência de IR, estão felizes com o rendimento.

Para evitar discrepâncias, é preciso uma discussão séria sobre o assunto. Isso vai ficar para o próximo governo. A atual proposta de mudança na remuneração do FGTS pode até aumentar a rentabilidade, mas encarece os financiamentos e ainda pode gerar pendências judiciais. O debate, porém, está contaminado pelo período eleitoral. Se a proposta andar no Congresso Nacional, não há dúvida de que nenhum parlamentar terá coragem de votar contra uma medida tão popular.

Por enquanto, a questão de fundo está sendo empurrada com a barriga. No ano passado, a equipe econômica ensaiou enviar para o Congresso projeto de lei mudando a remuneração da caderneta de poupança. A ideia morreu na praia. Ninguém quis arcar com uma proposta que iria diminuir a remuneração dos pequenos poupadores.
 
Fonte! Chasque publicado no sítio do Último Segundo, no dia 08 de abril de 2010 - http://www.ultimosegundo.ig.com.br/.

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